Cinzu escreveu: ↑Qua, 25 Março 2020 - 19:54 pm
Essa posição da liberdade acima de tudo é muito mais libertária do que liberal, na verdade. Para os liberais, sua liberdade passa a representar uma ameaça quando põe em risco a liberdade de outros.
Nossa liberdade consiste em fazer o que quisermos, desde que não vamos ao desencontro a liberdade e, neste caso, a vida dos outros, dos quais, ambos são direitos naturais e fundamentais! No direito criminal, isto tem nome: Dolo eventual! Isto é, o agente conhece o risco, não quer o resultado, mas mesmo assim, aposta... Tal conceito legal é punível, por trazer riscos irreparáveis a toda população local! A prevenção é um ato, não só recomendável, mas um ato de amor incondicional ao próximo!
Cinzu escreveu: ↑Qua, 25 Março 2020 - 22:09 pm
Libertários e anarcocapitalistas são quase que sinônimos. A única diferença é que os primeiros deslegitimam o estado porque para eles, o estado fere a liberdade das pessoas. Já para os ancaps, o estado não deve existir porque é economicamente ineficiente, e somente o livre mercado com ausência do estado é capaz de gerar prosperidade econômica.
O objetivo-fim (ausência do estado) é o mesmo, de um lado construído sob argumentos filosóficos, e de outro sob argumentos econômicos. Então não preciso nem dizer que a maioria (provavelmente todos) ancaps são também libertários.
Chegando tarde pra festa. Entretanto, gostaria de apontar esses dois pontos citados. Em um primeiro momento parecem razoáveis sobre o tema, mas são apenas espantalhos.
Não existe liberdade acima de tudo. Acima de tudo está o direito à propriedade. Em sua propriedade, ou em propriedades que lhe deem autorização, você pode dizer e fazer o que quiser, desde que não agrida a propriedade privada alheia, independente de onde estiver e da autorização que tiver você nunca poderá agredir outros.
Não é por ferir a liberdade das pessoas que o estado perde legitimidade (apenas). O estado é imoral e antiético pois agride a propriedade privada - ser dono do próprio corpo entra nesse termo. Quando uma pessoa pega parte do seu dinheiro na rua sem o seu consentimento, isso é roubo. Quando o estado toma uma parte do que você produz sem seu consentimento, isso é roubo também. Libertários inclusive não são contra formas de "estado", desde que haja consentimento. Ancaps e Libertários divergem de liberais porque liberais tendem a crer no mito do estado mínimo, em que o estado é necessário para regular, controlar, comandar, pontos essenciais e importantes da sociedade (segurança, saúde, educação). Porém, todo estado mínimo tende a estado máximo, como o mundo nos prova. Libertários e ancaps apenas acreditam que uma sociedade com trocas voluntárias livres resolve todos os problemas de forma melhor e mais eficiente (uber vs taxi, por exemplo), inclusive os pontos essenciais e importantes que alegam ser o motivo da necessidade do estado.
É interessante notar a analogia entre os ateus e os cristãos e entre os ancaps/libertarios e os liberais. Cristãos não acreditam em "99%" das divindades existentes no mundo, a diferença para os ateus é de 1% apenas. O mesmo no caso dos ancaps/libertários e liberais. Estes não creem que o estado seja necessário em nada. Mas mesmo assim, liberais usam termos como "defensores da terra plana", "utópicos", dentre outros, para se referir aos ancaps/libertários. Então é utopico dizer que trocas voluntárias entre individuos é melhor que coerção? É defender terra plana dizer que quando alguém toma algo sem seu consentimento é roubo? Defender que individuos são livres pra fazer e dizer o que quiserem desde que não agridam a propriedade privada do próximo é um valor incompátivel com a realidade?