Pedro Reis escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:15 am
Mas é defeito fazer o mal?
Não é defeito, é causa e consequência. Enfiou o dedo na tomada? Vai tomar choque.
O choque não tem a ver com a sua intenção, tem a ver com ter enfiado o dedo na tomada.
O choque não é uma arbitrária punição a você ter enfiado o dedo na tomada.
Você mesmo se condenou a tomar o choque no momento em que pôs.
Pedro Reis escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:15 am
Qual a diferença entre fazer o mal e escolher o mal? Quando você se torna mau: quando faz o mal ou quando escolhe o mal?
Você se torna mau no momento em que realiza o mal no mundo, agindo, tornando-o o presente, marcando o Real com uma mácula.
Pensar o mal é inerente à liberdade dos seres. Até Jesus, na bíblia, perguntou ao pai porque o abandonara.
Pedro Reis escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:15 am
Quando a Suzanne escolheu matar os pais a pauladas ela não estava sendo má. Só quando deu as pauladas.
Os maiores santos foram atormentados e tentados por maus pensamentos e sentimentos.
O mau pensamento e sentimento não basta para tornar alguém mau.
Até que tenha efetivamente realizado, o mal não se fez presente.
E é na nossa liberdade que pode-se fazê-lo ou rechaçá-lo.
Pedro Reis escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:15 am
Não passa de um jogo de palavras. Antes do ato tem que haver a intenção. A intenção da maldade, a escolha da maldade, precede a maldade. Porque a maldade sem intenção não é maldade, é fatalidade.
Sim, mas é normal que o mal habite as consciências, pois somos seres livres que podem fazer qualquer coisa dessa liberdade,
incluindo as maiores atrocidades. Por isso, é a boa ou má obra que importa.
Pedro Reis escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:15 am
Da mesma forma, o ato de escolher o mal é precedido pela intenção de escolher o mal. O desejo de escolher o mal, é mau e próprio do homem mau.
O desejo de escolher o mal todos temos. Se você não tem, deve ser alguma espécie de mártir ou santo.
Temos desejos, luxúria, inveja, ciúme, vaidade, orgulho. Nossa liberdade está no que decidimos fazer de nós.
E isso só se faz fazendo. E só nos tornamos depois de termos feito.
Gorducho escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:17 am
Metaforicamente falando; "espiritualmente", em encarnações anteriores, provavelmente em orbes menos evoluídos que cá
Se você hoje começar a usar crack, ter desleixo com a saúde, família, trabalho, degradará sua existência.
Um espírito pode fazer a mesma coisa. Aliás, você é um espírito.
Está havendo confusão entre pureza de inocência e pureza de remissão.
Gorducho escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:17 am
Então, e aí "regrediu" moralmente
Mas não em consciência. Aliás por isso é muito maior a falta.
Gorducho escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:17 am
vai ser por mero acaso — sorte ou azar pra alma —
Não, pois o que determinará isso é a profunda inclinação da própria alma, livre e independente em seu agir.
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:22 am
Se podemos ceder ao mal a qualquer momento, significa que fomos criados defeituosos, vulneráveis às tentações.
É uma consequência de termos sidos criados livres, e ser livre é pré-condição para ser perfeito.
Só se pode ser perfeito escolhendo voluntariamente a perfeição.
E isso cabe unicamente ao ser e ninguém mais.
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:22 am
Se Lúcifer, um puro espírito que vivia face a face com Deus, se voltou para o Mal, o que esperar de criaturas tão inferiores como nós, presas a um corpo corruptível cujas necessidades e imperfeições influenciam nossa limitadíssima razão?
Isso pesa a nosso favor. Significa não ter plena consciência. Por isso é dito que a Queda de Lúcifer é irrevogável.
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:22 am
Nossa razão sofre os efeitos dos instintos, das dores, da fome.
Bom, pois isso nos dá a prerrogativa da misericórdia.
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:22 am
E daí? Em algum momento, sua natureza o levou para o mal.
Sendo que talvez nem tivesse consciência disto. Talvez acreditasse fazer a coisa certa.
Um serial killer também acredita estar fazendo a coisa certa.
Não interessa o que você acredita. É questão do que faz ou deixa de fazer.
Se você enfiar o dedo na tomada acreditando fazer a coisa certa, levará igualmente o choque.
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:22 am
Um ser que escolhe o mal e então o pratica mostra que não é perfeito.
Mostra que deliberadamente escolhe rechaçar a perfeição.
E o resto segue-se à consequência dessa escolha.
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 21 Novembro 2020 - 10:22 am
Errado. É necessário já ser mau para se tomar - conscientemente - uma decisão errada. A decisão de tomar a decisão já é um erro em si.
Qualquer um pode tomar uma decisão errada. Muitos santos e mártires tomaram.
Para tomar decisões erradas só se precisa ser capaz de tomar decisões.