Tutu escreveu: ↑Qui, 27 Novembro 2025 - 19:09 pm
Em nenhum momento eu disse que política anti-imigração melhora o crescimento populacional. Eu apenas disse que essa estratégia não vai durar para sempre e outra solução precisa ser encontrada.
Governos de países desenvolvidos já tentaram incentivos monetários para aumentar a natalidade entre seus residentes — alguns programas até ajudaram um pouco, mas nenhum deles conseguiu reverter a tendência estrutural de queda.
Diante disso, muita gente diz: “A solução ideal seria aumentar o número de nascimentos aqui dentro, não trazer imigrantes.”
Claro. Essa seria a solução ideal. O problema é que ainda não temos uma ferramenta social comprovada para aumentar a natalidade de forma sustentável. Não existe um “botão de política pública” que funcione com a precisão que gostaríamos.
É aí que entra a analogia.
Imagine que a economia de um país é uma casa que começou a pegar fogo lentamente — não uma explosão, mas um incêndio que avança de forma contínua, e que todos sabem que precisa ser contido. A ferramenta perfeita para apagar esse tipo de fogo seria o extintor adequado, com o agente químico ideal. Seria ótimo tê-lo. Seria o caminho mais elegante. Mas, por enquanto, não existe um extintor que funcione para esse tipo específico de incêndio demográfico.
E a casa continua queimando.
Então surge a pergunta: devemos ficar parados esperando a invenção do extintor perfeito?
Ou devemos usar as ferramentas que já estão ao nosso alcance — mesmo que não sejam ideais?
Em qualquer situação de emergência, ninguém racional despreza soluções provisórias. Se não houver o extintor ideal, usa-se aquilo que funciona agora para impedir que o dano aumente: abafadores, cobertores, água, areia. Não por perfeição, mas por pragmatismo. Porque o custo de não agir é maior do que o custo de agir com uma solução incompleta.
A imigração, hoje, cumpre exatamente esse papel. Ela não substitui políticas de estímulo à natalidade. Ela não torna desnecessária a busca por soluções melhores no longo prazo. Mas ela é uma das poucas ferramentas que funcionam imediatamente para evitar que a população em idade produtiva diminua rápido demais.
Rejeitar a imigração sob o argumento de que “o ideal seria aumentar a natalidade interna” é como recusar o uso de uma mangueira caseira durante um princípio de incêndio porque “o ideal seria usar o extintor perfeito”. Quem faz isso não está defendendo a solução ideal; está defendendo a pior consequência — deixar a casa queimar esperando uma ferramenta que ainda não existe.
Até desenvolvermos políticas eficazes para elevar a natalidade de forma estável, a escolha real não é entre a solução ideal e a imigração.
É entre a imigração e o agravamento de um problema demográfico que já está em curso.
E quando o assunto é o futuro econômico de um país, usar as ferramentas que temos não é uma opção ideológica. É simplesmente bom senso.
Tutu escreveu: ↑Qui, 27 Novembro 2025 - 19:09 pm
É verdade que "as necessidades da maioria superam as necessidades da minoria". Nesse caso, com a mesma lógica, reforma agrária e imposto sobre grandes fortunas deveria ser aplicado também. O pessoal do NIMBY é classe média, enquanto latifundiários e vítimas do imposto de fortuna são bilionários.
Só no mundo da tua fantasia NIMBYs são de classe média nas cidades com o metro quadrado mais caro do Brasil. Classe média é quem não está muito distante da renda mediana do brasileiro. Se a pessoa ganha 5 mil reais por mês, então já está entre os 10% mais ricos do nosso país. Em bairros paulistanos NIMBYs como Jardim Europa, Alto de Pinheiros, Pacaembu, Morumbi, Cidade Jardim, etc., a renda média é pelo menos o dobro ou o triplo disso.
Tutu escreveu: ↑Qui, 27 Novembro 2025 - 19:09 pm
Pegou caso específico. São países distantes dos EUA e é os EUA. Quem sai desses países são trabalhadores qualificados. Não sairiam de lá se não tivessem proposta boa. Eles não fazem parte da crise imigratória e existiriam mesmo se a população dos países ricos não estivesse diminuindo.
Mudou o discurso para “esse é um caso específico” porque foi pego na mentira. O seu texto dizia: “A longo prazo, seus descendentes serão tão pobres quanto eles e mais pobres do que a média da população.” Como já foi constatado, os indo-americanos têm renda maior do que os americanos nativos. Sim, eles eram relativamente ricos para os padrões indianos quando saíram de lá, mas ao imigrar para os EUA viram suas rendas dobrar ou triplicar.
Também constatamos outra mentira ao examinar a proposição de que os descendentes de imigrantes mexicanos e de outros latino-americanos seriam tão pobres quanto seus pais. Não é isso que observamos quando analisamos os registros empíricos:

Evidências de mobilidade ascendente entre filhos de imigrantes
* Um estudo robusto de longo prazo, National Bureau of Economic Research (NBER) mostrou que “filhos de imigrantes de quase todos os países de origem” têm — historicamente e hoje — “maiores taxas de mobilidade ascendente” do que filhos de nativos dos EUA. Em outras palavras: mesmo imigrantes pobres muitas vezes conseguem para os seus filhos uma melhora significativa de condição. NBER+1
* Essa vantagem parece se manter no tempo: o estudo compara pares pai-filho ao longo de mais de cem anos de imigração. NBER+1
* Especificamente sobre imigrantes latinos (grupo ao qual muitos mexicanos pertencem), há constatação de que, em média, famílias de imigrantes tendem a avaliar sua condição de vida como melhor do que a de seus pais. Pew Research Center
* Outro levantamento recente assinala que filhos de imigrantes — inclusive primeiros imigrantes relativamente pobres — “fazem avanços substanciais” quando adultos: muitos saem de baixo na distribuição de renda e atingem a classe média. TIME+1
Fonte:
https://www.universityofcalifornia.edu/ ... tudy-shows (resumo do ChatGPT).
Tutu escreveu: ↑Qui, 27 Novembro 2025 - 19:09 pm
É bom só para Índia (e Nigéria), que tem excesso de gente e precisa expulsar um monte. Mandam gente até para os Emirados Árabes.
Existem muitos outros países com perfil demográfico semelhante ao da Índia e da Nigéria (crescimento vegetativo excessivo), então não existe esse coisa de “É bom só para Índia (e Nigéria)”.
Tutu escreveu: ↑Qui, 27 Novembro 2025 - 19:20 pm
Isso significa que a sociedade não precisa que todo mundo tenha curso superior.
Eles poderiam diminuir a oferta de ensino superior no país para que tenha trabalhadores braçais, que sempre serão necessários.
Como mostra o caso da Alemanha, a resistência em ocupar vagas de trabalho braçal independe de o país ter ou não uma parcela grande da população com ensino superior. Entre os adultos alemães (geralmente de 25 a 64 anos), a proporção com ensino superior completo é de cerca de 32%.