Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gabarito
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Ideias revolucionárias do iminente físico e matemático Roger Penrose trazem uma nova visão sobre a explicação para a consciência.

No caminho, ele aborda colapso da função de onda, superposição, universo cíclico e onde poderia estar a explicação para a consciência, dentro do próprio cérebro.

Tem espaço até para a Inteligência Artificial.

Abaixo, o resumo feito pelo NotebookLM e, logo a seguir, o vídeo.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gabarito
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Penrose: Quantum Physics, Consciousness, and Cyclic Cosmology

O texto explora as ideias de Roger Penrose sobre a incompletude da mecânica quântica, questionando o papel da consciência no colapso da função de onda e propondo que a gravidade seria a responsável por esse fenômeno. Ele também apresenta sua cosmologia cíclica conforme (CCC), sugerindo um universo em ciclos em vez de um Big Bang único, e sua teoria dos twisters como uma possível unificação da relatividade geral e da mecânica quântica. Além disso, o autor discute a natureza da consciência, ligando-a a processos quânticos nos microtúbulos cerebrais e argumentando contra a possibilidade de inteligência artificial genuína devido ao teorema da incompletude de Gödel. Em suma, o artigo apresenta uma visão abrangente das teorias de Penrose que desafiam a física convencional em relação à natureza da realidade, do universo e da consciência.
Uma equação pode conter um dos maiores mistérios da física. A equação de Schrödinger, criada em 1926, é a base da mecânica quântica. Ela descreve como um sistema evolui ao longo do tempo. Mas há um problema: essa equação não prevê quando uma partícula deixa de estar em superposição e assume um único estado.

Isso significa que, teoricamente, um elétron pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas quando alguém observa, ele escolhe um lado. O que causa esse colapso? Einstein, Schrödinger e Dirac não aceitavam essa incerteza. Para eles, a mecânica quântica não estava completa.

O próprio Schrödinger criou um experimento mental para demonstrar esse absurdo: o famoso gato de Schrödinger. Dentro de uma caixa, um gato depende de um evento quântico para viver ou morrer. Antes de abrir a caixa, ele estaria de alguma forma vivo e morto ao mesmo tempo. Mas no momento em que alguém olha, ele assume um único estado. Isso não fazia sentido para Schrödinger.

Para alguns físicos, o próprio ato de observar é o que força o colapso. Eugene Wigner foi um dos principais defensores dessa ideia. Ele acreditava que a consciência humana era fundamental para o colapso da função de onda.

Em outras palavras, sem um observador consciente, as partículas quânticas continuariam em superposição. Essa teoria foi levada ao extremo, e alguns chegaram a sugerir que, sem consciência, o universo inteiro permaneceria num estado incerto, sem forma definida.

Roger Penrose rejeitou completamente essa visão. Para ele, o colapso acontece por uma razão física e objetiva, sem precisar da consciência humana.

Ele acredita que a resposta está na gravidade. A mecânica quântica funciona bem em escalas microscópicas, mas quando se trata de objetos maiores, como planetas e estrelas, a relatividade geral entra em cena, e essas duas teorias não se encaixam bem.

Penrose sugeriu que, quando uma partícula atinge um certo nível de separação gravitacional, a superposição se torna instável e colapsa por conta própria. Se ele estiver certo, isso pode mudar tudo o que se sabe sobre o universo quântico. A gravidade seria a chave para entender por que o mundo macroscópico segue regras diferentes do mundo quântico.
Mas há um detalhe ainda mais chocante: se a consciência não é necessária para o colapso, então a própria existência da realidade independe de qualquer observador. O universo segue suas leis com ou sem a presença de seres conscientes para testemunhá-lo.

Essa teoria ainda precisa de provas experimentais. Se a gravidade realmente causa o colapso, então seria possível medir esse efeito em laboratórios. Pequenos objetos em superposição deveriam colapsar espontaneamente após um tempo determinado.

Experimentos já estão sendo projetados para testar essa ideia. Se forem bem-sucedidos, a hipótese de Wigner será descartada de vez, e a conexão entre gravidade e mecânica quântica abrirá um novo caminho para a compreensão do universo.

A ciência aceita que o universo começou com o Big Bang. Mas e se isso estiver errado? Roger Penrose acredita que o universo não surgiu do nada. Para ele, há evidências de que já existiu um outro universo antes do nosso e, antes dele, outro: um ciclo eterno onde cada universo nasce dos restos do anterior.

Essa ideia é chamada de cosmologia cíclica conforme ou CCC. Em vez de um único Big Bang, haveria uma sequência infinita de eras cósmicas. Quando um universo chega ao fim, sua energia e matéria se espalham e dão origem a um novo cosmos. Mas isso tem um problema: se universos anteriores realmente existiram, deveria haver algum sinal deles. Penrose afirma que esses vestígios podem estar no próprio tecido do espaço-tempo. O fundo cósmico de micro-ondas é a radiação mais antiga do universo, um tipo de eco do Big Bang.

Mas Penrose e sua equipe dizem ter encontrado algo incomum nesse ruído de fundo: padrões circulares que não deveriam estar ali. Esses círculos poderiam ser a marca deixada por buracos negros evaporando em um universo anterior. Se isso for verdade, significa que o Big Bang não foi um começo absoluto, mas apenas uma transição de um universo para outro. A ideia de um universo cíclico não é nova. Modelos semelhantes já foram propostos antes, mas nenhum conseguiu resolver um dos maiores mistérios do cosmos: a gravidade e a mecânica quântica não combinam.

As equações de Einstein descrevem a gravidade perfeitamente em grandes escalas, mas falham quando aplicadas a partículas subatômicas. Por outro lado, a mecânica quântica explica o comportamento do mundo microscópico, mas não inclui a gravidade. Para resolver esse impasse, Penrose criou a teoria dos Twisters. Em vez de pensar o espaço-tempo como um conjunto de pontos tridimensionais se movendo no tempo, ele propôs que a realidade poderia ser descrita por estruturas matemáticas chamadas twisters.

Esses objetos combinam espaço e tempo em uma única entidade. Dessa forma, relatividade geral e mecânica quântica poderiam ser unificadas. Os twisters possuem uma característica intrigante: eles não tratam o espaço como algo fixo, mas como uma teia dinâmica, onde partículas e ondas estão interligadas. Isso significa que o universo poderia ser descrito sem depender de um espaço absoluto, algo que sempre foi um problema para as tentativas de unificação das duas grandes teorias da física.

Mas Penrose desenvolveu um conceito ainda mais avançado: os bytwisters. Eles funcionam como versões complementares dos twisters e podem revelar propriedades ocultas da gravidade. O que torna essa ideia ainda mais interessante é que algumas equações da física de partículas lembram fortemente as propriedades dos twisters. Isso sugere que a natureza pode realmente operar dessa forma, mas os cientistas ainda precisam comprovar experimentalmente.

Se a teoria dos twisters for confirmada, isso mudaria completamente nossa visão da realidade. O espaço e o tempo não seriam mais entidades separadas, mas um sistema fluido que emerge das interações fundamentais do universo. E se a cosmologia cíclica conforme estiver correta, então o nosso universo pode ser apenas mais um elo em uma corrente infinita de cosmos renascendo do próprio fim.
Duas partículas podem estar separadas por bilhões de quilômetros, mas ainda assim influenciar uma a outra instantaneamente. Isso não faz sentido na física clássica, mas na mecânica quântica. Isso é chamado de entrelaçamento.

Foi exatamente essa ideia que Einstein, Podolsky e Rosen desafiaram no experimento mental EPR. Para eles, essa ação instantânea parecia absurda. Einstein chamou isso de "ação fantasmagórica à distância", mas experimentos provaram que essa estranha conexão realmente existe. O entrelaçamento quântico significa que duas partículas podem compartilhar um estado único, não importa a distância entre elas.

Se uma é medida, a outra assume instantaneamente um estado correspondente. Isso desafia o princípio da localidade, que diz que nenhuma informação pode viajar mais rápido do que a luz. Até hoje não há explicação definitiva para como isso acontece, mas testes já mostraram que a mecânica quântica vence todas as tentativas de refutação. Esse fenômeno revela um conflito profundo na física. De um lado,
a mecânica quântica permite superposições e entrelaçamentos.

De outro, a relatividade geral de Einstein descreve um universo onde o espaço e o tempo são contínuos e limitados pela velocidade da luz. Mas quando esses dois mundos se encontram, problemas surgem. Um dos maiores é o princípio da equivalência. Esse princípio afirma que a gravidade e a aceleração são indistinguíveis em um experimento local. Se uma pessoa estiver dentro de um elevador sem janelas, não saberá dizer se a força que sente é causada pela gravidade ou pela aceleração do elevador.

Essa ideia é essencial para a relatividade geral, mas há um problema. A mecânica quântica diz que objetos podem estar em dois lugares ao mesmo tempo. Isso significa que um objeto massivo em superposição deveria estar influenciando o espaço-tempo de duas formas diferentes ao mesmo tempo, algo que a relatividade não permite. Roger Penrose acredita que esse conflito pode ser a chave para entender a origem do colapso da função de onda. Para ele, a gravidade não permite que objetos permaneçam em superposição por muito tempo.

Em algum momento, a incerteza gravitacional se torna grande o suficiente para forçar o colapso, eliminando a superposição e escolhendo um único estado. Isso acontece espontaneamente, sem necessidade de um observador consciente. Se essa ideia estiver correta, a gravidade seria a força que separa o mundo quântico do mundo clássico. Objetos pequenos, como elétrons e átomos, teriam um colapso tão lento que ainda veríamos efeitos quânticos.

Mas objetos grandes, como poeira ou micróbios, colapsariam rapidamente, explicando por que não vemos superposição em nosso dia a dia. Para testar essa hipótese, experimentos estão sendo conduzidos em laboratórios ao redor do mundo. A ideia é criar superposições em objetos maiores, como pequenas esferas de silício, e medir se elas realmente colapsam por conta própria, sem intervenção humana. Se for provado que a gravidade causa esse efeito, isso mudaria completamente nossa compreensão da física, sugerindo que a mecânica quântica precisa ser reformulada para incluir a gravidade.

A busca por essa resposta pode revelar não apenas como a função de onda colapsa, mas também como unir a mecânica quântica e a relatividade. Isso pode ser o primeiro passo para uma teoria definitiva da gravidade quântica, algo que os físicos procuram há mais de um século. Se Penrose estiver certo, o colapso da função de onda não é um mistério, mas uma consequência inevitável da estrutura do universo. Uma inteligência artificial pode criar uma nova teoria da física? Para Roger Penrose, a resposta é não. Ele acredita que a criatividade humana envolve algo que os computadores convencionais jamais poderão alcançar.

O motivo está em um dos maiores teoremas da matemática: o teorema da incompletude de Gödel. Esse teorema prova que, em qualquer sistema matemático suficientemente complexo, sempre existirão verdades que não podem ser provadas dentro desse próprio sistema. Isso significa que o raciocínio humano não segue regras fixas como um algoritmo.

Diferente de um computador que opera com instruções predeterminadas, a mente humana é capaz de enxergar além das regras estabelecidas. Penrose usa um exemplo simples: o matemático pode olhar para um problema e perceber que a solução está fora do sistema formal usado para resolvê-lo. Ele pode criar novas regras ou expandir o conhecimento. Um computador, por mais avançado que seja, está preso ao conjunto de regras dentro do qual foi programado. Se algo estiver fora dessas regras, ele simplesmente não conseguirá acessá-lo.

Isso leva a uma questão ainda maior: de onde vem a consciência? Se o cérebro fosse apenas um processador biológico, ele deveria operar como um computador. Mas a consciência não se comporta como uma simples sequência de cálculos. Ela tem intuição, criatividade e compreensão. Para explicar isso, Penrose propôs uma ideia radical: ele acredita que a consciência não é apenas um fenômeno biológico, mas também um fenômeno quântico. Junto com o anestesiologista Stuart Hameroff, ele sugeriu que os micróbulos, estruturas microscópicas dentro das células do cérebro, podem estar envolvidos em processos quânticos que sustentam a consciência.

Os microtúbulos são pequenos cilindros encontrados dentro dos neurônios. Eles são essenciais para a manutenção da estrutura celular e o transporte de substâncias dentro das células. Mas Penrose e Hameroff acreditam que eles fazem muito mais do que isso: eles poderiam ser responsáveis por processar informações em um nível quântico. A teoria sugere que esses microtúbulos operam em um estado de superposição, onde diferentes estados coexistem simultaneamente.

Quando ocorre o colapso quântico dentro dos microtúbulos, isso poderia gerar a experiência consciente. Se essa ideia for correta, significa que a mente humana não é apenas um sistema biológico, mas algo profundamente conectado às leis fundamentais da física. Isso também significa que a inteligência artificial jamais poderia replicar a consciência humana. Computadores operam em lógica binária, baseada em cálculos previsíveis. Se a consciência depende de efeitos quânticos, isso a tornaria imprevisível e impossível de ser simulada com um sistema computacional tradicional.

Além disso, essa ideia levanta outra questão intrigante: a estrutura fundamental do universo pode ser baseada em relações matemáticas que ainda não compreendemos completamente. Se a consciência emerge de processos quânticos, isso pode estar ligado à própria natureza da realidade. Penrose acredita que suas maiores contribuições para a ciência são a teoria dos twisters e a cosmologia cíclica conforme, ambas desafiam as ideias convencionais e propõem formas completamente novas de enxergar o universo.

Se ele estiver certo, estamos apenas começando a entender a verdadeira relação entre matemática, física e consciência.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Penrose: "Big Bang não foi o inicio de tudo e posso provar"
Uma equação pode conter um dos maiores mistérios da física. A equação de Schrödinger, criada em 1926, é a base da mecânica quântica. Ela descreve como um sistema evolui ao longo do tempo, mas há um problema: essa equação não prevê quando uma partícula deixa de estar em superposição e assume um único estado. Isso significa que, teoricamente, um elétron pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas quando alguém observa, ele escolhe um lado. O que causa esse colapso?

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Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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JungF
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Mensagem por JungF »

Parece-me, meu caro Gabarito, que pesquisando mais, aos poucos confluimos para a ideia de que esse Universo também não é o único. A torneira se abre e os BIG BANGs se multiplicam.
Alguns conceitos da física não apenas fazem avançar a Ciência mas alteram conceitos consagrados e até removem parte deles.
Confesso que ainda não consegui absorver a tal de Física Quântica, principalmente quando afirma que uma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Tudo evolui, mas a lógica e a razão serão sempre a bússola do conhecimento.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Colega JungF escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 08:00 am
Confesso que ainda não consegui absorver a tal de Física Quântica, principalmente quando afirma que uma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Tudo evolui, mas a lógica e a razão serão sempre a bússola do conhecimento.
Justamente por isso procuro alertar contra – aparentemente sem sucesso :( – esse culto kardecista à "Lógica" e "Razão". O real ATROPELA as lógica + razão da humanidade terrícola.
O Αριστοτελης usava lógica e razão pra construir a cosmologia dele.
Lógica e razão medievas não indicavam que lixo fosse gerar doenças.
Podemos seguir apresentando exemplos contra a lógica e razão humanas vis-à-vis realidade externa à mente do(a) raciocinador(a).
principalmente quando afirma que uma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
"Pode estar" POTENCIALMENTE. Só se sabe onde ela á quando a "onda" (probabilistica n'1 Espaço de Hilbert) colapsa, e aí ela... tá n'1 lugar.
NÃO CONSIGO POSTAR
O SOFTWARE ME DESCONECTA
DEPOIS TENTO TERMINAR
confluimos para a ideia de que esse Universo também não é o único. A torneira se abre e os BIG BANGs se multiplicam.
Pode ser base científica pro modelo reencarnacionista do Οριγενης. D·us Cria Universos sucessivos via Bbs. Mas eles não são simultâneos – e as almas reencarnam nesse Univeroso sucessor, não-simultâneo (“paralelo”).

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Gabarito escreveu:
Qui, 24 Abril 2025 - 21:58 pm
Isso significa que, teoricamente, um elétron pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas quando alguém observa, ele escolhe um lado. O que causa esse colapso? Einstein, Schrödinger e Dirac não aceitavam essa incerteza. Para eles, a mecânica quântica não estava completa.

O próprio Schrödinger criou um experimento mental para demonstrar esse absurdo: o famoso gato de Schrödinger. Dentro de uma caixa, um gato depende de um evento quântico para viver ou morrer. Antes de abrir a caixa, ele estaria de alguma forma vivo e morto ao mesmo tempo. Mas no momento em que alguém olha, ele assume um único estado. Isso não fazia sentido para Schrödinger.
O elétron não está em dois lugares ao mesmo tempo. Está em um dos dois lugares, mas só saberemos qual se o observarmos.
Da mesma forma, o gato dentro da caixa não está ao mesmo tempo morto e vivo. Nós é que não sabemos o que aconteceu até abrirmos a caixa.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Fernando Silva escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 09:16 am
Gabarito escreveu:
Qui, 24 Abril 2025 - 21:58 pm
Isso significa que, teoricamente, um elétron pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas quando alguém observa, ele escolhe um lado. O que causa esse colapso? Einstein, Schrödinger e Dirac não aceitavam essa incerteza. Para eles, a mecânica quântica não estava completa.

O próprio Schrödinger criou um experimento mental para demonstrar esse absurdo: o famoso gato de Schrödinger. Dentro de uma caixa, um gato depende de um evento quântico para viver ou morrer. Antes de abrir a caixa, ele estaria de alguma forma vivo e morto ao mesmo tempo. Mas no momento em que alguém olha, ele assume um único estado. Isso não fazia sentido para Schrödinger.
O elétron não está em dois lugares ao mesmo tempo. Está em um dos dois lugares, mas só saberemos qual se o observarmos.
Da mesma forma, o gato dentro da caixa não está ao mesmo tempo morto e vivo. Nós é que não sabemos o que aconteceu até abrirmos a caixa.

Isso aí, Fernando, é no mundo macroscópico.

Na escala das partículas, o elétron está "vivo" e "morto" AO MESMO TEMPO.

O experimento de Schrödinger, que na verdade é só um exercício mental, usa o gato por ser um objeto macroscópico para tentar explicar essa loucura da partícula em estar em dois lugares ao mesmo tempo.

O mesmo se verifica no, aí sim, experimento da dupla fenda.
O elétron pode ser onda ou partícula, a depender se "foi observado" ou não.
Ou seja, o elétron é, ao mesmo tempo, onda e partícula, mas só se exibe completamente depois de observado e ter sua onda colapsada.

É difícil para entender direito porque estamos presos ao senso comum, que não permite tal realidade ambígua.


Entendo que esse ramo do conhecimento está um pouco inacessível, se tentarmos uma abordagem tradicional.

Os primeiros experimentos já deram uma pista de que essa porta estaria fechada, caso se fosse usado o pensamento e paradigmas antigos.
O experimento da Dupla Fenda já avisava a natureza ambígua do elétron, ora se comportando como onda, ora como partícula, dependendo se estava sendo observado.

Ele se comporta como onda quando não é observado e como partícula quando é.
Também se deduz que ele se divide em dois ou marca presença em lugares diferentes ao mesmo tempo.
São experiências que desafiam o bom senso e o pensamento tradicional.

Na questão do Gato de Schrödinger, esse impedimento para usar a lógica do mundo real volta a ocorrer. O problema se resume a entender que, antes de abrir a caixa, o gato está vivo E morto ao mesmo tempo.

Na forma de pensar a que estamos acostumados, poderíamos pensar que ele estaria vivo OU morto. Mas esse raciocínio não está correto. Ele está num estado de superposição quântica, assumindo estados antagônicos ao mesmo tempo. Como o elétron, que está em lugares diferentes.

Como o gato é um objeto macroscópico, não dá para reproduzir esse teste.
Mas a construção mental dessa experiência serve para tentar fundir o mundo microscópico com o macro e tentar explicar o desafio de 1 coisa ser 2 coisas. Ao mesmo tempo!

Como a impossibilidade de se calcular a velocidade E a posição de uma partícula, como dizia Heisenberg. Nunca se tem como saber essas duas grandezas. Sempre será uma OU a outra, para obedecer o Princípio da Incerteza de Heisenberg.

A Wikipedia define a Superposição Quântica:

“Sobreposição quântica é um princípio fundamental da mecânica quântica que afirma que um sistema físico (como um elétron) existe parcialmente em todos os estados teoricamente possíveis simultaneamente antes de ser medido. Porém quando medido ou observado, o sistema se mostra em um único estado”.

Atenção para o "simultaneamente" na definição acima.

Para bem entender o Gato de Schrödinger, tem que se levar em conta essa premissa. Antes de ser observado, o gato sempre estará nos dois estados ao mesmo tempo. No instante em que se abre a tampa da caixa, ocorre o colapso da função de onda e ele passa, imediatamente, a assumir um dos estados possíveis. É quando o mundo da Mecânica Quântica deixa de atuar e temos acesso ao mundo real.

A conclusão que podemos tirar disso tudo é: a Física e a Mecânica Quântica possuem um universo à parte, que não permite fusão com o nosso mundo, com a realidade que nos cerca. E isso é muito difícil de aceitar, de entender, de admitir. É um mundo em que essas coisas acontecem e que usar a lógica da nossa realidade leva a erro e incompreensão.

Quando se tenta aplicar o pensamento tradicional para os experimentos, o mundo quântico bate a porta na cara e não deixa entrar. É por isso, talvez, que não se conseguiu unificar as Leis da Física, como sempre sonhou Albert Einstein, com a sua Teoria do Campo Unificado.

Wikipedia:

“Em física, uma teoria do campo unificado é um tipo de teoria de campo que permite que todas as forças fundamentais entre partículas elementares sejam descritas em termos de um único campo. Não há ainda nenhuma teoria do campo unificado aceita, e este assunto permanece como um campo aberto para pesquisa. O termo foi criado por Albert Einstein que tentou unificar a teoria da relatividade geral com o eletromagnetismo. Uma teoria de tudo é muito próxima da teoria do campo unificado, mas difere por não exigir que sejam campos a base da natureza, e também por tentar explicar todas as constantes físicas da natureza”.

Existe sempre uma barreira que impede que os mundos macro e microscópico sejam regidos pelas mesmas leis, uma vez que não há canal de comunicação entre eles. Eu também ainda não sei explicar a partir de qual ordem de grandeza esses mundos são separados.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Sr. Gabarito escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 10:28 am
Na escala das partículas, o elétron está "vivo" e "morto" AO MESMO TEMPO.
Na escala quântica es são objetos quânticos que ficam espraiados probabilisticamente n’1 volume espacial (no "nosso" espaço 3D).
essa loucura da partícula em estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Já elucidado acima pelo Sr. Fenando Silva.
É difícil para entender direito porque estamos presos ao senso comum, que não permite tal realidade ambígua.
Entendo que esse ramo do conhecimento está um pouco inacessível, se tentarmos uma abordagem tradicional.
Por isso mesmo acho importante mentalizar “Ciências” – no caso Física + Química, claro – como MODELOS.
São experiências que desafiam o bom senso e o pensamento tradicional.
não consigo postar. depois tento completar as respostas...[/quote]

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Por isso mesmo advirto tanto o Colega JungF quanto ao culto Kardecista à "Razão". Que é construção humana claro, e como tal sói ser atropelada pela REALIDADE.
antes de abrir a caixa, o gato está vivo E morto ao mesmo tempo.
Já elucidado acima pelo Sr. Fernando Silva.
Como a impossibilidade de se calcular a velocidade E a posição de uma partícula, como dizia Heisenberg. Nunca se tem como saber essas duas grandezas. Sempre será uma OU a outra, para obedecer o Princípio da Incerteza de Heisenberg.
Propriedade geral recíproca das Transformadas (say posição) e respectivas anti-Transformadas (p = mv então) de Fourier.
E.g. na aplicação do Efeito Doppler em controle de tráfego aéreo: velocidade OU posição exata do aeroplano.
Antes de ser observado, o gato sempre estará nos dois estados ao mesmo tempo.
Destaque meu:
Wikipedia escreveu:existe parcialmente em todos os estados teoricamente possíveis simultaneamente antes de ser [...]
Análogo ao
em Potência x em Ato
da Metafísica/Teologia.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Fernando Silva escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 09:16 am
Gabarito escreveu:
Qui, 24 Abril 2025 - 21:58 pm
Isso significa que, teoricamente, um elétron pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas quando alguém observa, ele escolhe um lado. O que causa esse colapso? Einstein, Schrödinger e Dirac não aceitavam essa incerteza. Para eles, a mecânica quântica não estava completa.

O próprio Schrödinger criou um experimento mental para demonstrar esse absurdo: o famoso gato de Schrödinger. Dentro de uma caixa, um gato depende de um evento quântico para viver ou morrer. Antes de abrir a caixa, ele estaria de alguma forma vivo e morto ao mesmo tempo. Mas no momento em que alguém olha, ele assume um único estado. Isso não fazia sentido para Schrödinger.
O elétron não está em dois lugares ao mesmo tempo. Está em um dos dois lugares, mas só saberemos qual se o observarmos. (…)
Falso! No experimento da fenda dupla, não é possível saber como o elétron se comporta no meio do caminho. Mesmo depois de o elétron interagir com o detector, ele ainda pode se comportar tanto como partícula quanto como onda. Não é possível saber como o elétron se comporta mesmo depois de coletar informação sobre ele. Isso foi demonstrado no “experimento Fenda Dupla com Apagador Quântico”:

“O Experimento MAIS BIZARRO da FÍSICA”:

youtu.be/1B6n8EQvSZM
Editado pela última vez por Huxley em Sex, 25 Abril 2025 - 15:27 pm, em um total de 2 vezes.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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JungF
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Mensagem por JungF »

Gorducho escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 08:09 am
Colega JungF escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 08:00 am
Confesso que ainda não consegui absorver a tal de Física Quântica, principalmente quando afirma que uma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Tudo evolui, mas a lógica e a razão serão sempre a bússola do conhecimento.
Justamente por isso procuro alertar contra – aparentemente sem sucesso :( – esse culto kardecista à "Lógica" e "Razão". O real ATROPELA as lógica + razão da humanidade terrícola.
O Αριστοτελης usava lógica e razão pra construir a cosmologia dele.
Lógica e razão medievas não indicavam que lixo fosse gerar doenças.
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"Pode estar" POTENCIALMENTE. Só se sabe onde ela á quando a "onda" (probabilistica n'1 Espaço de Hilbert) colapsa, e aí ela... tá n'1 lugar.
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confluimos para a ideia de que esse Universo também não é o único. A torneira se abre e os BIG BANGs se multiplicam.
Pode ser base científica pro modelo reencarnacionista do Οριγενης. D·us Cria Universos sucessivos via Bbs. Mas eles não são simultâneos – e as almas reencarnam nesse Univeroso sucessor, não-simultâneo (“paralelo”).
Meu caro Gorducho. Penso que vc vê, em meus posts sobre assuntos não relacionados à DE que estou me baseando nela, indiretamente, para minhas opiniões. Errado, meu caro. Inclusive vc costuma citar textos e passagens de que nem me recordava.
Uma prova disso está na discordância com o Sr. Cal Kestis que reafirma o conceito de Universo da DE com o qual não concordo, por entender que a Cosmologia daquela época era acanhada em relação às propostas atuais.
Bom tocar neste assunto porque alguém poderia dizer que a DE sendo trazida por espíritos superiores não deveria se enganar sobre este tema, importante.
Na verdade a DE - Espíritos Superiores - preserva os ensinamentos da Ciência, até chegado o momento das mudanças.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Gorducho escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 14:26 pm
antes de abrir a caixa, o gato está vivo E morto ao mesmo tempo.
Já elucidado acima pelo Sr. Fernando Silva.
O problema, Gorducho, é conseguir se livrar da ideia de um universo determinístico, em que tudo pode ser medido e tudo já assume um estado.
Ou seja, se desvencilhar do senso comum, quando tentar seguir a trilha da Mecânica Quântica.

Temos que admitir que as coisas podem nem ser assim tão preto no branco, que tudo já é assim ou assado.
Como o vídeo de Huxley mostrou, o elétron não já está num ou noutro estado.
Isso é difícil de admitir.

Não é que saberemos o estado depois da observação e que ele já estava num ou outro estado antes.
Não!
Ele estava em superposição quântica, isso é, sem estado A ou B previamente definido.

Eu sei que é difícil de engolir, mas assim é que é.

Já dizia Richard Feynman:

A frase mais famosa de Richard Feynman sobre a física quântica é: "Se você acha que entendeu a física quântica, é porque você não entendeu". Esta frase, muitas vezes usada de forma brincalhona, reflete a ideia de que o mundo quântico é intrinsecamente estranho e difícil de compreender intuitivamente.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gorducho
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Sr. Huxley escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 15:18 pm
Falso! [...]

youtu.be/RQv5CVELG3U

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Sr. Gabarito escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 16:31 pm
se desvencilhar do senso comum,
Por essas & outras acho importante mentalizar Ciências como MODELOS.
Fvr. note:
  • só resultados de medições sem modelos não é Ciência; é conhecimento empírico acumulado.
  • de Artes & Ofícios que costumam aplicar resultados cientificamente obtidos.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Colega JungF escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 15:21 pm
Penso que vc vê, em meus posts sobre assuntos não relacionados à DE que estou me baseando nela, indiretamente, para minhas opiniões. Errado, meu caro. Inclusive vc costuma citar textos e passagens de que nem me recordava.
Desculpe então :!:
mas a lógica e a razão serão sempre a bússola do conhecimento.
Achei que essa linha de pensamento fosse por influência do Kardecismo. Mas se não :-BD
Quanto ao Οριγενης só me lembrei eis que os Espíritas falam muito que ele era – e aparentemente era mesmo – reencarnacionista. Então só associei que Universos sucessivamente criados vis BBs poderiam servir ao modelo dele. Nada associado diretamente ao Colega, só me lembrei dos Espíritas.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Gorducho escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 17:33 pm
Sr. Huxley escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 15:18 pm
Falso! [...]

youtu.be/RQv5CVELG3U
Não consegui identificar o que a youtuber física teórica considera falso na minha alegação de falsidade do quote. Como a minha compreensão do inglês falado é quase inexistente e também não quero me perder em um emaranhado de informações técnicas que fogem do meu ponto, eu pedi ajuda ao Grok (versão DeepSearch)…

Huxley:

Alguém já disse: "No experimento da fenda dupla, o elétron não está em dois lugares ao mesmo tempo. Está em um dos dois lugares, mas só saberemos qual se o observarmos". Segundo a física teórica Sabine Hossenfelder, o que é falso, impreciso ou questionável nessas proposições entre aspas? Use como base principal os argumentos que ela publicou no vídeo do YouTube "The Delayed Choice Quantum Eraser, Debunked", mas se conseguir não captar os argumentos dela expostos nesse vídeo, então use quaisquer opiniões dela expostas publicamente na internet nos últimos três anos.

Grok (com DeepSearch):

Resposta Direta
  • A afirmação é imprecisa porque sugere que o elétron tem uma posição definida antes da medição, o que não é verdade na mecânica quântica.
  • Parece que o elétron não está "em um dos dois lugares", mas sua posição é indeterminada, descrita por uma função de onda.
  • A medição não revela uma posição preexistente; ela determina a posição do elétron.
Contexto do Experimento

No experimento da fenda dupla, quando não se observa qual fenda o elétron atravessa, ele cria um padrão de interferência, indicando comportamento de onda. Quando se observa, o padrão muda para um de partículas, como se o elétron passasse por uma fenda só. Isso sugere que a observação afeta o resultado, mas não no sentido de revelar uma posição fixa.

Interpretação de Hossenfelder

Sabine Hossenfelder argumenta que o elétron não tem uma trajetória definida antes da medição. Sua função de onda se distribui no espaço, e a medição colapsa essa distribuição para um ponto específico. Assim, dizer que o elétron está "em um dos dois lugares" é impreciso, pois isso implica uma posição fixa que não existe até a medição.

Implicações

A afirmação pode levar a mal-entendidos, como a ideia de que a escolha de observar altera o passado, o que Hossenfelder rejeita. O resultado depende do setup experimental, não de retrocausalidade.

Nota Detalhada

A análise da afirmação "No experimento da fenda dupla, o elétron não está em dois lugares ao mesmo tempo. Está em um dos dois lugares, mas só saberemos qual se o observarmos" à luz das opiniões de Sabine Hossenfelder, especialmente de seu vídeo "The Delayed Choice Quantum Eraser, Debunked" e de suas publicações públicas nos últimos três anos, revela nuances importantes sobre a interpretação correta do experimento da fenda dupla na mecânica quântica. Esta seção explora detalhadamente os argumentos de Hossenfelder, o contexto do experimento e as implicações da afirmação, organizando a informação em seções claras para facilitar a compreensão.

Contexto do Experimento da Fenda Dupla

O experimento da fenda dupla é um dos pilares da mecânica quântica, demonstrando o comportamento dual onda-partícula de partículas como elétrons e fótons. Quando uma fonte emite partículas através de duas fendas sem medição de qual fenda é atravessada, observa-se um padrão de interferência na tela, indicando que as partículas se comportam como ondas, passando por ambas as fendas simultaneamente. No entanto, quando se coloca um detector para determinar qual fenda a partícula atravessa, o padrão de interferência desaparece, e a distribuição se assemelha a duas faixas, como se as partículas passassem por uma fenda só. Essa mudança é frequentemente interpretada como o colapso da função de onda devido à observação.

Argumentos de Sabine Hossenfelder

Sabine Hossenfelder, em suas análises, especialmente no vídeo "The Delayed Choice Quantum Eraser, Debunked" (The Delayed Choice Quantum Eraser, Debunked) e em posts no blog Backreaction, argumenta contra interpretações populares que sugerem que partículas têm trajetórias definidas mas desconhecidas ou que a observação altera o passado. Seus pontos principais incluem:
  • Função de Onda e Colapso: Hossenfelder enfatiza que a função de onda de uma partícula, como um elétron no experimento da fenda dupla, se distribui no espaço, representando uma distribuição de probabilidade. Quando medida, a função de onda colapsa para um ponto específico, e o resultado deve ser correlacionado ao longo do espaço e ajustado à configuração de medição. Isso é evidente em seu post no blog (Backreaction: The delayed choice quantum eraser, debunked), onde ela diz: "Namely, if you look at the wave-function of a single particle, then that distributes in space. Yet when you measure it, the particle is suddenly in one particular place, and the result must be correlated throughout space and fit to the measurement setting."
  • Rejeição de Trajetórias Definidas: A ideia de que o elétron está "em um dos dois lugares" antes da medição é imprecisa, pois implica uma interpretação de variáveis ocultas, onde a partícula teria uma posição definida mas desconhecida. Hossenfelder, em discussões relacionadas, como em seu vídeo sobre consciência e colapso da função de onda (Sabine Hossenfelder on consciousness and the collapse of the wave function), explica que no experimento da fenda dupla, sem observação, o padrão de interferência sugere que a partícula se comporta como uma onda, passando por ambas as fendas, e não como uma partícula localizada em um lugar só.
  • Crítica à Retrocausalidade: Em seu vídeo sobre o quantum eraser, Hossenfelder argumenta que o experimento não implica retrocausalidade, ou seja, que escolhas posteriores afetam eventos passados. Ela explica que o que parece estranho, como a aparência ou não de padrões de interferência dependendo de medições posteriores, é na verdade um mal-entendido da correlação quântica. Isso é consistente com sua visão de que o resultado depende do setup experimental como um todo, não de escolhas que alterem o passado.
  • Comparação com Outros Experimentos: Hossenfelder também compara o experimento da fenda dupla com outros, como o experimento da bomba, que ela considera mais estranho, mas mantém que a estranheza central é a mesma: a distribuição da função de onda no espaço e seu colapso ao medir (Backreaction: The delayed choice quantum eraser, debunked).
Análise da Afirmação

A afirmação pode ser dividida em duas partes para análise:
  • "O elétron não está em dois lugares ao mesmo tempo": Essa parte é tecnicamente correta no sentido de que a mecânica quântica não descreve o elétron como estando fisicamente em dois lugares simultaneamente, mas como uma superposição de estados, representada pela função de onda. No entanto, Hossenfelder provavelmente consideraria essa formulação imprecisa, pois sugere uma dicotomia (dois lugares vs. um lugar) que não captura a natureza probabilística da função de onda.
  • "Está em um dos dois lugares, mas só saberemos qual se o observarmos": Essa parte é falsa ou imprecisa segundo Hossenfelder. A ideia de que o elétron está "em um dos dois lugares" implica que ele tem uma posição definida antes da medição, o que contradiz a mecânica quântica. Em vez disso, a posição do elétron é indeterminada até a medição, e a observação não revela uma posição preexistente, mas determina a posição ao colapsar a função de onda. Essa interpretação é apoiada por sua crítica a interpretações populares que sugerem trajetórias definidas, como visto em discussões em fóruns como Reddit (r/QuantumPhysics on Reddit: Qauntum Eraser Debunked By Sabine Hossenfelder).
Tabela de Comparação: Afirmação vs. Interpretação de Hossenfelder

Aspecto Afirmação Citada Interpretação de Hossenfelder
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Localização do Elétron Está em um dos dois lugares, desconhecido Posição indeterminada, descrita por função de onda
Efeito da Observação Revela qual lugar Determina a posição, colapsando a função de onda
Natureza do Fenômeno Partícula com trajetória fixa, mas oculta Comportamento quântico, onda até a medição

Implicações e Mal-entendidos

A afirmação pode levar a mal-entendidos, como a ideia de que a escolha de observar ou não altera o passado, o que Hossenfelder rejeita explicitamente. Em seu trabalho com Colm Bracken e Jonte Hance, como discutido em (I Just Want to Know What I’m Made Of - Nautilus), ela propôs setups experimentais para distinguir entre superdeterminismo e retrocausalidade, reforçando que o experimento da fenda dupla não suporta retrocausalidade. Além disso, em artigos como (Comment on "Why interference phenomena do not capture the essence of quantum theory"), ela critica tentativas de explicar interferência quântica classicamente, reforçando a necessidade de uma interpretação quântica precisa.

Contexto Temporal e Fontes

Todas as fontes analisadas são de publicações nos últimos três anos, alinhadas com o período solicitado (até abril de 2025). Isso inclui posts no blog Backreaction, vídeos no YouTube e colaborações em artigos científicos, garantindo que a análise reflita as opiniões mais recentes de Hossenfelder.

Conclusão

A afirmação é imprecisa porque sugere que o elétron tem uma posição definida antes da medição, o que não é suportado pela mecânica quântica. Hossenfelder argumenta que a posição é indeterminada, descrita pela função de onda, e a medição determina, não revela, a posição. Essa visão é consistente com sua crítica a interpretações populares e sua ênfase na natureza probabilística da mecânica quântica.

Key Citations

The Delayed Choice Quantum Eraser, Debunked YouTube video

Backreaction blog post on delayed choice quantum eraser

Sabine Hossenfelder on consciousness and wave function collapse

r/QuantumPhysics Reddit discussion on quantum eraser debunked

I Just Want to Know What I’m Made Of Nautilus article

Comment on quantum interference phenomena arXiv paper

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Mensagem por Gorducho »

Sr. Huxley escreveu:Não consegui identificar o que a youtuber física teórica considera falso na minha alegação de falsidade do quote.
É, não ficou claro: desculpe.
A intenção foi só deixar + claro que os experimentos # apagador quântico (Delayed Choice Quantum Eraser) em nada contrariam a QM "canônica".
Em particular veja @[17:46} no vídeo que o Sr. trouxe.
E nós – Sr. Fernando Silva e eu – tavamos falando acerca da QM "canônica" como ensinada nas disciplinas de Física básica.
Obs: no "meu tempo" a Escola chamava "Física Moderna" (seria a Física IV); hoje acredito que não façam + essa distinção de nomenclatura porque não tem cabimento.
Segue outro vídeo, na mesma linha do que eu esclarecí acima.

youtu.be/s5yON4Gs3D0

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Huxley escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 21:31 pm
Como a minha compreensão do inglês falado é quase inexistente e também não quero me perder em um emaranhado de informações técnicas que fogem do meu ponto, eu pedi ajuda ao Grok (versão DeepSearch)…
Muito bom!

Esse texto praticamente esgota o assunto.
O Grok explicou em detalhes a questão.
O texto em referência pode ser usado para futuras consultas sobre o assunto, sem receio de faltar algo.
Ficou, a meu ver, completo.

Off_topic:

Eu fiz ajustes no layout da tabela de comparação (Afirmação vs. Interpretação de Hossenfelder) para melhor visualização.

No celular, a melhor visualização é com o aparelho na posição horizontal.

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Mensagem por Gorducho »

Tá bom mesmo :-BD
Particularmente deixar claro a questão que Escolasticamente se pode expressar por
em Potência - antes da medição x em Ato - na medição.
Wave of potentiality como diz o autor/apresentador no vídeo [3:19] que pus acima.
Só não prestei atenção se foi mencionado que a "onda" traz nos seus componentes informações pro cálculo das probabilidades da passagem pro "Ato".

Re: Roger Penrose: Big Bang não foi o início - Física Quântica, Consciência e Cosmologia Cíclica

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Mensagem por JungF »

Gorducho escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 18:19 pm
Colega JungF escreveu:
Sex, 25 Abril 2025 - 15:21 pm
Penso que vc vê, em meus posts sobre assuntos não relacionados à DE que estou me baseando nela, indiretamente, para minhas opiniões. Errado, meu caro. Inclusive vc costuma citar textos e passagens de que nem me recordava.
Desculpe então :!:
mas a lógica e a razão serão sempre a bússola do conhecimento.
Achei que essa linha de pensamento fosse por influência do Kardecismo. Mas se não :-BD
Quanto ao Οριγενης só me lembrei eis que os Espíritas falam muito que ele era – e aparentemente era mesmo – reencarnacionista. Então só associei que Universos sucessivamente criados vis BBs poderiam servir ao modelo dele. Nada associado diretamente ao Colega, só me lembrei dos Espíritas.
Obrigado, caro colega; vc, sempre ético e educado.
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