Consciência e seus desdobramentos
Enviado: Qua, 15 Fevereiro 2023 - 12:32 pm
Trago aqui duas abordagens distintas sobre a consciência que poderão servir como base para eventuais discussões sobre o tema.
PSICOLÓGICA
A consciência em si refere-se à excitabilidade do sistema nervoso central aos estímulos externos e internos sob o ponto de vista quantitativo e, também, à capacidade de integração harmoniosa destes estímulos internos e externos, passados e presentes, sob o ponto de vista qualitativo. A consciência em termos psicanalíticos é o conjunto de mecanismos psíquicos que se opõem à expressão das pulsões primárias. A primeira forma de consciência passa pelas interdições parentais recalcadas pela criança e consequente formação do superego.
A consciência reflete sempre a individualidade e unidade do ser humano e é obviamente lugar de todas as perceções, pensamentos e emoções do indivíduo. A cada conteúdo psíquico, a cada estado e processo psíquico, corresponde num momento um certo grau ou nível de consciência. Este nível de consciência pode modificar-se com o tempo, independentemente do conteúdo. Assim, reconhecemos modificações quantitativas da consciência.
Quanto à qualidade das vivências conscientes, embora sejam suscetíveis de transformação ilimitada, estão associadas às propriedades e capacidades individuais. O estudo da consciência demonstra que não existem funções mentais, sejam intelectuais, afetivas, mnémicas independentes do contexto geral da vida psíquica. A decomposição analítica da consciência em fenómenos particulares e individualizados realiza-se apenas por necessidade metodológica e existe para facilitar o estudo da atividade psíquica.
FILOSÓFICA
A consciência é a perceção imediata do sujeito daquilo que se passa, dentro ou fora dele. É talvez uma das maiores fontes de problemas de toda a filosofia, por ser ao mesmo tempo o facto mais básico e também o que traz mais dúvidas quanto ao que na realidade é. A consciência pode definir-se como o conhecimento que o Homem possui dos seus próprios pensamentos, sentimentos e atos.
Podem-se distinguir dois tipos de consciência, a consciência imediata e a refletida. A consciência imediata ou espontânea caracteriza-se por ser a que remete para a existência do Homem perante si mesmo, no momento em que pensa ou age. A consciência refletida ou secundária é a capacidade do Homem recuar perante os seus pensamentos, julgá-los e analisá-los.
A consciência possibilita ao Homem pensar o mundo que o rodeia e é nela que estão enraizados o sentimento de existência e o pensamento de morte, por exemplo. A consciência é a essência do ser humano e fonte de conhecimento e de verdade. De acordo com Descartes, e o seu princípio "penso, logo existo", a consciência surge como fundamento e modelo de todo o conhecimento. Através dela sabe-se que se existe e que se é, ou seja, uma coisa pensante, uma alma separada do corpo.
Para Espinosa, a consciência é a fonte de ilusões. Somos conscientes dos nossos desejos e representações, facto que torna a consciência um conhecimento incompleto, que mantém o Homem ignorante das causas que produzem conhecimento verdadeiro e total. Assim, a consciência não é de modo algum lugar de conhecimento verdadeiro, mas sim causadora de ilusões, especialmente da ilusão da liberdade.
Existe ainda a consciência moral que é a consciência que os seres humanos possuem e que os permite distinguir o que uma ação tem de moralmente prescrita ou proibida. Segundo Nietzsche, a consciência moral, a voz da consciência, é na realidade a expressão de sentimentos que não têm nada de moral.
PSICOLÓGICA
A consciência em si refere-se à excitabilidade do sistema nervoso central aos estímulos externos e internos sob o ponto de vista quantitativo e, também, à capacidade de integração harmoniosa destes estímulos internos e externos, passados e presentes, sob o ponto de vista qualitativo. A consciência em termos psicanalíticos é o conjunto de mecanismos psíquicos que se opõem à expressão das pulsões primárias. A primeira forma de consciência passa pelas interdições parentais recalcadas pela criança e consequente formação do superego.
A consciência reflete sempre a individualidade e unidade do ser humano e é obviamente lugar de todas as perceções, pensamentos e emoções do indivíduo. A cada conteúdo psíquico, a cada estado e processo psíquico, corresponde num momento um certo grau ou nível de consciência. Este nível de consciência pode modificar-se com o tempo, independentemente do conteúdo. Assim, reconhecemos modificações quantitativas da consciência.
Quanto à qualidade das vivências conscientes, embora sejam suscetíveis de transformação ilimitada, estão associadas às propriedades e capacidades individuais. O estudo da consciência demonstra que não existem funções mentais, sejam intelectuais, afetivas, mnémicas independentes do contexto geral da vida psíquica. A decomposição analítica da consciência em fenómenos particulares e individualizados realiza-se apenas por necessidade metodológica e existe para facilitar o estudo da atividade psíquica.
FILOSÓFICA
A consciência é a perceção imediata do sujeito daquilo que se passa, dentro ou fora dele. É talvez uma das maiores fontes de problemas de toda a filosofia, por ser ao mesmo tempo o facto mais básico e também o que traz mais dúvidas quanto ao que na realidade é. A consciência pode definir-se como o conhecimento que o Homem possui dos seus próprios pensamentos, sentimentos e atos.
Podem-se distinguir dois tipos de consciência, a consciência imediata e a refletida. A consciência imediata ou espontânea caracteriza-se por ser a que remete para a existência do Homem perante si mesmo, no momento em que pensa ou age. A consciência refletida ou secundária é a capacidade do Homem recuar perante os seus pensamentos, julgá-los e analisá-los.
A consciência possibilita ao Homem pensar o mundo que o rodeia e é nela que estão enraizados o sentimento de existência e o pensamento de morte, por exemplo. A consciência é a essência do ser humano e fonte de conhecimento e de verdade. De acordo com Descartes, e o seu princípio "penso, logo existo", a consciência surge como fundamento e modelo de todo o conhecimento. Através dela sabe-se que se existe e que se é, ou seja, uma coisa pensante, uma alma separada do corpo.
Para Espinosa, a consciência é a fonte de ilusões. Somos conscientes dos nossos desejos e representações, facto que torna a consciência um conhecimento incompleto, que mantém o Homem ignorante das causas que produzem conhecimento verdadeiro e total. Assim, a consciência não é de modo algum lugar de conhecimento verdadeiro, mas sim causadora de ilusões, especialmente da ilusão da liberdade.
Existe ainda a consciência moral que é a consciência que os seres humanos possuem e que os permite distinguir o que uma ação tem de moralmente prescrita ou proibida. Segundo Nietzsche, a consciência moral, a voz da consciência, é na realidade a expressão de sentimentos que não têm nada de moral.