Quando eu era criança, me importava muito com a questão de ganhar presente. Entre os meus deixa eu ver... 3 a 7 anos foram os anos em que mais ganhei presentes, sobretudo pouco antes de fazer 7 anos, meu quarto inteiro ficou cheio de brinquedos novos e ainda ganhei um Master System 3 com alguns jogos! Pra mim aquilo na época foi o máximo! A partir de certa idade só comecei a ganhar roupa e foi daí que comecei a me incomodar um pouco mais com isso. Esse ano não ganhei presente no dia, mas hoje eu não me importo mais com isso, pra mim hoje ganhar ou não presente não faz diferença.
Parei de receber presente de qualquer tipo (natal, crianças, aniversário) aos 10 anos porque comecei a questionar datas. Não precisava de data para receber uma coisa se podia comprar em qualquer momento. Eu também odiava receber roupa e não poder escolher o presente. Então quando queria uma coisa, eu pedia em qualquer época.
Nunca ví alguém pedir um minuto de silêncio ou fazer uma oração, mesmo entre aqueles que se dizem religiosos, para lembrar o pobre palestino que supostamente nasceu de um caso extraconjugal de uma adolescente com um anjo pedófilo nem oferecer algum pensamento de conforto para a chifrada bíblica sofrida pelo pobre José.
90% do que falam de Jesus foi inventado pelos cristãos primitivos e pela tradição católica. Não há nenhuma evidência de que Maria era virgem. Ela só se tornou virgem por causa da combinação de mitos egípcios e babilônicos que nasceram de uma virgem. Toda simbologia que já existia na época foi inserida no cristianismo primitivo pelos primeiros sacerdotes e autores de evangelho. A tradição conta que a aparência física de Jesus é baseada na paternidade de José. Por isso, duvido que José era corno e acredito que essa de nascer de uma virgem foi invenção dos autores dos evangelhos.
Tudo isso evidentemente acontecendo num ambiente com decoração cafona, com arvores de natal de plástico vindas da China cheias de "neve" e luzes que ficam piscando freneticamente como se estivessem se perguntando "o que estou fazendo aqui"...e já estava esquecendo daquela musiquinha chata da Simone.
Acho até bonitinho.

O problema é o que falei sobre a dominação cultural e a incompatibilidade com o verão.
Acho ridículo esse tal de "espírito de natal", como se as pessoas tivessem que ficar automaticamente felizes e amigáveis porque é dia tal do mês tal.
Poderia ser o ano inteiro. Mas é preferível ter esse espírito uma só vez do que nenhuma.
- Casa da minha avó com os tios chegando da praia, sujos de areia, com pasta d'água no nariz, para depois sentar cansados na frente de algum ventilador para tomar cerveja.
Nada a ver com frio e neve do lado de fora e ambiente acolhedor do lado de dentro.
Antigamente o natal para mim era na casa de vovó com todos os tios. A mesa era colocada num pátio ou garagem ou varanda. Tinha teto, mas não parede sendo do lado de fora. Assim o clima era fresco. Brincava com os primos e me empanturrava. Depois que vovó morreu, acabou. Raramente algum tio tinha a iniciativa de reunir todos no Natal e com frequência os mais dispostos moravam em outra cidade. Na pandemia, a ideia de encontro nem foi cogitada.