O que te fez abandonar a religião X?
Começo por mim,
Educado mais ou menos como católico não-praticante (ou cristão de cafeteria) na infancia, mais pela sociedade e escola que pelos pais.
Igreja ia muito raramente, quando tinha casamento e missa de 7o dia. Achava meio entediante.
Apesar disso, fiz 1a comunhão.
Espírita Kardecista na adolescência. Mais participativo que na fase católica: fui a centros com alguma regularidade e li alguns livros espíritas.
Mas nunca li os do Kardek por completo, só uma parte ou outra. Lembro-me de ter lido na íntegra e me impressionado com "o Matuto" e
mais uma meia duzia de livros nesse estilo. Naquela época eu acreditava em reencarnação.
Abandonei o espiritismo mais ou menos no final da adolescência e juntamente com ele, qualquer outra fé.
Nessa época, comecei a ler autores como Sagan e me interessar por ciência e filosofia.
Foi um processo lento e gradual, sem conflitos.
Mesmo depois disso ainda tentei ver se encontrava alguma religião que me apetecesse.
Pesquisei sobre Budismo, Taoismo, Confucionismo, Wicca, Satanismo e religiões (neo)pagãs.
Mas nenhuma delas me conquistou por completo e sigo firme no meu "niilismo religioso".
Educado mais ou menos como católico não-praticante (ou cristão de cafeteria) na infancia, mais pela sociedade e escola que pelos pais.
Igreja ia muito raramente, quando tinha casamento e missa de 7o dia. Achava meio entediante.
Apesar disso, fiz 1a comunhão.
Espírita Kardecista na adolescência. Mais participativo que na fase católica: fui a centros com alguma regularidade e li alguns livros espíritas.
Mas nunca li os do Kardek por completo, só uma parte ou outra. Lembro-me de ter lido na íntegra e me impressionado com "o Matuto" e
mais uma meia duzia de livros nesse estilo. Naquela época eu acreditava em reencarnação.
Abandonei o espiritismo mais ou menos no final da adolescência e juntamente com ele, qualquer outra fé.
Nessa época, comecei a ler autores como Sagan e me interessar por ciência e filosofia.
Foi um processo lento e gradual, sem conflitos.
Mesmo depois disso ainda tentei ver se encontrava alguma religião que me apetecesse.
Pesquisei sobre Budismo, Taoismo, Confucionismo, Wicca, Satanismo e religiões (neo)pagãs.
Mas nenhuma delas me conquistou por completo e sigo firme no meu "niilismo religioso".
Editado pela última vez por fenrir em Seg, 01 Novembro 2021 - 12:29 pm, em um total de 1 vez.
- Fernando Silva
- Conselheiro
- Mensagens: 6498
- Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am
Nasci e fui criado numa família católica, numa sociedade católica. E estudei em escolas católicas.
Não havia Internet e não tive contacto com ateus ou pensamento crítico.
O que enfiaram na minha cabeça era verdade e pronto.
Mas eu não gostava daquilo, não sentia nenhum prazer em ir à igreja.
Não entendia o pessoal que cantava alto, com entusiasmo, e fazia proselitismo.
Para mim, religião era tipo escovar os dentes: algo desagradável, mas que tinha que ser feito.
Eu tinha dúvidas, mas descartava todas com o "argumento" de que era limitado e incapaz de entender "as coisas de Deus".
Mas veio o Concílio Vaticano II e aquilo que me parecia uma rocha inabalável rachou.
De um lado, os novidadeiros, de outro os tradicionalistas, que não aceitavam as mudanças.
Não sabia o que fazer, portanto fechei os olhos e segui em frente, mas aquilo foi o início.
O golpe final foi a praga dos neopentecostais: fizeram sucesso, roubaram fiéis da ICAR para as igrejecas de crente.
A ICAR reagiu imitando suas técnicas: missas barulhentas, musiquinhas idiotas, padres fazendo teatrinho etc.
Isto me irritou tanto que acordei do meu sono conformado e comecei a reparar no que se dizia na missa.
Descobri um monte de aberrações e babaquices e, aos poucos, fui aceitando minhas dúvidas e descartando coisas até que não sobrou nada.
Tive que admitir para mim mesmo que tinha perdido a fé.
E foi justamente aí que comecei a estudar a Bíblia, o que, ao invés de me levar de volta ao rebanho, só piorou as coisas.
Quanto mais lia, mais absurdos encontrava. Com a Internet, percebi que não era o único e descobri um monte de argumentos novos.
Nunca tive uma dependência emocional da religião. Descobri que era besteira, deixei pra lá, ponto final.
Não havia Internet e não tive contacto com ateus ou pensamento crítico.
O que enfiaram na minha cabeça era verdade e pronto.
Mas eu não gostava daquilo, não sentia nenhum prazer em ir à igreja.
Não entendia o pessoal que cantava alto, com entusiasmo, e fazia proselitismo.
Para mim, religião era tipo escovar os dentes: algo desagradável, mas que tinha que ser feito.
Eu tinha dúvidas, mas descartava todas com o "argumento" de que era limitado e incapaz de entender "as coisas de Deus".
Mas veio o Concílio Vaticano II e aquilo que me parecia uma rocha inabalável rachou.
De um lado, os novidadeiros, de outro os tradicionalistas, que não aceitavam as mudanças.
Não sabia o que fazer, portanto fechei os olhos e segui em frente, mas aquilo foi o início.
O golpe final foi a praga dos neopentecostais: fizeram sucesso, roubaram fiéis da ICAR para as igrejecas de crente.
A ICAR reagiu imitando suas técnicas: missas barulhentas, musiquinhas idiotas, padres fazendo teatrinho etc.
Isto me irritou tanto que acordei do meu sono conformado e comecei a reparar no que se dizia na missa.
Descobri um monte de aberrações e babaquices e, aos poucos, fui aceitando minhas dúvidas e descartando coisas até que não sobrou nada.
Tive que admitir para mim mesmo que tinha perdido a fé.
E foi justamente aí que comecei a estudar a Bíblia, o que, ao invés de me levar de volta ao rebanho, só piorou as coisas.
Quanto mais lia, mais absurdos encontrava. Com a Internet, percebi que não era o único e descobri um monte de argumentos novos.
Nunca tive uma dependência emocional da religião. Descobri que era besteira, deixei pra lá, ponto final.
- Agnoscetico
- Mensagens: 6286
- Registrado em: Sáb, 21 Março 2020 - 11:46 am
Questionamento com base em ciência e filosofia cética (da antiguidade grega e romana).
(...)
E, falando em abandonar religiões (seja pra não ter nenhuma ou mudar ora outra), aqui um artigo sobre situação no extremo-oriente asiático:
Por que tantos asiáticos estão abandonando suas religiões?
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx88zz8jdx7o
(...)
E, falando em abandonar religiões (seja pra não ter nenhuma ou mudar ora outra), aqui um artigo sobre situação no extremo-oriente asiático:
Por que tantos asiáticos estão abandonando suas religiões?
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx88zz8jdx7o
Tópico que passou batido.
Cresci em família cristã e cheguei a fazer ensino confirmatório (espécie de "catequese" de certas igrejas protestantes). Apesar disso, sempre achei os ritos da igreja desinteressantes e desprovidos de sentido.
Logo na adolescência, tive contato com conteúdos de viés científicos, como a série Cosmos, de Carl Sagan, que despertou interesse por seus livros. Quando questionado sobre o Big Bang, o pastor da igreja se mostrou aberto ao diálogo, afirmando que a ciência não invalidava Deus, pois teria sido Deus o causador do Big Bang. Resposta esta claramente contrária ao fanatismo criacionista, mas que ainda assim não foi satisfatória e me deixou com a pulga atrás da orelha, levando-me a pesquisas na internet. Ocorre que a internet não apenas reforçou meu ceticismo, mas me introduziu a um ateísmo extremista, a ponto de me tornar o estereotipado "ateu toddynho", com uma visão de mundo cientificista.
Com o tempo, através do amadurecimento e do convívio com pessoas de crenças diversas, fui abandonando o ateísmo extremista e adotando uma postura mais moderada, tornando-me indiferente a questões religiosas.
Hoje, me identifico mais como agnóstico não-teísta ou agnóstico deísta, a depender da definição usada para Deus. Já não tenho mais a visão cientificista do passado, pois entendo que certas questões não são objeto de estudo da ciência. Além disso, reconheço que outras formas de conhecimento podem ter a sua validade e utilidade.
Ainda assim, acredito que a ciência tem um papel fundamental em desmistificar o charlatanismo e crendices bobas. Penso que, à medida que as pessoas adquirem um pensamento mais cético e consequentemente antidogmático, as religiões devem tender a se afastar do sobrenatural. Por isso, valorizo mais as religiões que tem como foco a filosofia e práticas virtuosas, em vez de explicações sobre a origem ou destino do universo, bem como o monopólio da verdade.
Cresci em família cristã e cheguei a fazer ensino confirmatório (espécie de "catequese" de certas igrejas protestantes). Apesar disso, sempre achei os ritos da igreja desinteressantes e desprovidos de sentido.
Logo na adolescência, tive contato com conteúdos de viés científicos, como a série Cosmos, de Carl Sagan, que despertou interesse por seus livros. Quando questionado sobre o Big Bang, o pastor da igreja se mostrou aberto ao diálogo, afirmando que a ciência não invalidava Deus, pois teria sido Deus o causador do Big Bang. Resposta esta claramente contrária ao fanatismo criacionista, mas que ainda assim não foi satisfatória e me deixou com a pulga atrás da orelha, levando-me a pesquisas na internet. Ocorre que a internet não apenas reforçou meu ceticismo, mas me introduziu a um ateísmo extremista, a ponto de me tornar o estereotipado "ateu toddynho", com uma visão de mundo cientificista.
Com o tempo, através do amadurecimento e do convívio com pessoas de crenças diversas, fui abandonando o ateísmo extremista e adotando uma postura mais moderada, tornando-me indiferente a questões religiosas.
Hoje, me identifico mais como agnóstico não-teísta ou agnóstico deísta, a depender da definição usada para Deus. Já não tenho mais a visão cientificista do passado, pois entendo que certas questões não são objeto de estudo da ciência. Além disso, reconheço que outras formas de conhecimento podem ter a sua validade e utilidade.
Ainda assim, acredito que a ciência tem um papel fundamental em desmistificar o charlatanismo e crendices bobas. Penso que, à medida que as pessoas adquirem um pensamento mais cético e consequentemente antidogmático, as religiões devem tender a se afastar do sobrenatural. Por isso, valorizo mais as religiões que tem como foco a filosofia e práticas virtuosas, em vez de explicações sobre a origem ou destino do universo, bem como o monopólio da verdade.
O tópico também poderia ser: o que o fez abandonar a religião ou, se apegar à alguma religião?
Infelizmente o mundo está em franca ebulição no que diz respeito à moral, quer religiosa ou não. Os jovens sentem a forte atração que a matéria exerce sobre todos e, sem a correta noção do certo ou errado, estão desorientados, batendo de frente com as Leis e experienciando suas dolorosas consequências.
Seus pais, com idade em torno dos 50/60 anos, ainda anestesiados pelos prazeres da matéria, irresponsavelmente flertam com as tragédias que marcam, cedo ou tarde, todas essas famílias.
Infelizmente o mundo está em franca ebulição no que diz respeito à moral, quer religiosa ou não. Os jovens sentem a forte atração que a matéria exerce sobre todos e, sem a correta noção do certo ou errado, estão desorientados, batendo de frente com as Leis e experienciando suas dolorosas consequências.
Seus pais, com idade em torno dos 50/60 anos, ainda anestesiados pelos prazeres da matéria, irresponsavelmente flertam com as tragédias que marcam, cedo ou tarde, todas essas famílias.
- Fernando Silva
- Conselheiro
- Mensagens: 6498
- Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am
1) Sempre foi assim, com oscilações, conforme a época, entre um puritanismo hipócrita, um hedonismo desregrado ou uma despreocupação com moralismos. Cada geração rejeita os extremos da anterior.JungF escreveu: ↑Ter, 12 Novembro 2024 - 16:55 pmInfelizmente o mundo está em franca ebulição no que diz respeito à moral, quer religiosa ou não. Os jovens sentem a forte atração que a matéria exerce sobre todos e, sem a correta noção do certo ou errado, estão desorientados, batendo de frente com as Leis e experienciando suas dolorosas consequências.
Seus pais, com idade em torno dos 50/60 anos, ainda anestesiados pelos prazeres da matéria, irresponsavelmente flertam com as tragédias que marcam, cedo ou tarde, todas essas famílias.
2) O que há de errado com os "prazeres da matéria"? Lembrei de Santo Antão que, para merecer o céu, só comia batatas. E, para não sentir prazer, misturava com cinzas.
Quanto aos prazeres da matéria, não podem se tornar o objetivo da vida. Para muitos, eles são os anestesiantes que toldam as cores vivas da realidade, ou seja, os opiáceos de antanhoo. Mas, de fato o hedonismo desregrado e a despreocupação com o moralismo, segundo suas palavras, são consequências de uma mídia que a cada dia se torna mais poderosa pelos atrativos do escândalo e da imoralidade, banalizando-se sempre.Fernando Silva escreveu: ↑Qua, 13 Novembro 2024 - 09:08 am1) Sempre foi assim, com oscilações, conforme a época, entre um puritanismo hipócrita, um hedonismo desregrado ou uma despreocupação com moralismos. Cada geração rejeita os extremos da anterior.JungF escreveu: ↑Ter, 12 Novembro 2024 - 16:55 pmInfelizmente o mundo está em franca ebulição no que diz respeito à moral, quer religiosa ou não. Os jovens sentem a forte atração que a matéria exerce sobre todos e, sem a correta noção do certo ou errado, estão desorientados, batendo de frente com as Leis e experienciando suas dolorosas consequências.
Seus pais, com idade em torno dos 50/60 anos, ainda anestesiados pelos prazeres da matéria, irresponsavelmente flertam com as tragédias que marcam, cedo ou tarde, todas essas famílias.
2) O que há de errado com os "prazeres da matéria"? Lembrei de Santo Antão que, para merecer o céu, só comia batatas. E, para não sentir prazer, misturava com cinzas.