Governo Trump 2 (2025 a 2029)

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Re: Governo Trump 2 (2025 a 2029)

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

JD Vance e Charlie Kirk me trazem à lembrança o sentido negativo da expressão "Olho junto".

Re: Governo Trump 2 (2025 a 2029)

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Huxley escreveu:
Qua, 17 Setembro 2025 - 21:54 pm
https://www.youtube.com/watch?v=NUdyUkAAmCw

No vídeo acima, vemos Renan Santos, do MBL, divulgando a fake news de que J.D. Vance (vice de Trump) teria "provado", por meio de uma pesquisa sobre violência política, a existência de uma suposta corroboração para sua narrativa de que é necessário perseguir preferencialmente a esquerda na política antiviolência.

A inteligência artificial generativa Grok, criada pelo direitista Elon Musk, aliada às minhas perguntas bem elaboradas, desmentiu a conclusão apresentada por Renan Santos ao final do vídeo: “O esquerdista aceita a violência política contra seu adversário de maneira absolutamente desproporcional quando comparado ao direitista.”

Confiram as três respostas do diálogo. A resposta à terceira pergunta é o verdadeiro tiro de misericórdia na narrativa de J.D. Vance e Renan Santos.

Huxley:

Depois do incidente do assassinato de Charlie Kirk, o vice-presidente americano J.D. Vance citou uma pesquisa que indica que o esquerdista aceita violência como meio político de forma desproporcional quando comparado ao direitista. Faça verificação de fato dessa notícia e comente sobre qual pesquisa foi falada por Vance.

Grok:

O incidente do assassinato de Charlie Kirk ocorreu em 10 de setembro de 2025, durante um evento na Utah Valley University, em Provo, Utah, onde ele foi baleado e morto enquanto falava para uma multidão. O suspeito, Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso e acusado de assassinato agravado, com promotores buscando a pena de morte. As investigações apontam para motivações políticas, com Robinson descrito como tendo visões de esquerda extremas e agindo sozinho. Isso gerou um amplo debate nacional sobre violência política e civismo no discurso público.

6 sources

Em resposta ao incidente, o vice-presidente J.D. Vance, enquanto apresentava o podcast "The Charlie Kirk Show" em 15 de setembro de 2025, criticou o que chamou de "extremismo de esquerda" e citou dados de uma pesquisa da YouGov, realizada logo após o assassinato de Kirk, para argumentar que pessoas de esquerda são mais propensas a defender ou celebrar violência política do que as de direita. Vance afirmou que "os dados são claros" e mencionou especificamente que 24% dos "muito liberais" acham aceitável ficar feliz com a morte de um oponente político, e que 26% dos jovens liberais acreditam que a violência política é às vezes justificada.

4 sources

A pesquisa em questão é uma sondagem da YouGov, divulgada dois dias após o assassinato de Kirk, que mediu atitudes dos americanos em relação à violência política e à reação à morte de figuras públicas. De acordo com os dados:Sobre violência política "nunca ser justificada" para alcançar objetivos políticos:Muito liberais: 55% concordam (implicando que cerca de 45% acham que pode ser justificada em alguns casos).
Liberais: 68% (cerca de 32% acham justificável às vezes).
Conservadores: 83% (cerca de 17% acham justificável).
Muito conservadores: 88% (cerca de 12% acham justificável).

Sobre ser "sempre ou geralmente inaceitável" ficar feliz com a morte de uma figura pública oposta:Muito liberais: 56% (cerca de 44% acham aceitável em alguns cenários).
Liberais: 73% (cerca de 27% acham aceitável).
Conservadores: 91% (cerca de 9% acham aceitável).
Muito conservadores: 90% (cerca de 10% acham aceitável).

Esses números indicam, de fato, uma aceitação desproporcionalmente maior entre liberais (especialmente os "muito liberais") em comparação aos conservadores, alinhando-se à declaração de Vance. No entanto, a pesquisa foca em atitudes e opiniões, não em ações reais de violência. Críticos, incluindo analistas da MSNBC, Reason e Zeteo, argumentam que Vance pode ter selecionado dados de forma seletiva (por exemplo, o número de 26% para jovens liberais não é detalhado explicitamente na pesquisa como um todo, sugerindo possível exagero), e que estatísticas reais de incidentes de violência política mostram que extremistas de direita são responsáveis pela maioria dos casos nos EUA recentes, de acordo com especialistas, o Departamento de Justiça e relatórios de inteligência.

3 sources

Em resumo, a notícia é factual quanto ao incidente e à citação de Vance, mas o contexto da pesquisa revela nuances: há maior tolerância declarada à violência entre esquerdistas na sondagem, mas isso não reflete necessariamente a prevalência de atos violentos, que tendem a vir mais da direita extrema.

Huxley:

À luz da Filosofia da Ciência, aceita-se que as pesquisas psicológicas mais confiáveis e rigorosas sobre os traços psicológicos de grupos são realizadas através de pesquisas de opinião (crenças declaradas) ou de registros empíricos de suas ações (pesquisas em campo e/ou laboratório)?


Grok:

Na filosofia da ciência, que enfatiza princípios como empirismo, falsificabilidade e objetividade para gerar conhecimento confiável, as pesquisas psicológicas mais rigorosas e confiáveis sobre traços psicológicos de grupos (como atitudes coletivas, comportamentos sociais ou dinâmicas grupais) priorizam métodos empíricos baseados em registros de ações observáveis, em vez de depender exclusivamente de crenças declaradas via pesquisas de opinião. Isso ocorre porque observações comportamentais em campo ou laboratório permitem inferências causais, controle de variáveis e verificação direta, alinhando-se melhor aos padrões científicos de replicabilidade e redução de vieses subjetivos.

### Comparação entre os Métodos
- **Pesquisas de opinião (crenças declaradas ou auto-relatos):** Essas envolvem questionários ou enquetes onde participantes relatam suas crenças, atitudes ou comportamentos percebidos. Elas são úteis para amostras grandes e representativas, facilitando generalizações sobre grupos (ex.: estudos transculturais sobre bem-estar subjetivo). No entanto, são menos rigorosas devido a limitações como viés de desejabilidade social (pessoas respondem o que acham "aceitável"), imprecisões de memória e incapacidade de capturar processos não conscientes. Do ponto de vista filosófico-científico, esses métodos são mais descritivos e correlacionais, mas falham em estabelecer causalidade e são menos falsificáveis, pois dependem de relatos subjetivos que podem não refletir ações reais.

- **Registros empíricos de ações (pesquisas em campo e/ou laboratório):** Esses métodos envolvem observação direta de comportamentos em ambientes naturais (ex.: observação naturalista de interações grupais) ou controlados (ex.: experimentos laboratoriais com manipulação de variáveis). Eles são considerados mais confiáveis e rigorosos porque fornecem dados objetivos, mensuráveis e replicáveis, permitindo testes de hipóteses e inferências causais – por exemplo, estudos sobre cultura de honra que medem reações emocionais, níveis hormonais e escolhas comportamentais em cenários controlados. Na filosofia da ciência, isso se alinha ao empirismo (conhecimento derivado de observação sensorial) e à ênfase em evidências verificáveis, reduzindo a dependência de relatos subjetivos e melhorando a validade ecológica ou experimental.

### Conclusão Aceita na Filosofia da Ciência
Aceita-se amplamente que os registros empíricos de ações são superiores em rigor e confiabilidade para estudar traços psicológicos de grupos, especialmente em psicologia social, onde experimentos como os de Asch (conformidade) ou Milgram (obediência) demonstram a importância de dados comportamentais observáveis. Pesquisas de opinião são complementares, mas não substituem métodos observacionais quando se busca conhecimento científico robusto, devido aos riscos de viés e falta de objetividade. No entanto, a integração de ambos pode enriquecer estudos, desde que com designs rigorosos para mitigar limitações.

Huxley:

À luz da "Ciência da Violência Política" e dos métodos empíricos baseados em registros de ações observáveis, julgue se a proposição a seguir é mais verdadeira do que falsa ou mais falsa do que verdadeira: "O esquerdista aceita a violência política contra seu adversário de maneira absolutamente desproporcional quando comparado ao direitista".

Grok:

À luz da "Ciência da Violência Política" — campo que se apoia em datasets empíricos como o Profiles of Individual Radicalization in the United States (PIRUS) do START Consortium, o Global Terrorism Database (GTD) e o Armed Conflict Location & Event Data Project (ACLED) —, a avaliação da proposição deve priorizar registros observáveis de ações violentas (incidentes, ataques e fatalidades atribuídos a grupos ideológicos), em vez de relatos subjetivos de aceitação. Esses métodos empíricos medem comportamentos reais, como atentados, assassinatos e danos materiais, permitindo inferências sobre padrões de violência política sem os vieses de pesquisas de opinião.

Os dados consistentes de múltiplas fontes indicam que a violência política nos EUA é predominantemente perpetrada por extremistas de direita, com maior frequência e letalidade em comparação aos de esquerda, especialmente desde os anos 1990 e pós-2020. Isso sugere que, se ações observáveis servem como proxy para aceitação (pois quem "aceita" tende a agir), a assimetria é oposta à proposição: direitistas extremistas cometem violência de forma mais desproporcional. A proposição é, portanto, **mais falsa do que verdadeira**.

### Evidências Empíricas Principais
Utilizando dados de ações observáveis (não atitudes declaradas), aqui vai uma síntese comparativa baseada em estudos rigorosos:

| Fonte/Dataset | Período | Frequência de Incidentes (Direita vs. Esquerda) | Letalidade (Mortes: Direita vs. Esquerda) | Tendências Observadas |
|---------------|---------|------------------------------------------------|-------------------------------------------|-----------------------|
| **PIRUS (START)** | 1948-2018 | Direita: 59%; Esquerda: 23% (Islamista: 18%). Esquerda dominante até 1970s; direita cresce pós-1990s. Probabilidade de violência: Direita 61%, Esquerda 33% (68% menor odds para esquerda). | Direita e Islamista similares; Esquerda significativamente menor. | Aumento na radicalização direitista recente; esquerda declina. |
| **CSIS (Terrorist Attacks & Plots)** | 1994-2020 | Direita: 57% (509/893 incidentes); Esquerda: 25% (223/893). Direita >50% anualmente desde 2011. | Direita: 335 mortes; Esquerda: 22 mortes. Direita responsável por >50% das fatalidades em 14/21 anos com mortes. | Resurgimento direitista pós-2015 (90% dos incidentes em 2020); esquerda foca mais em danos a propriedade (ex.: eco-terrorismo). |
| **ACLED (US Crisis Monitor)** | 2020-2024 | Direita extrema: 3x mais incidentes que esquerda extrema. | Direita mais letal; esquerda ~10-15% dos casos totais. | Declínio leve pós-2020, mas direita persiste como majoritária; 35% dos eventos em 2025 visam governo (aumento 2x vs. 2024). |
| **GTD & ADL (Extremist Murders)** | 2001-2025 | Direita: 75-80% dos incidentes; Esquerda: <5-15%. | Direita: 75-80% das mortes por terrorismo doméstico (~450); Esquerda: <5% (ex.: arson/vandalismo). | Direita responsável por 76% dos assassinatos extremistas na década passada; normalização da violência mainstream. |

### Análise e Limitações
- **Assimetria Observável**: A direita extremista (ex.: supremacistas brancos, milícias anti-governo) comete mais ataques letais contra pessoas (ex.: tiroteios em sinagogas, igrejas e supermercados), enquanto a esquerda (ex.: Antifa, eco-anarquistas) foca em alvos não letais como propriedade ou confrontos em protestos. Isso reflete padrões globais, onde islamistas são mais letais, mas nos EUA, a direita supera a esquerda em ações violentas.
- **Tendências Recentes**: Pós-2020 (BLM/Jan. 6), violência política subiu, mas dados do ACLED e CSIS mostram direita como vetor principal. Incidentes isolados de esquerda (ex.: suposto assassinato de Charlie Kirk em 2025) não revertem a tendência.
- **Por Que Não "Aceitação" Direta?**: Estudos atitudinais (ex.: YouGov 2025) mostram liberais jovens ligeiramente mais abertos a justificar violência em contextos específicos (ex.: contra racismo), mas ações empíricas contradizem desproporcionalidade. Pesquisas experimentais (ex.: PNAS) confirmam que percepções de legitimidade variam por ideologia, mas comportamentos reais favorecem a direita como mais agressiva.
- **Viés e Equilíbrio**: Fontes incluem think tanks (CSIS, START) e acadêmicos (PNAS), representando visões bipartidárias. Alegações de "equivalência" (both-sidesism) são refutadas por dados, que mostram assimetria direitista sem ignorar violência histórica de esquerda (anos 1970).

Em resumo, os registros empíricos de ações desmentem a proposição, apontando para uma dinâmica inversa na violência política contemporânea nos EUA. Para aprofundamento, recomendo os datasets PIRUS e ACLED.
Acima está um ótimo exemplo para esclarecer o que é a falácia Evidência Suprimida (cherry picking).

Re: Governo Trump 2 (2025 a 2029)

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Uma salva de palmas para o jornalista direitista brasileira coerente que escreve o artigo abaixo, mas não para o antro de canalhas complacentes e hipócritas da militância direitista brasileira que faz vista grossa sobre a atitude de Trump (Bolsonarismo, MBL, etc.):

Trump é tão censor quanto o ministro que puniu com a Lei Magnitsky
Donald Trump se vende como defensor intransigente da liberdade de expressão, mas é um censor feroz e hipócrita

Mario Sabino
18/09/2025 09:46, atualizado 18/09/2025 09:46

Donald Trump se vende como defensor intransigente da liberdade de expressão, mas é um censor feroz e hipócrita.

O mais recente episódio de censura nos Estados Unidos é o da suspensão, por tempo indeterminado, do talk show de Jimmy Kimmel na rede televisiva ABC.

O canal foi pressionado a tirar o programa do ar pela comissão regulatória de comunicações, cuja independência ficou só no papel desde que Donald Trump assumiu a presidência, por causa de um comentário do apresentador sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

“Atingimos um novo fundo do poço no fim de semana, com a turma do MAGA (Make America Great Again) tentando desesperadamente caracterizar esse garoto que assassinou Charlie Kirk como qualquer coisa menos um dos seus e fazendo todo o possível para lucrar politicamente com isso”, disse Jimmy Kimmel na TV.

É uma fala idiota de um adversário do governo, mas a liberdade de expressão é direito alienável também dos cretinos e sobretudo de quem faz oposição ao poder.

Antes de Jimmy Kimmel, outro apresentador de talk show crítico de Trump teve o seu programa cancelado a partir da próxima temporada: Stephen Colbert, da rede CBS.

A justificativa para o cancelamento foi custo, mas só acredita nisso quem acha que o presidente americano nunca teve amizade comprometedora com o estuprador de menores Jeffrey Epstein: a Paramount, dona do canal, dependia da boa vontade da comissão regulatória para a aprovação da sua fusão com a Skydance.

A Nextar, dona da ABC, também está nas mãos da comissão para aprovar a compra de uma concorrente por U$ 6.2 bilhões, segundo o New York Times.

Depois da retirada do ar do programa de Jimmy Kimmel, o presidente americano parabenizou o canal pela censura, que chamou de “grande notícia”. Ele escreveu na sua rede social que a ABC “teve a coragem de fazer o que precisava ser feito”. É frase de um convicto liberticida.

No mês passado, Donald Trump já havia ameaçado revogar as licenças tanto da ABC como da NBC, a terceira grande rede americana de TV aberta, acusando-as de serem “braço político do Partido Democrata”.

Depois do torpedeamento de Jimmy Kimmel e Stephen Colbert, outros dois apresentadores de talk show, ambos da NBC, estão mira de Donald Trump: Seth Meyers e Jimmy Fallon.

Incomodado com as (boas) piadas de ambos, o presidente americano os chamou de “total losers”. Até aí, ele está exercendo o direito que nega aos aos outros. Mas, no atual contexto, pode ser a senha para que a rede de TV da qual são contratados seja pressionada a demiti-los.

Donald Trump é tão defensor da liberdade de expressão quanto o ministro brasileiro que puniu com a Lei Magnitsky.
Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/mari ... -magnitsky
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