Gorducho escreveu:
Sr. JungF escreveu:Neste debate é preciso ter em vista duas coisas: Falamos de um Deus - argumento - caso contrário não estaríamos debatendo LA.
Óbvio
Tou falando da "DE" — kardecismo "febeano" so to say.
Deus sabe que, ora praticando o Bem, ora o Mal, o homem gradualmente se aperfeiçoa. Este é um conhecimento prévio, mas não determinístico de Deus, a respeito de sua criatura.
Glad to see you realize LA + precognição = oxymoron
+ não tou analisando S/opinião pessoal; tou analisando a Doutrina. E a doutrina reza isso,
☐ ERRADO
☐ CERTO
Justifique (Doutrinariamente, não opinião pessoal):
Vou responder baseado em uma questão do LE e numa analogia, com a mesma finalidade, trazida por Kardec na RE, maio 1864
O Livro dos Espíritos » Parte Terceira - Das leis morais » Capítulo X - 9. Lei de liberdade » Fatalidade ...
(questão 851 e sequeência)
...a) – Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que a vontade dos Espíritos não possa conjurar?
“Sim, mas que tu, no estado de Espírito, viste e pressentiste quando fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que acontece esteja escrito, como se diz; um acontecimento quase sempre é a consequência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal sorte que, se não houvesses feito aquela coisa, o acontecimento não se teria dado. Se queimas o dedo, isso nada é; é resultado da tua imprudência e consequência da matéria;
só as grandes dores, os acontecimentos importantes e que podem influenciar no moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”
860. Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, fazer que se não deem acontecimentos que deveriam verificar-se e reciprocamente?
“Pode-o,
se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na seqüência da vida que ele escolheu. Acresce que, para fazer o bem, como lhe cumpre, pois que isso constitui o objetivo único da vida, facultado lhe é impedir o mal, sobretudo aquele que possa concorrer para a produção de um mal maior.”
861. Ao escolher a sua existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser assassino?
“Não. Escolhendo uma vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes, mas não sabe se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua parte, a deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo que ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.
“Ademais, sempre confundis duas coisas muito distintas: os sucessos materiais da vida e os atos da vida moral. A fatalidade, que algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade.”
Sr. Gorducho;
Você imaginou que pelo fato de, explicitamente, não se encontrar entre os atributos divinos, logo nas primeiras perguntas do LE, a Onisciência e a Presciência, e que por isto não fazem parte dos conceitos doutrinários.
Ambos os atributos são inferidos a partir dos ensinamentos que se seguirão:
1. Revista Espírita 1864 » Maio » Teoria da presciência
2. O Livro dos Espíritos » Parte Terceira - Das leis morais » Capítulo X - 9. Lei de
liberdade » Fatalidade ...
(questão 851 e sequência)
Explicando primeiramente a Onisciência.
Este conceito é mais facilmente compreensível admitindo-se que aquele que cria tudo o que existe, necessariamente conhece os fundamentos e a ciência de sua obra... isto é onisciência, ou seja, o tudo saber.
Mas não é ainda a Presciência, quer dizer, saber com antecedência o futuro de todos os acontecimentos.
Na Teoria da Presciência, mencionada na RE, maio 1864, que vc certamente leu, recordemos a narrativa sobre o homem no cume da montanha, e como a partir dessa posição privilegiada pode descrever todos os acontecimentos e percalços de um viajante naquela estrada, e mais, esclarece sobre a intervenção dos espíritos protetores nesse ou naquele detalhe mais importante da viagem. Chega a mencionar a possibilidade de, no percurso, ser atacado por ladrões postados ao longo do caminho.
Este é um exemplo simples de presciência na circunstância em que um espírito vigilante, de uma posição privilegiada pode prever os fatos do caminho.
Mas aqui há um detalhe que está diretamente relacionado com este debate: este espírito vigilante pode antecipar os fatos
importantes que ocorrerão, mas não se preocupa com
detalhes menores, que não impeçam o viajante alcançar seu destino.
A entidade que responde na RE, neste momento faz uma exclamação dizendo: se, a um espírito todas essas possibilidades estão acometidas o que se poderia dizer do próprio Deus, não do cume de um monte, mas de sua eterna e infinita visão.
A conclusão é que Deus não se ocupa com o LA do homem em seus atos corriqueiros dada a pouca importância disto, conforme está na analogia do homem no cume da montanha, mas sabe de antemão os caminhos que o homem há de percorrer e que suas escolhas ou os percalços que venha a enfrentar não interfiram com o que lhe está predestinado. Predestinação é o tema abordado nas questões LE 851 em diante, confrontando fatalidade e LA.
...só as grandes dores, os acontecimentos importantes e que podem influenciar no moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”
Se o homem ao reencarnar assume determinados compromissos e na sequência de suas ações seu LA possa resultar em prejuízo, ou interferir com a programação de seu semelhante, será impedido de tais ações.
Mostra que a
importância e as consequências das escolhas feitas estão na presciência de Deus (espíritos superiores) porque foram acordadas desde o mundo espiritual, pelo pp reencarnante.