Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Pera aí :lol: O modelo dele apenas sugere que investimentos em P&D podem ter externalidades positivas, não que o governo seja necessário ou mais eficiente na alocação de recursos,
Mais uma vez fazendo uma descrição falsa do modelo de Paul Romer. O modelo de Romer não faz distinção entre gasto público em P & D e gasto privado em P & D como acelerador do crescimento econômico. Pelo contrário, num livro-texto de Macroeconomia que conheci (Olivier Blanchard), vem a citação de custeio direto de pesquisas em universidades públicas, por exemplo. Se fosse verdade que o gasto privado em P & D geraria a tal aceleração do crescimento econômico, mas não o gasto público em P & D, então isso seria econometricamente detectável e a revisão de literatura que consta em livro-texto de Macroeconomia não mencionaria o gasto público em P & D como exemplo. E o próprio Paul Romer faz declarações públicas na internet de que é a favor de investimentos públicos em Pesquisa e Desenvolvimento: https://paulromer.net/statement-for-hou ... -comittee/
cadê o print que ele fala que subsídios estatais são a forma mais eficiente de gerar inovação? manda aí campeão
Gastos públicos efetivos em P & D são mais eficientes do que gastos privados hipotéticos em P & D que não ocorrem. A questão é não é "gasto público versus gasto privado", mas sim "gasto que acontece vs gasto que não acontece".
Então você está dizendo que os capitalistas malvadões não sabem lucrar?


Dizer que "existem externalidades positivas não precificadas pelo setor privado" não significa "incompetência em lucrar", mas falar que existem transbordamento de benefícios a terceiros não envolvidos nas transações e que não estão suficientemente precificados pelo setor privado. Se não há essa precificação, então não adianta saber lucrar.
Então você está me dizendo que o Estado gerou mais inovações do que o setor privado? É isso mesmo?
Falsificação de citação minha. Nunca disse isso neste tópico. Você precisa aprender a ler melhor.
Se eu entrar agora em uma loja de eletrônicos, um supermercado ou qualquer empresa privada, vou ver prateleiras cheias de produtos criados originalmente pelo governo? Gente do céu.


Falsificação de citação minha. Nunca disse isso neste tópico. Você precisa aprender a ler melhor.
Então, se não existe um mundo 100% sem interferência estatal, eu não posso argumentar que o Estado é ineficiente?


A discussão começou por conta de uma notícia de corte de gasto de Trump nos EUA. Você disse "O Estado não tem que financiar pesquisa", mas não tem evidência alguma de que zerar gasto público americano em P & D acelera crescimento econômico. Mas não é só isso. Também não tem evidência alguma de que reduzir gasto público em P & D acelera crescimento econômico. Se tivesse isso, então provavelmente já teria mostrado.
Nossa, você é o gênio da lógica quebrada :lol: :lol: Não só se esquivou da pergunta original "temos como quantificar e qualificar o impacto do investimento estatal?" como inventou um ônus da prova. Mas, vamos lá:

1. Não há um consenso sobre a efetividade do P&D estatal
https://mpra.ub.uni-muenchen.de/23549/1 ... _23549.pdf

2. Relação entre P&D estatal e inovação não é garantida
Alguns estudos não conseguiram encontrar correlação entre P&D estatal e crescimento econômico (Bilbao-Osorio & Rodriguez-Pose, 2004; Bassanini & Scarpetta, 2000

3. Setores médios e de menor tecnologia, o impacto do investimento público é insignificante
https://mpra.ub.uni-muenchen.de/23549/1 ... _23549.pdf

4. Efeito de crowding-out (deslocamento do setor privado) causado pelo P&D estatal, onde o aumento de subsídios pode encarecer o setor ao aumentar salários e custos de R&D, reduzindo o investimento privado (Goolsbee, 1998)
https://mpra.ub.uni-muenchen.de/23549/1 ... _23549.pdf



Isso é o melhor que você tem? :lol: :lol: :lol: :lol: O sujeito precisa provar que "O Estado não tem que financiar pesquisa" e prova disso é um paper onde os autores deixam claro na conclusão que defendem que existam os investimentos públicos em P&D e que eles são importantes. A questão de que alguns casos setoriais em que o retorno com apoio público a P & D é pífio não prova que o retorno macroeconômico não é positivo. A pesquisa pública é muito descentralizada nos países mais ricos, principalmente nos EUA, e alguns casos dispersos não são indicadores confiáveis de retorno geral com apoio público em P & D. Sobrecompensações acontecem juntamente aos lados negativos e a literatura econômica geralmente confirma que esse retorno macroeconômico do apoio público a P & D é positivo.

Você acha que encontrou uma falácia onde não existe. Vou te explicar como adultos pensam sobre isso.

Se a maior parte da inovação já vem do setor privado, isso significa que o setor privado é mais eficiente em transformar P&D em produtos e serviços que realmente impactam a sociedade. Portanto, o governo gastar dinheiro em P&D não é apenas redundante, mas uma alocação ineficiente de recursos, já que retira capital produtivo da sociedade e joga em projetos decididos por burocratas, que, por definição, não possuem incentivo de mercado para serem eficientes.

Você pode chamar isso de 'falácia', mas na vida real, quando o setor privado já faz algo melhor, você não joga mais dinheiro no modelo menos eficiente, a não ser que seu objetivo seja perder recursos. É por isso que governos não criam Apple, Amazon ou Google, e sim burocracias e desperdício.

Se você acha que esse raciocínio é 'infantojuvenil', sugiro que vá até a fila de um órgão público e tente convencer alguém ali que o governo gasta melhor o dinheiro do que o mercado. Boa sorte
Esse trecho acima é a prova cabal de sua extrema ignorância do conceito de "externalidades positivas". Só repetindo o que eu disse antes. Gastos públicos efetivos em P & D são mais eficientes do que gastos privados hipotéticos em P & D que não ocorrem. A questão não é "gasto público versus gasto privado", mas sim "gasto que acontece vs gasto que não acontece". Dizer que "existem externalidades positivas não precificadas pelo setor privado" não significa "incompetência em lucrar", mas falar que existem transbordamento de benefícios a terceiros não envolvidos nas transações e que não estão suficientemente precificados pelo setor privado. Se não há essa precificação, então não adianta saber lucrar.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Todo país rico teve algum papel do Estado no desenvolvimento.

Todos os países ricos tem P&D e governo investindo no capital de risco.
Japão e Coreia tem bancos de desenvolvimento.
A TSMC recebeu muito investimento estatal.
A Alemanha financiou empresas de tecnologia e inovação na época de reconstrução.
O governo americano investiu no vale do Silício e doa milhões para o MIT.
A Rússia inventou os satélites.

O problema é país pobre investir, sem ter base e plano, e não ter retorno nenhum. No Brasil é desviado para corrupção e politicagem. Pior ainda é gasto com P&D ideológico. Tem edital de universidade brasileira como pronome neutre.
Leo Kruger escreveu:
Dom, 16 Fevereiro 2025 - 12:29 pm
Se a maior parte da inovação já vem do setor privado, isso significa que o setor privado é mais eficiente em transformar P&D em produtos e serviços que realmente impactam a sociedade. Portanto, o governo gastar dinheiro em P&D não é apenas redundante, mas uma alocação ineficiente de recursos, já que retira capital produtivo da sociedade e joga em projetos decididos por burocratas, que, por definição, não possuem incentivo de mercado para serem eficientes.
O setor privado depende de leis de patentes para fazer P&D. Mas a presença de leis de patentes acaba sendo uma intervenção do Estado no livre mercado.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Leo Kruger
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Mensagem por Leo Kruger »

Huxley escreveu:
Dom, 16 Fevereiro 2025 - 19:05 pm
bla bla bla bla bla bla
Deveria ter poupado minhas energias quando você desviou o foco da primeira vez. Vamos recapitular sua estratégia

1. Fugiu todas as vezes quando questionado sobre eficiência estatal
Te perguntei diretamente como medir a eficiência do gasto estatal em P&D, e sua única resposta foi desviar. Nenhum dado, nenhum estudo, nenhuma métrica.

2. Baseia todo seu argumento no fato de que algumas pesquisas estatais tiveram impacto positivo.
O impacto de um investimento não prova sua eficiência. Se fosse assim, qualquer gasto estatal seria justificado desde que tivesse algum retorno. O problema não é o resultado, é o custo de oportunidade: quanto mais eficiente teria sido esse investimento se alocado pelo setor privado?

3. Utilizou espantalho, falácia de autoridade e tentou inverter o ônus da prova.
Eu questionei a eficiência do investimento estatal e você tentou responder com um "mas olha quantas pesquisas geraram impacto". Isso não responde a questão principal, apenas tenta mudar o foco da discussão. Jogou um "Prêmio Nobel disse isso" como se fosse argumento. Autoridade não substitui evidências. Pedi evidências concretas de que o investimento estatal supera o privado e, em vez de responder, tentou inverter o ônus da prova para mim.

O único contra-argumento válido para o seu lado é que algumas pesquisas de base, sem retorno imediato, talvez não fossem financiadas pelo mercado. Mas mesmo isso pode ser resolvido via fundos privados, parcerias universidade-empresa e modelos alternativos.

Se essa foi sua melhor defesa (argumentação fraca escrita de maneira bonitinha), então já temos a resposta: o Estado não precisa financiar P&D :D

Tutu escreveu:
Dom, 16 Fevereiro 2025 - 21:24 pm
O setor privado depende de leis de patentes para fazer P&D. Mas a presença de leis de patentes acaba sendo uma intervenção do Estado no livre mercado.
Sim, propriedade intelectual não deve existir, estou falando sobre a realidade. A diferença é que nos EUA você leva de até 1,5 ano pra criar patente e pode acelerar se for patente estratégica. Aqui é 10 anos alem de ser mais fraca globalmente. Universidade aqui são fraquíssimas, salários hiperinflados, base de partido político e propaganda progressista nojenta. Nenhuma é eficiente em gerar lucro.

O meu ponto com o Huxley é o seguinte, eu toleraria investimento estatal em P&D no Brasil se as universidades daqui fossem como as de lá.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
O impacto de um investimento não prova sua eficiência. Se fosse assim, qualquer gasto estatal seria justificado desde que tivesse algum retorno. O problema não é o resultado, é o custo de oportunidade: quanto mais eficiente teria sido esse investimento se alocado pelo setor privado?
Apesar da ineficiência, tem coisas que o setor privado nunca investiria. Só restaria o Estado. Ineficiente é melhor do que nada, e nenhuma alternativa.

O Brasil precisa de P&D público em casos específicos: para descobrir métodos pedagógicos, mapeamento contra enchentes para fazer obras, planejamento do obras de infraestrutura, mapeamento de problemas ambientais, etc. Tudo isso não dá lucro no mercado.
Universidade aqui são fraquíssimas, salários hiperinflados, base de partido político e propaganda progressista nojenta. Nenhuma é eficiente em gerar lucro.

O meu ponto com o Huxley é o seguinte, eu toleraria investimento estatal em P&D no Brasil se as universidades daqui fossem como as de lá.
Concordo em cortar os gastos de P&D no Brasil porque não estão dando resultado. Existem muitas prioridades e um orçamento apertado.
Para ter P&D público que compense, o sistema tem que ser reconstruído do zero e orientado a propósito.
O único contra-argumento válido para o seu lado é que algumas pesquisas de base, sem retorno imediato, talvez não fossem financiadas pelo mercado. Mas mesmo isso pode ser resolvido via fundos privados, parcerias universidade-empresa e modelos alternativos.
Esses fundos privados existem só em países com alto nível de tecnologia, como EUA e Alemanha. Não é em todos os países ricos, só em poucos.

Talvez o setor privado dos demais países já sabem que não terão resultados e, por isso, não investem em fundos do próprio país e preferem investir nos EUA.
Se o setor privado não tem resultados num país pobre, então é esperado que o público também não tenha.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Leo Kruger
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Mensagem por Leo Kruger »

Tutu escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 12:16 pm

O Brasil precisa de P&D público em casos específicos: para descobrir métodos pedagógicos, mapeamento contra enchentes para fazer obras Tudo isso não dá lucro no mercado.
3,5 milhões jogados fora: O programa que projetou cheias no Sul e acabou engavetado no governo Dilma: 'Perdemos tempo'
https://g1.globo.com/meio-ambiente/noti ... empo.ghtml

Enquanto isso 25% da população brasileira não tem nem saneamento básico.
Concordo em cortar os gastos de P&D no Brasil porque não estão dando resultado. Existem muitas prioridades e um orçamento apertado.
Para ter P&D público que compense, o sistema tem que ser reconstruído do zero e orientado a propósito.
Obrigado por ter entendido o ponto Tutu.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am


Deveria ter poupado minhas energias quando você desviou o foco da primeira vez. Vamos recapitular sua estratégia

1. Fugiu todas as vezes quando questionado sobre eficiência estatal
Te perguntei diretamente como medir a eficiência do gasto estatal em P&D, e sua única resposta foi desviar. Nenhum dado, nenhum estudo, nenhuma métrica.
Foi respondido, depois simplesmente negou que foi respondido e depois simplesmente inventou que o interlocutor fugiu. É assim que se constrói uma mentira de narrativa de fuga. Nenhum estudo sobre gasto estatal em P & D foi indicado? Eu já disse que a revisão de literatura que consta no livro-texto Macroeconomia na seção de Teoria de Crescimento CLARAMENTE afirma que a taxa de crescimento de longo prazo de uma economia depende de medidas políticas, como por exemplo, subsídios para pesquisa e desenvolvimento. Toda revisão de literatura de livro-texto universitário aponta a seção "Referências Bibliográficas". Como é que não existirão estudos mencionados para afirmações cruciais na seção "Referências Bibliográficas"? A Teoria do Crescimento Endógeno de Paul Romer foi base para vários estudos. Quem aqui tem nenhum estudo macroeconômico corroborativo para o que afirma é você, sendo assim a tua retórica acima é somente o velho "Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é".
Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
2. Baseia todo seu argumento no fato de que algumas pesquisas estatais tiveram impacto positivo.
O impacto de um investimento não prova sua eficiência. Se fosse assim, qualquer gasto estatal seria justificado desde que tivesse algum retorno. O problema não é o resultado, é o custo de oportunidade: quanto mais eficiente teria sido esse investimento se alocado pelo setor privado?

Eu questionei a eficiência do investimento estatal e você tentou responder com um "mas olha quantas pesquisas geraram impacto". Isso não responde a questão principal, apenas tenta mudar o foco da discussão.
Mais uma distorção do meu conjunto argumentativo. Não fiquei limitado a "algumas pesquisas estatais tiveram impacto positivo". Eu citei também o impacto do financiamento estatal em P & D (uma variável macroeconômica) na taxa de crescimento do PIB (uma variável macroeconômica) mostrados nos estudos de Macroeconomia. Que você tem parcos conhecimentos sobre o tema em discussão neste tópico (sobretudo o conceito de externalidades positivas), eu já sabia, mas não saber o que é Macroeconomia não deixa de ser uma surpresa.

Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
3. Utilizou espantalho


?!?!

Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
, falácia de autoridade e


Veremos adiante se fiz isso.

Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
tentou inverter o ônus da prova.
Jogou um "Prêmio Nobel disse isso" como se fosse argumento. Autoridade não substitui evidências.
Onde é que citação de citação de estudos (revisão de literatura) em livro-texto de Macroeconomia usado nas universidades mais renomadas do mundo não é evidência? Eu não fiquei limitado a “Paul Romer disse”. Quem aqui não tem evidência alguma é você.
Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
Pedi evidências concretas de que o investimento estatal supera o privado
Isso não está em questão aqui. A falsidade da afirmação "o investimento estatal supera o privado" não corrobora a afirmação "O Estado não tem que financiar pesquisa".
Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
, em vez de responder, tentou inverter o ônus da prova para mim.
Só no mundo da tua fantasia da tua epistemologia pavorosa reversão de ônus da prova é desvio de foco da discussão. Quem faz uma afirmação de uma proposição sem que haja corroboração ("O Estado não tem que financiar pesquisa") tem o ônus da prova. A maioria das pessoas que dizem baboseiras consideram suas baboseiras como verdades autoevidentes. Sendo assim, quem faz afirmação não suportada tem de ser cobrado. Voltemos ao assunto do corte de Trump. Você tem nada de evidência para afirmar que reduzir gasto público americano em P & D acelera o crescimento econômico americano. Se você tivesse, então provavelmente já teria mostrado.
Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 10:51 am
O único contra-argumento válido para o seu lado é que algumas pesquisas de base, sem retorno imediato, talvez não fossem financiadas pelo mercado. Mas mesmo isso pode ser resolvido via fundos privados, parcerias universidade-empresa e modelos alternativos.
Se abundam externalidades positivas, então não há suficiente sinal de precificação que previna o sub-investimento privado e pior ainda numa área econômica em que o incentivo da atratividade do potencial de lucros é frágil (pesquisa de ciência pura). Mas acima disse: “Haverá investimento privado suficiente na área porque haverá investimento privado (fundos privados, etc.).” Seção de humor involuntário do tópico. Usou um argumento circular e nem percebeu.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Leo Kruger
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Mensagem por Leo Kruger »

Huxley escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 19:23 pm
Foi respondido, depois simplesmente negou que foi respondido e depois simplesmente inventou que o interlocutor fugiu. É assim que se constrói uma mentira de narrativa de fuga. Nenhum estudo sobre gasto estatal em P & D foi indicado? Eu já disse que a revisão de literatura que consta no livro-texto Macroeconomia na seção de Teoria de Crescimento CLARAMENTE afirma que a taxa de crescimento de longo prazo de uma economia depende de medidas políticas, como por exemplo, subsídios para pesquisa e desenvolvimento. A Teoria do Crescimento Endógeno de Paul Romer foi base para vários estudos. Quem aqui tem nenhum estudo macroeconômico corroborativo para o que afirma é você.
Citação genérica não é evidência, traga-o para lermos, este é um fórum de debates e outras pessoas também estão acompanhando. Se há um estudo específico que prova que subsídios estatais em P&D geram maior eficiência que investimentos privados, mostre-o. Você pode mostrar exatamente onde a revisão de literatura do livro-texto afirma que o investimento estatal em P&D é mais eficiente que o privado? Isso é um apelo genérico à autoridade e uma distorção do conceito de crescimento endógeno. A Teoria do Crescimento Endógeno não diz que o estado precisa financiar P&D para que haja crescimento, mas sim que o progresso tecnológico impulsiona o crescimento de longo prazo. A fonte do investimento (público ou privado) é o que está em discussão.
sendo assim a tua retórica acima é somente o velho "Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é"
Leia novamente, você iniciou a discussão ofendendo e rotulando.
Toda revisão de literatura de livro-texto universitário aponta a seção "Referências Bibliográficas". Como é que não existirão estudos mencionados para afirmações cruciais na seção "Referências Bibliográficas"?
Vago e genérico, não cita um estudo específico. Livros-texto de economia não são estudos revisados por pares, mas compilações de teorias e conceitos gerais. Você evita trazer evidências empíricas concretas.
Mais uma distorção do meu conjunto argumentativo. Não fiquei limitado a "algumas pesquisas estatais tiveram impacto positivo".
Mais uma tentativa de fuga, não refuta a crítica central: não prova que o investimento estatal é mais eficiente que o privado.
Eu citei também o impacto do financiamento estatal em P & D (uma variável macroeconômica) na taxa de crescimento do PIB (uma variável macroeconômica) mostrados nos estudos de Macroeconomia.
Andando em círculos com uma tentativa de jogar conceitos macroeconômicos genéricos para parecer que tem um argumento sólido.

"O financiamento estatal impacta o PIB" – Ok, mas qualquer gasto estatal impacta o PIB...

"Se impacta o PIB, então é eficiente" – Isso não prova eficiência, apenas mostra que um gasto ocorreu e teve um impacto (o que é óbvio, já que dinheiro foi injetado na economia)
Que você tem parcos conhecimentos sobre o tema em discussão neste tópico (sobretudo o conceito de externalidades positivas), eu já sabia, mas não saber o que é Macroeconomia não deixa de ser uma surpresa.
Novamente ad hominem e tentativa de desqualificação pessoal, em vez de rebater o argumento diretamente.
Onde é que citação de citação de estudos (revisão de literatura) em livro-texto de Macroeconomia usado nas universidades mais renomadas do mundo não é evidência? Eu não fiquei limitado a “Paul Romer disse”. Quem aqui não tem evidência alguma é você.
Se você não ficou limitado a 'Paul Romer', então onde estão os estudos empíricos que comprovam sua afirmação? Até agora, tudo que você fez foi mencionar um livro-texto e um economista famoso, sem apresentar um estudo...
Isso não está em questão aqui. A falsidade da afirmação "o investimento estatal supera o privado" não corrobora a afirmação "O Estado não tem que financiar pesquisa".
Claro que está em questão. Você está tentando desviar o foco porque percebeu que não tem evidências para provar que o gasto estatal é mais eficiente que o privado. Se o investimento estatal não for mais eficiente que o privado, qual a justificativa racional para o estado gastar dinheiro nisso? A questão central continua sendo o custo de oportunidade e a eficiência do gasto público... Se o investimento estatal não é mais eficiente que o privado, então sim, isso corrobora que o estado não tem que financiar pesquisa
Só no mundo da tua fantasia da tua epistemologia pavorosa reversão de ônus da prova é desvio de foco da discussão. Quem faz uma afirmação de uma proposição sem que haja corroboração ("O Estado não tem que financiar pesquisa") tem o ônus da prova. A maioria das pessoas que dizem baboseiras consideram suas baboseiras como verdades autoevidentes. Sendo assim, quem faz afirmação não suportada tem de ser cobrado. Voltemos ao assunto do corte de Trump. Você tem nada de evidência para afirmar que reduzir gasto público americano em P & D acelera o crescimento econômico americano. Se você tivesse, então provavelmente já teria mostrado.
Quem defende a manutenção de um gasto público deve justificá-lo e não o contrário. Você está tentando criar um espantalho para desviar do ponto central. O argumento não é que cortar P&D acelera o crescimento, mas que o setor privado é mais eficiente e gera mais impacto por real investido. A carga da prova continua com você: prove que o investimento estatal é mais eficiente que o privado.
Se abundam externalidades positivas, então não há suficiente sinal de precificação que previna o sub-investimento privado e menos ainda numa área econômica em que o incentivo da atratividade do potencial de lucros é frágil (pesquisa de ciência pura). Acima disse: “Haverá investimento privado suficiente na área porque haverá investimento privado (fundos privados, etc.).” Seção de humor involuntário do tópico. Usou um argumento circular e nem percebeu.
Você comete duas falácias aqui. Primeiro, assume que, se o setor privado não investe, então há subinvestimento, ignorando que o próprio gasto estatal pode estar distorcendo incentivos e financiando pesquisas irrelevantes. Segundo, ignora que Google, Tesla e Big Pharma já investem pesadamente em pesquisa fundamental sem ajuda do Estado. E por fim, tenta reduzir meu argumento a um ciclo vazio, quando o ponto central é: se a pesquisa for relevante, o setor privado investirá; se não investe, é porque o retorno esperado não justifica. O problema do gasto estatal é que ele força a alocação de recursos em áreas que o mercado não considera eficientes. Sua tentativa de ridicularizar o argumento só expõe a fragilidade da sua posição...

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Leo Kruger escreveu:
Ter, 18 Fevereiro 2025 - 21:49 pm

Citação genérica não é evidência, traga-o para lermos, este é um fórum de debates e outras pessoas também estão acompanhando.
Não estou com o livro-texto Macroeconomia de Olivier Blanchard em mãos no momento, mas mesmo que estivesse, isso seria inútil na sua maior parte (ou em grande parte). Muitos artigos acadêmicos que aparecem em livros-textos de Economia estão frequentemente indisponíveis ao público em geral devido a restrições de acesso. Esses artigos são geralmente publicados em periódicos acadêmicos que exigem assinaturas ou pagamentos para acessar o conteúdo completo. Mas alguns estudos acadêmicos que envolvem financiamento público em P & D e a Teoria do Crescimento Endógeno de Paul Romer talvez estejam disponíveis em repositórios de acesso aberto, como o Google Acadêmico. Ainda assim, uma consulta ao ChatGPT já é suficiente para apontar alguns estudos econômicos acadêmicos dentro do paradigma da Teoria do Crescimento de Paul Romer...
Huxley:
Você poderia me mostrar estudos acadêmicos que tentaram verificar a associação de financiamento público de pesquisa e desenvolvimento e crescimento econômico dentro do paradigma da Teoria do Crescimento Endógeno de Paul Romer?

ChatGPT:

Claro! A Teoria do Crescimento Endógeno, proposta por Paul Romer, sugere que o crescimento econômico não é impulsionado apenas por fatores externos (como tecnologia), mas também pelo investimento em conhecimento e inovação dentro da própria economia. Nesse paradigma, o financiamento público de pesquisa e desenvolvimento (P&D) desempenha um papel crucial, pois a inovação gerada por P&D pode se traduzir em novas ideias e tecnologias, resultando em crescimento econômico sustentável.

A seguir, apresento alguns estudos acadêmicos que tentaram verificar a associação entre o financiamento público de P&D e o crescimento econômico, especialmente dentro do contexto da Teoria do Crescimento Endógeno:

1. "Public and Private R&D in the Growth Process" (Romer, 1990)
- Autor: Paul Romer
- Resumo: Este é o artigo seminal de Paul Romer onde ele introduziu sua teoria do crescimento endógeno. Nele, Romer argumenta que o conhecimento gerado por P&D (tanto pública quanto privada) é um motor fundamental do crescimento econômico. Ele defende que o financiamento público de pesquisa pode gerar externalidades positivas (inovações que beneficiam outras partes da economia), o que acelera o crescimento de longo prazo.

- Impacto: Este estudo estabeleceu a base para muitos estudos subsequentes que examinam como o financiamento público em P&D pode estimular o crescimento econômico por meio da inovação tecnológica.

2. "The Impact of Public and Private R&D on Innovation and Economic Growth" (Romer e Welsch, 1994)
- Autores: Paul Romer e Richard Welsch
- Resumo: O estudo explora como o financiamento público e privado de P&D contribui para o crescimento econômico de longo prazo. Ele mostra que, embora a inovação privada seja fundamental, a pesquisa pública também desempenha um papel significativo na geração de novas ideias e tecnologias. Romer e Welsch destacam a importância de políticas públicas que incentivem o investimento em P&D para promover a inovação.
- Impacto: Este artigo fornece uma análise empírica e teórica sobre o impacto do financiamento público em P&D no crescimento econômico, alinhando-se ao paradigma de crescimento endógeno.

3. "Does Public R&D Stimulate Private R&D?" (Aghion, David, e Foray, 2003)
- Autores: Philippe Aghion, David C. David, e Dominique Foray

- Resumo: Este estudo investiga se o financiamento público de P&D realmente estimula o investimento privado em inovação. Os autores analisam como os gastos públicos em pesquisa podem criar um ambiente favorável para inovação, gerando externalidades positivas que incentivam o setor privado a investir mais em P&D.
- Conclusão: Eles concluem que, em algumas circunstâncias, os investimentos públicos em P&D podem não apenas gerar inovações diretamente, mas também aumentar o investimento privado, criando um ciclo virtuoso de crescimento impulsionado por conhecimento e inovação.
- Impacto: Este estudo mostra como o financiamento público pode estimular o setor privado, alinhando-se à teoria de que o conhecimento gerado pelo governo tem um papel significativo no crescimento endógeno.

4. "Public and Private Investment in R&D and Economic Growth: A Review of the Literature" (Mairesse e Mohnen, 2005)
- Autores: Jacques Mairesse e Philippe Mohnen

- Resumo: Este artigo realiza uma revisão abrangente da literatura existente sobre o impacto dos investimentos públicos e privados em P&D no crescimento econômico. Ele explora as teorias de crescimento endógeno e examina como o financiamento público de P&D pode gerar externalidades positivas e efeitos spillover que impulsionam a inovação e a produtividade.
- Conclusão: Mairesse e Mohnen concluem que, embora o impacto do financiamento público de P&D no crescimento econômico possa ser difícil de medir diretamente, há evidências claras de que investimentos públicos em P&D podem ter um impacto positivo sobre a inovação e o crescimento econômico de longo prazo.
- Impacto: Este estudo consolidou várias análises empíricas que indicam a importância do financiamento público no modelo de crescimento endógeno.

5. "Innovation, Economic Growth, and Public Research Funding" (Jones, 1995)
- Autor: Charles I. Jones
- Resumo: Jones explora a relação entre o financiamento público em P&D e o crescimento econômico. Ele utiliza modelos de crescimento endógeno para mostrar como o investimento em pesquisa pública pode aumentar a produtividade total dos fatores e gerar um ciclo de inovação que impulsiona o crescimento de longo prazo.

- Conclusão: O estudo de Jones conclui que o financiamento público em pesquisa é essencial para expandir as fronteiras do conhecimento e promover o crescimento sustentado, especialmente em tecnologias que beneficiam toda a economia.
- Impacto: O artigo de Jones é um dos primeiros a fornecer uma análise formal sobre como o financiamento público de P&D pode ser considerado uma investimento em inovação que gera crescimento econômico sustentável.

6. "The Economic Impact of Public Investment in R&D: A Meta-Analysis" (Duguet e Greenan, 2002)
- Autores: Marie Duguet e Nathalie Greenan
- Resumo: Este estudo realiza uma meta-análise de várias pesquisas sobre o impacto do financiamento público em P&D no crescimento econômico. Ele analisa como os investimentos públicos podem influenciar as taxas de crescimento, a inovação tecnológica e a produtividade de uma economia.
- Conclusão: Os autores encontram uma correlação positiva entre o financiamento público em P&D e o crescimento econômico, com evidências claras de que o apoio estatal à pesquisa pode gerar retornos significativos, especialmente em setores de alta tecnologia.

- Impacto: Esse estudo fortalece a visão de que o investimento público em P&D pode ter um impacto importante e duradouro na taxa de crescimento de uma economia, corroborando com a Teoria do Crescimento Endógeno de Romer.

Conclusão:
Os estudos mencionados fornecem uma visão robusta de como o financiamento público de P&D pode estimular a inovação tecnológica e contribuir para o crescimento econômico de longo prazo, alinhando-se à Teoria do Crescimento Endógeno proposta por Paul Romer. Eles mostram que o investimento em conhecimento — tanto público quanto privado — é um motor essencial do crescimento econômico sustentável.

Esses estudos empíricos e teóricos ajudam a entender a complexa relação entre o financiamento público e a inovação, reforçando a ideia de que as políticas públicas voltadas para P&D podem ter um impacto direto e significativo sobre o crescimento econômico, especialmente ao estimular inovações que beneficiam toda a economia.

Se você precisar de mais detalhes ou quiser explorar algum estudo específico, sinta-se à vontade para perguntar!
Se há um estudo específico que prova que subsídios estatais em P&D geram maior eficiência que investimentos privados, mostre-o. Você pode mostrar exatamente onde a revisão de literatura do livro-texto afirma que o investimento estatal em P&D é mais eficiente que o privado?
Isso que você perguntou na última frase acima tem pouco ou nada a ver com o tema da discussão. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Mais um vez mostrando que entende bulhufas do conceito de externalidades positivas. Vou falar um pouco mais disso adiante.
Isso é um apelo genérico à autoridade e uma distorção do conceito de crescimento endógeno. A Teoria do Crescimento Endógeno não diz que o estado precisa financiar P&D para que haja crescimento, mas sim que o progresso tecnológico impulsiona o crescimento de longo prazo. A fonte do investimento (público ou privado) é o que está em discussão.
A única distorção da Teoria do Crescimento Endógeno aqui é a sua. O modelo de Romer classifica o conceito de "ideia" originada por P & D como bem não-rival. Numa abordagem neoclássica, não há atribuição razoável de equivalência entre um gasto público com bens rivais e excluíveis e gasto público com bens não-rivais e excluíveis. Num mercado sem externalidades, subsídios do governo criam peso-morto. Num mercado com externalidades positivas, a soma dos excedentes ganhos pelos consumidores, produtores e externos supera o custo do subsídio do governo: https://economiamainstream.com.br/artig ... economica/

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Vago e genérico, não cita um estudo específico. Livros-texto de economia não são estudos revisados por pares, mas compilações de teorias e conceitos gerais. Você evita trazer evidências empíricas concretas.
Para ver os estudos específicos citados não é só ir numa biblioteca e ver a seção de referências bibliográficas do capítulo de Teoria do Crescimento do livro que mencionei? E você está dizendo que livros-texto de Economia usados nas universidades mais renomadas do mundo não são revisados por pares? Autores de livros-texto de Economia (Olivier Blachard, por exemplo), especialmente os que são usados em grandes universidades, têm um forte histórico acadêmico e experiência no campo. Antes de serem publicados, esses livros podem ser revisados por outros economistas ou especialistas na área para garantir que o conteúdo esteja atualizado, preciso e relevante. Após o livro ser publicado, ele pode passar por revisões periódicas (em edições subsequentes), onde o autor e os editores levam em conta o feedback de outros economistas, estudantes e professores. E muitas editoras que publicam livros-texto de economia (Editora Pearson, por exemplo, que publica o livro de Blanchard) têm uma equipe editorial que consulta especialistas na área (muitas vezes acadêmicos e profissionais da área) para revisar o conteúdo e garantir a qualidade técnica e científica.

De qualquer forma, neste post, coloquei alguns estudos econômicos acadêmicos que o ChatGPT me indicou.
Mais uma tentativa de fuga, não refuta a crítica central: não prova que o investimento estatal é mais eficiente que o privado.
Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão.

Andando em círculos com uma tentativa de jogar conceitos macroeconômicos genéricos para parecer que tem um argumento sólido.

"O financiamento estatal impacta o PIB" – Ok, mas qualquer gasto estatal impacta o PIB...

"Se impacta o PIB, então é eficiente" – Isso não prova eficiência, apenas mostra que um gasto ocorreu e teve um impacto (o que é óbvio, já que dinheiro foi injetado na economia)


Observação de uma inutilidade atroz. O curto prazo macroeconômico (aquilo que acontece na economia em alguns poucos anos) e suas flutuações típicas não têm relevância alguma para os estudos de Teoria do Crescimento. Os estudos dessa última focam as variações das variáveis macroeconômicas no longo prazo.
Novamente ad hominem e tentativa de desqualificação pessoal, em vez de rebater o argumento diretamente.


Argumento ad hominem não é uma falácia aqui no contexto desta discussão. Se você sequer tem ideia dos conceitos econômicos fundamentais de que estou tratando, então como diabos vai ter competência para fazer as perguntas ou observações relevantes para o tema da discussão?
Se você não ficou limitado a 'Paul Romer', então onde estão os estudos empíricos que comprovam sua afirmação? Até agora, tudo que você fez foi mencionar um livro-texto e um economista famoso, sem apresentar um estudo...


Já apresentei alguns estudos aqui neste post; para ver outros, é só ir a uma boa biblioteca e ver a seção de referências bibliográficas do livro que mencionei.

Claro que está em questão. Você está tentando desviar o foco porque percebeu que não tem evidências para provar que o gasto estatal é mais eficiente que o privado. Se o investimento estatal não for mais eficiente que o privado, qual a justificativa racional para o estado gastar dinheiro nisso? A questão central continua sendo o custo de oportunidade e a eficiência do gasto público... Se o investimento estatal não é mais eficiente que o privado, então sim, isso corrobora que o estado não tem que financiar pesquisa
Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão.
Quem defende a manutenção de um gasto público deve justificá-lo e não o contrário. Você está tentando criar um espantalho para desviar do ponto central. O argumento não é que cortar P&D acelera o crescimento, mas que o setor privado é mais eficiente e gera mais impacto por real investido. A carga da prova continua com você: prove que o investimento estatal é mais eficiente que o privado.
Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão.
Você comete duas falácias aqui. Primeiro, assume que, se o setor privado não investe, então há subinvestimento,
A única falácia aqui é a distorção sua do meu argumento. Dizer "há incentivo para sub-investimento" ou "há sub-investimento" não é equivalente a dizer "não há investimento".
ignorando que o próprio gasto estatal pode estar distorcendo incentivos e financiando pesquisas irrelevantes. Segundo, ignora que Google, Tesla e Big Pharma já investem pesadamente em pesquisa fundamental sem ajuda do Estado.
Essa última frase é uma falácia análoga a dizer... "Como assim homens geralmente são mais altos do que mulheres? Nicole Kidman é mais alta do que Tom Cruise. Como assim homens geralmente são mais altos do que mulheres? Cameron Diaz é mais alta do que Benji Madden". É óbvio que existem investidores muito ricos (por exemplo, Elon Musk) ou empresas ultragigantes com grande poder de monopólio e folga de caixa (Google, por exemplo) que fazem investimentos muito arriscados, seja por causa de seu perfil investidor arrojado anormal, seja por causa de suas características corporativas excepcionais. Mas as firmas privadas em geral não são como o Google. E exceções não servem para confirmar regra. Em geral, as firmas privadas consideram o incentivo da atratividade do potencial de lucros é frágil para a pesquisa de ciência pura.
E por fim, tenta reduzir meu argumento a um ciclo vazio, quando o ponto central é: se a pesquisa for relevante, o setor privado investirá;
A maioria das firmas não investirá suficientemente porque o incentivo da atratividade do potencial de lucros é frágil para a pesquisa em ciência pura e algumas outras áreas. Porém, por causa da questão das externalidades positivas, esse baixo tamanho de interesse não diz muito coisa sobre o agregado de investimento necessário na área.
se não investe, é porque o retorno esperado não justifica. O problema do gasto estatal é que ele força a alocação de recursos em áreas que o mercado não considera eficientes.


Se não vale a pena para o setor privado (a maioria das firmas privadas) arcar com os custos de entrada, então porque seria inteligente usar o dinheiro público? Porque há externalidades positivas, esse conceito que você não entende.

Por fim, para finalizar, gostaria de mencionar o fato nada trivial de que, mais uma vez, você apresentou zero evidência de que reduzir (ou zerar) gasto público americano em P & D acelera crescimento econômico americano ou gera qualquer outro impacto positivo detectável em alguma variável macroeconômica essencial. E ainda acha que tem barganha para inventar narrativa falsa de fuga dos outros. Não existe essa coisa de "Quem defende a manutenção de um gasto público deve justificá-lo e não o contrário". Quem faz uma afirmação de uma proposição sem que haja corroboração - "O Estado não tem que financiar pesquisa... (Trump) Está mais do que certo" - tem o ônus da prova.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

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Leo Kruger
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Mensagem por Leo Kruger »

Huxley escreveu:
Qua, 19 Fevereiro 2025 - 02:03 am
finalmente uma resposta humilde, se propondo a debater, sem ofender :clap:
Vou reformular para ver se fica claro.

O ponto central da discussão não é se investimento em P&D é importante, mas sim se o investimento estatal é mais eficiente que o privado:

1. O Estado toma recursos da sociedade via impostos - O governo não gera riqueza, apenas redistribui. Se o governo escolhe investir em P&D, ele está retirando dinheiro que poderia ser alocado pelo setor privado.
2. O critério para justificar a intervenção estatal deve ser eficiência superior - Se o setor privado pode investir de maneira mais eficiente, não há justificativa econômica para o estado intervir.
3. Intervenção estatal tem custos de oportunidade - Se o governo gasta dinheiro em P&D de forma ineficiente, ele está deixando de alocar recursos em setores mais produtivos.

O ônus da prova sempre recai sobre quem defende a intervenção estatal. Aqui está o porquê:

1. A intervenção é a exceção, não a regra - O princípio econômico básico é que mercados funcionam melhor sem interferência estatal, exceto se for demonstrado que o Estado pode corrigir falhas de mercado de forma mais eficiente.
a. Quem propõe um gasto estatal deve demonstrar que ele gera mais benefícios do que custos.
b. Se você não prova isso, a posição padrão é não intervir.

2. Está defendendo que o estado tome dinheiro compulsoriamente para investir - Se quer que o governo retire recursos da sociedade e invista em P&D, precisa demonstrar que:

a. Esse investimento estatal gera mais retorno do que se os agentes privados mantivessem o dinheiro.
b. O Estado é mais eficiente do que o mercado na alocação desses recursos.
c. Os custos da burocracia estatal não anulam os benefícios.

3. Se o setor privado já investe em P&D, precisa provar que o estado precisa intervir

a. O setor privado investe pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, mesmo sem incentivos do governo.
b. Se vc afirma que o estado deve intervir, precisa mostrar que o setor privado falha sistematicamente nessa função e que o governo corrige isso de maneira eficiente.
c. Sem essa prova, a intervenção estatal é injustificada.

4. O princípio da liberdade econômica coloca a carga da prova sobre quem quer restringi-la

a. O mercado é o padrão.
b. Quem defende que o governo deve interferir na economia precisa provar que a interferência melhora o resultado.

O que você precisa provar:

Para que seu argumento fosse válido, precisaria apresentar estudos empíricos que demonstrem claramente que:

a. O Estado investe em P&D de forma mais eficiente que o setor privado.
b. A intervenção estatal melhora a inovação mais do que a alocação livre de mercado.
c. O impacto líquido do gasto estatal em P&D supera os custos de burocracia, corrupção e alocação ineficiente de recursos.
d. O Estado corrige falhas de mercado que o setor privado não conseguiria corrigir sozinho.

Você não apresentou nenhum desses estudos, apenas citou artigos que falam sobre a importância de P&D no crescimento econômico, o que é irrelevante para a questão central da eficiência.

Re: Estado vs Empresariado - Iniciativa Pública vs Privada

Huxley
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Mensagem por Huxley »

1. A intervenção é a exceção, não a regra - O princípio econômico básico é que mercados funcionam melhor sem interferência estatal, exceto se for demonstrado que o Estado pode corrigir falhas de mercado de forma mais eficiente.
a. Quem propõe um gasto estatal deve demonstrar que ele gera mais benefícios do que custos.
b. Se você não prova isso, a posição padrão é não intervir.
Argumento circular. Invés de demonstrar alguma evidência de que tem direito a isenção de ônus de prova, apelou à velha falácia da Petição de Princípio. Partiu do pressuposto de que deveria provar: "Os mercados funcionam melhor sem interferência estatal", mas ver "Guia econômico contra o anarcocapitalismo": https://economiamainstream.com.br/artig ... pitalismo/.

a. O Estado investe em P&D de forma mais eficiente que o setor privado.
Já foi exaustivamente rechaçada a ideia de que meu argumento precisaria provar isso. Repetindo. A questão não é "gasto público em P & D" versus "gasto privado em P & D", mas sim "gasto público em P & D" versus "gasto privado não-P & D". Você não entende o conceito de externalidades positivas, daí fica difícil saber quais são os questionamentos relevantes da discussão. (E tem toda aquela problemática da tendência de subinvestimento privado agregado em pesquisa não-aplicada, etc.)
b. A intervenção estatal melhora a inovação mais do que a alocação livre de mercado.
Já foi demonstrado em posts anteriores. Ignorar argumentos válidos não significa demostrar que eles não existiram.
c. O impacto líquido do gasto estatal em P&D supera os custos de burocracia, corrupção e alocação ineficiente de recursos.


Já foi demonstrado em posts anteriores. Ignorar argumentos válidos não significa demostrar que eles não existiram.
d. O Estado corrige falhas de mercado que o setor privado não conseguiria corrigir sozinho.
Já foi demonstrado em posts anteriores. Ignorar os argumentos válidos não significa demostrar que eles não existiram.
Você não apresentou nenhum desses estudos, apenas citou artigos que falam sobre a importância de P&D no crescimento econômico,


Apresentei estudos que têm tudo a ver com a discussão, que é o impacto do financiamento público no crescimento do PIB. Quem aqui NÃO apresentou estudo algum de que essas duas variáveis estão negativamente associadas foi você. De novo neste seu último post, só o clichê de argumento circular daqueles que creem piamente que têm isenção de ônus de prova: axiomatizou uma baboseira como mantra para depois dizer que sua isenção de ônus de prova é suportada. Mas não é. Enfim, mais um post em que não apresentou corroboração para a declaração "O Estado não tem que financiar pesquisa... (Trump) Está mais do que certo".
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