Assisti à live dos médicos. E é justamente por isso que me interessei em assistir ao vídeo do biomédico analisando os cases.Gabarito escreveu: ↑Dom, 05 Julho 2020 - 09:45 amAo invés de ouvir "o rapaz", você estaria disposto a ouvir todos os médicos da live que Alexandre Garcia fez, onde somente ele não era médico?
Está aqui:
É longa. Se não puder ver tudo, vá saltando e ouvindo a opinião de vários deles.
Mas o bom mesmo seria se você assistisse a tudo.
São médicos que estão ao lado do leito dos pacientes, estão tratando com pessoas reais infectadas.
Não é um "rapaz", um blogueiro youtuber ou leigo dando opinão.
São profissionais da saúde que estão trabalhando com a doença 24 horas por dia.
Veja o vídeo todo. É uma sugestão.
Apesar de ser biomédico, o "rapaz" não está em campo, não tem vivência de campo, está perto de pipetas, beckers e tubos de ensaio.
Não está vendo o resultando aparecendo.
Há sim evidência empíricas que a ivermectina traz resultados positivos. Mas isto não necessariamente valida todo e qualquer estudo que foi feito usando o medicamento.
É como o Fernando Silva disse:
É o velho non sequitur, onde a conclusão pode ser verdadeira ou falsa, mas não decorre necessariamente da premissa.Fernando Silva escreveu: ↑Dom, 05 Julho 2020 - 08:42 amSe o cara diz que 2 + 2 = 4 pelos motivos errados, então ele está errado. O fato de ter obtido a resposta certa é apenas coincidência.
Da mesma forma, se o presidente Fulano defende o medicamento X sem entender nada de medicina, não importa que seu palpite seja mais tarde confirmado pelas pesquisas.
Por exemplo:
"O fogo é quente e sei disso por dois motivos:
ele é vermelho; e
medi sua temperatura com um termômetro".
Neste caso, apesar da premissa 2 ser verdadeira e a conclusão também, não podemos assumir como verdadeira a premissa 1.
E é exatamente neste sentido a crítica: apesar de algumas das evidências empíricas apresentadas pelos médicos nas lives merecerem serem investigadas, isto não necessariamente valida todos os estudos que os demais médicos ali fizeram, apenas porque chegaram na mesma conclusão ou em conclusão semelhante.
Grande exemplo disso é a médica de Belém que disse ter distribuído o kit Covid nos hospitais a pacientes suspeitos: Cloroquina, Ivermectina e Azitromicina. Segundo relato da médica, após distribuição do kit, a ocupação dos leitos nos hospitais da cidade diminuiu. Com isso, ela conclui que o motivo para essa diminuição foram os kits.
Porém, os kits começaram a serem distribuídos em 11/05. E ao analisarmos a situação como um todo, percebemos que o pico de casos na cidade foi em 20/04, e os casos de Covid-19 já vinham diminuindo desde esta data, como mostra a imagem:
É exatamente aqui que mora o perigo de assumir como certo qualquer estudo que corrobora nosso viés de confirmação e apelar à autoridade apenas porque foi conduzido por médicos. Longe de entrar na discussão da real eficácia do medicamento em questão; mas é justamente essa mentalidade que faz com que tratamentos alternativos, homeopatia, e demais pseudociências sejam tão difundidos no Brasil, inclusive por profissionais de saúde.