Acho que é o contrário, isto é, a priori o mal nasce de um constructo individual que cria, a partir de consenso, o constructo social que então serve para definir e orientar o que se entende por moralidade.Silvana escreveu: ↑Qua, 02 Dezembro 2020 - 22:06 pmSaudações Gigaview
Gigaview, é importante avaliar a questão sobre o problema do mal, frente a construção da mente humana e suas alegorias.Gigaview disse:
Logo, os crentes deveriam admitir que Deus é absolutamente desnecessário nessa discussão e qualquer especulação a respeito de seus critérios é absurda porque não passa de invenção humana.
O mal a priori é um "constructo da sociedade". Pois o mesmo se personifica através das ações deste ou daquele indivíduo, ou grupo dentro de um sistema social.
Ok. De acordo.Tanto é que o mal em sua singularidade não existe sem as ações humanas. Assim como vc destacou.
Isso ocorre devido ao...
Resultado de uma moral gerada dentro da própria sociedade humana.
Percebemos que cada sociedade laica ou não, segue com sua estrutura moral conforme o grupo e suas crenças...
Porém, indiscutível que a sociedade obedeça a estruturas singulares baseada a partir do núcleo familiar...
Ok. Isso descreve a formação moral social, que é o consenso da coletividade em relação ao que é certo/errado.O que isso pode significar...
A primeira referência de moral social se inicia dentro de um núcleo familiar, para depois ampliar sua relação ao grupo, ou grupos externos, este no singular chamado de sociedade (pluralidade).
É natural que o mal seja observado do ponto de vista de todas as crenças, entre elas a religiosa, que pode ser que não seja a mais preponderante. Depende do peso que ela representa na formação do consenso da coletividade. A religião na Suécia não tem o mesmo peso da religião no México apesar de ambas estarem de acordo com o que se percebe como moralidade universal humana.Dessa forma, nobre. É natural que o problema do mal seja observado do ponto de vista religioso principalmente.
Já existiam pessoas que não roubavam, não matavam, cuidavam e obedeciam pais e mães, antes de Moisés apresentar os mandamentos. Já existia um código de conduta espontâneo nascido do aprendizado individual e generalizado pelo compartilhamento em sociedade que existem coisas que precisavam ser evitadas (ou estimuladas) para o bem do convívio em sociedade. A religião apenas se aproveitou para colocar o consenso do bem/mal/certo/errado como palavras de Deus.Pois, é uma manifestação da moral social primitiva que, primeiro tratou sobre o tema ao estabelecer as leis mosaícas... Falo desta em particular, a partir da sociedade jusaíco/cristã, nossa maior referência cultural. Embora todas as outras culturas/ religiões tbm tenham uma matriz moral semelhante.
Várias pesquisas estabelecem que várias sociedades de mamíferos são capazes de regras morais, de ética, compaixão, senso de justiça e empatia.
https://livrepensamento.com/2014/09/12/ ... -religiao/Frans de Waal é primatologista e etologista e sua pesquisa se concentra nos comportamentos sociais dos primatas. Em seu primeiro livro Chimpanzee Politics: Power and Sex among Apes, ele compara as maquinações e conchavos feitos pelos chimpanzés na luta pelo poder do grupo com a política praticada pelos humanos. Sua produção científica e acadêmica são enormes. Ele tem centenas de artigos publicados sobre o comportamento não só dos primatas, mas de vários outros animais.
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Golfinhos, por exemplo, já demonstraram vários comportamentos de “benevolência” com outros membros de sua espécie ou até de outras espécies, como quando guiam baleias encalhadas de volta ao mar ou protegem mergulhadores de tubarões. Mas também demonstram senso de reciprocidade, esperando comportamentos semelhantes uns dos outros.
Entre os pássaros existe ciúme, segundo uma pesquisa publicada em 1975 na revista Science. Em várias especies, eles simplesmente não suportam ser traídos e, quando o são, agem com violência, batendo em seus parceiros, arrancando suas penas e até seus bicos.
Entre os ratos há empatia e solidariedade. Em um estudo de 1958, ratos famintos só recebiam alimento se acionassem um mecanismo que dava choques em outros ratos. Quando perceberam isso, se recusaram a se alimentar. Outro estudo publicado na revista Science em 2006 demonstrou que os ratos fazem careta quando veem outro rato sentindo dor.
youtu.be/FDRX2QQ_Xo8
É óbvio que a religião entra e influencia o agregado de crenças mas o entendimento do bem e do mal e do certo e do errado não foi originalmente criado por religião alguma porque tem um componente animal/instintivo que também pode ser observado em outras espécies.Portanto, o problema do mal não pode ser dissociado das primeiras relações do homem com a sociedade, sob a perspectiva da família e, da religião, servindo de base moral definida, a partir de um ordenamento religioso nessas sociedades.
Até a inclusão da religião no agregado de crenças, Deus não tinha papel na moralidade.
A noção do mal como eu disse em um momento anteriormente... Não pode tratar do mal somente do ponto de vista externo à psiquê do indivíduo.
Pois, todos somos produtos de nossa consciência primitiva... E é onde está a nossa maior busca...
Se somos derivado de uma criação divina, ou se somos gerados ao acaso...
[Fraternos]
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Em resumo, penso que:
(1) Não existe mal do ponto de vista externo à psiquê do indivíduo, no sentido de um mal absoluto. O mal é resultado de julgamentos pessoais e do consenso desses julgamentos em sociedade.
(2) Somos produtos de processos evolutivos como acontecem com todas as espécies. Existem evidências que sugerem uma moralidade instintiva que independe de crença ou especificamente de religião.
(3) Logo Deus é absolutamente desnecessário para formulação original da moralidade e a religião, como invenção humana, reescreveu a moralidade original adicionando ingredientes divinos.
Em outras palavras...
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