Pedro Reis escreveu: ↑Ter, 21 Abril 2020 - 00:22 am
Huxley escreveu: ↑Seg, 20 Abril 2020 - 23:36 pm
Por mais deficiências cognitivas que Bolsonaro tenha, ainda não acredito que ele seja burro suficiente para acreditar que conseguiria apoio político para dar o golpe de Estado somente com os seguidores que ele tem. Tanto que o discurso posterior dele foi de um certo recuo.
Mas ele tá nesse "morde e assopra" praticamente desde o primeiro dia do mandato.
Não só ele como os filhos e o Olavo também.
É como se eles tivessem continuamente testando o terreno.
De fato é difícil saber se há alguma lógica ou estratégia nas ações e no discurso do(s) Bolsonaro(s), ou se é só burrice ou maluquice. Porque às vezes é tão estranho... Mas esse flerte com a possibilidade de autoritarismo vem sendo uma constante.
Acho que esse comportamento erratico e contraditorio serve a vários propósitos:
1) Propaganda - falem mal, mas falem de mim. Chamar a atenção, atrair os holofotes.
É uma forma eficiente de ganhar visibilidade
mesmo na mídia que esta contra ele.
2) Como ja mencionaram, testar o terreno, tanto aqueles que o apoiam, como a oposição e estudar suas reações.
3) Desagrega no início, depois concilia e põe panos quentes no final. Para quem não é muito perspicaz e
tem memória e atenção curtas, a impressão que fica é a do fim.
4) Provoca ataques da oposição para depois sair como vitima ou incompreendido e contra-atacar
desfazendo a impressão que ele mesmo causou, o que ele mesmo fez ou disse.
E ajuda a consolidar hipocritamente a imagem de bom-moço incompreendido frente a seus partidários.
5) Pode conter ameaças veladas, pode ser um recado aos desafetos. Tem aquela coisa de máfia...
6) Causar confusão, desta forma dificultando entender quais são suas reais intenções.
7) Visa agradar uma certa parcela da sociedade, que aprova e bate palmas para as coisas que ele fala
no momento maníaco.
8) Visa desnudar quem não o aprova, fazer com que apareçam, testar se ainda estão contra ele,
po-los em evidencia para poder identifica-los melhor.
9) Importante: testar a fidelidade dequeles cuja aliança parece estar em terreno movediço.
Ver se vão ficar com ele, se vão virar a casaca e se revelar criticando-o ou ainda não se comprometer
ficando quietos. 7, 8 e 9 são aplicações de 2.
Não creio que esse maquiavelismo seja idéia original, nem dele, nem dos filhos dele.
Pode ser do Olavo, do exército, de pastores (especialistas em lavagem cerebral) ou de alguma cartilha da bandidagem.
Seja como for, isso já esta enchendo o raio do saco. Usa e vem usando isso com tanta frequência que já ficou totalmente previsível.
E o único jeito de anular essa prática é ignorar totalmente. Mas isso, infelizmente, não vai acontecer.
O que é uma pena, pois caso acontecesse, ai aposto que o dito desesperaria.
Nem a mídia "parça", nem a mídia inimiga, nem a torcida a favor, nem a contra vão conseguir fazer isso.
Eu vou fazer minha parte e a partir de agora tentar ignorar tudo o que ele disser.
De importante, considerarei somente os atos concretos, 'pra valer', (por falta de palavra melhor)
e com consequências mais diretas, mais que palavreado polêmico lançado ao vento.