Poço Envenenado de novo? As fontes de Thiago Braga comumente são publicações acadêmicas revisadas por pares ou de livros de historiadores publicados por editoras de universidades renomadas. Se você tem argumentos históricos que o contradiga, então só colocar argumentos opostos que atendem esses mesmos critérios, invés de depender de apelo a Poço Envenenado.Só lembrando que O Impérios EAD tem um viés (assim como aquel tal Professor Hoc, que tu adora citar como fonte), que costuma omitir alguém que atinja o viés dele.
“Totalitarismo Ocidental” ou “Nazismo Ocidental” são conceitos que fazem tanto sentido quanto falar em “ovo cúbico”. Não estou falando de Ocidente como localidade geográfica aqui neste tópico. Estou falando de Ocidente como sistema administrativo. Um sistema legalista, descentralizado e multicéfalo que se originou no Ocidente, mas que não ficou restrito ali (como mostram os exemplos de Japão, Coreia do Sul e Taiwan).Os EUA forçaram democraticamente o Japão. A influência do nazi-fascismo é ocidental. O Ocidente forçou a cobra da tirania a ganhar asas. Muitos das ditaduras se inspiraram nas idéias de absolutismo e totalitarismo ocidental.
Do ponto de vista do escravizado, escravidão por motivo racial ou por motivo não racial é tudo a mesma merda.Mas a escravidão negra foi usada por motivação racial, mesmo que não tenha sido inventada por caucasianos europeus.
E ajudou a moldar o racismo (tanto o sistemático e institucionalizado quanto o não-institucionalizado) e exclusão social, diferente de escravidão motivada por guerras, dívidas, etc.
Escravização preferencial por raça é só um caso particular de escravização preferencial por etnia. Essa última coisa não foi pioneirismo e nem exclusividade de colonialistas europeus. Como foi dito no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil de Leandro Narloch: “Brancos europeus também foram escravizados por africanos. Entre 1500 e 1800, os reinos árabes do norte da África capturaram de 1 milhão a 1,25 milhão de escravos brancos, a maioria deles do litoral do Mediterrâneo segundo um estudo do historiador Americano Robert Davos, autor do livro Christians Slaves, Muslins Masters (“Cristãos Escravos, Senhores Muçulmanos”)”. Mas para além disso, como também colocado no livro de Narloch, essa escravidão que você insiste em dizer que foi especialmente nociva também foi praticada por negros. Isso é assim porque, em alguns vilarejos ou municípios do Brasil, uma parcela significativa da classe senhorial era composta por negros, inclusive já teve casos de negros traficantes de escravos (Zé Alfaiate, por exemplo). E os reinos africanos ficaram ricos com o comércio de escravos negros aos árabes, isso mesmo antes de os portugueses aprenderem com os africanos a comprarem escravos. Para piorar, o livro mostra como muitos nobres africanos lutaram contra o fim da escravidão negra.
Em nenhum momento eu disse “A exploração colonial foi justificável”. Eu só denunciei o caráter de propaganda do vermelhinho anglófono que reclamou da escravidão negra como “atrocidade do Ocidente” (dos brancos europeus, melhor dizendo), enquanto omitiu que os africanos subsaarianos e árabes vieram antes dos brancos europeus na prática dessa atrocidade.O argumento ao estilo "Os povos explorados guerreavam e escravizavam entre si logo-foi-justificável-a-exporação-colonial" só vale pros ocidentais em causa própria, mas quando há imigrantes entrando na Europa e EUA aí começa o discurso de "Não "
"Dois errados não fazem um certo" e nem "Sujo (ocidental) não tem moral pra falar do mal-lavado (não-ocidental)".