Medicina alternativa e pseudociências

Área destinada à discussão sobre Ceticismo e a Incredulidade Humana

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Spoiler:
Tutu escreveu:
Qui, 05 Maio 2022 - 15:32 pm
Agnoscetico escreveu:
Qui, 05 Maio 2022 - 14:54 pm
Ainda bem que existe revisão por pares e coisa por tipo. Se fosse baseada em consenso, senso-comum e estável como as crenças populares poderia ta pior.
Quando eu disse estável, queria dizer o oposto de instável. Instável é algo que muda demais e incapaz de ser sólido suficiente para usado. Estável não é sinônimo de fossilizado ou congelado. Pode mudar ou ser substituído, mas não com tanta frequência.
O problema é que alguém pode descobrir novas informações no dia seguinte, mesmo que nova revisão por pares possa demorar algum tempo. Desconheço tempo mínimo padrão pra se bater o martelo e dizer "Agora ta estabilizado".

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Este vídeo esclarece melhor hipnoterapia e PNL. O que deveria ser uma entre milhares de técnicas válidas se torna nome comercial de pseudociências.

youtu.be/oHJjk9tlCxg

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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f0rest2.0
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Mensagem por f0rest2.0 »

O conhecimento é sistêmico e possui níveis de interpretação. A neurociência nos mostra as bases e estrutura do sistema nervoso, e a psicologia estuda seus aspectos derivados. O behaviorismo tentou retirar a subjetividade da psicologia, e por isso avançou em direção ao cognitivismo e a cognitivo comportamental, pois deixou uma lacuna teórica e prática que teve que ser reparada através de seus pontos fortes. A subjetividade envolve linguagem e emoção, e isso é do plano da percepção. Os conhecimentos se complementam, e o subjetivo continua existindo. Existe aquela frase de que o pensamento é uma nota de rodapé da filosofia da Platão, e tem um ponto de sentindo, o dualismo entre o físico e o ideal. A aproximação dialética entre ambos conduz a conhecimentos mais abrangentes.
A hipnose 'purista' é um tratamento clássico, Abade Faria é referência nesse tipo de 'terapia'. Sugestões mentais em pessoas que estão em estado de sonolência e transe. Nesses instantes a percepção de tempo, espaço e emoção se expandem, e sugestões são muito poderosas para dar certo ou errado, afinal é um estado de subconsciência. Mas nas clínicas de psicologia sempre existe sugestão mental dependendo da abordagem, existem terapias que conduzem ou são conduzidas. A hipnose purista é sugestão mental em estado de transe. Existem diferentes coeficientes de sugestão mental, mas observando atentamente, a massa é sempre sugestionável. Geralmente, essa sugestionabilidade não é benéfica.
E PNL podemos dizer que se trata de técnicas para aperfeiçoar habilidades úteis e de adaptação ao ambiente e para o desenvolvimento pessoal. Mas o fanatismo nisso transforma a pessoa no contrário.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Otários se acham especiais e espiritualmente evoluídos por consumir bolinhas de açúcar com grife.
O glamour da ignorância

O “mal” é que endossar medicina alternativa é uma aposta muito perigosa — para o indivíduo e para a sociedade.
Placebos são consumidos como se fizessem efeito.

Por Natalia Pasternak 11/07/2022


Existe um mercado perverso que lucra em cima da desinformação, e que já foi inclusive tema desta coluna. Vendedores de ilusões empurram suplementos, remédios ditos naturais, livros, DVDs, práticas sem base científica que prometem curar desde unha encravada até câncer e depressão, segredos da saúde que “eles” não querem que você saiba. Para fisgar clientes, o marketing da pseudociência usa duas iscas: medo e vaidade. A vaidade de acreditar fazer parte de um estilo de vida mais “espiritualizado” e “natural”, e o medo da morte, da doença — e do mundo moderno.

O dinheiro que se ganha com isso não é nada desprezível. Reportagem recente do jornal britânico The Sunday Times estima o valor da indústria do bem-estar em 3,59 trilhões de libras (R$ 23 trilhões), e o triplo do que fatura a indústria farmacêutica, em torno de 1,16 trilhão de libras.

As duas linhas de marketing encontram seus consumidores, de forma geral, em dois tipos de público. O primeiro é composto de pessoas vulneráveis, assustadas, que passaram ou estão passando por momentos de vida difíceis, com elas mesmas ou entes queridos sofrendo ou sentindo-se traídos ou desenganados pelo sistema formal de saúde ou pelos próprios limites da ciência e da medicina. Afligidas pelo desespero e, não raro, pela frieza e falta de empatia de algum profissional de saúde, estas pessoas se voltam para camelôs de sonhos que, junto com o remédio inútil, vendem fórmulas mágicas e o tempo e a atenção tão escassos no sistema médico. O argumento costuma ser: “afinal, que mal tem”?

O “mal” é que endossar medicina alternativa é uma aposta muito perigosa — para o indivíduo e para a sociedade. Pode atrasar diagnósticos de doenças graves, desviar pessoas de tratamentos reais, legitimar narrativas paranoicas como a do movimento antivacinas. Para resgatar as vítimas do marketing do medo e do desamparo, é importante reconhecer o direito do paciente de expressar receios e dúvidas, mas ser claro na hora de separar fato de ficção.

Mas existe também o consumidor por vaidade, que se vê num plano espiritual superior porque consome bolinhas de açúcar com grife. Esse perfil, em geral, não espera ficar doente para correr atrás do terapeuta holístico: engolir placebos faz parte do estilo de vida. É o que em inglês se chama de “the healthy unwell”, ou “os saudáveis incomodados”, pessoas perfeitamente bem de saúde que esperam minimizar os incômodos inerentes à condição humana com simulacros de “terapia”. Essa turma mantém o mercado de pseudoprodutos de saúde vivo e lucrativo, fartando-se de suplementos vitamínicos desnecessários, remédios “tradicionais” feitos de partes do corpo de animais em extinção, bolinhas de açúcar, conhaquinho de conta-gotas e a água de torneira mais cara do mundo.

Os consumidores que se banham nos raios do glamour da ignorância provavelmente não se importam de ser enganados ou de dar sustentação financeira e ideológica a um mercado que explora desesperados. São movidos pelo narcisismo de, mesmo tendo acesso aos melhores médicos e cientistas, preferir ignorá-los porque sua “verdade pessoal” é “mais verdadeira” do que os resultados de estudos clínicos controlados feitos por universidades e centros de pesquisa. Se eu acho que me curei de uma doença crônica da infância com bolinhas de açúcar, quem são esses cientistas para me dizer que estou errada? A única ferida insuportável é a do ego.

Pode parecer inofensivo ir à lojinha de produtos naturais e comprar bolinha de açúcar para nariz entupido, floral para dor de cotovelo. Mas é esse consumo por vaidade que legitima socialmente a venda por desespero, que mantém viva a ideologia que despreza a ciência, mutila animais na África e na Ásia e mata crianças por falta de vacina.
https://oglobo.globo.com/blogs/a-hora-d ... ncia.ghtml

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Não se dá pra descuidar o ceticismo nem com pessoas que se apresentam como mais "pé-no-chão", até a tal Dra. Ana Beatriz, que tratava de temas psiquiátricos, ta se metendo na lorota quântica já faz um certo tempo:


PhD em Física REAGE "A FÉ E A FÍSICA QUÂNTICA" • Física e Afins


youtu.be/N-j5tN79UZ4

Re: Medicina alternativa e pseudociências

Batman
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Mensagem por Batman »

O que vocês acham da "cura quântica"?
Deepak Chopra chegou a escrever um livro sobre isso.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Batman escreveu:
Sex, 24 Fevereiro 2023 - 19:25 pm
O que vocês acham da "cura quântica"?
Deepak Chopra chegou a escrever um livro sobre isso.
Carece de evidências.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

Batman
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Mensagem por Batman »

Agnoscetico escreveu:
Sex, 24 Fevereiro 2023 - 23:44 pm
Batman escreveu:
Sex, 24 Fevereiro 2023 - 19:25 pm
O que vocês acham da "cura quântica"?
Deepak Chopra chegou a escrever um livro sobre isso.
Carece de evidências.
Também acho.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

Batman
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Mensagem por Batman »

E o que acham da homeopatia?
Ela é reconhecida como especialidade médica, pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1980.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Batman escreveu:
Sáb, 25 Fevereiro 2023 - 07:32 am
E o que acham da homeopatia?
Ela é reconhecida como especialidade médica, pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1980.

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Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

O Físico e a Pororoca

José Colucci Jr., Ph.D.

É notória a má-vontade dos especialistas para com os jornalistas que se encarregam da divulgação científica. É comum rotularem-se de superficiais as matérias sobre ciência e tecnologia, e de inconseqüentes as sobre medicina e saúde. O que dizer, no entanto, de matéria como a que publicou A Folha de S.Paulo (8/2/01) sobre a homeopatia? A repórter que a assina usou dados da associação máxima da especialidade, consultou profissionais credenciados e ouviu o relato de empresas e pacientes em apoio à homeopatia. O que faz o leitor crítico diante desta e de muitas outras reportagens sobre a medicina dita alternativa? É fácil acusar de levianas matérias que divulguem terapias obscurantistas e carentes de valor científico, mas o que dizer da que promove uma especialidade médica que tem a benção do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira, é utilizada na rede pública, conta com 15 mil profissionais cadastrados no país e ganha adeptos a cada dia?

Pedir que a imprensa seja mais responsável do que as duas entidades oficiais citadas seria ingênuo, mas não descabido. Quando os interesses mercadológicos de uma categoria falam mais alto do que o interesse público, a imprensa deveria ser a primeira denunciá-los – porque só interesses mercadológicos explicam o reconhecimento oficial da homeopatia. Se a homeopatia estiver certa, e existir no universo um princípio cujo efeito seja maior quanto mais diluído esteja, estão erradas a química, a física e a medicina modernas. No resto deste artigo, convido o leitor que não esteja disposto a abandonar as conquistas do pensamento científico a considerar as bases físicas da homeopatia.

O Físico e a Homeopatia

Em minha juventude tive a felicidade de conviver com Mário Schenberg, o grande astrofísico brasileiro. Num daqueles dias, surpreendi-o, de pijama e chinelos, na cozinha de sua casa na Avenida Dr. Arnaldo, em São Paulo, a separar, contar e colocar com todo o cuidado debaixo da língua vinte e tantos glóbulos brancos de um remédio homeopático. Tentei mostrar-lhe a incoerência: ele, um cientista famoso, utilizando-se de um método terapêutico para o qual não há qualquer comprovação científica. Falei das diluições extremas, da constante de Avogadro, da impossibilidade estatística de existir naquele produto uma molécula sequer do princípio ativo, e, em pouco tempo, lá estava eu, na petulância de meus vinte e poucos anos, a dar lições de química elementar ao homem que desenvolveu, com Chandrasekhar, o modelo estelar com núcleo isotérmico. Sempre bondoso, Mário não se aborreceu com a insolência. Disse apenas que se eu pretendia aplicar o método científico deveria antes inteirar-me de suas limitações, pois o método científico testa a validade da hipótese e mais nada. Não revela se a hipótese a ser testada é a única possível, ou sequer se é razoável. Para formular hipóteses é preciso imaginação, pois fazer ciência é um ato criativo. Minha hipótese, Mário esclareceu, era a de que o efeito terapêutico devia-se ao princípio ativo. Sob esse ângulo o raciocínio era perfeito: sem a presença do princípio ativo o remédio não funcionaria. O que eu não considerava era que o efeito terapêutico poderia dar-se através de outro fenômeno qualquer, por exemplo, pela modificação da estrutura molecular do solvente por ação do soluto.

Segundo essa hipótese alternativa, o solvente – água ou álcool – transformar-se-ía pelo simples contato com as moléculas do princípio ativo, e a eficácia do remédio não dependeria mais da presença daquelas moléculas. Mário disse essas coisas com um sorriso maroto nos lábios, o que, na época, imaginei dever-se ao prazer de confundir a cabeça do moleque impertinente. Hoje sei que não, mas essa é outra história [Mário Schenberg comprazia-se em questionar verdades aceitas e estabelecidas. Tinha sempre um ponto de vista original a contribuir. Toda e qualquer discussão era para ele um laboratório onde idéias eram ensaiadas e, então, descartadas ou selecionadas para futuro exame, conforme seu potencial. O fascínio de Mário pela arte e filosofia orientais e a ênfase que colocava na intuição como instrumento para o conhecimento foram usados como licença para atribuir-lhe uma vocação mística bem maior do que a que verdadeiramente tinha. Se tinha afinidade com alguma religião, era com o Budismo, uma religião sem Deus. Por razões que são fáceis de entender, o fato de Mário ter sido um dos primeiros a divulgar no Brasil Fritjof Capra e seu The Tao of Physics ganha mais ênfase entre os muitos que o conheceram superficialmente do que suas contribuições teóricas para a teoria dos dielétricos, teoria da ionização e da radiação de Cernkob, teoria clássica e quântica dos campos, relatividade geral, mecânica clássica e raios cósmicos].

Aprendi, graças a minha impertinência, que o método científico – ou, mais propriamente, o indutivo – também tem suas limitações. Tivesse eu, além da impertinência, um pouco mais de espírito crítico, teria percebido a falácia da hipótese alternativa sugerida por Mário. Teria usado Popper, recém-estudado no curso de pós-graduação, para contra-argumentar. Sendo como era, aceitei o argumento da autoridade. Se vinha de Mário Schenberg, tinha de estar correto. Meu único consolo é encontrar-me em boa companhia. A suspensão da razão crítica com relação a correntes filosóficas místicas, terapias alternativas, pseudociência, fenômenos paranormais e dogmas religiosos tem afetado gente melhor e mais preparada do que eu. Com o presente artigo procuro retificar – um tanto tardiamente, reconheço – aquela omissão da juventude.

Hahnemann, Pai da Homeopatia

Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843), o criador da doutrina homeopática, foi um grande médico. Quando começou a formular os princípios da homeopatia (do grego homeo, semelhante, e pathos, sofrimento ou doença), em fins do século 18, o horror que nutria pela medicina tradicional de seu tempo era justificado. Entre os recursos médicos da época contavam-se a aplicação de sanguessugas, os enteroclismas (lavagens intestinais), as sangrias, a administração maciça de drogas perigosas e outros métodos invasivos que geralmente faziam mais mal do que bem. Hipócrates foi a inspiração de Hahnemann para a lei dos semelhantes. Disse ele: "Há doenças que são tratadas pelo similar, outras pelo contrário. Tudo depende da natureza da doença". A noção de que a maioria das doenças pode ser curada pelos mesmos agentes que a causam também é encontrada na medicina chinesa. Se a cura do semelhante pelo semelhante prenunciava-se em Hipócrates, em Paracelso ela era explícita. Foi ele o autor da frase similia similibus curantur, erroneamente atribuída a Hahnemann. Como Hahnemann conhecia perfeitamente o latim e o grego antigo, podemos crer que bebeu de primeira mão dessas fontes clássicas, embora haja quem discorde.

Partindo de observações feitas a partir do uso do extrato de quinino, que, usado em pessoas sadias, parecia produzir os mesmos sintomas da doença que era usado para tratar a malária – chamada então de febre dos pântanos –, Hahnemann formulou o primeiro axioma da homeopatia, conhecido como Lei dos Semelhantes. Outros dois axiomas da homeopatia são a Lei do Remédio Único, que estabelece que o remédio mais eficaz é a substância pura que produza os mesmos efeitos da doença a combater, aplicada em dose única; e a Lei da Dose Mínima, ou dos Infinitesimais, que diz respeito à diluição do princípio ativo, o famoso e controverso princípio do "quanto mais diluído mais forte".

Sem Paralelo

A diluição, chamada em homeopatia de potencialização ou dinamização envolve uma seqüência progressiva de diluição e agitação rítmica, a chamada sucussão. A primeira diluição é obtida adicionando-se uma parte do princípio ativo a nove partes de solvente, geralmente água ou álcool. Faz-se em seguida a sucussão percutindo-se ritmicamente o frasco com a solução contra um anteparo, geralmente uma tira de couro. A potência da solução obtida é de 1DH na escala decimal hahnemanniana, ou seja, uma parte em dez. Para obter-se a potência 2DH, no mesmo sistema decimal, mistura-se uma parte da solução anterior em nove de água, o que resulta em solução com uma parte de soluto em 100 (1 seguido de dois zeros) de solvente. Similarmente, obtém-se as potências seguintes, de 3DH até diluições extremas como 30DH, ou seja, 1/1030, uma parte de soluto em volume de solvente representado pelo número um seguido de trinta zeros.

Embora as diluições mais usadas estejam entre 6DH e 30DH, a coisa não pára por aí – há diluições ainda maiores. Além da escala decimal, representada por DH, existem outras. A escala centesimal hahnemanniana, por exemplo, representada por CH, é bastante usada. Na escala centesimal, uma solução 1CH é 1/100, 2CH é 1/10.000, 3CH é 1/1.000.000, e assim por diante. São comercializados remédios homeopáticos que vão até 200CH, ou 1/100200. Diluições tão altas escapam à compreensão, por não terem paralelo em nossa experiência comum. Os exemplos das seções seguintes talvez ajudem e surpreendam.

Hahnemann e Avogadro

Hahnemann foi contemporâneo de Amadeo Avogadro (1776-1856) mas certamente não conheceu o trabalho do grande químico e físico italiano. O Organon foi publicado um ano antes da formulação da hipótese de Avogadro; muitos anos antes, portanto, da determinação do número que veio a ser conhecido por Constante de Avogadro. Avogadro descobriu que o número de átomos ou moléculas em um mol de uma substância qualquer é constante. Esse número – determinou-se mais tarde – é igual a 6,022137 x 1023. Um mol, ou molécula-grama, é o equivalente em gramas da massa molecular da substância. A massa molecular da água, por exemplo, é 18, pois a molécula da água, H2O, contém dois átomos de hidrogênio, de massa atômica 1, e um átomo de oxigênio, de massa atômica 16. Assim, há exatamente 6,022137 x 1023 moléculas em 18 gramas de água.

As leis da química permitem determinar a solução mais diluída que pode ser preparada sem a eliminação completa da substância original. Estatisticamente, só é garantida a presença de pelo menos uma molécula do princípio ativo em soluções mais concentradas do que uma parte de soluto por volume equivalente à constante de Avogadro de partes de solvente, ou seja, 1 parte de soluto por 6,022137 x 1023 partes de solvente. Isso quer dizer que a partir das potências homeopáticas 24DH ou 12CH, ou 1 parte em 1024, a chance de existir uma única molécula do princípio ativo no medicamento é quase nula, e diminui ainda mais com a elevação da potência.

Sucussão da Pororoca

O Amazonas, maior rio do mundo, por onde passa um quinto de toda a água da superfície do planeta, descarrega no mar cerca de 175 mil metros cúbicos de água por segundo. O volume é tanto que a 150 km de sua foz as águas do mar ainda são menos salgadas devido ao enorme volume de água despejado pelo rio. Fazendo as contas, verificaremos que a vazão do Amazonas é igual a 1,75 x 1011 centímetros cúbicos por segundo. Um centímetro cúbico de água contém aproximadamente quinze gotas; a vazão em gotas por segundo é, portanto, de 2,63 x 1012. Na diluição homeopática 30DH, uma parte de princípio ativo – digamos, uma gota – é diluída em 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 gotas de água. Para despejar essa quantidade de gotas, o Amazonas levaria cerca de 3,81 x 1017 segundos, ou seja, 12.079.920.756 anos. Imagine que fosse possível arranjar um meio de conter toda essa água, que é equivalente a milhares de vezes o volume de todos os oceanos da Terra. Para chegar à diluição 30DH seria só pegar um conta-gotas, ir até a foz do Rio Amazonas, no Pará, pingar uma gota de princípio ativo no rio e aguardar pouco mais de 12 bilhões de anos até a diluição final. E esperar que a pororoca se encarregue da sucussão.

O Pato de 20 Milhões de Dólares

Se o leitor ficou surpreso com o cálculo acima, apresento outro ainda mais surpreendente, este de Robert L. Park, físico da Universidade de Maryland, nos EUA. Um produto chamado Oscillococcinum, produzido a partir de fígado e coração de pato, é comercializado na potência 200CH. Se uma única molécula da substância original pudesse estar presente no produto final, sua diluição seria de 1 por 1 seguido de quatrocentos zeros – um número maior do que o número estimado de átomos em todo o universo conhecido, que não é mais do que um mísero googol, ou seja, 1 seguido de apenas 100 zeros. O Oscillococcinum é vendido como tratamento para os sintomas de gripes e resfriados. A revista americana U.S. News & World Report (17/2/97) observou que um único pato seria suficiente para fabricar o estoque anual do produto [o fígado de apenas um pato poderia, na verdade, servir para fabricar todo o estoque do produto até o fim dos tempos], cuja venda total foi de 20 milhões de dólares em 1996. Como se vê, a popularização do uso do Oscillococcinum não chega a ameaçar os patos de extinção.

Os remédios homeopáticos para uso interno são ingeridos na fórmula de glóbulos, tabletes, pó ou diretamente na forma de solução hidroalcóolica ou aquosa. As formas sólidas – glóbulos, tabletes e pós – são fabricadas pingando-se uma gota da solução diluída sobre um veículo inerte, geralmente sacarose ou lactose. Park calculou que, para ter certeza de ter ingerido uma única molécula da substância medicinal presente na potência 30DH, seria necessário ingerir dois bilhões de tabletes, cerca de mil toneladas de lactose mais as impurezas que a lactose porventura contenha.

Os fatos apontados acima são entendidos e aceitos pelos homeopatas. O próprio Hahnemann percebeu que provavelmente nenhuma molécula da substância original restaria após essas diluições extremas – as chamadas diluições ultramoleculares. Hahnemann acreditava, no entanto, que a ação vigorosa da sucussão deixa no solvente uma "essência espiritual imperceptível aos sentidos" que estimularia as "energias vitais" do corpo. Se hoje esse tipo de linguagem soa pouco científica, no tempo de Hahnemann ela podia-se justificar. Basta lembrar que seus colegas de profissão ainda falavam em extrair o sangue mau e balancear humores.

Mais do Que Uma Vaga Lembrança

Alguns proponentes atuais da homeopatia, incapazes de contestar a realidade física da constante de Avogadro, afirmam que mesmo quando desaparece a última molécula do principio ativo, sua "memória" permanece na solução. O assunto, antigo, ganhou vida nova em 1988 quando Jacques Benveniste e seus colegas publicaram na prestigiosa revista Nature um trabalho que parecia indicar que anticorpos diluídos em soluções de até 30DH – bem acima do limite teórico de Avogadro – ainda conseguiam produzir respostas biológicas (Nature 333: 816, June 30, 1988).

Benveniste atribuiu essa propriedade à "memória" da água, que, após a sucussão, ainda se "lembrava" dos anticorpos que encontrara antes embora não existisse uma molécula sequer deles na solução diluída. Diante do ataque da comunidade científica ao artigo, o editor da revista, John Maddox, disse em editorial duvidar do acerto das conclusões de Benveniste, mas que as publicara assim mesmo em nome do livre intercâmbio de idéias.

A controvérsia gerada levou a Nature a nomear uma comissão científica para investigar o caso. Concluiu-se que os procedimentos de Benveniste careciam dos procedimentos rigorosos que devem orientar a pesquisa científica. O experimento de Benveniste nunca foi reproduzido com sucesso por pesquisadores sérios e, com o tempo, Benveniste começou a cair em desgraça. Na percepção de seus colegas, Benveniste passou de cientista respeitado a doido varrido, perdendo verbas de pesquisa e seguidores fora do círculo de homeopatas radicais. O próprio Benveniste não coopera muito com os que tentam resgatar-lhe a imagem, pois sua última descoberta é que a vibração das moléculas pode ser captada, gravada e enviada por telefone, produzindo efeitos à distância. Por essa contribuição, Benveniste ganhou o Prêmio IgNobel da Universidade Harvard, atribuído anualmente a pesquisas estapafúrdias.

A Falta de Memória da Água

Concedendo o benefício da dúvida aos que acreditam que Benveniste seja mais um mártir da arrogância da ciência oficial, esforcemo-nos para acreditar, por um breve momento, que a água consiga, de alguma forma, "lembrar-se" de outras moléculas com que tenha tido contato. O que deveria nos surpreender neste caso não é a memória, mas a falta de memória da água. A água que existe no mundo já viu muita coisa; já foi nuvem, mar e rio; já foi arrastada em enxurradas desde a cidade de Ur na Mesopotâmia até a favela da Rocinha; já passou pela banheira de Cleópatra e pela bexiga de Júlio César; já escorreu pela fronte de Napoleão e pelas cachoeiras da Casa da Dinda. Espanta que tenha se esquecido de tudo o que viu. Continuemos, no entanto, a demonstrar a nossa boa vontade para com os homeopatas e assumir que a destilação faça a água "esquecer" as moléculas que tenha encontrado em seu passeio através dos tempos. Vamos também fazer de conta que a destilação elimina todas as substâncias dissolvidas na água, o que não é verdade. O que dizer então da contaminação no momento do preparo? O que acontecerá se uma partícula de impureza atingir a água no momento anterior à sucussão? É fácil imaginar como isso pode acontecer no laboratório de manipulação. Vamos a um exemplo.

A fabricação de semicondutores exige extrema atenção quanto ao nível de partículas presentes no ambiente. As salas limpas são classificadas como classes de pureza 1, 10, 100, 1000, 10.000 ou 100.000, dependendo do número de partículas de até 0.5 ?m por pé cúbico de ar. Para se ter uma idéia o que isso significa, o limite de visibilidade do olho humano é de 50 ?u, cerca de metade da espessura de um fio de cabelo. Semicondutores são fabricados em salas limpas de classe de pureza melhor do que 100, onde a exposição de qualquer parte do corpo humano não é tolerada. A razão dessa precaução somos nós humanos, animais sujos, que deixamos um rastro de resíduos por onde passamos. Estima-se que em sessenta segundos uma pessoa imóvel gere cerca de 100 mil partículas – fragmentos de pele, sal, gotículas de óleo, umidade, desodorante e cosméticos – de tamanho suficiente para danificar um circuito integrado em fabricação. Pois bem, ainda que os remédios homeopáticos fossem preparados numa sala limpa de classe de pureza máxima, a chance de haver mais partículas estranhas do que moléculas do princípio ativo na preparação final seria grande. E os laboratórios de manipulação, como se sabe, estão longe de rivalizar com a Intel em matéria de limpeza. Como é que a água sabe distinguir o que é princípio ativo e o que é uma molécula de enxofre do xampu da preparadora? Como distingue, na memória, a molécula do fígado de um pato das milhões de moléculas orgânicas que o preparador despeja no ar pelo mero ato de respirar?

É melhor retomarmos aqui o nosso ceticismo científico, pois a crença nos axiomas da homeopatia exige o abandono do pensamento que conduziu a ciência e a tecnologia a onde se encontram hoje. Retomemos também a reportagem da Folha de S.Paulo.

O Que Dizem os Homeopatas

Quanto a reação à crítica científica da especialidade, há homeopatas que dizem ter tirado de sua experiência clínica com a homeopatia demonstrações suficientes de sua eficácia como método terapêutico e há os que insistem em achar um arremedo de explicação científica para essa crendice do século dezenove. Os primeiros beneficiar-se-iam da revisão de alguns conceitos de estatística, método duplo-cego e efeito placebo. É fato conhecido que em experimentos duplo-cego – em que nem o experimentador nem os sujeitos do teste sabem quem está tomando o medicamento e quem está tomando o placebo – uma parte significativa dos que tomam o placebo apresentam melhora de seu quadro clínico. Quanto ao segundo tipo, os que tentam justificar cientificamente a homeopatia, não há o que dizer – a posição é insustentável. As explicações oferecidas para o mecanismo de ação da homeopatia não passam pelo escrutínio de um aluno de primeiro ano de física. Teorias difíceis e mal compreendidas como a física quântica e o princípio da incerteza de Heisenberg são misturadas a crendices extemporâneas e oferecidas como explicação. Isso quando não falam de "forças ainda não descritas pela ciência, que só agora começam a se compreender".

Os especialistas ouvidos pela Folha não parecem ser radicais e recomendam a homeopatia em associação com outros tratamentos. Esse é um bom conselho. O tratamento homeopático não oferece perigo algum quando se trata de gripe branda ou resfriado: o que medicina cura em uma semana, a homeopatia cura em sete dias, já que o tratamento convencional também é ineficaz para aqueles males. O caso é outro, porém, quando se usa a homeopatia para tratar de doenças que possam deixar sequelas ou mesmo causar a morte. Um dos websites homeopáticos que consultei para escrever este artigo aconselha, num raro momento de sabedoria: "Nas doenças infecciosas graves como na meningite, tuberculose, febre tifóide, é conveniente a utilização concomitante com os antibióticos". Não poderíamos deixar de concordar, com uma pequena mudança na redação. Em caso de doenças graves aconselha-se usar o remédio indicado pela medicina científica. Se a crença do paciente exigir, o tratamento pode ser complementado com homeopatia, simpatia, florais de Bach, promessas a Ossanha ou orações a Nossa Senhora de Aparecida.
____________________________________
José Colucci Jr. é engenheiro mecânico pela Unicamp, mestre e doutor em bioengenharia, ex-professor da USP, vive atualmente em Boston., Estados Unidos
Homeopatia O Maior de Todos os Embustes ||| Notas sobre um Congresso de Homeopatia

Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa, publicado no Quackwatch em 18 de ferereiro de 2001.
Manual do homeopata mirim

Observatório da Imprensa - Feitos & Desfeitas - 05.12.2001
José Colucci Jr., de Boston (*)


Amiguinho, na matéria "O que é a homeopatia", publicada na seção Ciência do caderno Estadinho (O Estado de S.Paulo, 24/11/01), você aprendeu como a homeopatia funciona e como são feitos os remédios homeopáticos. Com este artigo aqui no Observatorinho você irá, brincando, ampliar os conhecimentos adquiridos naquela leitura. Vamos brincar de homeopata. A diferença é que, ao contrário do Estadinho, eu acho que você já pode exercitar o pensamento crítico. Pensar é coisa que se aprende em criança, como se aprende a nadar e andar de bicicleta. Vamos à brincadeira.

O remédio de mentirinha

Quando pequeno eu gostava muito de brincar de médico com as minhas primas. Meu tio, o pai delas, ficava bravo quando nos pegava brincando, e acabava logo com a brincadeira – talvez por medo que alguém se machucasse. Não se preocupe. Brincar de homeopata é seguro, pois, como você verá, na homeopatia não há injeções.

Primeiro é preciso preparar o remédio de mentirinha. Arranje uma porção de frascos de plástico, com tampa, e uma colher. Não use vidro. Vidro pode quebrar e machucar a sua mão. Os frascos têm de estar bem limpos. Coloque cem colheres de água no primeiro frasco e acrescente uma colher do remédio.

Que remédio? Ora, que pergunta! Você aprendeu no Estadinho que "o que pode fazer mal também pode curar". Assim, pegue uma substância que cause em pessoas sadias os mesmos sintomas da doença a ser tratada. Por exemplo, para curar doenças que causem vômito, use uma substância que cause vômito em pessoas sadias, como, por exemplo, creolina – aquele desinfetante fedido que a sua mãe usa na casinha do cachorro. Daqui em diante vamos chamar essa substância de princípio ativo. Não use veneno para matar rato como princípio ativo. Não é que tenha perigo; nas diluições que usaremos nada tem perigo. É que você pode errar na receita e matar algum amiguinho.

Pois bem, como dizíamos, coloque cem colheres de água no primeiro frasco e junte uma colher de princípio ativo. Tampe e chacoalhe bem. Não se esqueça dessa parte, pois os homeopatas atribuem a ela uma grande importância. É a chamada sucussão, que faz as moléculas da água absorverem a "essência" do princípio ativo em sua memória. Se você não sabia que a água tem memória, ficou sabendo agora. Tem, e é muito boa; tanto que só se lembra do que quer.

A melhor maneira de fazer a sucussão, segundo os homeopatas, é golpear o frasco cem vezes contra um objeto macio. Eles usam uma tira de couro, nós podemos usar um travesseiro. Essa é a primeira diluição, chamada C1. Vamos às próximas diluições.

Junte uma colher da solução diluída do primeiro frasco, C1, a cem colheres de água no segundo frasco. Agite o segundo frasco cem vezes. Essa é a diluição C2. Coloque cem colheres de água no terceiro frasco, junte uma colher da diluição C2 e agite cem vezes. Essa é a diluição C3. Prossiga assim, diluindo cada vez mais. Quando você chegar ao sexto frasco, C6, a solução estará tão diluída quanto a água de uma piscina olímpica onde pingou-se uma gota de Creolina. Nessa concentração, a piscina tem mais moléculas do xixi do seu irmãozinho do que de creolina. Não pare por aí. Como futuro homeopata você tem de aprender que "quanto mais diluído, mais cura". Aumentando a diluição, aumentamos a potência do remédio. Vejo pela sua cara que você não acredita. Até parece que você não lê o Estadinho. Se continuar a pensar racionalmente você nunca será um bom homeopata.

Evite respirar

Continue diluindo. Evite respirar, pois daqui para a frente a sua respiração introduz no frasco mais moléculas ativas do que as já presentes na solução. Pare quando chegar ao décimo segundo frasco. Olhe para a água. Você vê alguma coisa diferente? Não? Experimente umas gotas. Sente algum gosto estranho? Claro que não, pois na diluição C12 não existe uma só molécula do princípio ativo na solução. Essa diluição equivale aproximadamente a uma gota de princípio ativo dissolvida na água de todos os oceanos da Terra. Se você prosseguir diluindo, como fazem os homeopatas, estará misturando água com água.

Mas aí vem o chato do Juquinha, aquele seu amigo que gosta de ciência. Se ele duvidar da eficácia do nosso remédio, responda à altura. Mostre o quanto ele é limitado em sua visão convencional dos conceitos de química e biologia. Explique que o processo de sucussão "promove o armazenamento de energia da região infravermelha do espectro nas ligações moleculares do solvente" e que essa energia é "liberada pelo contato do solvente com a água dos organismos vivos". Eu sei que nem você nem eu entendemos essa explicação. O nosso consolo é que o homeopata que a formulou também não, do contrário jamais teria dito tamanha asneira.

Deixe o Juquinha de lado. Esses escravos da lógica não tem futuro. Quando crescer, aposto que ele será um desses médicos que só aceitam a medicina baseada em evidências. Certamente passará a vida trabalhando num hospital do SUS.

O remédio que acabamos de preparar é muito parecido com o remédio homeopático chamado Kreosotum. Arranje um rótulo para o frasco da última diluição e escreva nele: Kreolinum C12, pois a homeopatia usa nomes em latim. O remédio chamado Natrum Muriaticum, por exemplo, é cloreto de sódio, ou sal de cozinha. Aposto que você, com a sua cabecinha de criança, nunca imaginou que, bem diluído, o mesmo sal que a sua mãe põe nas batatas pode ser usado para curar doenças como úlcera, anemia, febre, tosse comprida e varizes. Não faça essa cara de cético, menino. Desse jeito você vai virar colega do Juquinha no corpo clínico de algum hospital público.

A consulta homeopática

Agora que você já tem o remédio de mentirinha, é preciso arranjar um livro de mentirinha. Pegue um bem antigo, de preferência com as páginas já amareladas. Escreva na capa, em letras caprichadas, Materia Medica. A primeira Materia Medica homeopática foi publicada por Samuel Hahnemann, o criador da doutrina, há exatamente cento e oitenta anos. Na época de Hahnemann, os tratamentos médicos convencionais incluíam drogas perigosíssimas, lavagens intestinais, sangrias e aplicação de sanguessugas. Eu não sei você, mas se eu vivesse naquela época preferiria me tratar com o Dr. Hahnemann. Afinal, a maioria das doenças acaba se curando sem tratamento algum. Tenho calafrios só de pensar em uma porção de vermes grudados nas minhas costas, a me chupar o sangue.

Felizmente, a medicina mudou bastante desde 1821. Eu nunca fui tratado por médico que usasse sanguessugas, e olha que eu sou bem mais velho do que você. Os homeopatas, porém, não mudaram muito. Para eles, os princípios de Hahnemann continuam valendo. A Materia Medica que tenho em mãos – escrita por Clarke em 1900, mas ainda bastante usada – diz que o próprio nome latino materia é inapropriado, pois o homeopata lida com "forças de ordem muito mais alta do que as conhecidas da velha física". Não sei por quê, mas a frase me faz lembrar da minha tia Suzi, cuja casa cheira a incenso de patchuli.

O remédio que acabamos de preparar, como eu disse, é parecido com o Kreosotum. Vamos ver lá na Materia Medica para quê serve. O Kreosotum é indicado para dentes cariados, doenças das gengivas, vômitos, certas doenças do estômago e feridas que sangrem muito. Como o remédio é de mentirinha, receite-o para alguém de mentirinha, como uma boneca ou um ursinho de pelúcia. Não!, melhor, receite-o para a sua avó, que está sempre imaginando doenças. A homeopatia é comprovadamente eficaz na cura da hipocondria.

Boca fechada

Percebo pela sua cara que você está começando a desconfiar que uma gota de remédio dissolvida em várias vezes o volume de água do Rio Amazonas não pode ter efeito fisiológico. Admiro o seu raciocínio, bem mais arguto do que o de muitos adultos, mas fique de boca fechada. Se você quer ser médico, tem que aprender a não falar mal dos colegas de profissão. É que a homeopatia, como você aprendeu no Estadinho, é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. A grande maioria dos médicos não acredita nela, mas evita falar mal dos homeopatas para não ferir a ética profissional.
Esse negócio de não poder falar mal dos colegas de profissão é realmente estranho. Coloca-se com isso o interesse de uma classe acima do interesse público. Dou um exemplo. Quando eu estava terminando este artigo, a Revista IstoÉ de 27/11/2001, publicou a matéria de título "Seleção Esotérica". A matéria explica como a numerologia e a astrologia estão sendo usadas na seleção de candidatos a emprego. Isto é, tem gente competente sendo discriminada porque foi batizada com o número errado de letras, ou porque o obstetra atrasou a cesariana. Segundo a IstoÉ, várias empresas se utilizam de técnicas esotéricas na seleção de pessoal e administração. Entre os especialistas das "técnicas alternativas" de recursos humanos citados na reportagem estão dois engenheiros e uma arquiteta. Eu gostaria muito de dizer o que acho desses picaretas, mas não posso. É a ética, entende?
Vamos parar de brincar, que a sua mãe está chamando. Na semana que vem inventaremos uma brincadeira nova. Estou pensando em algo assim como o Manual do Pequeno Numerólogo, ou O Guia da Criança Astróloga. Por enquanto, vá providenciando a parte mais importante: os clientes. Arranje uma porção de crianças bobas, mas bem bobas mesmo. Peça para trazerem o dinheiro da mesada. Um abraço do tio Zezé.

(*) Engenheiro. E-mail: j.colucci@rcn.com

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Agnoscetico »

Batman escreveu:
Sáb, 25 Fevereiro 2023 - 07:32 am
E o que acham da homeopatia?
Ela é reconhecida como especialidade médica, pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1980.
Apelo a autoridade oficializada (infelizmente) pelo Conselho Federal de Medicina. Recentemente até médicos aderiram ao kit covid, cloroquina, ivermectina.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

Batman
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Mensagem por Batman »

Agnoscetico escreveu:
Sáb, 25 Fevereiro 2023 - 14:28 pm
Batman escreveu:
Sáb, 25 Fevereiro 2023 - 07:32 am
E o que acham da homeopatia?
Ela é reconhecida como especialidade médica, pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1980.
Apelo a autoridade oficializada (infelizmente) pelo Conselho Federal de Medicina. Recentemente até médicos aderiram ao kit covid, cloroquina, ivermectina.
Pelo que eu entendi a homeopatia não tem um embasamento científico sério. Por que então foi aprovada? O que impediria então a "cura quântica" de ser aprovada logo mais como uma forma de tratamento também?

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Batman escreveu:
Dom, 26 Fevereiro 2023 - 08:46 am
Agnoscetico escreveu:
Sáb, 25 Fevereiro 2023 - 14:28 pm
Batman escreveu:
Sáb, 25 Fevereiro 2023 - 07:32 am
E o que acham da homeopatia?
Ela é reconhecida como especialidade médica, pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1980.
Apelo a autoridade oficializada (infelizmente) pelo Conselho Federal de Medicina. Recentemente até médicos aderiram ao kit covid, cloroquina, ivermectina.
Pelo que eu entendi a homeopatia não tem um embasamento científico sério. Por que então foi aprovada? O que impediria então a "cura quântica" de ser aprovada logo mais como uma forma de tratamento também?
Ou cristais. Ou florais de Bach.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Rolandinho
@Rolandinho

Horóscopo e Signos não funcionam e só alimentam estereótipos toscos

E “cristais” (pedras) não tem propriedades mágicas nem carregam “energia”.

E homeopatia é literalmente água. Use remédio e tratamento de verdade se estiver doente.

O termo “quântico” só faz sentido quando usado no contexto da “mecânica quântica” e é preciso ANOS de estudo aplicado para começar a compreender de fato seu funcionamento. Nenhum tratamento ou curso motivacional que usa “quântico” está sendo honesto com você.

Inveja, “olho gordo”, “energia ruim” ou qualquer tipo de pensamento positivo ou negativo dos outros NÃO te afeta diretamente.
Se assim fosse, celebridades e políticos não sobreviveriam um único dia com tanta exposição.
https://twitter.com/Rolandinho/status/1 ... 4783977472

Re: Medicina alternativa e pseudociências

Razão
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Mensagem por Razão »

Spoiler:
Fernando Silva escreveu:
Qui, 27 Abril 2023 - 08:09 am
Rolandinho
@Rolandinho

Horóscopo e Signos não funcionam e só alimentam estereótipos toscos

E “cristais” (pedras) não tem propriedades mágicas nem carregam “energia”.

E homeopatia é literalmente água. Use remédio e tratamento de verdade se estiver doente.

O termo “quântico” só faz sentido quando usado no contexto da “mecânica quântica” e é preciso ANOS de estudo aplicado para começar a compreender de fato seu funcionamento. Nenhum tratamento ou curso motivacional que usa “quântico” está sendo honesto com você.

Inveja, “olho gordo”, “energia ruim” ou qualquer tipo de pensamento positivo ou negativo dos outros NÃO te afeta diretamente.
Se assim fosse, celebridades e políticos não sobreviveriam um único dia com tanta exposição.
https://twitter.com/Rolandinho/status/1 ... 4783977472
Um "remédio" homeopático que tem escrito em seu rótulo 30C significa que a substância ativa foi diluída na proporção de 1:100 em um processo de 30 vezes consecutivos.

Ou seja, se 1ml da substância ativa foi diluída inicialmente em 100ml de água, ao final de todo o processo equivaleria a esse 1ml da substância ativa está diluída em 10^54 metros cúbicos de água.

Só para efeito comparativo, estima-se que o volume total dos oceanos está na casa de 10^18 metros cúbicos, ou seja, seria como diluir 1ml dessa substância ativa em uma quantidade imensamente maior que o volume total dos ocenos da Terra.

Em resumo, remédios homeopáticos são tão diluídos que na prática não se conseguiria rastrear qualquer substância ativa em seu composto, ou seja, é água pura.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Tutu »

Razão escreveu:
Qui, 27 Abril 2023 - 16:36 pm
Um "remédio" homeopático que tem escrito em seu rótulo 30C significa que a substância ativa foi diluída na proporção de 1:100 em um processo de 30 vezes consecutivos.

Ou seja, se 1ml da substância ativa foi diluída inicialmente em 100ml de água, ao final de todo o processo equivaleria a esse 1ml da substância ativa está diluída em 10^54 metros cúbicos de água.

Só para efeito comparativo, estima-se que o volume total dos oceanos está na casa de 10^18 metros cúbicos, ou seja, seria como diluir 1ml dessa substância ativa em uma quantidade imensamente maior que o volume total dos ocenos da Terra.

Em resumo, remédios homeopáticos são tão diluídos que na prática não se conseguiria rastrear qualquer substância ativa em seu composto, ou seja, é água pura.
Imagino quem aceitaria beber a água resultante após pegar 10ml água de esgoto e diluir 30 vezes em 1 litro de água.
Os defensores da homeopatia aceitariam?
Céticos aceitariam?

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Razão escreveu:
Qui, 27 Abril 2023 - 16:36 pm
Em resumo, remédios homeopáticos são tão diluídos que na prática não se conseguiria rastrear qualquer substância ativa em seu composto, ou seja, é água pura.
Os charlatães alegam que a água tem "memória" do medicamento, mesmo que nada reste dele.

Mas isto significa que essa água tem memória de tudo o que passou por ela ao longo de 4,7 bilhões de anos (ou até mais, já que a água existia antes de cair na Terra). E, segundo eles, essas coisas terão um efeito muito maior, já que a diluição terá sido também muito maior.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Fernando Silva »

Tutu escreveu:
Qui, 27 Abril 2023 - 23:47 pm
Imagino quem aceitaria beber a água resultante após pegar 10ml água de esgoto e diluir 30 vezes em 1 litro de água.
Os defensores da homeopatia aceitariam?
Céticos aceitariam?
Nós já bebemos água de esgoto diluída.
É para isso que servem as estações de tratamento: para pegar água imunda e transformar em potável.

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Agnoscetico »

Pus aqui essa notícia pois tem um cara que alega ter desenvolvido uma tecnologia pra tratamento de câncer, mas ainda não teria passado por testes científicos pra ter uma comprovação:

Tratamento de câncer desenvolvido por brasileiro gera debate | SBT Brasil (28/04/23)
Tratamento de câncer desenvolvido por brasileiro gera debate | SBT Brasil (28/04/23)

youtu.be/uhDh03iGOY0

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Agnoscetico »

O ESCÂNDALO EXPOSED DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DoTerra • Física e Afins


youtu.be/iBx5uE5me58

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Mensagem por Agnoscetico »

Mais um vídeo do canal Física e afins sobre a psiquiatra que aderiu a besteira quântica, Ana Beatriz Barbosa:

REACT PSIQUIATRA FALANDO sobre DORMIR COM CELULAR • Física e Afins


youtu.be/b_P-DHsbOXo

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Mensagem por Fernando Silva »

Agnoscetico escreveu:
Qua, 13 Setembro 2023 - 18:02 pm
Mais um vídeo do canal Física e afins sobre a psiquiatra que aderiu a besteira quântica, Ana Beatriz Barbosa:

REACT PSIQUIATRA FALANDO sobre DORMIR COM CELULAR • Física e Afins
Há mais de um século que nascemos e vivemos mergulhados em campos eletromagnéticos, seja o da fiação elétrica dentro das paredes, as emissoras de rádio e TV e, de algumas décadas para cá, as antenas de celular.

Mas tinham que aparecer esses "espiritualistas quânticos" falando besteiras sobre celulares no quarto como se fossem verdades absolutas e comprovadas ...

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Fernando Silva »

Esses charlatães vendem um medalhão que, segundo eles, bloqueia os efeitos nefastos da radiação eletromagnética que nos cerca (EMF). Dizem que foi aprovado por cientistas, atletas, celebridades ...

Imagem

Imagem


https://offers.myersdetox.com/harmoni/sale/

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"Enquanto houver otário, malandro não morre de fome"
Imagem

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Mensagem por Fernando Silva »

"Enquanto houver otário, malandro não morre de fome
Academia Energia Alfa

Extraia qualquer bloqueio energético simplesmente com as mãos e alguns cristais...
Gera imediatamente efeitos físicos, emocionais e energéticos positivos
Não há necessidade de tocar no paciente, mesmo à distância!
Garante resultados desde a primeira sessão.
https://www.academiaalffa.com/cxp/

E tem mais:
Larvas astrais e mentais
Imagem

É importante saber que, do ponto de vista esotérico-gnóstico, não existem somente larvas em nível físico, como os vermes intestinais, que roubam nossa vitalidade, mas entidades que em outras dimensões se apropriam de nossa saúde, bem-estar, prosperidade, riqueza e equilíbrio mental/emocional. Essas entidades são denominadas Larvas Astrais e Larvas Mentais.

Essas entidades do mental e do astral inferiores alimentam-se de nossos atos, pensamentos e desejos negativos e destrutivos. Normalmente são gerados em locais onde há uma Egrégora, ou seja, um ambiente que congrega pessoas que têm um pensamento, sentimento ou atitude característicos, como bares, boates, clubes, paradas militares, danceterias, baladas, estádios de futebol, e principalmente locais com “astral pesadíssimo”, como bordéis, prostíbulos etc.
https://pt.scribd.com/document/38351866 ... -e-Mentais

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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O mais incrível é que tem gente que acredita ...
Terapias de Luz

- Aprenda Como Limpar Larvas Astrais, Miasmas, Formas Pensamentos, pragas, maldições e Processos Obsessivos com Apometria e Gerar Mais Harmonia em Sua Vida.

Você irá Aprender:

Módulo 1 - A origem da Apometria
-O que é Apometria
-Historia da Apometria e suas origens
-Princípios
-Os sete corpos
-Corpo (físico, etérico, astral, mental inferior e mental superior, budico e atmico)
-Chackras (básico, umbilical, plexo solar, cadíaco, laríngeo, frontal, coronário)

Módulo 2 - As Leis e os pulsos
-As leis da Apometria:
-1a até 13a Lei
-A ciência dos pulsos.

Módulo 3 - Técnicas da Apometria
-Técnicas da Apometria
-Anamnese
-Apometria e desdobramento
-Deslocamento
-Identificação e captura
-Acoplamento do espírito desdobrado
-Dialimetria
-Eteriatria
-Pneumiatria
-Despolarização dos estímulos da memória
-Técnica de impregnação mental com imagens positivas
-O poder das cores no plano astral
-Cirurgias astrais
-Deslocamento para tratamento em planos coloniais
-Revitalização mediúnica

Módulo 4 - Distúrbios espirituais
-O tratamento
-Distúrbios espirituais
-Indução espiritual
-Obsessão espiritual
-Pseudo obsessão
-Simbiose
-Parasitismo
-Vampirismo
-Estigmas carmáticos não obsessivos: físico e psíquico
-Síndrome dos aparelhos parasitas no corpo astral
-Síndrome da mediunidade reprimida
-Arquepadias (magia originada em passado remoto)
-Goecia
-Síndrome da ressonância vibratória com passado
-Correntes mentais parasitas auto – induzidas.
-Contrato
-Chips

Módulo 5 - Mediunidade planos astrais e as Divindades
-Mediunidade
-Tipos de médiuns
-A energia Cristica
-Os elementais (Terra, Ar, Fogo, Água).
-Divindades.
-Orixás
-Bases astrais
https://lojaterapiasdeluz.com.br/apometria/

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Se tem "quântico" no meio, só pode ser charlatanismo.
Saúde Quântica

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O SABONETE QUÂNTICO* Nível 1 e 2, de Limpeza Energética, tem em sua composição os mesmos elementos da *ORGONITE de Alta Vibração do Treinamento de Reprogramação Quântica Celular (RQC) Nível 1 e 2.*

O Sabonete Quântico Nível 1, possui os Cristais *PEDRA DA LUA, SELENITA LARANJA E QUARTZO HIALINO,* além de uma dupla Pirâmide de Cristal conhecida na Geometria Sagrada como *MERKABAH, e o símbolo SHANE, em cobre do RQC.*

Já o Sabonete Quântico Nível 2, diferencia do Nível 1 por possuir o Cristal de *CIANITA AZUL,* no Lugar da *PEDRA DA LUA,^ e o Símbolo em cobre *SMACHUE, no lugar do símbolo SHANE.*

O sabonete de Orgonite atua limpando energias *NEGATIVAS ESTAGNADAS* e transmutando em *ENERGIAS POSITIVAS.*

*É AUTOLIMPANTE* energeticamente, e amplifica o potencial dos *CRISTAIS* no seu interior.

São inúmeros os Relatos dos nossos alunos(as) envolvendo a Remissão de Dores Físicas, melhoria da qualidade do sono e superação da insônia, regulação de pressão, entre outros.

Para adquirir o SABONETE escreva nos comentários EU QUERO, que enviaremos o link por direct.
https://www.lojinhaquantica.com.br/

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Só uma pequena parte do besteirol disponível no site:
Formação Completa da Mesa Radiônica Ascensional ARCTURIANA com reconhecimento ABRATH

O QUE SÃO AS MESAS RADIÔNICAS ?

As Mesas Radiônicas são instrumentos Quânticos Terapêuticos que permitem medir, harmonizar e elevar a frequência Energética e Espiritual em diversos setores de nossas vida. As mesas são compostas por vários elementos da Geometria Sagrada e por Símbolos Cósmicos, que nos dão uma profunda conexão com o Divino Interno e Externo a nós, permitindo um acesso profundo de transformação, cura, libertação e compreensão do Nosso Eu Superior.

MESA RADIÔNICA QUÂNTICA DE EXUS E POMBAGIRAS TRONADOS

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Neste novo trabalho que iniciaremos agora com a Mesa Radiônica Quântica Dos Exus e Pombagiras Tronados, temos revelações importantíssimas que nos ajudarão no entendimento das diferentes realidades paralelas entre as esferas dos Tronados Maiores, Coroados e das outras designações que utilizamos para as entidades do plano espiritual com as quais já trabalhamos.


MESA RADIÔNICA ASCENSIONAL DE CURA ARCTURIANA

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A Mesa Radiônica Ascensional de Cura Arcturiana permite ao Ser Humano abrir canais de energia pura e curadora religando-se ao seu Eu Superior. Essa Mesa está ancorada com as energias dos Irmãos Arcturianos, com os Sete Raios Cósmicos, com os Elementais da Natureza, com o Comando Santa Esmeralda, Santa Ametista e Comando Temporal, promovendo uma união mais profunda com nosso Anjo da Guarda, Mentor Espiritual, com o Nosso EU SUPERIOR e nosso LOGOS CRIADOR, ajudando-nos a nos libertar das ilusões existentes e nos conectar definitivamente com a nossa REALIDADE CÓSMICA e com a nossa MÔNADA ESPIRITUAL.

MESA RADIÔNICA QUÂNTICA DE ARCANJO MIGUEL

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Neste curso apresentaremos um novo conceito para o trabalho de harmonização energética, espiritual e ambiental. Nessa proposta os símbolos e outras ferramentas ancoradas na Mesa Radiônica apresentam um desdobramento multidimensional importante ao serem utilizados durante os atendimentos, com o objetivo de equilibrar as distintas estruturas entre a nossa realidade e as realidades paralelas do plano espiritual. As diferentes equipes das realidades paralelas dos diferentes Reinos da Natureza devem ser inseridas neste novo conceito de trabalho, para que possamos entender os desdobramentos energéticos que envolvem outras linhas de tempo e dimensões.
https://institutotiagoteixeira.com.br

Re: Medicina alternativa e pseudociências

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Fernando Silva
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Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am

Mensagem por Fernando Silva »

Formação Holística

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Ou seria 12ª dimensão?
Durante o tratamento com o sistema, os códigos atuam no nível da alma e dos corpos extra físicos indo até a raiz kármica e causal, harmonizando as vibrações que vão se integrar e refletir na vida atual.

O sistema é muito complexo na sua configuração energética, pois canaliza energia de 12ª dimensão (uma energia Crística de alta potência e poder de cura que acelera o processo de ascensão e cura do curador – canal – e da pessoa que recebe), entretanto é um sistema simples em sua aplicação em que não são exigidas técnicas complexas para se trabalhar com a sua energia.
https://guiadaalma.com.br/terapia/curso ... mensional/
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