Leo Kruger escreveu: ↑Ter, 18 Fevereiro 2025 - 21:49 pm
Citação genérica não é evidência, traga-o para lermos, este é um fórum de debates e outras pessoas também estão acompanhando.
Não estou com o livro-texto Macroeconomia de Olivier Blanchard em mãos no momento, mas mesmo que estivesse, isso seria inútil na sua maior parte (ou em grande parte). Muitos artigos acadêmicos que aparecem em livros-textos de Economia estão frequentemente indisponíveis ao público em geral devido a restrições de acesso. Esses artigos são geralmente publicados em periódicos acadêmicos que exigem assinaturas ou pagamentos para acessar o conteúdo completo. Mas alguns estudos acadêmicos que envolvem financiamento público em P & D e a Teoria do Crescimento Endógeno de Paul Romer talvez estejam disponíveis em repositórios de acesso aberto, como o Google Acadêmico. Ainda assim, uma consulta ao ChatGPT já é suficiente para apontar alguns estudos econômicos acadêmicos dentro do paradigma da Teoria do Crescimento de Paul Romer...
Huxley:
Você poderia me mostrar estudos acadêmicos que tentaram verificar a associação de financiamento público de pesquisa e desenvolvimento e crescimento econômico dentro do paradigma da Teoria do Crescimento Endógeno de Paul Romer?
ChatGPT:
Claro! A Teoria do Crescimento Endógeno, proposta por Paul Romer, sugere que o crescimento econômico não é impulsionado apenas por fatores externos (como tecnologia), mas também pelo investimento em conhecimento e inovação dentro da própria economia. Nesse paradigma, o financiamento público de pesquisa e desenvolvimento (P&D) desempenha um papel crucial, pois a inovação gerada por P&D pode se traduzir em novas ideias e tecnologias, resultando em crescimento econômico sustentável.
A seguir, apresento alguns estudos acadêmicos que tentaram verificar a associação entre o financiamento público de P&D e o crescimento econômico, especialmente dentro do contexto da Teoria do Crescimento Endógeno:
1. "Public and Private R&D in the Growth Process" (Romer, 1990)
- Autor: Paul Romer
- Resumo: Este é o artigo seminal de Paul Romer onde ele introduziu sua teoria do crescimento endógeno. Nele, Romer argumenta que o conhecimento gerado por P&D (tanto pública quanto privada) é um motor fundamental do crescimento econômico. Ele defende que o financiamento público de pesquisa pode gerar externalidades positivas (inovações que beneficiam outras partes da economia), o que acelera o crescimento de longo prazo.
- Impacto: Este estudo estabeleceu a base para muitos estudos subsequentes que examinam como o financiamento público em P&D pode estimular o crescimento econômico por meio da inovação tecnológica.
2. "The Impact of Public and Private R&D on Innovation and Economic Growth" (Romer e Welsch, 1994)
- Autores: Paul Romer e Richard Welsch
- Resumo: O estudo explora como o financiamento público e privado de P&D contribui para o crescimento econômico de longo prazo. Ele mostra que, embora a inovação privada seja fundamental, a pesquisa pública também desempenha um papel significativo na geração de novas ideias e tecnologias. Romer e Welsch destacam a importância de políticas públicas que incentivem o investimento em P&D para promover a inovação.
- Impacto: Este artigo fornece uma análise empírica e teórica sobre o impacto do financiamento público em P&D no crescimento econômico, alinhando-se ao paradigma de crescimento endógeno.
3. "Does Public R&D Stimulate Private R&D?" (Aghion, David, e Foray, 2003)
- Autores: Philippe Aghion, David C. David, e Dominique Foray
- Resumo: Este estudo investiga se o financiamento público de P&D realmente estimula o investimento privado em inovação. Os autores analisam como os gastos públicos em pesquisa podem criar um ambiente favorável para inovação, gerando externalidades positivas que incentivam o setor privado a investir mais em P&D.
- Conclusão: Eles concluem que, em algumas circunstâncias, os investimentos públicos em P&D podem não apenas gerar inovações diretamente, mas também aumentar o investimento privado, criando um ciclo virtuoso de crescimento impulsionado por conhecimento e inovação.
- Impacto: Este estudo mostra como o financiamento público pode estimular o setor privado, alinhando-se à teoria de que o conhecimento gerado pelo governo tem um papel significativo no crescimento endógeno.
4. "Public and Private Investment in R&D and Economic Growth: A Review of the Literature" (Mairesse e Mohnen, 2005)
- Autores: Jacques Mairesse e Philippe Mohnen
- Resumo: Este artigo realiza uma revisão abrangente da literatura existente sobre o impacto dos investimentos públicos e privados em P&D no crescimento econômico. Ele explora as teorias de crescimento endógeno e examina como o financiamento público de P&D pode gerar externalidades positivas e efeitos spillover que impulsionam a inovação e a produtividade.
- Conclusão: Mairesse e Mohnen concluem que, embora o impacto do financiamento público de P&D no crescimento econômico possa ser difícil de medir diretamente, há evidências claras de que investimentos públicos em P&D podem ter um impacto positivo sobre a inovação e o crescimento econômico de longo prazo.
- Impacto: Este estudo consolidou várias análises empíricas que indicam a importância do financiamento público no modelo de crescimento endógeno.
5. "Innovation, Economic Growth, and Public Research Funding" (Jones, 1995)
- Autor: Charles I. Jones
- Resumo: Jones explora a relação entre o financiamento público em P&D e o crescimento econômico. Ele utiliza modelos de crescimento endógeno para mostrar como o investimento em pesquisa pública pode aumentar a produtividade total dos fatores e gerar um ciclo de inovação que impulsiona o crescimento de longo prazo.
- Conclusão: O estudo de Jones conclui que o financiamento público em pesquisa é essencial para expandir as fronteiras do conhecimento e promover o crescimento sustentado, especialmente em tecnologias que beneficiam toda a economia.
- Impacto: O artigo de Jones é um dos primeiros a fornecer uma análise formal sobre como o financiamento público de P&D pode ser considerado uma investimento em inovação que gera crescimento econômico sustentável.
6. "The Economic Impact of Public Investment in R&D: A Meta-Analysis" (Duguet e Greenan, 2002)
- Autores: Marie Duguet e Nathalie Greenan
- Resumo: Este estudo realiza uma meta-análise de várias pesquisas sobre o impacto do financiamento público em P&D no crescimento econômico. Ele analisa como os investimentos públicos podem influenciar as taxas de crescimento, a inovação tecnológica e a produtividade de uma economia.
- Conclusão: Os autores encontram uma correlação positiva entre o financiamento público em P&D e o crescimento econômico, com evidências claras de que o apoio estatal à pesquisa pode gerar retornos significativos, especialmente em setores de alta tecnologia.
- Impacto: Esse estudo fortalece a visão de que o investimento público em P&D pode ter um impacto importante e duradouro na taxa de crescimento de uma economia, corroborando com a Teoria do Crescimento Endógeno de Romer.
Conclusão:
Os estudos mencionados fornecem uma visão robusta de como o financiamento público de P&D pode estimular a inovação tecnológica e contribuir para o crescimento econômico de longo prazo, alinhando-se à Teoria do Crescimento Endógeno proposta por Paul Romer. Eles mostram que o investimento em conhecimento — tanto público quanto privado — é um motor essencial do crescimento econômico sustentável.
Esses estudos empíricos e teóricos ajudam a entender a complexa relação entre o financiamento público e a inovação, reforçando a ideia de que as políticas públicas voltadas para P&D podem ter um impacto direto e significativo sobre o crescimento econômico, especialmente ao estimular inovações que beneficiam toda a economia.
Se você precisar de mais detalhes ou quiser explorar algum estudo específico, sinta-se à vontade para perguntar!
Se há um estudo específico que prova que subsídios estatais em P&D geram maior eficiência que investimentos privados, mostre-o. Você pode mostrar exatamente onde a revisão de literatura do livro-texto afirma que o investimento estatal em P&D é mais eficiente que o privado?
Isso que você perguntou na última frase acima tem pouco ou nada a ver com o tema da discussão. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Mais um vez mostrando que entende bulhufas do conceito de externalidades positivas. Vou falar um pouco mais disso adiante.
Isso é um apelo genérico à autoridade e uma distorção do conceito de crescimento endógeno. A Teoria do Crescimento Endógeno não diz que o estado precisa financiar P&D para que haja crescimento, mas sim que o progresso tecnológico impulsiona o crescimento de longo prazo. A fonte do investimento (público ou privado) é o que está em discussão.
A única distorção da Teoria do Crescimento Endógeno aqui é a sua. O modelo de Romer classifica o conceito de "ideia" originada por P & D como bem não-rival. Numa abordagem neoclássica, não há atribuição razoável de equivalência entre um gasto público com bens rivais e excluíveis e gasto público com bens não-rivais e excluíveis. Num mercado sem externalidades, subsídios do governo criam peso-morto. Num mercado com externalidades positivas, a soma dos excedentes ganhos pelos consumidores, produtores e externos supera o custo do subsídio do governo:
https://economiamainstream.com.br/artig ... economica/
Vago e genérico, não cita um estudo específico. Livros-texto de economia não são estudos revisados por pares, mas compilações de teorias e conceitos gerais. Você evita trazer evidências empíricas concretas.
Para ver os estudos específicos citados não é só ir numa biblioteca e ver a seção de referências bibliográficas do capítulo de Teoria do Crescimento do livro que mencionei? E você está dizendo que livros-texto de Economia usados nas universidades mais renomadas do mundo não são revisados por pares? Autores de livros-texto de Economia (Olivier Blachard, por exemplo), especialmente os que são usados em grandes universidades, têm um forte histórico acadêmico e experiência no campo. Antes de serem publicados, esses livros podem ser revisados por outros economistas ou especialistas na área para garantir que o conteúdo esteja atualizado, preciso e relevante. Após o livro ser publicado, ele pode passar por revisões periódicas (em edições subsequentes), onde o autor e os editores levam em conta o feedback de outros economistas, estudantes e professores. E muitas editoras que publicam livros-texto de economia (Editora Pearson, por exemplo, que publica o livro de Blanchard) têm uma equipe editorial que consulta especialistas na área (muitas vezes acadêmicos e profissionais da área) para revisar o conteúdo e garantir a qualidade técnica e científica.
De qualquer forma, neste post, coloquei alguns estudos econômicos acadêmicos que o ChatGPT me indicou.
Mais uma tentativa de fuga, não refuta a crítica central: não prova que o investimento estatal é mais eficiente que o privado.
Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão.
Andando em círculos com uma tentativa de jogar conceitos macroeconômicos genéricos para parecer que tem um argumento sólido.
"O financiamento estatal impacta o PIB" – Ok, mas qualquer gasto estatal impacta o PIB...
"Se impacta o PIB, então é eficiente" – Isso não prova eficiência, apenas mostra que um gasto ocorreu e teve um impacto (o que é óbvio, já que dinheiro foi injetado na economia)
Observação de uma inutilidade atroz. O curto prazo macroeconômico (aquilo que acontece na economia em alguns poucos anos) e suas flutuações típicas não têm relevância alguma para os estudos de Teoria do Crescimento. Os estudos dessa última focam as variações das variáveis macroeconômicas no longo prazo.
Novamente ad hominem e tentativa de desqualificação pessoal, em vez de rebater o argumento diretamente.
Argumento ad hominem não é uma falácia aqui no contexto desta discussão. Se você sequer tem ideia dos conceitos econômicos fundamentais de que estou tratando, então como diabos vai ter competência para fazer as perguntas ou observações relevantes para o tema da discussão?
Se você não ficou limitado a 'Paul Romer', então onde estão os estudos empíricos que comprovam sua afirmação? Até agora, tudo que você fez foi mencionar um livro-texto e um economista famoso, sem apresentar um estudo...
Já apresentei alguns estudos aqui neste post; para ver outros, é só ir a uma boa biblioteca e ver a seção de referências bibliográficas do livro que mencionei.
Claro que está em questão. Você está tentando desviar o foco porque percebeu que não tem evidências para provar que o gasto estatal é mais eficiente que o privado. Se o investimento estatal não for mais eficiente que o privado, qual a justificativa racional para o estado gastar dinheiro nisso? A questão central continua sendo o custo de oportunidade e a eficiência do gasto público... Se o investimento estatal não é mais eficiente que o privado, então sim, isso corrobora que o estado não tem que financiar pesquisa
Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão.
Quem defende a manutenção de um gasto público deve justificá-lo e não o contrário. Você está tentando criar um espantalho para desviar do ponto central. O argumento não é que cortar P&D acelera o crescimento, mas que o setor privado é mais eficiente e gera mais impacto por real investido. A carga da prova continua com você: prove que o investimento estatal é mais eficiente que o privado.
Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão.
Você comete duas falácias aqui. Primeiro, assume que, se o setor privado não investe, então há subinvestimento,
A única falácia aqui é a distorção sua do meu argumento. Dizer "há incentivo para sub-investimento" ou "há sub-investimento" não é equivalente a dizer "não há investimento".
ignorando que o próprio gasto estatal pode estar distorcendo incentivos e financiando pesquisas irrelevantes. Segundo, ignora que Google, Tesla e Big Pharma já investem pesadamente em pesquisa fundamental sem ajuda do Estado.
Essa última frase é uma falácia análoga a dizer... "Como assim homens geralmente são mais altos do que mulheres? Nicole Kidman é mais alta do que Tom Cruise. Como assim homens geralmente são mais altos do que mulheres? Cameron Diaz é mais alta do que Benji Madden". É óbvio que existem investidores muito ricos (por exemplo, Elon Musk) ou empresas ultragigantes com grande poder de monopólio e folga de caixa (Google, por exemplo) que fazem investimentos muito arriscados, seja por causa de seu perfil investidor arrojado anormal, seja por causa de suas características corporativas excepcionais. Mas as firmas privadas em geral não são como o Google. E exceções não servem para confirmar regra. Em geral, as firmas privadas consideram o incentivo da atratividade do potencial de lucros é frágil para a pesquisa de ciência pura.
E por fim, tenta reduzir meu argumento a um ciclo vazio, quando o ponto central é: se a pesquisa for relevante, o setor privado investirá;
A maioria das firmas não investirá suficientemente porque o incentivo da atratividade do potencial de lucros é frágil para a pesquisa em ciência pura e algumas outras áreas. Porém, por causa da questão das externalidades positivas, esse baixo tamanho de interesse não diz muito coisa sobre o agregado de investimento necessário na área.
se não investe, é porque o retorno esperado não justifica. O problema do gasto estatal é que ele força a alocação de recursos em áreas que o mercado não considera eficientes.
Se não vale a pena para o setor privado (a maioria das firmas privadas) arcar com os custos de entrada, então porque seria inteligente usar o dinheiro público? Porque há externalidades positivas, esse conceito que você não entende.
Por fim, para finalizar, gostaria de mencionar o fato nada trivial de que, mais uma vez, você apresentou zero evidência de que reduzir (ou zerar) gasto público americano em P & D acelera crescimento econômico americano ou gera qualquer outro impacto positivo detectável em alguma variável macroeconômica essencial. E ainda acha que tem barganha para inventar narrativa falsa de fuga dos outros. Não existe essa coisa de "Quem defende a manutenção de um gasto público deve justificá-lo e não o contrário". Quem faz uma afirmação de uma proposição sem que haja corroboração - "O Estado não tem que financiar pesquisa... (Trump) Está mais do que certo" - tem o ônus da prova.