Minha Cosmovisão - Schelling
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A intensidade da minha busca espiritual, intelectual, filosófica e científica levou-me às seguintes teses acerca da nossa realidade:
1. O fundamento (building block) da realidade não é material nem espiritual, mas Informacional:
Não basta haver, do lado de cá (mental), o poder "interpretador" de produzir experiências subjetivas se não houver, do lado de lá (físico), o poder dos dados de se fazerem inteligir, isto é, de se "abrirem" ou "revelarem" para um interpretador. Do contrário, mesmo que tivéssemos mentes, permaneceríamos enclausurados sem possibilidade de ultrapassar nosso ensimesmamento solipsista. Se podemos fazer isso e realizar coisas como comunicacação e ciência, é porque nossa capacidade representacional de fato reflete algo inerente à essência das coisas, não sendo descolada delas, mas sim uma "reconstrução" interior de suas características, o que significa que existe algo de inerentemente "interpretável" na matéria, razão pela qual a concebo como "dados".
2. A relação entre Informação e Interpretação não é dualista, mas Dialética:
Concebo a mente como um circuito integrado e organizado de informações, capaz de realizar uma "engenharia reversa" e decifrar os dados do ambiente exterior. Sem a mente (Interpretação), todos os "dados" do Universo não passariam de uma matéria bruta e cega, sem nenhum significado ou sentido inerente. Do mesmo modo, sem a matéria (Dados), o universo inteiro permaneceria eternamente cego e desconhecido, em quietude imanifesta. Informação e Interpretação trabalham juntos, de maneira interdependente, viabilizando o desabrochar da vida, da experiência, da linguagem e da consciência psicossocial.
3. Nem tudo é material e empírico; existem coisas Transcendentais:
Nosso conceito convencional de existência, aplicado ao mundo empírico acerca que experienciamos intersubjetivamente, descreve entes discretos e particulares situados no tempo e no espaço (objetos, pessoas, bichos, corpos, etc). Mas esse conceito falha quando tentamos falar das coisas que, não sendo "coisas entre coisas", ainda assim são "condições viabilizadoras das coisas", ou seja, se situam num nível transcendental com relação ao nosso mundo empírico. Para ilustrar: "Espaço" é um exemplo de coisa que não é uma "coisa entre coisas" (não é um objeto, corpo ou algo que possa ser discernido). Mas é algo sem o qual não poderia haver nenhuma "coisa" (todos os corpos e objetos só existem no espaço, ainda que o espaço não seja nem corpo nem objeto). Ou seja, o espaço tem uma existência "transcendental" com relação ao mundo fenomênico das coisas e objetos (é uma condição viabilizadora dele, e não algo dentro dele). Mesma coisa pode ser dita do Tempo. Todos os eventos se sucedem no tempo, mas o tempo não é um episódio entre os episódios. Tempo, em si mesmo, não é um momento entre momento, mas é uma condição transcendental viabilizadora de todas as durações, momentos e eventos que se sucedem.
4. Deus nem existe nem inexiste, mas o divino Realiza-se:
Algo sempre existiu. Mas essa coisa não pode ser uma coisa, porque coisas dependem de outras coisas e derivam de outras coisas. Portanto, tem que ter um nível de realidade distinto do nível "empírico" dos múltiplos fenômenos materiais. Tem que ser, portanto, algo Metafísico. Só que não se pode dizer nada acerca do Metafísico: em si mesmo, permanece sempre fora do nosso alcance e inacessível a toda especulação. Quer dizer que não podemos afirmar absolutamente nada sobre Deus? Também não. Um Deus eternamente incognoscível e imanifesto é um Deus inútil e cego, indiscernível do fato bruto de um mecanismo fatal e cego. Contudo, nós conhecemos de maneira imediata e por nós mesmos a existência da Pessoalidade, da Responsabilidade, do Pensamento, da Intenção, da Volição e da Experienciação, bem como a realidade do nosso senso de Agência. Ainda que a Causa Primeira da Existência esteja muito além da nossa compreensão, nossas faculdades e operações - incluindo a própria capacidade de concebê-La - realizam no mundo, no tempo e no universo a possibilidade do Bem, do Amor, das Virtudes, da Benevolência e da Compaixão. Erguendo-nos contra as tendências inferiores da inconsciência e da animalidade, fazemo-nos instrumentos de realização do divino mesmo imersos no tempo e no espaço. Mesmo que Deus em si mesmo seja uma treva obscura para nós, o Divino pode dar-se a conhecer por meio da Beleza em pensamentos, sentimentos, palavras e atos. O Divino realiza-se no esplendor da Natureza, nos atos altruístas, na evolução da inteligência, na expansão da consciência, no progresso civilizacional, entre outros.
5. Temos uma existência Metafísica:
Mesmo enquanto não havia (empiricamente) vida no universo, a vida e a mentalidade já eram desde sempre possibilidades subjacentes da existência. Uma vez reunidas as causas e condições interdependentes necessárias, pode originar-se, mas mesmo quando não reunidas não deixa de ser um dos potenciais ocultos da realidade, aguardando apenas a situação propícia para sua manifestação. Isso significa que pouco importa (metafisicamente) que não existíssemos contingentemente, ou que deixemos de existir pela morte ou algum desastre, porque os bilhões de anos de evolução cósmica necessários para nossa emergência simplesmente passariam em menos do que um piscar de olhos, já que não existe lentidão nem duração alguma na ausência de experiência subjetiva. Segue-se disso que sempre conheceremos uma realidade em que existimos, e nunca conheceremos uma realidade em que inexistimos, porque essa seria uma não-realidade nunca experienciada por nós; enquanto que, do fato de aqui estarmos (que comprova sermos um potencial inerente ao universo), deriva que existiremos mesmo que leve trilhões de anos e colapsos inteiros de galáxias e universos, porque do fato da vida ser um potencial intrínseco ao real segue-se que haverá de recorrer e recorrer indefinidamente, custe o que custar e leve o tempo que levar.
1. O fundamento (building block) da realidade não é material nem espiritual, mas Informacional:
Não basta haver, do lado de cá (mental), o poder "interpretador" de produzir experiências subjetivas se não houver, do lado de lá (físico), o poder dos dados de se fazerem inteligir, isto é, de se "abrirem" ou "revelarem" para um interpretador. Do contrário, mesmo que tivéssemos mentes, permaneceríamos enclausurados sem possibilidade de ultrapassar nosso ensimesmamento solipsista. Se podemos fazer isso e realizar coisas como comunicacação e ciência, é porque nossa capacidade representacional de fato reflete algo inerente à essência das coisas, não sendo descolada delas, mas sim uma "reconstrução" interior de suas características, o que significa que existe algo de inerentemente "interpretável" na matéria, razão pela qual a concebo como "dados".
2. A relação entre Informação e Interpretação não é dualista, mas Dialética:
Concebo a mente como um circuito integrado e organizado de informações, capaz de realizar uma "engenharia reversa" e decifrar os dados do ambiente exterior. Sem a mente (Interpretação), todos os "dados" do Universo não passariam de uma matéria bruta e cega, sem nenhum significado ou sentido inerente. Do mesmo modo, sem a matéria (Dados), o universo inteiro permaneceria eternamente cego e desconhecido, em quietude imanifesta. Informação e Interpretação trabalham juntos, de maneira interdependente, viabilizando o desabrochar da vida, da experiência, da linguagem e da consciência psicossocial.
3. Nem tudo é material e empírico; existem coisas Transcendentais:
Nosso conceito convencional de existência, aplicado ao mundo empírico acerca que experienciamos intersubjetivamente, descreve entes discretos e particulares situados no tempo e no espaço (objetos, pessoas, bichos, corpos, etc). Mas esse conceito falha quando tentamos falar das coisas que, não sendo "coisas entre coisas", ainda assim são "condições viabilizadoras das coisas", ou seja, se situam num nível transcendental com relação ao nosso mundo empírico. Para ilustrar: "Espaço" é um exemplo de coisa que não é uma "coisa entre coisas" (não é um objeto, corpo ou algo que possa ser discernido). Mas é algo sem o qual não poderia haver nenhuma "coisa" (todos os corpos e objetos só existem no espaço, ainda que o espaço não seja nem corpo nem objeto). Ou seja, o espaço tem uma existência "transcendental" com relação ao mundo fenomênico das coisas e objetos (é uma condição viabilizadora dele, e não algo dentro dele). Mesma coisa pode ser dita do Tempo. Todos os eventos se sucedem no tempo, mas o tempo não é um episódio entre os episódios. Tempo, em si mesmo, não é um momento entre momento, mas é uma condição transcendental viabilizadora de todas as durações, momentos e eventos que se sucedem.
4. Deus nem existe nem inexiste, mas o divino Realiza-se:
Algo sempre existiu. Mas essa coisa não pode ser uma coisa, porque coisas dependem de outras coisas e derivam de outras coisas. Portanto, tem que ter um nível de realidade distinto do nível "empírico" dos múltiplos fenômenos materiais. Tem que ser, portanto, algo Metafísico. Só que não se pode dizer nada acerca do Metafísico: em si mesmo, permanece sempre fora do nosso alcance e inacessível a toda especulação. Quer dizer que não podemos afirmar absolutamente nada sobre Deus? Também não. Um Deus eternamente incognoscível e imanifesto é um Deus inútil e cego, indiscernível do fato bruto de um mecanismo fatal e cego. Contudo, nós conhecemos de maneira imediata e por nós mesmos a existência da Pessoalidade, da Responsabilidade, do Pensamento, da Intenção, da Volição e da Experienciação, bem como a realidade do nosso senso de Agência. Ainda que a Causa Primeira da Existência esteja muito além da nossa compreensão, nossas faculdades e operações - incluindo a própria capacidade de concebê-La - realizam no mundo, no tempo e no universo a possibilidade do Bem, do Amor, das Virtudes, da Benevolência e da Compaixão. Erguendo-nos contra as tendências inferiores da inconsciência e da animalidade, fazemo-nos instrumentos de realização do divino mesmo imersos no tempo e no espaço. Mesmo que Deus em si mesmo seja uma treva obscura para nós, o Divino pode dar-se a conhecer por meio da Beleza em pensamentos, sentimentos, palavras e atos. O Divino realiza-se no esplendor da Natureza, nos atos altruístas, na evolução da inteligência, na expansão da consciência, no progresso civilizacional, entre outros.
5. Temos uma existência Metafísica:
Mesmo enquanto não havia (empiricamente) vida no universo, a vida e a mentalidade já eram desde sempre possibilidades subjacentes da existência. Uma vez reunidas as causas e condições interdependentes necessárias, pode originar-se, mas mesmo quando não reunidas não deixa de ser um dos potenciais ocultos da realidade, aguardando apenas a situação propícia para sua manifestação. Isso significa que pouco importa (metafisicamente) que não existíssemos contingentemente, ou que deixemos de existir pela morte ou algum desastre, porque os bilhões de anos de evolução cósmica necessários para nossa emergência simplesmente passariam em menos do que um piscar de olhos, já que não existe lentidão nem duração alguma na ausência de experiência subjetiva. Segue-se disso que sempre conheceremos uma realidade em que existimos, e nunca conheceremos uma realidade em que inexistimos, porque essa seria uma não-realidade nunca experienciada por nós; enquanto que, do fato de aqui estarmos (que comprova sermos um potencial inerente ao universo), deriva que existiremos mesmo que leve trilhões de anos e colapsos inteiros de galáxias e universos, porque do fato da vida ser um potencial intrínseco ao real segue-se que haverá de recorrer e recorrer indefinidamente, custe o que custar e leve o tempo que levar.
Editado pela última vez por Schelling em Sex, 05 Janeiro 2024 - 11:29 am, em um total de 9 vezes.
"It is midnight among the profane,
but the intellectual Sun is rising upon this Assembly."
S∴I∵
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(Cliquei errado em "Enviar" em vez de "Prever". Peço que aguardem eu editar a publicação anterior antes de responderem).
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6. O Universo não está Terminado:Schelling escreveu: ↑Sex, 05 Janeiro 2024 - 10:51 amA intensidade da minha busca espiritual, intelectual, filosófica e científica levou-me às seguintes teses acerca da nossa realidade:
1. O fundamento (building block) da realidade não é material nem espiritual, mas Informacional:
Não basta haver, do lado de cá (mental), o poder "interpretador" de produzir experiências subjetivas se não houver, do lado de lá (físico), o poder dos dados de se fazerem inteligir, isto é, de se "abrirem" ou "revelarem" para um interpretador. Do contrário, mesmo que tivéssemos mentes, permaneceríamos enclausurados sem possibilidade de ultrapassar nosso ensimesmamento solipsista. Se podemos fazer isso e realizar coisas como comunicacação e ciência, é porque nossa capacidade representacional de fato reflete algo inerente à essência das coisas, não sendo descolada delas, mas sim uma "reconstrução" interior de suas características, o que significa que existe algo de inerentemente "interpretável" na matéria, razão pela qual a concebo como "dados".
2. A relação entre Informação e Interpretação não é dualista, mas Dialética:
Concebo a mente como um circuito integrado e organizado de informações, capaz de realizar uma "engenharia reversa" e decifrar os dados do ambiente exterior. Sem a mente (Interpretação), todos os "dados" do Universo não passariam de uma matéria bruta e cega, sem nenhum significado ou sentido inerente. Do mesmo modo, sem a matéria (Dados), o universo inteiro permaneceria eternamente cego e desconhecido, em quietude imanifesta. Informação e Interpretação trabalham juntos, de maneira interdependente, viabilizando o desabrochar da vida, da experiência, da linguagem e da consciência psicossocial.
3. Nem tudo é material e empírico; existem coisas Transcendentais:
Nosso conceito convencional de existência, aplicado ao mundo empírico acerca que experienciamos intersubjetivamente, descreve entes discretos e particulares situados no tempo e no espaço (objetos, pessoas, bichos, corpos, etc). Mas esse conceito falha quando tentamos falar das coisas que, não sendo "coisas entre coisas", ainda assim são "condições viabilizadoras das coisas", ou seja, se situam num nível transcendental com relação ao nosso mundo empírico. Para ilustrar: "Espaço" é um exemplo de coisa que não é uma "coisa entre coisas" (não é um objeto, corpo ou algo que possa ser discernido). Mas é algo sem o qual não poderia haver nenhuma "coisa" (todos os corpos e objetos só existem no espaço, ainda que o espaço não seja nem corpo nem objeto). Ou seja, o espaço tem uma existência "transcendental" com relação ao mundo fenomênico das coisas e objetos (é uma condição viabilizadora dele, e não algo dentro dele). Mesma coisa pode ser dita do Tempo. Todos os eventos se sucedem no tempo, mas o tempo não é um episódio entre os episódios. Tempo, em si mesmo, não é um momento entre momento, mas é uma condição transcendental viabilizadora de todas as durações, momentos e eventos que se sucedem.
4. Deus nem existe nem inexiste, mas o divino Realiza-se:
Algo sempre existiu. Mas essa coisa não pode ser uma coisa, porque coisas dependem de outras coisas e derivam de outras coisas. Portanto, tem que ter um nível de realidade distinto do nível "empírico" dos múltiplos fenômenos materiais. Tem que ser, portanto, algo Metafísico. Só que não se pode dizer nada acerca do Metafísico: em si mesmo, permanece sempre fora do nosso alcance e inacessível a toda especulação. Quer dizer que não podemos afirmar absolutamente nada sobre Deus? Também não. Um Deus eternamente incognoscível e imanifesto é um Deus inútil e cego, indiscernível do fato bruto de um mecanismo fatal e cego. Contudo, nós conhecemos de maneira imediata e por nós mesmos a existência da Pessoalidade, da Responsabilidade, do Pensamento, da Intenção, da Volição e da Experienciação, bem como a realidade do nosso senso de Agência. Ainda que a Causa Primeira da Existência esteja muito além da nossa compreensão, nossas faculdades e operações - incluindo a própria capacidade de concebê-La - realizam no mundo, no tempo e no universo a possibilidade do Bem, do Amor, das Virtudes, da Benevolência e da Compaixão. Erguendo-nos contra as tendências inferiores da inconsciência e da animalidade, fazemo-nos instrumentos de realização do divino mesmo imersos no tempo e no espaço. Mesmo que Deus em si mesmo seja uma treva obscura para nós, o Divino pode dar-se a conhecer por meio da Beleza em pensamentos, sentimentos, palavras e atos. O Divino realiza-se no esplendor da Natureza, nos atos altruístas, na evolução da inteligência, na expansão da consciência, no progresso civilizacional, entre outros.
5. Temos uma existência Metafísica:
Mesmo enquanto não havia (empiricamente) vida no universo, a vida e a mentalidade já eram desde sempre possibilidades subjacentes da existência. Uma vez reunidas as causas e condições interdependentes necessárias, pode originar-se, mas mesmo quando não reunidas não deixa de ser um dos potenciais ocultos da realidade, aguardando apenas a situação propícia para sua manifestação. Isso significa que pouco importa (metafisicamente) que não existíssemos contingentemente, ou que deixemos de existir pela morte ou algum desastre, porque os bilhões de anos de evolução cósmica necessários para nossa emergência simplesmente passariam em menos do que um piscar de olhos, já que não existe lentidão nem duração alguma na ausência de experiência subjetiva. Segue-se disso que sempre conheceremos uma realidade em que existimos, e nunca conheceremos uma realidade em que inexistimos, porque essa seria uma não-realidade nunca experienciada por nós; enquanto que, do fato de aqui estarmos (que comprova sermos um potencial inerente ao universo), deriva que existiremos mesmo que leve trilhões de anos e colapsos inteiros de galáxias e universos, porque do fato da vida ser um potencial intrínseco ao real segue-se que haverá de recorrer e recorrer indefinidamente, custe o que custar e leve o tempo que levar.
Tanto crentes quanto ateus cometem o erro de nos enxergarem como personagens em um palco fixo e "dado", estático, que seria o Mundo. Mas isso está completamente errado. Quem disse que o Universo alcançou o auge de suas possibilidades? Quem garante que não somos apenas mais uma etapa em um processo de emergentismo de propriedades cada vez mais novas, radicais e complexas? Até mesmo capazes de romper barreiras que acreditamos intransponíveis para nosso estado atual de consciência. Se a tendência do Universo é na direção de cada vez maior complexidade e de novas propriedades emergentes (irredutíveis aos seus blocos constitutivos), então nada impede que tal coisa como um ser supremo venha a emergir, ou campos integrados de informação que transcendam até mesmo tudo o que entendemos por vida, mente, consciência e realidade.
"It is midnight among the profane,
but the intellectual Sun is rising upon this Assembly."
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Texto muito bem redigido. Schelling é um exímio escritor.
Muitos dos conceitos usados pelos humanos não existem no mundo material; em invés disso, são construções mentais de interpretações humanas acerca do observável. A temperatura, por exemplo, não existe objetivamente; é um conceito da percepção humana usado para diferenciar graus de agitação das partículas. O mesmo pode ser dito sobre o tempo e o espaço; são percepções individuais que podem assumir redefinições na Física Relativística, unificando ambos.
Talvez o que está descrito como transcendental seja apenas construções mentais para traduzir informações mais complexas e por enquanto mal compreendidas.
Pela descrição, Deus é incognoscível, mas a obra de Deus — o divino — não é.
Penso, logo existo!Schelling escreveu: ↑Sex, 05 Janeiro 2024 - 10:51 am1. O fundamento (building block) da realidade não é material nem espiritual, mas Informacional:
Não basta haver, do lado de cá (mental), o poder "interpretador" de produzir experiências subjetivas se não houver, do lado de lá (físico), o poder dos dados de se fazerem inteligir, isto é, de se "abrirem" ou "revelarem" para um interpretador. Do contrário, mesmo que tivéssemos mentes, permaneceríamos enclausurados sem possibilidade de ultrapassar nosso ensimesmamento solipsista. Se podemos fazer isso e realizar coisas como comunicacação e ciência, é porque nossa capacidade representacional de fato reflete algo inerente à essência das coisas, não sendo descolada delas, mas sim uma "reconstrução" interior de suas características, o que significa que existe algo de inerentemente "interpretável" na matéria, razão pela qual a concebo como "dados".
Este item faz refletir sobre o conceito de transcendental.Schelling escreveu: ↑Sex, 05 Janeiro 2024 - 10:51 am3. Nem tudo é material e empírico; existem coisas Transcendentais:
Nosso conceito convencional de existência, aplicado ao mundo empírico acerca que experienciamos intersubjetivamente, descreve entes discretos e particulares situados no tempo e no espaço (objetos, pessoas, bichos, corpos, etc). Mas esse conceito falha quando tentamos falar das coisas que, não sendo "coisas entre coisas", ainda assim são "condições viabilizadoras das coisas", ou seja, se situam num nível transcendental com relação ao nosso mundo empírico. Para ilustrar: "Espaço" é um exemplo de coisa que não é uma "coisa entre coisas" (não é um objeto, corpo ou algo que possa ser discernido). Mas é algo sem o qual não poderia haver nenhuma "coisa" (todos os corpos e objetos só existem no espaço, ainda que o espaço não seja nem corpo nem objeto). Ou seja, o espaço tem uma existência "transcendental" com relação ao mundo fenomênico das coisas e objetos (é uma condição viabilizadora dele, e não algo dentro dele). Mesma coisa pode ser dita do Tempo. Todos os eventos se sucedem no tempo, mas o tempo não é um episódio entre os episódios. Tempo, em si mesmo, não é um momento entre momento, mas é uma condição transcendental viabilizadora de todas as durações, momentos e eventos que se sucedem.
Muitos dos conceitos usados pelos humanos não existem no mundo material; em invés disso, são construções mentais de interpretações humanas acerca do observável. A temperatura, por exemplo, não existe objetivamente; é um conceito da percepção humana usado para diferenciar graus de agitação das partículas. O mesmo pode ser dito sobre o tempo e o espaço; são percepções individuais que podem assumir redefinições na Física Relativística, unificando ambos.
Talvez o que está descrito como transcendental seja apenas construções mentais para traduzir informações mais complexas e por enquanto mal compreendidas.
Essa parece ser uma variação do Argumento Cosmológico. Talvez uma outra vertente da Causalidade Aristotélica.Schelling escreveu: ↑Sex, 05 Janeiro 2024 - 10:51 am4. Deus nem existe nem inexiste, mas o divino Realiza-se:
Algo sempre existiu. Mas essa coisa não pode ser uma coisa, porque coisas dependem de outras coisas e derivam de outras coisas. Portanto, tem que ter um nível de realidade distinto do nível "empírico" dos múltiplos fenômenos materiais. Tem que ser, portanto, algo Metafísico. Só que não se pode dizer nada acerca do Metafísico: em si mesmo, permanece sempre fora do nosso alcance e inacessível a toda especulação. Quer dizer que não podemos afirmar absolutamente nada sobre Deus? Também não. Um Deus eternamente incognoscível e imanifesto é um Deus inútil e cego, indiscernível do fato bruto de um mecanismo fatal e cego. Contudo, nós conhecemos de maneira imediata e por nós mesmos a existência da Pessoalidade, da Responsabilidade, do Pensamento, da Intenção, da Volição e da Experienciação, bem como a realidade do nosso senso de Agência. Ainda que a Causa Primeira da Existência esteja muito além da nossa compreensão, nossas faculdades e operações - incluindo a própria capacidade de concebê-La - realizam no mundo, no tempo e no universo a possibilidade do Bem, do Amor, das Virtudes, da Benevolência e da Compaixão. Erguendo-nos contra as tendências inferiores da inconsciência e da animalidade, fazemo-nos instrumentos de realização do divino mesmo imersos no tempo e no espaço. Mesmo que Deus em si mesmo seja uma treva obscura para nós, o Divino pode dar-se a conhecer por meio da Beleza em pensamentos, sentimentos, palavras e atos. O Divino realiza-se no esplendor da Natureza, nos atos altruístas, na evolução da inteligência, na expansão da consciência, no progresso civilizacional, entre outros.
Pela descrição, Deus é incognoscível, mas a obra de Deus — o divino — não é.
Schelling escreveu: ↑Sex, 05 Janeiro 2024 - 10:51 am5. Temos uma existência Metafísica:
Mesmo enquanto não havia (empiricamente) vida no universo, a vida e a mentalidade já eram desde sempre possibilidades subjacentes da existência. Uma vez reunidas as causas e condições interdependentes necessárias, pode originar-se, mas mesmo quando não reunidas não deixa de ser um dos potenciais ocultos da realidade, aguardando apenas a situação propícia para sua manifestação. Isso significa que pouco importa (metafisicamente) que não existíssemos contingentemente, ou que deixemos de existir pela morte ou algum desastre, porque os bilhões de anos de evolução cósmica necessários para nossa emergência simplesmente passariam em menos do que um piscar de olhos, já que não existe lentidão nem duração alguma na ausência de experiência subjetiva. Segue-se disso que sempre conheceremos uma realidade em que existimos, e nunca conheceremos uma realidade em que inexistimos, porque essa seria uma não-realidade nunca experienciada por nós; enquanto que, do fato de aqui estarmos (que comprova sermos um potencial inerente ao universo), deriva que existiremos mesmo que leve trilhões de anos e colapsos inteiros de galáxias e universos, porque do fato da vida ser um potencial intrínseco ao real segue-se que haverá de recorrer e recorrer indefinidamente, custe o que custar e leve o tempo que levar.
Reflexões metafísicas são instigantes justamente por serem subjetivas e difíceis de serem concebidas.Schelling escreveu: ↑Qua, 10 Janeiro 2024 - 02:30 am6. O Universo não está Terminado:
Tanto crentes quanto ateus cometem o erro de nos enxergarem como personagens em um palco fixo e "dado", estático, que seria o Mundo. Mas isso está completamente errado. Quem disse que o Universo alcançou o auge de suas possibilidades? Quem garante que não somos apenas mais uma etapa em um processo de emergentismo de propriedades cada vez mais novas, radicais e complexas? Até mesmo capazes de romper barreiras que acreditamos intransponíveis para nosso estado atual de consciência. Se a tendência do Universo é na direção de cada vez maior complexidade e de novas propriedades emergentes (irredutíveis aos seus blocos constitutivos), então nada impede que tal coisa como um ser supremo venha a emergir, ou campos integrados de informação que transcendam até mesmo tudo o que entendemos por vida, mente, consciência e realidade.
- Fernando Silva
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Em quê ele baseia tais certezas?Cinzu escreveu: ↑Sex, 02 Agosto 2024 - 13:23 pmSchelling escreveu: ↑Sex, 05 Janeiro 2024 - 10:51 amMesmo que Deus em si mesmo seja uma treva obscura para nós, o Divino pode dar-se a conhecer por meio da Beleza em pensamentos, sentimentos, palavras e atos. O Divino realiza-se no esplendor da Natureza, nos atos altruístas, na evolução da inteligência, na expansão da consciência, no progresso civilizacional, entre outros.
E as coisas ruins? Indicam a existência de um Diabo?
"Esplendor da Natureza" é apenas uma opinião, um conceito humano do que é bonito. Para uma lombriga, bonito é um intestino fedorento. Para um verme, bonito é um cadáver podre. Etc.
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Quem disse que ateus pensam assim?Schelling escreveu: ↑Qua, 10 Janeiro 2024 - 02:30 am6. O Universo não está Terminado:
Tanto crentes quanto ateus cometem o erro de nos enxergarem como personagens em um palco fixo e "dado", estático, que seria o Mundo. Mas isso está completamente errado. Quem disse que o Universo alcançou o auge de suas possibilidades? Quem garante que não somos apenas mais uma etapa em um processo de emergentismo de propriedades cada vez mais novas, radicais e complexas? Até mesmo capazes de romper barreiras que acreditamos intransponíveis para nosso estado atual de consciência. Se a tendência do Universo é na direção de cada vez maior complexidade e de novas propriedades emergentes (irredutíveis aos seus blocos constitutivos), então nada impede que tal coisa como um ser supremo venha a emergir, ou campos integrados de informação que transcendam até mesmo tudo o que entendemos por vida, mente, consciência e realidade.
Quem disse que ser ateu implica em pensar assim?
Se um "ser supremo" vier a emergir, ele seria um deus? Ou apenas uma criatura como nós?
Fernando Silva escreveu: ↑Sáb, 03 Agosto 2024 - 10:08 amQuem disse que ateus pensam assim?Schelling escreveu: ↑Qua, 10 Janeiro 2024 - 02:30 am6. O Universo não está Terminado:
Tanto crentes quanto ateus cometem o erro de nos enxergarem como personagens em um palco fixo e "dado", estático, que seria o Mundo. Mas isso está completamente errado. Quem disse que o Universo alcançou o auge de suas possibilidades? Quem garante que não somos apenas mais uma etapa em um processo de emergentismo de propriedades cada vez mais novas, radicais e complexas? Até mesmo capazes de romper barreiras que acreditamos intransponíveis para nosso estado atual de consciência. Se a tendência do Universo é na direção de cada vez maior complexidade e de novas propriedades emergentes (irredutíveis aos seus blocos constitutivos), então nada impede que tal coisa como um ser supremo venha a emergir, ou campos integrados de informação que transcendam até mesmo tudo o que entendemos por vida, mente, consciência e realidade.
Quem disse que ser ateu implica em pensar assim?
Se um "ser supremo" vier a emergir, ele seria um deus? Ou apenas uma criatura como nós?
E, caso haja mesmo o surgimento do ser supremo, ele estará sujeito às Leis Naturais?
Às Leis da Física?
Será composto por átomos, como tudo que nos cerca?
Poderá aparecer e desaparecer num piscar de olhos, desobedecendo a Termodinâmica?
Enfim, estará dentro do universo e, como tal, sujeito às Leis que governam o universo? Ou estará fora do universos, sob leis própria e diferentes das que sempre existiram e regeram tudo desde sempre?
E o Tempo?
Poderá reverter a direção do Tempo?
Poderá parar o Tempo?
Poderá explicar o que havia antes do Tempo (Big Bang)?
Saberá dizer o que virá depois do Tempo (Big Rip)? Quando o universo esfriar completamente?
Tudo isso aos nossos olhos, assistindo tudo?
Estou curioso em ver o surgimento desse ser supremo.
- Fernando Silva
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O Galactus pode ser considerado um deus?
"Any sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic"
Foi o Arthur Clarke quem disse isso.
Seres de civilizacaoes suficientememte adiantadas pareceriam deuses a nós (disso nao se conclui nada que seja favoravel ao besteirol pseudo-arqueologico do daniken).
Sua tecnologia seria como magica (= milagre) logo remeteria pontamente a coisas divinas nas mentes de nós, pobres-diabos, que nao entenderiam lhufas do que se passa. Apesar disso, nao acreditaria haver nada sobrenatural ou transcendente neles.
Do fato de um foguete parecer magico a um membro de povos caçadores-coletores nao segue que o foguete seja divino.
Foi o Arthur Clarke quem disse isso.
Seres de civilizacaoes suficientememte adiantadas pareceriam deuses a nós (disso nao se conclui nada que seja favoravel ao besteirol pseudo-arqueologico do daniken).
Sua tecnologia seria como magica (= milagre) logo remeteria pontamente a coisas divinas nas mentes de nós, pobres-diabos, que nao entenderiam lhufas do que se passa. Apesar disso, nao acreditaria haver nada sobrenatural ou transcendente neles.
Do fato de um foguete parecer magico a um membro de povos caçadores-coletores nao segue que o foguete seja divino.
Não sei dizer se isso é consenso na teologia, mas uma explicação que vi outro dia de um teólogo é que as leis da física como a conhecemos estão incompletas. Assim como a relatividade mostrou uma camada maior para a gravidade, Deus é uma camada maior e mais complexa para todas as leis. E nessa ótica, Deus pode fazer absolutamente tudo sem contrariar nenhuma Lei da Natureza.Gabarito escreveu: ↑Sáb, 03 Agosto 2024 - 18:40 pmcaso haja mesmo o surgimento do ser supremo, ele estará sujeito às Leis Naturais?
Enfim, estará dentro do universo e, como tal, sujeito às Leis que governam o universo? Ou estará fora do universos, sob leis própria e diferentes das que sempre existiram e regeram tudo desde sempre?
Essa resposta surgiu como justificativa aos milagres operados por Deus, que segundo a teologia, não possuem nada de sobrenatural, mas são apenas manifestações ainda não compreendidas do mundo físico.
Off_topic:
É uma excelente saída para o Dragão na Garagem.Cinzu escreveu: ↑Qua, 14 Agosto 2024 - 06:12 amNão sei dizer se isso é consenso na teologia, mas uma explicação que vi outro dia de um teólogo é que as leis da física como a conhecemos estão incompletas. Assim como a relatividade mostrou uma camada maior para a gravidade, Deus é uma camada maior e mais complexa para todas as leis. E nessa ótica, Deus pode fazer absolutamente tudo sem contrariar nenhuma Lei da Natureza.Gabarito escreveu: ↑Sáb, 03 Agosto 2024 - 18:40 pmcaso haja mesmo o surgimento do ser supremo, ele estará sujeito às Leis Naturais?
Enfim, estará dentro do universo e, como tal, sujeito às Leis que governam o universo? Ou estará fora do universos, sob leis própria e diferentes das que sempre existiram e regeram tudo desde sempre?
Essa resposta surgiu como justificativa aos milagres operados por Deus, que segundo a teologia, não possuem nada de sobrenatural, mas são apenas manifestações ainda não compreendidas do mundo físico.
E vai encurralar todos nós céticos com ela.
Sempre se poderá dizer que a Ciência ainda não descobriu tudo e, lá na frente, estará Deus nos esperando.
Confesso que fiquei desarmado. Ainda não tinha pensado nisso.
Off_topic:
Não é BEM assim...Sr. Gabarito escreveu: ↑Qua, 14 Agosto 2024 - 10:02 amSempre se poderá dizer que a Ciência ainda não descobriu tudo e, lá na frente, estará Deus nos esperando.
Confesso que fiquei desarmado. Ainda não tinha pensado nisso.
Milagre é intervenção Por ou Autorizada Por Deus sobre a so to speak ordem natural das coisas (= "Leis"). Tentando fazer 1 analogia imaginemos
- Natureza modelizada por jogos de xadrez e as "Leis da Natureza" (claro) as regras desse jogo;
- n'1 certa partida o Ditador do Lugar tá acompanhando e muda 1 peça e manda seguirem jogando – mas por 2 bispos em diagonais de mesma cor ele não pode; nem por outra dama se tiverem ainda os 8 peões do favorecido ou se a configuração da e pra 8ª coluna não comportar algum peão ter atingido ela
mas nunca vai ser "descoberto" pela Ciência.não possuem nada de sobrenatural,
Editado pela última vez por Gorducho em Qua, 14 Agosto 2024 - 19:10 pm, em um total de 1 vez.
Acho que a ideia do Deus das lacunas é justamente essa.
Não pode ser "descoberto" pela ciência, mas pode ser descoberto pela razão?
Os famosos argumentos cosmológicos, Design Inteligente, causa primária e derivados...
Acho que você já encontrou um bom resumo.
O Big Crunch, caso se trate de infinitos ciclos de criação e destruição, explicaria essa tal "perfeição" ou "ordem" dessa realidade, que os religiosos apontam.
Se bem que a tal "ordem" é mais caótica do que aparenta.
Note que eu segui o termo usado pelo Sr. Gabarito. Então: claro que não pode ser “descoberto” pela Ciência porque não é científico. Ciência são modelos e Milagres acontecem fora/acima da ordem natural das coisas [1] – que é o representável por modelos científicos (= “Ciência”).
Pela razão sim porque o Milagre é observado – fato empírico.
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[1] Veja e.g. o verbete no Dicionário de Teologia Dogmática dos Msgrs. Pietro Parente, Antonio Piolanti e Salvatore Garofalo.
- Fernando Silva
- Conselheiro
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- Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am
Milagre não é algo que contraria as leis da natureza.
Milagre é apenas algo que contraria aquilo que sabemos das leis da natureza.
Pode ser até que, por hipótese, haja um deus, mas não temos como saber se ele fica interferindo nos acontecimentos ou apenas deixa rolar.
Afinal, pelo que podemos observar, a ação desse tal de Deus não se diferencia em nada da ação do acaso (por mais que os crentelhos apelem para ad hocs para justificar isto).
Milagre é apenas algo que contraria aquilo que sabemos das leis da natureza.
Pode ser até que, por hipótese, haja um deus, mas não temos como saber se ele fica interferindo nos acontecimentos ou apenas deixa rolar.
Afinal, pelo que podemos observar, a ação desse tal de Deus não se diferencia em nada da ação do acaso (por mais que os crentelhos apelem para ad hocs para justificar isto).
- Fernando Silva
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O que Deus fazia antes de criar o universo? Estava sozinho no meio da inexistência? Estava ocupado com outros universos? Ou a ideia de tempo, de antes e depois, não faz sentido na ausência de matéria?
O que outras religiões e filósofos disseram a respeito da criação a partir do caos (ou algo preexistente) ou do nada:
https://medium.com/atlaswept/on-god-and ... a2398e8efb
O que outras religiões e filósofos disseram a respeito da criação a partir do caos (ou algo preexistente) ou do nada:
https://medium.com/atlaswept/on-god-and ... a2398e8efb