Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

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Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

Eu...
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O que se pratica nos centros espíritas é um catolicismo que acredita na reencarnação.
O QUE É ROUSTAINGUISMO?
Que “doutrina” é essa que se tornou cláusula pétrea do estatuto da Federação Espírita Brasileira?
Segundo a FEB o Roustainguismo e o Espiritismo devem ser seguidos de forma conjunta.
Então haveria ideias de Jean-Baptiste Roustaing nos manuais do ESDE?
Milton Felipeli em entrevista à TV Boa Nova afirmou que ninguém chega à condição de dirigente da FEB se não for roustainguista. Acontecendo o mesmo com parte das federativas.
Heloísa Pires, filha de Herculano Pires, afirma na mesma entrevista que livros de Chico Xavier podem ter sido adulterados pela editora da FEB para incluir princípios roustainguistas.
José Herculano Pires no livro “O Verbo e a Carne” afirmou:
“É dever dos espíritas sinceros combater a mistificação roustainguista neste alvorecer da Era Espírita no Brasil. Ou arrancamos o joio da seara ou seremos coniventes na deturpação doutrinária que continua maliciosamente a ser feita. O Cristo agênere é a ridicularização do Espiritismo, que se transforma num processo de deturpação mitológica do Cristianismo. A doutrina do futuro nega-se a si mesma e mergulha nas trevas mentais do passado. O homem-espírita, vanguardeiro e esclarecido, converte-se no homem da era anti-cristã, no crente simplório das velhas mitologias” (José Herculano Pires).
De que modo o Roustainguismo interfere na postura ultra-conservadora da FEB?
Seria legítimo difundir subliminarmente aos seguidores do Espiritismo, uma “doutrina” que em vários pontos se contrapõe à Doutrina Espírita?

Alguns autores defendem a tese de que seguidores de Kardec e Roustaing foram fundamentais na formação da Federação Espírita Brasileira e em como o Espiritismo se estruturou no Brasil. Por outro lado, os adversários de Roustaing afirmam que a obra de Allan Kardec foi deturpada pelos chamados rustenistas. A instituição, porém, não representa nem defende o Espiritismo em suas bases doutrinárias, ao publicar obras que jamais passaram por qualquer critério, à maneira orientada pelos próprios Espíritos da codificação.

Este embate de pureza doutrinária é antigo e existe desde a fundação da FEB e, tomou vias judiciais com o jornalista e escritor kardecista/rustenista Luciano dos Anjos entrando na justiça contra a reforma estatutária da instituição. Setores anti-Roustaing, do movimento espírita brasileiro, tentam há anos abolir a bibliografia do coordenador de Os Quatro Evangelhos da entidade. Os defensores do binômio Kardec-Roustaing defendem que o estudo das obras dos dois missionários se trata de cláusula pétrea do estatuto da FEB, por que desde a fundação da instituição, O Livro dos Espíritos e Os Quatro Evangelhos foram sempre estudados em conjunto.

Os adversários de Roustaing consideram que a pureza da doutrina espírita foi comprometida, porque a obra coordenada por ele não foi aferida pelo critério da universalidade do ensino, metodologia defendida por Kardec, e por que defende teses contrárias a certos princípios basilares da Doutrina Espírita, como o da não-retrogradação do Espírito e a metempsicose, já que, segundo consta das obras de Roustaing, um espírito poderia reencarnar na forma de um "criptógamo carnudo" (termo original presente na obra "Os Quatro Evangelhos", vol. 1, pág. 313), animal assemelhado a uma lesma, como forma de punição por erros passados. Portanto, a obra de Roustaing não teria nenhum valor, além de opinião pessoal dos espíritos que as ditaram. Em contrapartida, adeptos do binômio Kardec-Roustaing argumentam que somente a maioria nunca foi critério de verdade. Caso a metodologia de verificação, proposta por Kardec, fosse a única para aferir a universalidade do ensino, O Livro dos Espíritos estaria comprometido quanto ao ensinamento da reencarnação. Haja vista, a grande maioria das manifestações (psicografia e psicofonia) dos espíritos da Inglaterra, Escócia, Irlanda, Canadá e Estados Unidos da América negam a reencarnação. Por causa disto e de outras situações similares com relação ao O Livro dos Espíritos, Kardec considerou que a aplicação da razão e da lógica fossem critérios para aceitar ou rejeitar uma verdade transmitida por manifestações de espíritos.

Re: Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

AndarilhoTerrestre
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Eu... escreveu:
Qua, 01 Junho 2022 - 20:30 pm
O que se pratica nos centros espíritas é um catolicismo que acredita na reencarnação.
O QUE É ROUSTAINGUISMO?
Que “doutrina” é essa que se tornou cláusula pétrea do estatuto da Federação Espírita Brasileira?
Segundo a FEB o Roustainguismo e o Espiritismo devem ser seguidos de forma conjunta.
Então haveria ideias de Jean-Baptiste Roustaing nos manuais do ESDE?
Milton Felipeli em entrevista à TV Boa Nova afirmou que ninguém chega à condição de dirigente da FEB se não for roustainguista. Acontecendo o mesmo com parte das federativas.
Heloísa Pires, filha de Herculano Pires, afirma na mesma entrevista que livros de Chico Xavier podem ter sido adulterados pela editora da FEB para incluir princípios roustainguistas.
José Herculano Pires no livro “O Verbo e a Carne” afirmou:
“É dever dos espíritas sinceros combater a mistificação roustainguista neste alvorecer da Era Espírita no Brasil. Ou arrancamos o joio da seara ou seremos coniventes na deturpação doutrinária que continua maliciosamente a ser feita. O Cristo agênere é a ridicularização do Espiritismo, que se transforma num processo de deturpação mitológica do Cristianismo. A doutrina do futuro nega-se a si mesma e mergulha nas trevas mentais do passado. O homem-espírita, vanguardeiro e esclarecido, converte-se no homem da era anti-cristã, no crente simplório das velhas mitologias” (José Herculano Pires).
De que modo o Roustainguismo interfere na postura ultra-conservadora da FEB?
Seria legítimo difundir subliminarmente aos seguidores do Espiritismo, uma “doutrina” que em vários pontos se contrapõe à Doutrina Espírita?

Alguns autores defendem a tese de que seguidores de Kardec e Roustaing foram fundamentais na formação da Federação Espírita Brasileira e em como o Espiritismo se estruturou no Brasil. Por outro lado, os adversários de Roustaing afirmam que a obra de Allan Kardec foi deturpada pelos chamados rustenistas. A instituição, porém, não representa nem defende o Espiritismo em suas bases doutrinárias, ao publicar obras que jamais passaram por qualquer critério, à maneira orientada pelos próprios Espíritos da codificação.

Este embate de pureza doutrinária é antigo e existe desde a fundação da FEB e, tomou vias judiciais com o jornalista e escritor kardecista/rustenista Luciano dos Anjos entrando na justiça contra a reforma estatutária da instituição. Setores anti-Roustaing, do movimento espírita brasileiro, tentam há anos abolir a bibliografia do coordenador de Os Quatro Evangelhos da entidade. Os defensores do binômio Kardec-Roustaing defendem que o estudo das obras dos dois missionários se trata de cláusula pétrea do estatuto da FEB, por que desde a fundação da instituição, O Livro dos Espíritos e Os Quatro Evangelhos foram sempre estudados em conjunto.

Os adversários de Roustaing consideram que a pureza da doutrina espírita foi comprometida, porque a obra coordenada por ele não foi aferida pelo critério da universalidade do ensino, metodologia defendida por Kardec, e por que defende teses contrárias a certos princípios basilares da Doutrina Espírita, como o da não-retrogradação do Espírito e a metempsicose, já que, segundo consta das obras de Roustaing, um espírito poderia reencarnar na forma de um "criptógamo carnudo" (termo original presente na obra "Os Quatro Evangelhos", vol. 1, pág. 313), animal assemelhado a uma lesma, como forma de punição por erros passados. Portanto, a obra de Roustaing não teria nenhum valor, além de opinião pessoal dos espíritos que as ditaram. Em contrapartida, adeptos do binômio Kardec-Roustaing argumentam que somente a maioria nunca foi critério de verdade. Caso a metodologia de verificação, proposta por Kardec, fosse a única para aferir a universalidade do ensino, O Livro dos Espíritos estaria comprometido quanto ao ensinamento da reencarnação. Haja vista, a grande maioria das manifestações (psicografia e psicofonia) dos espíritos da Inglaterra, Escócia, Irlanda, Canadá e Estados Unidos da América negam a reencarnação. Por causa disto e de outras situações similares com relação ao O Livro dos Espíritos, Kardec considerou que a aplicação da razão e da lógica fossem critérios para aceitar ou rejeitar uma verdade transmitida por manifestações de espíritos.
Na federação espirita do estado de São Paulo não se fala e não promovem Roustaing. Dizem em cursos internos que é um absurdo o Cristo Fluidico e que se deve "relativizar" a questão da FEB em aceitá-lo. Tipo, nem entrar no assunto quando algum roustauinguista FEB estiver por lá. Ignorar e tal.
Dar tapinhas nas costas e falar "tá tá bom, vamos lá tomar um cafézinho" e vida que segue.

Como me afastei não sei como está hoje, mas a orientação é nunca falar sobre isso em cursos iniciantes, palestras doutrinárias etc. Já questionaram em aulas e o máximo que disseram é que Kardec já proferiu sua opinião na Revista Espírita.

Há quem diga que Chico Xavier seguia veladamente o Roustainguismo.

Já Bezerra de Menezes "encarnado" era roustainguista total, além de Mariano e muito avesso a parte dita científica. Partiu dele, segundo alguns a clausula pétrea para sempre estudarem os quatro evangelhos.

Re: Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

nuker
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Mensagem por nuker »

Eu conheço outra linha, que é a de Pietro Ubaldi. Não acho que as obras de Ubaldi tenham relevância na FEB como a de Roustaing. Pietro Ubaldi escreveu vários livros, alguns poucos que li. A linguagem dos livros dele é difícil no sentido de usar um vocabulário mais refinado e às vezes você tem que prestar muita atenção para compreender a linha de raciocínio dele. Seu principal livro é A Grande Síntese. Ele era uma espécie de Chico Xavier só que italiano, vindo de uma família rica, mas ele quis largar mão da riqueza e se tornou um franciscano. E ao invés de clarividência ele tinha intuição, e foi com base em sua clareza intelectual e intuitiva que ele escreveu suas obras. Para ele, ele mesmo era a reencarnação do apóstolo Pedro, segundo "vozes" em sua mente. E que estas mesmas vozes é que teriam ditado a ele muitas coisas em suas obras e que ele não deveria ficar teorizando por conta própria, senão cairia em erros que teria caído noutra encarnação dele.

Chico Xavier era como um poeta, enquanto Pietro Ubaldi era como um cientista. Pietro Ubaldi também foi professor. Tanto Pietro Ubaldi quanto Chico Xavier publicaram suas obras em período similar.

Minha opinião é que as obras dele, ao contrário de Roustaing, são bem melhores em conteúdo, porém com ideias um tanto dogmáticas (como o ciclo matéria-espírito), segundo Emmanuel. Aliás, esse ciclo matéria-espírito é um dos principais pilares de sua "doutrina". “Do urânio ao gênio, traçaremos uma linha que deverá ser contínua."

Muitos intelectuais já elogiaram sua obra, como: Canuto de Abreu, Isabel Emerson, Paolo Soster, Humberto Mariotti, Albert Einstein, Ernesto Bozzano, G. Blasi, Giuseppe Stopolini, incluindo Richard Feynman.

A maneira como Ubaldi descreve Deus é muito próxima do deus de Espinoza, só que beeeeem mais detalhada!

Enquanto Roustaing descreve o Espiritismo de um ponto de vista católico, Ubaldi estaria mais para o espiritualismo. Ubaldi não tinha o intuito de substituir o Espiritismo, porque ele era mais voltado ao espiritualismo.

Além de Pietro Ubaldi, tinha outro, Osvaldo Polidoro, que acreditava ser a reencarnação de Kardec e que deveria continuar a obra espírita publicando novos livros. Ele fundou o Divinismo, que seria como um Espiritismo 2.0! Minha opinião, pelo que vi até agora, é que ali parece ter certos misticismos e ele em vida agia como se fosse um profeta ou algo assim. Se ele era mesmo a reencarnação de Kardec, isso não posso dizer porém.

Também tem a linha de Ramatis, também mais voltada ao espiritualismo mas que me parece ter presença no meio espírita.

E não podemos nunca nos esquecer de Helena Blavatsky, que fundou a Teosofia porque acreditava que só valia a pena ter contato com espíritos mais evoluídos ao invés dos umbralinos. Muito misticismo presente por sinal!

Desde que o fenômeno espírita-espiritualista bombou a partir do século 19, várias correntes surgiram além da de Kardec. É normal isso acontecer. Afinal, Kardec não era dono da verdade. Se há espaço para um criar uma doutrina, também há espaço para outros em mesma época ou depois fazerem o mesmo. O que deve ser feito é analisar cada uma destas doutrinas e ver qual é a mais coerente, séria e comprometida com o bem. Realmente não vejo sentido em a FEB publicar a doutrina de Roustaing, se a doutrina dele é diferente da de Kardec e se a FEB é espírita, senão seria Federação Roustainista Brasileira (FRB). Assim como existe uma corrente à parte da FEB que publica os livros de Ubaldi, a divinista que publica os de Polidoro, a maçonaria que publica as de Blavatsky e assim vai. É assim que deveria ser. Cada federação ter sua base de seguidores de uma doutrina e vender livros de tal doutrina. Assim como também ocorre com Testemunhas de Jeová. Roustaing na FEB é uma anomalia, assim como seria se vendesse as de Ubaldi e Ramatis.

De todas estas doutrinas, a que me parece mais confiável é a espírita. Sou fã de Kardec, mas também sou de Ubaldi. Mas mesmo assim não acho que faria sentido a FEB vender as obras de Ubaldi.

O centro espírita que frequento é raiz, ele não mistura ou vende obras que não as próprias do espiritismo de Kardec. Só não reabriu ainda por causa da peste chinesa.

Re: Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

AndarilhoTerrestre
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nuker escreveu:
Qui, 02 Junho 2022 - 20:39 pm
Eu conheço outra linha, que é a de Pietro Ubaldi. Não acho que as obras de Ubaldi tenham relevância na FEB como a de Roustaing. Pietro Ubaldi escreveu vários livros, alguns poucos que li. A linguagem dos livros dele é difícil no sentido de usar um vocabulário mais refinado e às vezes você tem que prestar muita atenção para compreender a linha de raciocínio dele. Seu principal livro é A Grande Síntese. Ele era uma espécie de Chico Xavier só que italiano, vindo de uma família rica, mas ele quis largar mão da riqueza e se tornou um franciscano. E ao invés de clarividência ele tinha intuição, e foi com base em sua clareza intelectual e intuitiva que ele escreveu suas obras. Para ele, ele mesmo era a reencarnação do apóstolo Pedro, segundo "vozes" em sua mente. E que estas mesmas vozes é que teriam ditado a ele muitas coisas em suas obras e que ele não deveria ficar teorizando por conta própria, senão cairia em erros que teria caído noutra encarnação dele.

Chico Xavier era como um poeta, enquanto Pietro Ubaldi era como um cientista. Pietro Ubaldi também foi professor. Tanto Pietro Ubaldi quanto Chico Xavier publicaram suas obras em período similar.

Minha opinião é que as obras dele, ao contrário de Roustaing, são bem melhores em conteúdo, porém com ideias um tanto dogmáticas (como o ciclo matéria-espírito), segundo Emmanuel. Aliás, esse ciclo matéria-espírito é um dos principais pilares de sua "doutrina". “Do urânio ao gênio, traçaremos uma linha que deverá ser contínua."

Muitos intelectuais já elogiaram sua obra, como: Canuto de Abreu, Isabel Emerson, Paolo Soster, Humberto Mariotti, Albert Einstein, Ernesto Bozzano, G. Blasi, Giuseppe Stopolini, incluindo Richard Feynman.

A maneira como Ubaldi descreve Deus é muito próxima do deus de Espinoza, só que beeeeem mais detalhada!

Enquanto Roustaing descreve o Espiritismo de um ponto de vista católico, Ubaldi estaria mais para o espiritualismo. Ubaldi não tinha o intuito de substituir o Espiritismo, porque ele era mais voltado ao espiritualismo.

Além de Pietro Ubaldi, tinha outro, Osvaldo Polidoro, que acreditava ser a reencarnação de Kardec e que deveria continuar a obra espírita publicando novos livros. Ele fundou o Divinismo, que seria como um Espiritismo 2.0! Minha opinião, pelo que vi até agora, é que ali parece ter certos misticismos e ele em vida agia como se fosse um profeta ou algo assim. Se ele era mesmo a reencarnação de Kardec, isso não posso dizer porém.

Também tem a linha de Ramatis, também mais voltada ao espiritualismo mas que me parece ter presença no meio espírita.

E não podemos nunca nos esquecer de Helena Blavatsky, que fundou a Teosofia porque acreditava que só valia a pena ter contato com espíritos mais evoluídos ao invés dos umbralinos. Muito misticismo presente por sinal!

Desde que o fenômeno espírita-espiritualista bombou a partir do século 19, várias correntes surgiram além da de Kardec. É normal isso acontecer. Afinal, Kardec não era dono da verdade. Se há espaço para um criar uma doutrina, também há espaço para outros em mesma época ou depois fazerem o mesmo. O que deve ser feito é analisar cada uma destas doutrinas e ver qual é a mais coerente, séria e comprometida com o bem. Realmente não vejo sentido em a FEB publicar a doutrina de Roustaing, se a doutrina dele é diferente da de Kardec e se a FEB é espírita, senão seria Federação Roustainista Brasileira (FRB). Assim como existe uma corrente à parte da FEB que publica os livros de Ubaldi, a divinista que publica os de Polidoro, a maçonaria que publica as de Blavatsky e assim vai. É assim que deveria ser. Cada federação ter sua base de seguidores de uma doutrina e vender livros de tal doutrina. Assim como também ocorre com Testemunhas de Jeová. Roustaing na FEB é uma anomalia, assim como seria se vendesse as de Ubaldi e Ramatis.

De todas estas doutrinas, a que me parece mais confiável é a espírita. Sou fã de Kardec, mas também sou de Ubaldi. Mas mesmo assim não acho que faria sentido a FEB vender as obras de Ubaldi.

O centro espírita que frequento é raiz, ele não mistura ou vende obras que não as próprias do espiritismo de Kardec. Só não reabriu ainda por causa da peste chinesa.
Gostava de Kardec no início mas ao conhecer partes ao meu ver racistas, confesso que fiquei enojado com que li, principalmente a Teoria da Beleza.

Ramatis tbem bastante racista no livro brasil terra de promissão

Também recebi uma mensagem psicografada em que alegaram ser meu avô. Não detectei nenhum indicio de ser ele, o achei muito vago, não mencionou nada sobre seus filhos, netos ou minha avó que partiu antes dele. Virou um avô espirita chiquista falando em corpo carnal, que não deixaram ele levantar da cama, que encontrou muita gente vestida de branco, que encontrou uma senhora amável (meu avô sempre foi católico em vida).

E claro, os varios plagios de Chico. As tais materialização da irma Josefa e uma denuncia do Waldo Vieira que os perfumes exalados durante sessões com Irmã sheila era perfumes borrifados do braço do Chico:

https://obraspsicografadas.org/2010/wal ... lia-diogo/

O que continuo gostando são as obras sociais e profissionalizantes para pessoas que não podem pagar.

Re: Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Helena Blavatsky e sua "Grande Fraternidade Branca" de mestres iluminados. Nenhum negro?!

Imagem

Re: Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

AndarilhoTerrestre
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Mensagem por AndarilhoTerrestre »

Fernando Silva escreveu:
Sex, 03 Junho 2022 - 10:47 am
Helena Blavatsky e sua "Grande Fraternidade Branca" de mestres iluminados. Nenhum negro?!

Imagem
Pois é. Coloquei um link de uma editora espírita a respeito do "retrato de jesus" , lá no tópico Espiritismo e Racismo

https://clubeceticismo.com.br/viewtopic ... 863#p24863

Leia o absurdo nitidamente racista e supremacista.

Re: Espiritismo brasileiro é um catolicismo que acredita na reencarnação. Conflito entre espíritas.

nuker
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Mensagem por nuker »

Gostava de Kardec no início mas ao conhecer partes ao meu ver racistas, confesso que fiquei enojado com que li, principalmente a Teoria da Beleza.
É que o racismo era uma coisa normal no século 19. Era normal a mentalidade da supremacia branca e isso continuou até algumas décadas atrás, quando as coisas começaram a mudar. Veja que até um tempo atrás não se colocavam fotos de negras em propagandas de coisas relacionadas à moda e cosméticos, porque era natural acreditar que o branca era sempre mais bela que o negra, por causa de seus traços mais refinados. Raramente você via um negro aparecendo em outdoors e propagandas, porque era considerado sujo e feio, porque poderia assustar as pessoas e estas acabarem não comprando a mercadoria. Ainda existe a ideia de que a beleza não é subjetiva, mas objetiva.

O negro sempre esteve associado à pobreza e miséria, enquanto o branco a um colonizador e bem de vida, talvez seja este um dos motivos.
Helena Blavatsky e sua "Grande Fraternidade Branca" de mestres iluminados. Nenhum negro?!
Como eu disse, isso tudo foi elaboração de pessoas que viviam no século 19 e na época a imagem do negro era vista como algum ruim, maligno e inferior. Vai ver que para eles não há mentores negros porque são escuros e não brancos que emitem luz própria... :roll: É aquela coisa... A cor negra costuma ser vista, no meio espiritualista, como algo maligno e sombrio. Não estou dizendo que não existem mentores espirituais que se aparentam como negros, mas é que estas instituições espiritualistas preferem evitar, pois esse padrão de pensamento supremacista ainda existe mesmo no meio espiritualista. Talvez nem seja mais questão de supremacia branca atualmente, já que o meio espiritualista de hoje anda sendo bastante progressista. Estaria mais para a cor negra ser associada a algo ruim mesmo. Um exemplo de que a cor negra é vista como ruim está na teoria dos chacras. Um chacra negro é visto como um chacra desequilibrado ou de alguém maligno ou sob influência de obsessor.

Quer outro exemplo? Alguém alguma vez já chegou a representar um anjo ou arcanjo tendo a cor ou os traços do negro? Não! Porquê? Pelo mesmo motivo que a cor negra é associada ao sombrio e maligno! Essa imagem de pureza e inocência espiritual sempre esteve associada à imagem de algum branco de aspecto belo, já que foram os próprios europeus que criaram tais conceitos. Tanto é que os anjos e arcanjos são sempre retratados como seres iluminados de pele clara e com cabelo loiro ou ruivo, principalmente tendo um aspecto facial bastante fino e de aspecto jovem. Já os demônios são representados como tendo uma cor de pele mais escura, seja negra, cinza, marrom ou vermelha e tais costumam serem representados tendo uma feição bem mais grosseira e animalesca, normalmente com uma fisionomia que lembra um dragão ou cabrito.

Raramente algum negro é representado no cristianismo ou espiritualismo como alguém superior ou com virtude. No catolicismo só conheço a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Hoje se há negros retratados como seres superiores estaria mais para os círculos da umbanda e religiões africanas.

Para mim, toda esta questão estaria mais para eurocentrismo do que racismo propriamente dito, já que como disse, são conceitos que foram criados por europeus, como esta ideia do anjo ou de um ser iluminado ser como um belo europeu de aspecto jovem. São conceitos que não levam em consideração pessoas que vêm de continentes distantes e que vivem uma realidade completamente diferente da sociedade europeia. Não vai ser por causa de pessoas estranhas de continentes distantes que estes conceitos vão mudar assim tão facilmente não. Pois estes conceitos surgiram em uma época bem anterior à globalização de hoje em dia e não foram devidamente discutidos entre as autoridades das religiões eurocêntricas. O isolacionismo favorece o surgimento e perseverança de tais conceitos ao longo do tempo. No século 19 havia um isolacionismo muito maior do que atualmente.

Um exemplo são os japoneses, que vêm seus anjos e demônios como tendo a figura do próprio japonês. Demônios como pessoas feias e deuses como pessoas bonitas. É natural esse pensamento. No próprio hinduísmo tem muito disso, vários deuses à imagem e semelhança do próprio hindu e outros como animais. O mesmo aconteceu entre os antigos egípcios. Assim como no judaísmo em que os egípcios são vistos como rivais por terem escravizado judeus. Cada religião de um povo retrata deuses e demônios à imagem e semelhança do mesmo povo. Se uma religião está associada a um povo que deu origem a tal religião ou segmento religioso, então esta religião vai retratar seus deuses e demônios conforme à realidade daquele povo, e não de outros povos. A beleza sempre estará relacionada à bondade e a feiura à maldade. Não espere algo diferente disso. Não espere ver um anjo sendo retratado como tendo aparência feia ou mais animalesca.

A maioria das religiões não são universais, eles sempre acabam se voltando mais para o povo que a originou. As três principais religiões monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo, não são universais. Nem hinduísmo, candomblé, confucionismo ou budismo. Todas essas estão presas às suas origens. A única religião mais próxima de ser considerada universal que conheço seria a tal fé baha'í, apesar de ter tido sua origem no Irã, pois prega valores que poderiam ser praticados por qualquer povo e inclui os principais profetas de outras religiões. Porque esta religião foi feita com o propósito de ser universal. Uma religião que não foi feita para ser universal sempre terá mais preferência entre certos povos do que outros. O cristianismo raramente será aceito por orientais ou semitas, da mesma forma que o budismo sempre tenderá a ser mais aceito pelos povos orientais do que pelo resto. O mesmo com o islamismo, que é mais aceito entre semitas (exceto judeus).

No caso do espiritismo, como esse teve origem a partir de um francês, o tal Kardec, então ele acaba refletindo, em parte, a mentalidade daquele que o codificou. Mas não se engane, porque apesar de Kardec ter tido as convicções naturais de sua época para um europeu de classe social mais avantajada, a maioria dos espíritas de hoje rejeitam essa convicção racial dele. O centro espírita que frequentei rejeita isso. Não é porque um codificador teve um ponto de vista que todos os seguidores de sua seita ou religião vão ter o mesmo ponto de vista. O espiritismo é muito mais do que esse ponto de vista dele, e não é por causa disso que vai acabar. Esse ponto de vista, para os espíritas atuais, nada mais é do que um mero detalhe, uma mera opinião de um europeu avantajado que viveu no século 19. Não representa a religião em si e nem faz parte do pentateuco de Kardec.

Esse comentário eurocêntrico se não me engano está em Obras Póstumas, que só foi publicado como um livro em que ele colocava as opiniões pessoais dele, e não mensagens vindas de espíritos evoluídos. O Espiritismo apesar de ter sido codificado por um europeu com opiniões racialistas, ele na verdade nem veio dele mesmo, mas das tais entidades que responderam às suas perguntas (Livro dos Espíritos). O Kardec, cujo verdadeiro nome nem era Kardec, mas sim Hippolyte Léon Denizard Rivail, ele apenas organizou todas estas mensagens na forma de uma doutrina através de seus livros. Não só como mera doutrina, mas como toda uma ciência voltada ao entendimento dos fenômenos espirituais ou mediúnicos, assim como para mostrar revelações que antes não poderiam serem reveladas a respeito da realidade espiritual e da vida. Obras Póstumas nem foi publicado por ele mesmo, mas por um seguidor após a morte dele, que teria reunido as anotações e opiniões do codificador em um livro, mais como curiosidade e não para doutrinação.

Não sei se o Kardec tinha intenção em publicar estas opiniões dele, isso é algo que ficará em aberto. Ninguém sabe.
Do que precede se pode concluir que a beleza real consiste na forma que mais afastada se apresenta da animalidade e que melhor reflete a superioridade intelectual e moral do Espírito, que é o ser principal. Influindo o moral, como influi, sobre o físico, que ele apropria às suas necessidades físicas e morais, segue-se: 1º que o tipo da beleza consiste na forma mais própria à expressão das mais altas qualidades morais e intelectuais; 2º que, à medida que o homem se elevar moralmente, seu envoltório se irá avizinhando do ideal da beleza, que é a beleza angélica. O negro pode ser belo para o negro, como um gato é belo para um gato; mas, não é belo em sentido absoluto, porque seus traços grosseiros, seus lábios espessos acusam a materialidade dos instintos; podem exprimir as paixões violentas, mas não podem prestar-se a evidenciar os delicados matizes do sentimento, nem as modulações de um espírito fino. Daí o podermos, sem fatuidade, creio, dizer-nos mais belos do que os negros e os hotentotes. Mas, também pode ser que, para as gerações futuras, melhoradas, sejamos o que são os hotentotes com relação a nós. E quem sabe se, quando encontrarem os nossos fósseis, elas não os tomarão pelos de alguma espécie de animais.
https://www.febnet.org.br/wp-content/up ... 07/139.pdf : página 206
E achei isso. Então, como disse, esta teoria é fundamentada com base na realidade dos traços do europeu, porque foi criada na Europa e com base num pensamento místico europeu. Ou seja, ela não é racista, mas eurocêntrica. Se ela fosse racista mesmo, teria sido criada com o intuito de prejudicar não-europeus, mas não é o que me parece ser. Vamos imaginar que o europeu ao invés de ser branco fosse negro. Se essa teoria fosse criada numa Europa habitada por negros grotescos, tenho certeza que quem teria criado isso estaria dizendo que quem tem aspectos grosseiros é mais evoluído do que quem tem aspectos finos e assim vai. Teorias criadas por um povo tendem sempre a tratar o próprio povo como melhor do que o outro, independente do aspecto físico. Um oriental veria um europeu como alguém esquisito e fora do padrão de beleza do mesmo. Para um oriental, haveria mais pureza em alguém que tivesse um aspecto oriental mais belo do que alguém que tivesse um aspecto europeu mais feio, e assim vai novamente...

Um extraterrestre que se parecesse com uma estrela-do-mar se conhecesse humanos poderia considerá-los horríveis em aparência e considerar a estrela-do-mar como um ser mais belo do que o humano, apesar de ser mais primitivo na Terra que os humanos. Assim como poderíamos ver algum extraterrestre como a encarnação do mal se tivesse uma aparência similar a um draconiano. E assim vai. Essa tendência em você ver alguém semelhante a ti como mais belo do que alguém de aspecto bem diferente a ti é uma tendência universal entre as espécies. É o próprio instinto de sobrevivência lhe dizendo para preferir se juntar a quem se assemelha a ti do que com estranhos que podem te matar, e de forma que através desse que se parece mais contigo, do sexo oposto, em você dar continuidade à sua espécie. E esse instinto vai lhe sugerir a preferir alguém de uma etnia similar à sua do que de uma etnia distinta. Porque é aquela coisa... Tem que ser alguém semelhante a ti para que você perpetue sua espécie.

O instinto de uma espécie não leva em conta as diferenças étnicas. Sempre será mais preferível alguém similar a ti do que um estranho de um continente distante. É uma lei da natureza: "Tem que ser alguém que seja como você mesmo".

Estou me referindo a um povo no geral do que a um indivíduo excêntrico-progressista que prefere coisas diferentes do normal.

É uma lei que funciona para pessoas normais e não para pessoas neurologicamente esquisitas que não se encaixam no padrão de sua sociedade.
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