Sobre oportunidades iguais e diferentes, há que se separar devidamente
meritocracia de
concorrência. São conceitos que podem se confundir, mas são diferentes entre si.
O mérito não deve ser avaliado dentro de uma concorrência desigual.
Mas isso não invalida a sua existência.
Aliás, ele nem deve ser considerado nessa situação.
A concorrência mede a capacidade, não o mérito.
Na concorrência, vence o que estiver mais apto, independentemente das condições de esforço prévio. É o filtro bruto de quem foi o melhor. É frio e não avalia o histórico dos concorrentes. E nem a questão do merecimento. Que também é diferente de mérito.
Merecimento muitas vezes depende de uma avaliação subjetiva e atrelada a valores que podem variar com a sociedade e a cultura.
Aquele que é merecedor em algumas sociedades pode não sê-lo em outras.
(— Ah, fulaninho não merecia isso. — Ah, sicraninho mereceu aquilo!)
Merecimento depende do julgamento subjetivo do avaliador, do juiz.
Concorrência vê somente o resultado da disputa.
Meritocracia entrega bons resultados ao seu portador, caso a situação dependa apenas da sua capacidade, e esteja imune a fatores externos.
Batman escreveu: ↑Qui, 16 Fevereiro 2023 - 14:17 pm
Além do que essa idéia falaciosa e utópica da meritocracia na sociedade como ela é, leva muitas pessoas a crerem que são menos capazes do que outras, quando na verdade elas só não tinham as mesmas condições de competir.
Meritocracia não depende da visão que as pessoas possam ter da colocação dos seus pares, da situação como um todo.
Alguém se capacitou para alguma competência ou não se capacitou. Fim de papo.
Não tem que ficar se comparando com os outros.
E na concorrência, vence o melhor, o mais apto. Não tem choro de perdedor.
Discutir igualdade de condições é outro departamento. Não deve se confundir com o que ora se debate.