Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Por que Jesus?

Jesus sempre foi tido em alta consideração tanto por cristãos quanto não-cristãos. Tenha ele realmente existido ou não, tenha ele sido de origem divina ou não, muitos afirmam que o Novo Testamento é o maior exemplo de moralidade. Muitos acreditam que seus ensinamentos, se verdadeiramente compreendidos e seguidos, fariam do mundo um lugar melhor.
Isto é verdade? Jesus merece a adoração generalizada que sempre recebeu? Vamos examinar o que ele disse e fez.

Jesus era pacífico e compassivo?
O nascimento de Jesus foi anunciado com "paz na terra", e no entanto Jesus disse: "Não penseis que vim trazer paz à Terra: não vim trazer paz, mas uma espada." (Mateus 10:34). "Aquele que não tem espada, que venda sua capa e compre uma." (Lucas 22:36). "Quanto, porém, a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença." (Lucas 19:27 - Nota: na verdade, este trecho era parte de uma parábola, mas termina sem maiores explicações).
A queima de hereges durante a Inquisição se baseou nas palavras de Jesus: "Se alguém não permanecer em mim, será jogado fora como um ramo de árvore, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam." (João 15:6).
Jesus tinha "raiva" (Marcos 3:5) de seus críticos e atacou mercadores com um chicote (João 2:15). Ele mostrou o respeito que tinha pela vida ao afogar animais inocentes (Mateus 8:32). Ele se recusou a curar uma criança doente até que foi pressionado pela mãe dela (Mateus 15:22-28).
O seu caráter se revela principalmente quando ameaça com o sofrimento eterno: "Mandará o Filho do homem (o próprio Jesus) os seus anjos que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade; e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes." (Mateus 13:41-42). "E se a tua mão te ofende, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível." (Marcos 9:43).
Que bondade é esta? Dá bom exemplo quem impõe sua vontade através de ameaças de violência? Seria o inferno um lugar agradável e pacífico?

Jesus incentivou os "valores familiares"?
"Se alguém vem a mim, e não odeia seu pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e ainda sua própria vida, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:26)
"Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai, entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. E assim os piores inimigos de um homem serão os seus próprios parentes." (Mateus 10:35-36)
Quando um de seus discípulos quis ausentar-se para o funeral de seu pai, Jesus o repreendeu: "Deixe que os mortos sepultem seus mortos." (Mateus 8:22)
Jesus nunca usou a palavra "família." Ele nunca se casou ou teve filhos. Para sua própria mãe, ele disse: "Mulher, que tenho a ver contigo?" (João 2:4).

O que ele pensava sobre igualdade e justiça social?
Jesus afirmou que os escravos deveriam ser chicoteados: "Aquele servo (escravo), que sabia a vontade de seu senhor, e não se preparou, nem fez segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites." (Lucas 12:47). Ele nunca condenou a escravidão, mencionando escravos e senhores em muitas de suas parábolas.
Ele nunca fez nada para reduzir a miséria. Em vez de vender um perfume caro para ajudar os pobres, gastou tudo com ele mesmo, dizendo: "Pobres, sempre os tereis" (Marcos, 14:3-7).
Ele não escolheu mulheres como discípulos ou as convidou para a Última Ceia.

Que princípios morais Jesus nos deixou?
"Há eunucos que a si mesmos fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Aquele que é capaz o admitir, admita." (Mateus 19:12). Alguns dos primeiros cristãos, inclusive o Pai da Igreja Orígenes, seguiram isto literalmente e se castraram. Mesmo como metáfora, este conselho é de mau gosto.

-Se seu olho ou sua mão forem causa de pecado, arranque-os fora Mateus 5:29-30, sobre o sexo).
-Casar-se com uma mulher divorciada é adultério (Mateus 5:32).
-Olhar para uma mulher com desejo é adultério (Mateus 5:28)
-Não planeje seu futuro (Mateus 6:34).
-Não guarde dinheiro (Mateus 6:19-20).
-Não fique rico (Marcos 10:21-25).
-Venda tudo o que tem e dê aos pobres (Lucas 12:33)
-Não trabalhe para conseguir comida (João 6:27)
-Faça com que as pessoas queiram perseguí-lo (Mateus 5:11).
-Diga a todos que você é melhor que os outros (Mateus 5:13-16).
-Tome dinheiro de quem tem pouco e dê para investidores ricos (Lucas 19:23-26).
-Se alguém lhe roubar alguma coisa, não tente recuperá-la (Lucas 6:30).
-Se alguém lhe bater, peça para baterem de novo (Mateus 5:39).
-Se tiver que indenizar alguém, pague mais do que o devido (Mateus 5:40).
-Se lhe obrigarem a andar um quilômetro, ande dois (Mateus 5:41).
-Se alguém lhe pedir alguma coisa, dê sem discutir (Mateus 5:42).
-Não se preocupe com a higiene e com o que come (Marcos 7:15)

Isto é sensato? É isto que você ensinaria a seus filhos?

Jesus era confiável?
Jesus disse aos discípulos que eles ainda estariam vivos quando ele voltasse: "Em verdade vos digo que alguns aqui se encontram que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino" (Mateus, 16:28). "Vejam, eu venho rapidamente" (Apocalipse 3:11). Já se passaram 2000 anos e os crentes ainda esperam pelo seu retorno "em breve".
Ele errou ao dizer que a semente da mostarda é "a menor de todas as sementes" (Mateus 13:32) e que o sal poderia "perder seu sabor" (Mateus 5:13).
Jesus disse que quem chamasse aos outros de "louco" poderia ir para o inferno (Mateus 5:22), mas ele próprio chamou aos outros de louco várias vezes (por exemplo, Mateus 23:17).
Quanto à sua própria confiabilidade, Jesus deu duas respostas conflitantes: "Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não é verdadeiro" (João 5:31) e "Ainda que eu dê testemunho de mim mesmo, meu testemunho é verdadeiro" (João 8:14).

Jesus foi um bom exemplo?
Ele amaldiçoou e fez secar uma figueira por não dar frutos fora de época (Mateus 21:18-19 e Marcos 11:13-14). Ele infringiu a lei ao roubar trigo em dia de sábado (Marcos 2:23) e mandou que seus discípulos levassem um cavalo sem pedir permissão ao dono(Mateus 21).
O "humilde" Jesus se disse "maior que o templo" (Mateus 12:6), "maior que Jonas" (Mateus 12:41) e "maior que Salomão" (Mateus 12:42}. Pareceu sofrer da paranóia dos ditadores quando disse que "Quem não é por mim é contra mim" (Mateus 12:30).

Por que Jesus?
Embora se possam citar passagens que mostrem Jesus de forma mais favorável, elas não apagam esse lado preocupante de seu caráter. E o fato de conflitarem com as outras mostram que o Novo Testamento é contraditório.
A "Regra de Ouro" já tinha sido dita muitas vezes por outros líderes religiosos (Confúcio: "Não faça aos outros o que não queres que te façam"). "Dê a outra face" encoraja as vítimas a pedirem mais violência. "Ama teu próximo" só se aplica aos que seguem a mesma crença (nem Jesus nem os judeus mostraram muita simpatia por outras religiões). Algumas das bem-aventuranças ("Bem-aventurados são os promovem a paz") são aceitáveis, mas não passam de promessas, de condições para se receber uma recompensa futura, e não baseadas no respeito à vida e aos valores morais.

No conjunto, Jesus disse pouca coisa aproveitável. Não trouxe nada de novo para a ética (exceto o inferno). Não criou programas sociais. Sendo "omnisciente", ele poderia ter contribuído com informações úteis para a ciência e a medicina, mas ele parecia não entender nada destes assuntos (como se ele fosse apenas um personagem inventado por escritores com o conhecimento limitado do primeiro século).

Muitos estudiosos têm dúvidas quanto à existência de um Jesus histórico. Albert Schweitzer disse que "O Jesus histórico é, para nossa época, um estranho e um enigma". Nenhum escritor do primeiro século confirma a história de Jesus. O Novo Testamento é contraditório e cheio de erros históricos. Conta uma história cheia de milagres e outras alegações fantásticas. Consiste em sua maior parte de material emprestado às religiões pagãs e o Jesus que ele descreve não é muito diferente dos outros mitos e fábulas.

Por que Jesus é tão especial? Seria mais sensato e produtivo falar de pessoas reais, de carne e osso, que contribuíram para a humanidade - mães que deram à luz, cientistas que aliviaram o sofrimento, reformadores sociais que combateram as injustiças - que adorar um sujeito com um caráter tão duvidoso quanto o de Jesus.

Comentários:
Sei que estou tratando o Novo Testamento como se as palavras e feitos de Jesus fossem a verdade literal. Sei que há controvérsias quanto à autenticidade de muitas das passagens citadas acima. O Jesus Seminar, por exemplo, afirma que em torno de 85% das palavras e ações de Jesus contidas no Novo Testamento não são autênticas. Ele nunca disse ou praticou a maior parte delas. Este texto é dirigido aos que acreditam que o Novo Testamento não contém erros e é inspirado por Deus.

Desde que este trabalho se tornou disponível na Internet, recebi muitas queixas de que eu usei esses trechos "fora de contexto". Do modo como eu e os estudiosos da Bíblia vemos a coisa, isto pode ser verdade, ou seja, a maioria dos trechos podem ser eliminados do livro.
Entretanto, do modo como os fundamentalistas e evangélicos entendem o assunto, ou seja, segundo os que pensam que estou criando uma falsa imagem de Jesus, não estou usando nada fora de contexto. Nenhum dos que reclamaram deu um exemplo específico ou explicou a que "contexto" eles se referem, nem tampouco indicou qual o verdadeiro significado, não literal, dos trechos citados.

Texto nº 12. Publicado pela Freedom From Religion Foundation, Inc., PO Box 750, Madison WI 53701.
Texto original: http://www.ffrf.org/nontracts/jesus.html
Você pode distribuir este documento por email, mas, por favor, não distribua cópias impressas.
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Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Pasteur
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Mensagem por Pasteur »

Há quem diga que Jesus nem existiu...

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Pasteur escreveu:
Sex, 06 Março 2020 - 18:29 pm
Há quem diga que Jesus nem existiu...
O Jesus dos evangelhos certamente não existiu, mas um dos muitos candidatos a messias que havia na época provavelmente deu origem a uma seita judaica (o ebionismo) que, mais tarde, foi adaptada por Paulo para o mundo não judeu e acabou se espalhando.

Em Atos dos Apóstolos, por exemplo, são mencionados 2 messias fracassados: Judas e Teudas.
No século anterior a Cristo, houve também um Simão que prometeu aos discípulos ressuscitar ao 3⁰ dia.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Fernando Silva escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 11:41 am
Pasteur escreveu:
Sex, 06 Março 2020 - 18:29 pm
Há quem diga que Jesus nem existiu...
O Jesus dos evangelhos certamente não existiu, mas um dos muitos candidatos a messias que havia na época provavelmente deu origem a uma seita judaica (o ebionismo) que, mais tarde, foi adaptada por Paulo para o mundo não judeu e acabou se espalhando.

Em Atos dos Apóstolos, por exemplo, são mencionados 2 messias fracassados: Judas e Teudas.
No século anterior a Cristo, houve também um Simão que prometeu aos discípulos ressuscitar ao 3⁰ dia.
Fernando, essas informações que você traz são quase todas novidades para mim.
Nunca tive paciência para estudar os bastidores da Bíblia e seus milhares de detalhes.
Portanto, essas gotas que chegam de vez em quando fertilizam a minha curiosidade e o interesse para saber um pouco mais sobre o assunto aumenta de novo.

Repito: essas informações deviam ser currículo obrigatório nas escolas, uma vez que uma imensa parcela da população se apoia nesse livro primitivo sem saber de suas inúmeras incongruências, falsidades e enganos.
E ai daquele que tentar mostrar que não é bem aquilo que imaginam e creem.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Fernando Silva
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Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am

Mensagem por Fernando Silva »

Gabarito escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 14:30 pm
Repito: essas informações deviam ser currículo obrigatório nas escolas, uma vez que uma imensa parcela da população se apoia nesse livro primitivo sem saber de suas inúmeras incongruências, falsidades e enganos.
E ai daquele que tentar mostrar que não é bem aquilo que imaginam e creem.
Se alguém tentasse mostrar todas as falhas da Bíblia e das outras religiões nas escolas, seria uma gritaria geral.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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aronax
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Registrado em: Qua, 04 Março 2020 - 18:31 pm
Localização: Passo Fundo-RS

Mensagem por aronax »

Fernando Silva escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 16:40 pm
Gabarito escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 14:30 pm
Repito: essas informações deviam ser currículo obrigatório nas escolas, uma vez que uma imensa parcela da população se apoia nesse livro primitivo sem saber de suas inúmeras incongruências, falsidades e enganos.
E ai daquele que tentar mostrar que não é bem aquilo que imaginam e creem.
Se alguém tentasse mostrar todas as falhas da Bíblia e das outras religiões nas escolas, seria uma gritaria geral.
Se fossemos um estado ateu sim, mas somos laicos. Que a religião, seja a favor ou contra, fique longe da escola.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

aronax escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 21:05 pm
Se fossemos um estado ateu sim, mas somos laicos. Que a religião, seja a favor ou contra, fique longe da escola.
Religião é um fato. Existe.
Na escola, eu aprendi sobre a religião dos antigos egípcios, dos antigos gregos etc.
O mesmo deve ser feito com as religiões atuais, só que sem proselitismo. Apenas informação. Toda a informação.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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JungF
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Mensagem por JungF »

Fernando Silva escreveu:Muitos estudiosos têm dúvidas quanto à existência de um Jesus histórico. Albert Schweitzer disse que "O Jesus histórico é, para nossa época, um estranho e um enigma". Nenhum escritor do primeiro século confirma a história de Jesus. O Novo Testamento é contraditório e cheio de erros históricos. Conta uma história cheia de milagres e outras alegações fantásticas. Consiste em sua maior parte de material emprestado às religiões pagãs e o Jesus que ele descreve não é muito diferente dos outros mitos e fábulas.
Quem está informado sobre os episódios insanos no Coliseu romano, principalmente nos primeiros séculos do Cristianismo, sabe que o personagem Jesus era considerado um simples criminoso judeu condenado à cruz pelo Sinédrio na distante Judeia, e que seus seguidores não passavam de perturbadores da ordem e transgressores das tradições religiosas do império.
Vejamos a afirmativa de que nenhum escritor do primeiro século fala sobre este personagem.
Em Os Mártires do Coliseu, A.J.O’Reilly, por meio da leitura de escritores cristãos e pagãos como Tertuliano, Eusébio de Cesareia, Orígenes, Suetônio, e Marcial descreve os principais martírios ocorridos no Coliseu.
Nos espetáculos ali promovidos somente os escravos revoltosos ou criminosos condenados pelos pretores eram submetidos àqueles hediondos costumes... ou os cristão, graças por exemplo à artimanha de Nero (O coliseu foi inaugurado alguns anos depois da morte de Nero - 80 d.c.), que põe fogo na cidade e acusa os cristãos de tê-lo feito.

O que se quer ressaltar é a entrega total à crença cristã com sacrifício da própria vida, demonstrando a influência que o martírio do Cristo exerceu naqueles episódios históricos.
E daí?
Os milagres se confirmariam não por testemunhos documentais ( Evangelhos ) mas pelo testemunho de vida e crença, atuantes naquele martirológio.
Quem entregaria sua vida aos sofrimentos indescritíveis do fogo e das feras se não tiver diante de sí a consolidada fé nos atos e ensinamentos do Cristo?

Finalmente:
Dizer-se que Deus não fala aos homens, quando na verdade sua mensagem viva, a nós entregue há vinte séculos, permanece convenientemente ignorada...

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Falando do "martírio" dos primeiros cristãos, muitas das mortes era devido a crimes e provocações dos fanáticos que eram.
Os primeiros mártires cristãos, torturados e mortos por oficiais romanos que impunham o culto aos deuses, ganharam tanta fama entre seus co-religiosos que outros quiseram imitá-los a tal ponto que um grupo se apresentou ao governador da Ásia, declarando-se ser cristãos, e convidando-o a cumprir seu dever e matá-los. Ele executou alguns, mas como o resto exigiu, ele respondeu exasperado: "Vocês desgraçados, se quiserem morrer, têm penhascos para saltar e cordas para pendurar". Essa atitude foi suficientemente difundida para as autoridades da Igreja começarem a distinguir nitidamente "entre o martírio solicitado e o tipo mais tradicional resultante da perseguição". [55] Em um conselho espanhol realizado na virada dos séculos III e IV, o os bispos negaram a coroa do martírio aos que morreram enquanto atacavam os templos pagãos. Segundo Ramsey MacMullen, a provocação foi simplesmente "flagrante". Drake cita isso como evidência de que os cristãos recorriam à violência, inclusive a física, às vezes. [56] As estimativas para o total de mortos martirizados para a Grande Perseguição dependem do relatório de Eusébio de Cesaréia nos Mártires da Palestina. Não há outras fontes viáveis ​​para o número total de martírios em uma província. [57] [35]: 535f Os escritores antigos não pensavam estatisticamente. Quando o tamanho de uma população cristã é descrito, seja por uma fonte pagã, judaica ou cristã, é opinião ou metáfora, não uma reportagem precisa. [58]

https://en.wikipedia.org/wiki/Persecuti ... man_Empire
Na boa, chegaria aser engraçado se ainda hoje não fizessem coisas como atacar terreiros.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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Fernando Silva
Conselheiro
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Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am

Mensagem por Fernando Silva »

JungF escreveu:
Sáb, 18 Abril 2020 - 12:38 pm
Vejamos a afirmativa de que nenhum escritor do primeiro século fala sobre este personagem.
Em Os Mártires do Coliseu, A.J.O’Reilly, por meio da leitura de escritores cristãos e pagãos como Tertuliano, Eusébio de Cesareia, Orígenes, Suetônio, e Marcial descreve os principais martírios ocorridos no Coliseu.
Nos espetáculos ali promovidos somente os escravos revoltosos ou criminosos condenados pelos pretores eram submetidos àqueles hediondos costumes... ou os cristão, graças por exemplo à artimanha de Nero (O coliseu foi inaugurado alguns anos depois da morte de Nero - 80 d.c.), que põe fogo na cidade e acusa os cristãos de tê-lo feito.
A existência dos cristãos a partir de uma certa época é um fato. A existência de sua doutrina é um fato.
Mas falar dos cristãos e do fato de que seguiam os ensinamentos de um tal de Jesus não é afirmar que Jesus existiu ou, se existiu, foi do jeito que descrevem os evangelhos.
JungF escreveu:
Sáb, 18 Abril 2020 - 12:38 pm
O que se quer ressaltar é a entrega total à crença cristã com sacrifício da própria vida, demonstrando a influência que o martírio do Cristo exerceu naqueles episódios históricos.
E daí?
Os milagres se confirmariam não por testemunhos documentais ( Evangelhos ) mas pelo testemunho de vida e crença, atuantes naquele martirológio.
Quem entregaria sua vida aos sofrimentos indescritíveis do fogo e das feras se não tiver diante de sí a consolidada fé nos atos e ensinamentos do Cristo?
O mesmo se aplica aos mártires islamitas e os de outras religiões. Nem por isso você acredita nessas outras religiões.

Sim, o martírio prova que a pessoa tinha fé em alguma coisa, mas não prova que essa coisa existiu.
JungF escreveu:
Sáb, 18 Abril 2020 - 12:38 pm
Finalmente:
Dizer-se que Deus não fala aos homens, quando na verdade sua mensagem viva, a nós entregue há vinte séculos, permanece convenientemente ignorada...
Você ainda não provou que um livro formado por textos escritos sabe-se lá por quem, textos estes selecionados séculos depois entre centenas segundo critérios obscuros, são a mensagem de algum deus.

O que você disse não passa de uma declaração de fé. E uma fé baseada em uma interpretação pessoal feita por um sujeito que viveu 1800 anos depois que essa "mensagem" foi escrita. Mais uma interpretação pessoal entre milhares.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

AndarilhoTerrestre
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Mensagem por AndarilhoTerrestre »

Fernando Silva escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 16:40 pm
Gabarito escreveu:
Sáb, 07 Março 2020 - 14:30 pm
Repito: essas informações deviam ser currículo obrigatório nas escolas, uma vez que uma imensa parcela da população se apoia nesse livro primitivo sem saber de suas inúmeras incongruências, falsidades e enganos.
E ai daquele que tentar mostrar que não é bem aquilo que imaginam e creem.
Se alguém tentasse mostrar todas as falhas da Bíblia e das outras religiões nas escolas, seria uma gritaria geral.
Sim, tem alguns que "internamente" conhecem tais passagens.
Pessoas que tem "cargos bons" em igrejas, centros e etc. que discordam de tais passagens E PASSAM POR CIMA DELAS.
Outros preferem divagar e arrumar outras explicações.

Kardec mesmo, reservou um capitulo da obra O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO" , com o titulo "moral estranha" e mostra os motivos, segundo ele e os espiritos, de algumas passagem nebulosas.

Re: Jesus era mesmo tão bonzinho quanto dizem?

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jesuscraciaNÃO
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Mensagem por jesuscraciaNÃO »

jesus nunca foi deus, nasceu de uma mulher que pela lei de deus é uma pecadora, então não pode ser santo. De fato um ser tão importante, não ter relatos de sua infância na bíblia, coloca em cheque sua existência, para mim copia de outros folclores do oriente médio.
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