Escravidão moderna
- Agnoscetico
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Alguém postou noutro tópico, sobre protestos contra estátuas de pessoas envolvidas com escravidão, que no Líbano existe regime de escravidão. Então achei essa notícia sobte trabalho "quase" escravo na Europa.
Então aqui um tópico sobre escravidão moderna - legal (como parece ser no Líbano) e ilegal (como na Europa e Brasil, que apesar de haver ocorrências, clandestinas, não é permitida por lei).
youtu.be/NZhcUjaEvs4
Então aqui um tópico sobre escravidão moderna - legal (como parece ser no Líbano) e ilegal (como na Europa e Brasil, que apesar de haver ocorrências, clandestinas, não é permitida por lei).
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- Fernando Silva
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A Igreja autorizou os portugueses a escravizar os não-cristãos e tomar suas propriedades:
Entretanto alguns religiosos, como o frei dominicano Antonio de Montesinos, se opuseram a isto no caso dos nativos do Novo Mundo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dum_diversasDum diversas é uma bula papal emitida a 18 de junho de 1452 pelo Papa Nicolau V[1] e dirigida ao rei Afonso V de Portugal acompanhada pelo breve apostólico Divino amore communiti. Por aquela bula os portugueses eram autorizados a conquistar territórios não cristianizados e consignar a escravatura perpétua os sarracenos e pagãos que capturassem como forma de defesa, uma vez que estes vinham perseguindo e ameaçando cristãos da época. [2]
"(...) outorgamos por estes documentos presentes, com a nossa Autoridade Apostólica, permissão plena e livre para invadir, buscar, capturar e subjugar sarracenos e pagãos e outros infiéis e inimigos de Cristo onde quer que se encontrem, assim como os seus reinos, ducados, condados, principados, e outros bens [...] e para reduzir as suas pessoas à escravidão perpétua".
O Papa Calisto III reiterou a bula em 1456 com a bula Etsi cuncti, renovada pelo papa Sisto IV em 1481 e pelo papa Leão X em 1514, com a bula Precelse denotionis.
Num sentido de limitação do alcance da bula Dum diversas, em 1537 o Papa Paulo III condenou o escravagismo "injusto" dos não-cristãos pela bula Sublimus Dei,[10] embora tenha por essa altura considerado aceitáveis a escravatura em Roma, em 1545, as leis sobre escravatura promulgadas em 1547 por Henrique VIII de Inglaterra e, em 1548, a compra de escravos muçulmanos.[11] Em 1686, o Santo Ofício limitou a bula ao decretar que os africanos escravizados por guerras injustas deviam ser postos em liberdade.[3]
Entretanto alguns religiosos, como o frei dominicano Antonio de Montesinos, se opuseram a isto no caso dos nativos do Novo Mundo.
Antes de mais nada, qual seria a definição de escravidão para podermos distinguir de trabalho precarizado?
- Agnoscetico
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Escravidão é um trabalho coagido, não-remunerado, etc. Não é como alguém que ganha baixos salários e tem a opção de se demitir se achar que não ganha bem (mesmo que essa pessoas saiba que tem muita chance de não arranjar algo com salário igual ou superior).
E ainda tem a diferença com servidão, como ocorria na Idade Média (e, segundo alguns, também na Nova Inglaterra, com os irlandeses), que não era mesma coisa que escravidão, pois o servo não era propriedade do senhor feudal.
Sei que deve ter definição mais detalhada do que isso, mas fiz um resumo.
- Agnoscetico
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Já li casos sobre sacerdotes católicos que eram também contra a escravidão de negros africanos, no auge da escravidão, lá pelo século 17, onde não comum se questionar isso.Fernando Silva escreveu: ↑Qui, 24 Dezembro 2020 - 09:52 amA Igreja autorizou os portugueses a escravizar os não-cristãos e tomar suas propriedades:https://pt.wikipedia.org/wiki/Dum_diversasDum diversas é uma bula papal emitida a 18 de junho de 1452 pelo Papa Nicolau V[1] e dirigida ao rei Afonso V de Portugal acompanhada pelo breve apostólico Divino amore communiti. Por aquela bula os portugueses eram autorizados a conquistar territórios não cristianizados e consignar a escravatura perpétua os sarracenos e pagãos que capturassem como forma de defesa, uma vez que estes vinham perseguindo e ameaçando cristãos da época. [2]
"(...) outorgamos por estes documentos presentes, com a nossa Autoridade Apostólica, permissão plena e livre para invadir, buscar, capturar e subjugar sarracenos e pagãos e outros infiéis e inimigos de Cristo onde quer que se encontrem, assim como os seus reinos, ducados, condados, principados, e outros bens [...] e para reduzir as suas pessoas à escravidão perpétua".
O Papa Calisto III reiterou a bula em 1456 com a bula Etsi cuncti, renovada pelo papa Sisto IV em 1481 e pelo papa Leão X em 1514, com a bula Precelse denotionis.
Num sentido de limitação do alcance da bula Dum diversas, em 1537 o Papa Paulo III condenou o escravagismo "injusto" dos não-cristãos pela bula Sublimus Dei,[10] embora tenha por essa altura considerado aceitáveis a escravatura em Roma, em 1545, as leis sobre escravatura promulgadas em 1547 por Henrique VIII de Inglaterra e, em 1548, a compra de escravos muçulmanos.[11] Em 1686, o Santo Ofício limitou a bula ao decretar que os africanos escravizados por guerras injustas deviam ser postos em liberdade.[3]
Entretanto alguns religiosos, como o frei dominicano Antonio de Montesinos, se opuseram a isto no caso dos nativos do Novo Mundo.
- Fernando Silva
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A bula papal mencionada fala em "capturar, tomar as propriedades, reduzir à escravidão perpétua".
Isto me parece mais radical que "trabalho precarizado".
- Agnoscetico
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Sobre o que citei: Esses sacerdotes contra escravidão de negros não era opinião mainstream, eram tipo vozes isoladas na multidão.
Se a remuneração for com comida e abrigo, mas o trabalhador tiver o direito de se demitir, isso é classificado como escravidão?Agnoscetico escreveu: ↑Qui, 24 Dezembro 2020 - 13:58 pmEscravidão é um trabalho coagido, não-remunerado, etc. Não é como alguém que ganha baixos salários e tem a opção de se demitir se achar que não ganha bem (mesmo que essa pessoas saiba que tem muita chance de não arranjar algo com salário igual ou superior).
Os vassalos eram proibidos de abandonar a propriedade do senhor feudal.Agnoscetico escreveu: ↑Qui, 24 Dezembro 2020 - 13:58 pmE ainda tem a diferença com servidão, como ocorria na Idade Média (e, segundo alguns, também na Nova Inglaterra, com os irlandeses), que não era mesma coisa que escravidão, pois o servo não era propriedade do senhor feudal.
Na prática não tem diferença.
- Agnoscetico
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Deve ter confundido vassalo com servoTutu escreveu: ↑Qui, 24 Dezembro 2020 - 21:56 pmSe a remuneração for com comida e abrigo, mas o trabalhador tiver o direito de se demitir, isso é classificado como escravidão?Agnoscetico escreveu: ↑Qui, 24 Dezembro 2020 - 13:58 pmEscravidão é um trabalho coagido, não-remunerado, etc. Não é como alguém que ganha baixos salários e tem a opção de se demitir se achar que não ganha bem (mesmo que essa pessoas saiba que tem muita chance de não arranjar algo com salário igual ou superior).
Os vassalos eram proibidos de abandonar a propriedade do senhor feudal.Agnoscetico escreveu: ↑Qui, 24 Dezembro 2020 - 13:58 pmE ainda tem a diferença com servidão, como ocorria na Idade Média (e, segundo alguns, também na Nova Inglaterra, com os irlandeses), que não era mesma coisa que escravidão, pois o servo não era propriedade do senhor feudal.
Na prática não tem diferença.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vassalage ... mo%20feudo.
Assim, um vassalo[1] é uma pessoa que tem uma obrigação mútua a um senhor ou soberano, no contexto do sistema feudal da Europa medieval.
A obrigação frequentemente incluía suporte militar por cavaleiros em troca de certos privilégios, usualmente incluindo posse de terras como feudo.
https://educador.brasilescola.uol.com.b ... servos.htm
ESCRAVOS X SERVOS
Ao falar sobre a situação do servo medieval, observamos que muitos alunos fazem uma pequena confusão com o significado dessa figura no mundo feudal. Conhecendo as várias obrigações e tributos que estava sujeito, é comum chegar à conclusão que o servo era a mesma coisa de um escravo. Apesar de lógica, essa equiparação de conceitos está bem distante do significado que um escravo e um servo possuíam.
Para resolver este dilema sugerimos ao professor de História o trabalho com duas fontes documentais que podem resolver tal embaraço. Inicialmente, selecionamos a exposição de uma interessante reflexão que o filósofo Aristóteles fez sobre a condição do escravo na Grécia Antiga. Segundo os seus dizeres:
“Os instrumentos são de vários tipos; alguns são vivos, outros inanimados; (...) Assim, qualquer parte da propriedade pode ser considerada um instrumento destinado a tornar o homem capaz de viver; e sua propriedade é a reunião desse tipo de instrumentos, incluindo os escravos; e um escravo, sendo uma criatura viva (...) é uma ferramenta equivalente às outras. Ele é em si uma ferramenta para manejar ferramentas.”
Nesse primeiro trecho é possível notar que o filósofo grego equipara o escravo a um instrumento, uma mercadoria necessária à sobrevivência do indivíduo. Por meio dessa noção, vemos que os escravos eram rebaixados à condição de objeto necessário à vida. Da mesma forma que hoje precisamos de um veículo ou de uma casa para viver, os gregos acreditavam que os escravos eram somente mais uma dessas “coisas” necessárias à existência.
Após apontar esse primeiro valor, o professor se desloca para os tempos medievais através das palavras do bispo Eadmer de Canterbury. Por volta do século XI, esse membro da Igreja fez a seguinte consideração sobre a sociedade de sua época:
“[Deus] fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns os clérigos e monges para que rezassem pelos outros (...). Instituiu os camponeses para que eles (...) com o seu trabalho, assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim, os guerreiros, instituiu-os para que (...) defendessem dos inimigos, (...) os que oram e os que cultivam a terra.”
Nesse segundo trecho, observamos que os servos medievais são considerados aqui como partes integrantes de um complexo organismo social. Mesmo sendo submetidos a uma dura rotina de trabalho, não podem ser simplesmente equiparados aos escravos por não serem vistos ou tratados como uma simples mercadoria. Com isso, fica clara a distinção existente sobre o lugar socialmente ocupado por essas duas figuras que povoaram os mundos antigo e medieval.
De fato, ao expor esses documentos os alunos têm oportunidade de resolver esse pequeno “nó conceitual” muito comum nas salas de aula. Ao mesmo tempo, também devemos salientar que o passado é revisitado pela voz de seus participantes e interpretado através de um rico exercício comparativo. Toda vez que isso acontece, vemos que a História se afasta daquela velha aversão que os estudantes têm do passado.
- Fernando Silva
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No mundo medieval, servos e nobres pertenciam, de certa forma, a espécies diferentes.
Um nobre nascia e morria nobre, mesmo que ficasse arruinado.
Um servo também permanecia um servo até morrer, mesmo que, por milagre, ficasse rico.
No capitalismo, o dinheiro abre portas. Um cara nascido lá embaixo, na ralé, pode enriquecer e virar gente fina.
Na Idade Média, isto era impossível, impensável.
Nota: Havia os "servos da gleba", que praticamente eram propriedade do senhor feudal. Eles estavam presos àquela terra. Nasciam lá, morriam lá, seus filhos, netos e bisnetos também. Produziam alimentos para o nobre que, em troca, os protegia, mas não eram livres para ir embora.
Um nobre nascia e morria nobre, mesmo que ficasse arruinado.
Um servo também permanecia um servo até morrer, mesmo que, por milagre, ficasse rico.
No capitalismo, o dinheiro abre portas. Um cara nascido lá embaixo, na ralé, pode enriquecer e virar gente fina.
Na Idade Média, isto era impossível, impensável.
Nota: Havia os "servos da gleba", que praticamente eram propriedade do senhor feudal. Eles estavam presos àquela terra. Nasciam lá, morriam lá, seus filhos, netos e bisnetos também. Produziam alimentos para o nobre que, em troca, os protegia, mas não eram livres para ir embora.
- Agnoscetico
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Ir embora do feudo no auge do feudalismo numa época onde ir de feudo em feudo havia risco de ataques bárbaros, etc, não parecia boa idéia sair pelo mundo. Era uma situação diferenteFernando Silva escreveu: ↑Sex, 25 Dezembro 2020 - 09:51 amNo mundo medieval, servos e nobres pertenciam, de certa forma, a espécies diferentes.
Um nobre nascia e morria nobre, mesmo que ficasse arruinado.
Um servo também permanecia um servo até morrer, mesmo que, por milagre, ficasse rico.
No capitalismo, o dinheiro abre portas. Um cara nascido lá embaixo, na ralé, pode enriquecer e virar gente fina.
Na Idade Média, isto era impossível, impensável.
Nota: Havia os "servos da gleba", que praticamente eram propriedade do senhor feudal. Eles estavam presos àquela terra. Nasciam lá, morriam lá, seus filhos, netos e bisnetos também. Produziam alimentos para o nobre que, em troca, os protegia, mas não eram livres para ir embora.
Cito o caso, por exemplo, dos servos da época dos Cercamentos (que começou pela Idade Média indo até o período da Revolução Industrial) na Inglaterra, eles não tavam presos a terra, tanto é que foi o contrário, foram sendo expulsos porque criação de ovelhas demandava pouca mão-de-obra, fazendo êxodo pra grandes cidades que tavam se formando. Se fossem escravos, eles seriam remanejados pra outras funções e não largado pra se virar em outros lugares.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cercament ... 20inteiras.
O cercamento teve início ainda no século XII. Grande parte destas terras cercadas, passou a ser utilizada para pasto, geralmente para a criação de ovelhas. Esses cercamentos eram frequentemente realizados unilateralmente pelos proprietários das terras e podiam resultar na destruição de aldeias inteiras.
O fenômeno foi impulsionado pelo aumento da demanda estrangeira por lã inglesa, especialmente nos séculos XV e XVI. Ocorre que a criação de ovelhas exigia menos trabalhadores do que as atividades agrícolas. Desse modo, o fenômeno resultou em um grande deslocamento dos camponeses para as cidades e na redução da produção doméstica de grãos, o que tornou a Inglaterra mais suscetível à fome causada por altas de preços de alimentos importados, especialmente em situações de guerras.
- Fernando Silva
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Veja que eles foram expulsos quando perderam a utilidade, o que é diferente de ir embora por vontade própria.Agnoscetico escreveu: ↑Sáb, 26 Dezembro 2020 - 00:50 amCito o caso, por exemplo, dos servos da época dos Cercamentos (que começou pela Idade Média indo até o período da Revolução Industrial) na Inglaterra, eles não tavam presos a terra, tanto é que foi o contrário, foram sendo expulsos porque criação de ovelhas demandava pouca mão-de-obra, fazendo êxodo pra grandes cidades que tavam se formando. Se fossem escravos, eles seriam remanejados pra outras funções e não largado pra se virar em outros lugares.
O dono não queria mais, jogou fora.
- Agnoscetico
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Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 26 Dezembro 2020 - 08:45 amVeja que eles foram expulsos quando perderam a utilidade, o que é diferente de ir embora por vontade própria.Agnoscetico escreveu: ↑Sáb, 26 Dezembro 2020 - 00:50 amCito o caso, por exemplo, dos servos da época dos Cercamentos (que começou pela Idade Média indo até o período da Revolução Industrial) na Inglaterra, eles não tavam presos a terra, tanto é que foi o contrário, foram sendo expulsos porque criação de ovelhas demandava pouca mão-de-obra, fazendo êxodo pra grandes cidades que tavam se formando. Se fossem escravos, eles seriam remanejados pra outras funções e não largado pra se virar em outros lugares.
O dono não queria mais, jogou fora.
https://www.stoodi.com.br/blog/historia ... ngu%C3%A9m.
A principal diferença entre o servo e o escravo é justamente a questão da propriedade. Enquanto os escravos eram de seus senhores — e podiam, portanto, ser trocados ou vendidos em transações comerciais —, os servos não pertenciam a ninguém. A relação estabelecida, nesse caso, era a de dependência, não de propriedade.
O servo mesmo assim não tinha a liberdade de sair do feudo na maioria das vezes (em alguns lugares tinham e em outros não).Agnoscetico escreveu: ↑Sáb, 26 Dezembro 2020 - 13:30 pmhttps://www.stoodi.com.br/blog/historia ... ngu%C3%A9m.
A principal diferença entre o servo e o escravo é justamente a questão da propriedade. Enquanto os escravos eram de seus senhores — e podiam, portanto, ser trocados ou vendidos em transações comerciais —, os servos não pertenciam a ninguém. A relação estabelecida, nesse caso, era a de dependência, não de propriedade.
A diferença na prática que vejo é que escravo podia ser comercializado como mercadoria.
Agora, trabalhador precarizado é aquele que é explorado e tem péssimas condições de trabalho. É remunerado com o mínimo para sobreviver podendo ser com teto e comida em vez de dinheiro. É livre para abandonar o trabalho, mas tem grande dificuldade de encontrar um trabalho melhor para sobreviver.
- Agnoscetico
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E falando nisso, lembrei do caso de irlandeses, que muita gente dizia ser escravidão
Mito da escravidão de irlandeses
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_e ... irlandeses
Irlandeses na América trabalhavam em regime de servidão contratada, e não de escravidão
https://politica.estadao.com.br/blogs/e ... escravidao
- Hipatia
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- Localização: 3ª PEDRA ORBITANDO A ESTRELA AMARELA
Eu não sei, essa coisa de "análoga à escravidão" me parece demais a falácia do escocês...ela não usava algemas físicas, ou era maltratada fisicamente, mas...
"Madalena Gordiano ganha primeira boneca e passa Natal em família após 38 anos em condição análoga à escravidão em MG"
"A família do professor Dalton César Milagres Rigueira, que é acusada pelo Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais de manter uma mulher, durante 38 anos, em regime de trabalho análogo ao da época da escravidão, recebeu 12 autos de infração. A informação foi confirmada pelo auditor fiscal do trabalho, Humberto Monteiro Camasmie, que é Coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo da SRTb/MG."
"Madalena Gordiano ganha primeira boneca e passa Natal em família após 38 anos em condição análoga à escravidão em MG"
"A família do professor Dalton César Milagres Rigueira, que é acusada pelo Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais de manter uma mulher, durante 38 anos, em regime de trabalho análogo ao da época da escravidão, recebeu 12 autos de infração. A informação foi confirmada pelo auditor fiscal do trabalho, Humberto Monteiro Camasmie, que é Coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo da SRTb/MG."
AVE ENTROPIA MORITURI TE SALUTANT
Muitas pessoas não conhecem os próprios direitos ou não sabem da possibilidade de encontrar emprego melhores.
Podemos considerar um "trabalho análogo a escravidão" melhor do que fome e mendigagem. Mas o trabalhador tem que ter direitos básicos, poder abandonar o emprego e saber da existência trabalhos ou bicos melhores. Ignorância e desinformação são de certa forma algemas.
A falta de alternativa real também é uma forma de algema, mas é a única solução de curto prazo para não passar fome.
Podemos considerar um "trabalho análogo a escravidão" melhor do que fome e mendigagem. Mas o trabalhador tem que ter direitos básicos, poder abandonar o emprego e saber da existência trabalhos ou bicos melhores. Ignorância e desinformação são de certa forma algemas.
A falta de alternativa real também é uma forma de algema, mas é a única solução de curto prazo para não passar fome.
- Hipatia
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- Localização: 3ª PEDRA ORBITANDO A ESTRELA AMARELA
A "escrava" em questão possui renda de 8K mensais, renda essa subtraída pelo "empregador"; esse caso é emblemático pelo abuso da condição da pessoa, a qual foi "resgatada" dessa condição somente porque colocava às vezes bilhetes por baixo das portas de vizinhos pedindo itens básicos como papel higiênico e sabonete...
AVE ENTROPIA MORITURI TE SALUTANT
- Fernando Silva
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https://oglobo.globo.com/cultura/livros ... o-25065833'Escravidão - Volume 2' mostra efeito da exploração do ouro e diamantes no tráfico negreiro
Novo livro da trilogia de Laurentino Gomes destrincha o violento século XVIII
O Globo 18/06/2021
[...]
— Ao fazer a pesquisa para este livro, eu me surpreendi muito ao constatar o quanto a escravidão se tornara corriqueira e banal no Brasil do século XVIII. Era um fato da vida aceito, praticamente sem questionamentos, por brancos, negros, livres ou cativos — conta o jornalista e escritor, lembrando que todas as atividades da colônia dependiam do sangue e suor dos escravizados. — Mesmo irmandades religiosas de negros e mestiços eram donas de escravos. Pessoas cativas almejavam a alforria, o que nem sempre era sinônimo de abolicionismo.
[...]
— Um personagem que me surpreendeu bastante foi o africano João de Oliveira — conta o autor. — Era um escravo traficante de gente escravizada. Dessa forma, acumulou poupança suficiente para comprar a sua própria alforria. Em outras palavras, João de Oliveira passou a traficar escravos com o propósito de deixar de ser escravo. O que também mostra o quanto a escravidão era um processo complexo, repleto de nuances surpreendentes.