A historia real por tras do exodo
- jesuscraciaNÃO
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“O senhor disse a Moisés: vá falar com o rei, pois eu fiz com que ele continuasse teimando, para que pudesse fazer esses milagres. E para que você pudesse contar a seus filhos e netos como zombei dos egípcios. O conceito zombar soa como uma briguinha de poderes... os deuses egípcios x javé. Restam dúvidas...
Não entendi o motivo do tópico. Poderia explicar?
- Fernando Silva
- Conselheiro
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O que há de verdade no relato do Êxodo?
Como é possível que 2 milhões de israelitas [*] tenham sobrevivido por 40 anos no deserto do Sinai, junto com seus animais e carregados com o tesouro dos egípcios [**]?
A região, até hoje, e mesmo com a tecnologia moderna, mal consegue sustentar uns 50 mil beduínos (no máximo; os números são imprecisos e variam de 5 a 50 mil), sendo que muitos deles vivem em cidades.
A arqueologia encontrou sinais de povos caçadores-coletores em vários lugares do Sinai, mas datam de antes e depois da época em que o Êxodo deveria ter ocorrido. Dessa época, só foram encontrados restos deixados pelos soldados egípcios e, mesmo assim, ao longo de uma antiga estrada ao norte, não onde os judeus teriam estado.
Como é que grupos pequenos, com dezenas ou centenas de nômades, deixaram vestígios detectáveis e 2 milhões de israelitas, durante 40 anos, não?
Alguns crentes alegam que os israelitas viviam fugindo e nunca passavam muito tempo no mesmo lugar, mas, segundo o Deuteronômio, eles passaram quase todo esse tempo nas proximidades do oásis de Kadesh-barnea, na parte leste do Sinai. O versículo 2:14 especifica: 38 anos. Não há sinais de 38 anos de permanência de 2 milhões de pessoas.
------------
* Êxodo 12:37 fala em 600.000 homens, o que, com mulheres e crianças, daria 2 milhões. Números 1:46 entra em detalhes, por tribo, e chega a 603.550.
A maioria dos apologistas cristãos concorda com esse número, embora apele para milagres para explicar sua sobrevivência.
** Êxodo
12:32 Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim.
12:35 Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e vestidos.
12:36 E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egipcios.
12:38 Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado.
Mais sobre o assunto:
Esta é uma série de artigos sobre a historicidade do Deuteronômio.
Os patriarcas:
http://www.ebonmusings.org/atheism/otarch1.html
O Êxodo:
http://www.ebonmusings.org/atheism/otarch2.html
Josué:
http://www.ebonmusings.org/atheism/otarch3.html
É bastante detalhada e investiga cada alegação dos religiosos.
O arqueólogo Israel Finkelstein fala sobre o período em que a Bíblia foi realmente escrita e por quem:
http://www.lanacion.com.ar/775002-el-ex ... inkelstein
Como é possível que 2 milhões de israelitas [*] tenham sobrevivido por 40 anos no deserto do Sinai, junto com seus animais e carregados com o tesouro dos egípcios [**]?
A região, até hoje, e mesmo com a tecnologia moderna, mal consegue sustentar uns 50 mil beduínos (no máximo; os números são imprecisos e variam de 5 a 50 mil), sendo que muitos deles vivem em cidades.
A arqueologia encontrou sinais de povos caçadores-coletores em vários lugares do Sinai, mas datam de antes e depois da época em que o Êxodo deveria ter ocorrido. Dessa época, só foram encontrados restos deixados pelos soldados egípcios e, mesmo assim, ao longo de uma antiga estrada ao norte, não onde os judeus teriam estado.
Como é que grupos pequenos, com dezenas ou centenas de nômades, deixaram vestígios detectáveis e 2 milhões de israelitas, durante 40 anos, não?
Alguns crentes alegam que os israelitas viviam fugindo e nunca passavam muito tempo no mesmo lugar, mas, segundo o Deuteronômio, eles passaram quase todo esse tempo nas proximidades do oásis de Kadesh-barnea, na parte leste do Sinai. O versículo 2:14 especifica: 38 anos. Não há sinais de 38 anos de permanência de 2 milhões de pessoas.
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* Êxodo 12:37 fala em 600.000 homens, o que, com mulheres e crianças, daria 2 milhões. Números 1:46 entra em detalhes, por tribo, e chega a 603.550.
A maioria dos apologistas cristãos concorda com esse número, embora apele para milagres para explicar sua sobrevivência.
** Êxodo
12:32 Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim.
12:35 Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e vestidos.
12:36 E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egipcios.
12:38 Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado.
Mais sobre o assunto:
Esta é uma série de artigos sobre a historicidade do Deuteronômio.
Os patriarcas:
http://www.ebonmusings.org/atheism/otarch1.html
O Êxodo:
http://www.ebonmusings.org/atheism/otarch2.html
Josué:
http://www.ebonmusings.org/atheism/otarch3.html
É bastante detalhada e investiga cada alegação dos religiosos.
O arqueólogo Israel Finkelstein fala sobre o período em que a Bíblia foi realmente escrita e por quem:
http://www.lanacion.com.ar/775002-el-ex ... inkelstein
No livro da Gênese, quando José trouxe o povo todo para o Egito, o próprio Deus não só previu a escravidão como também permitiu.
Por isso é ridículo comemorar a Páscoa judaica, que é uma liberação contra algo causado pelo próprio Deus.
Por isso é ridículo comemorar a Páscoa judaica, que é uma liberação contra algo causado pelo próprio Deus.
- jesuscraciaNÃO
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Sim existem dados que dizem que o êxodo pode ter acontecido na época de José. Só para refrescar a memória de quem nunca assistiu O Príncipe do Egito, vale lembrar como o Antigo Testamento relata o surgimento do povo de Israel. Segundo as Escrituras, uma família de pastores nômades que vagava pela terra de Canaã (onde hoje ficam Israel e a Palestina) se refugiou no Egito para escapar da fome e da seca. Os egípcios os receberam bem porque José, filho de Jacó (o patriarca da família, também chamado de Israel), era o primeiro-ministro do faraó. Passaram-se 400 anos e a família se tornou um povo numeroso. Com medo de que eles tomassem o poder, os egípcios os escravizaram. Inspirado por Deus, um líder carismático chamado Moisés forçou o faraó a libertar os israelitas e eles voltaram para Canaã, exterminando os habitantes da terra e tomando-a para si.
Refugiados da atual Palestina costumavam ir para o Egito quando havia grandes secas, o que poderia ser uma inspiração para o Êxodo.
Embora a Bíblia diga que Moisés e seu povo passaram 40 anos vagando pelo deserto do Sinai, os arqueológos não acharam nem sinal deles na área durante a época – por volta de 1300 a.C. – em que o Êxodo teria ocorrido. O grande problema, porém, vem dos dados obtidos na própria terra de Canaã. Segundo Israel Finkelstein, arqueólogo da Universidade de Tel-Aviv, os assentamentos que vão dar origem às cidades israelitas começam a aparecer nas montanhas da Palestina em torno de 1200 a.C. Ou seja 100 anos antes
Refugiados da atual Palestina costumavam ir para o Egito quando havia grandes secas, o que poderia ser uma inspiração para o Êxodo.
Embora a Bíblia diga que Moisés e seu povo passaram 40 anos vagando pelo deserto do Sinai, os arqueológos não acharam nem sinal deles na área durante a época – por volta de 1300 a.C. – em que o Êxodo teria ocorrido. O grande problema, porém, vem dos dados obtidos na própria terra de Canaã. Segundo Israel Finkelstein, arqueólogo da Universidade de Tel-Aviv, os assentamentos que vão dar origem às cidades israelitas começam a aparecer nas montanhas da Palestina em torno de 1200 a.C. Ou seja 100 anos antes
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- Registrado em: Ter, 24 Março 2020 - 11:28 am
Não existe história real por trás do ficção do livro de Êxodos. Tudo ali é fantasia.
Esta é a ilha de Santorini no Mediterrâneo. São os restos de um super-vulcão que entrou em erupção por volta de 1600 AC liberando energia equivalente a dezenas de milhares de bombas de Hiroshima.
Alguns acreditam que os impactos ambientais dessa erupção foram significativos para a civilização egípcia e que o famoso papiro de Ipuur traz relatos que são relativos ao período de desordem que se seguiu ao cataclisma.
Quando o papiro de Ipuur foi encontrado, muitos celebraram como a primeira confirmação arqueológica do livro de Êxodos. O problema é que o papiro é muito anterior. Vários séculos. Então só é possível que o autor de Ẽxodo tenha se inspirado em uma história que já seria conhecida há séculos.
Agora, o que há de verdade em Ipuur? Com certeza não há escravos hebreus. Mas talvez a origem da lenda narrada no papiro tenha relação com as mudanças climáticas ocorridas após a erupção e seus impactos sobre a produção agrícola do Egito. Mas não há consenso sobre isso.
Consultando a Wikipedia em Português, encontrei um artigo bem ruim e tendencioso sobre. Com referẽncias até a um documentário de um literalista bíblico.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papiro_Ipuur
O principal problema é que nós conhecemos bastante a história do Antigo Egito. Sua organização política, econômica, social, etc... Não há nenhum registro de uma massa de escravos hebreus durante nenhum período da História e muito menos durante o período que a bíblia diz ter ocorrido o éxodo. E nem poderia haver porque a economia no Egito nunca foi baseada no trabalho escravo, como em Roma ou no Brasil colônia. O sistema era mais semelhante ao feudalismo, onde trabalhadores livres prestavam serviços aos senhores de terra. O que no feudalismo era conhecido como "corveia".
Portanto não havia lugar para escravos no Antigo Egito.
É claro que houve escravos, assim como em todo o mundo antigo. Mas não uma massa de escravos, o papel da escravidão era insignificante no modo de produção egípcio. E isto sabe-se além de qualquer dúvida razoável.
Também o deserto do Sinai se atravessa a pé em 40 dias, sendo impossível que um milhão de pessoas tenham se perdido ali por 40 anos. Apesar disso, arqueólogos vasculharam cada milímetro desse deserto e nunca se encontrou registro algum da passagem dos escravos hebreus por ali. O que seria impossível já que a bíblia garante que mais de um milhão de pessoas estiveram por lá durante 40 anos.
Mas, embora não exista registro dos escravos hebreus, existem registros dos pequenos fortes que os egípcios mantinham no Sinai durante esse período. Ou seja, os egípcios controlavam o Sinai durante a época em que teria ocorrido o Ẽxodo, sendo impossível que os hebreus tivessem permanecido ali ocultos e perdidos durante tanto tempo.
E ainda o período da Conquista é incompatívei com o registro arqueológico: na época em que Josué diz estar ocupando a Terra Prometida a evidência arqueológica mostra que toda região era um protetorado egípcio pagando tributos ao faraó.
Esta é a ilha de Santorini no Mediterrâneo. São os restos de um super-vulcão que entrou em erupção por volta de 1600 AC liberando energia equivalente a dezenas de milhares de bombas de Hiroshima.
Alguns acreditam que os impactos ambientais dessa erupção foram significativos para a civilização egípcia e que o famoso papiro de Ipuur traz relatos que são relativos ao período de desordem que se seguiu ao cataclisma.
Quando o papiro de Ipuur foi encontrado, muitos celebraram como a primeira confirmação arqueológica do livro de Êxodos. O problema é que o papiro é muito anterior. Vários séculos. Então só é possível que o autor de Ẽxodo tenha se inspirado em uma história que já seria conhecida há séculos.
Agora, o que há de verdade em Ipuur? Com certeza não há escravos hebreus. Mas talvez a origem da lenda narrada no papiro tenha relação com as mudanças climáticas ocorridas após a erupção e seus impactos sobre a produção agrícola do Egito. Mas não há consenso sobre isso.
Consultando a Wikipedia em Português, encontrei um artigo bem ruim e tendencioso sobre. Com referẽncias até a um documentário de um literalista bíblico.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papiro_Ipuur
O principal problema é que nós conhecemos bastante a história do Antigo Egito. Sua organização política, econômica, social, etc... Não há nenhum registro de uma massa de escravos hebreus durante nenhum período da História e muito menos durante o período que a bíblia diz ter ocorrido o éxodo. E nem poderia haver porque a economia no Egito nunca foi baseada no trabalho escravo, como em Roma ou no Brasil colônia. O sistema era mais semelhante ao feudalismo, onde trabalhadores livres prestavam serviços aos senhores de terra. O que no feudalismo era conhecido como "corveia".
Portanto não havia lugar para escravos no Antigo Egito.
É claro que houve escravos, assim como em todo o mundo antigo. Mas não uma massa de escravos, o papel da escravidão era insignificante no modo de produção egípcio. E isto sabe-se além de qualquer dúvida razoável.
Também o deserto do Sinai se atravessa a pé em 40 dias, sendo impossível que um milhão de pessoas tenham se perdido ali por 40 anos. Apesar disso, arqueólogos vasculharam cada milímetro desse deserto e nunca se encontrou registro algum da passagem dos escravos hebreus por ali. O que seria impossível já que a bíblia garante que mais de um milhão de pessoas estiveram por lá durante 40 anos.
Mas, embora não exista registro dos escravos hebreus, existem registros dos pequenos fortes que os egípcios mantinham no Sinai durante esse período. Ou seja, os egípcios controlavam o Sinai durante a época em que teria ocorrido o Ẽxodo, sendo impossível que os hebreus tivessem permanecido ali ocultos e perdidos durante tanto tempo.
E ainda o período da Conquista é incompatívei com o registro arqueológico: na época em que Josué diz estar ocupando a Terra Prometida a evidência arqueológica mostra que toda região era um protetorado egípcio pagando tributos ao faraó.
- jesuscraciaNÃO
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- Registrado em: Sex, 20 Novembro 2020 - 09:23 am
Sim Pedro Reis isso é verdade, com certeza pelo fato, o que tinha eram vários povos dividindo aquele território um pouco maior que Alagoas: Jebuseus, Gesuritas, Jebedeus… Cada um vivendo numa cidade-estado independente, com seu próprio rei. E cada rei, agora, era um vassalo do Egito, obrigado a fornecer súditos para trabalhar como escravos nas terras faraônicas. A escravidão, afinal, era a base da economia da época – só com um monte de escravos fazendo o trabalho pesado dava para manter um exército profissional, formado só por cidadãos do império. Colocar um Cananeu para lutar contra outros Cananeus nas guerras que aconteciam toda hora seria mau negócio – o próprio exército israelense usa essa lógica hoje: proíbe seus cidadãos árabes de se alistar, já que eles teriam obrigatoriamente de lutar contra árabes.
É aí que a história da mudança climática começa a se cruzar com a da fuga dos escravos. Na Grécia, na Turquia e no Chipre, governantes abandonaram palácios. Em Canaã, várias cidades-estado acabaram desertas. Com o caos reinando, grupos armados até a medula embarcaram para saquear o lugar mais rico que havia por perto: o Egito.
O consenso, então, é que algum grupo de escravos cananeus (não necessariamente hebreus), ou vários grupos, fugiram e encontraram abrigo entre os israelitas em Canaã. E, por serem grupos pequenos, não deixariam rastro arqueo- lógico. Faz todo o sentido. A época não podia ser mais propícia para fugas de escravos. Os soldados egípcios estavam ocupados lutando contra os Povos do Mar. Os fortes que o império mantinha em suas fronteiras tinham sido abandonados. Quem quisesse picar a mula de lá, picava sem ser incomodado.
Provavelmente foi o que aconteceu de fato. E alguns desses fugitivos acabariam ganhando a “nacionalidade” israelita alguns anos depois de incorporarem-se a esse povo.
Esses ex-escravos teriam chegado contando histórias mirabolantes de fuga. Talvez tenham falado sobre ter atravessado a pé alguma região onde sabiam que antes havia só água – nesse caso, a teoria da muudança climática justificaria o mito da abertura do Mar Vermelho.
Seja como for, as histórias dos escravos fugidos acabaram entrando para o folclore do povo israelita. Chegou uma hora que todo mundo ali acreditava ter vindo do Egito, ainda que isso só fosse verdade para uma fração desse povo.
Outra evidência de que os escravos fugidos se tornariam os sacerdotes daquele povo é que só a tribo dos levitas tem membros com nomes egípcios: Fineias, Hofni, Moisés…etc
É aí que a história da mudança climática começa a se cruzar com a da fuga dos escravos. Na Grécia, na Turquia e no Chipre, governantes abandonaram palácios. Em Canaã, várias cidades-estado acabaram desertas. Com o caos reinando, grupos armados até a medula embarcaram para saquear o lugar mais rico que havia por perto: o Egito.
O consenso, então, é que algum grupo de escravos cananeus (não necessariamente hebreus), ou vários grupos, fugiram e encontraram abrigo entre os israelitas em Canaã. E, por serem grupos pequenos, não deixariam rastro arqueo- lógico. Faz todo o sentido. A época não podia ser mais propícia para fugas de escravos. Os soldados egípcios estavam ocupados lutando contra os Povos do Mar. Os fortes que o império mantinha em suas fronteiras tinham sido abandonados. Quem quisesse picar a mula de lá, picava sem ser incomodado.
Provavelmente foi o que aconteceu de fato. E alguns desses fugitivos acabariam ganhando a “nacionalidade” israelita alguns anos depois de incorporarem-se a esse povo.
Esses ex-escravos teriam chegado contando histórias mirabolantes de fuga. Talvez tenham falado sobre ter atravessado a pé alguma região onde sabiam que antes havia só água – nesse caso, a teoria da muudança climática justificaria o mito da abertura do Mar Vermelho.
Seja como for, as histórias dos escravos fugidos acabaram entrando para o folclore do povo israelita. Chegou uma hora que todo mundo ali acreditava ter vindo do Egito, ainda que isso só fosse verdade para uma fração desse povo.
Outra evidência de que os escravos fugidos se tornariam os sacerdotes daquele povo é que só a tribo dos levitas tem membros com nomes egípcios: Fineias, Hofni, Moisés…etc
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- Registrado em: Ter, 24 Março 2020 - 11:28 am
- jesuscraciaNÃO
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- Registrado em: Sex, 20 Novembro 2020 - 09:23 am
Pedro Reis não consegui abrir o link mais eu posso colocar outra teoria:
A Bíblia aumenta, mas nem sempre inventa. Parte do que está no livro são fatos históricos mesmo – principalmente alguns textos sobre os futuros reis de Israel e de Judá. Então algo sobre a fuga do Egito pode ser verdade, sim. Além disso, o Êxodo é um momento importante demais da memória cultural judaica para simplesmente ter sido inventado. Imaginar que os hebreus tiraram tudo da cabeça deles, lá de Canaã, sem nunca ter pisado no Egito, é pedir demais.
O consenso, então, é que algum grupo de escravos cananeus (não necessariamente hebreus), ou vários grupos, fugiram e encontraram abrigo entre os israelitas em Canaã. E, por serem grupos pequenos, não necessariamente hebreus), ou vários grupos, fugiram e encontraram abrigo entre os israelitas em Canaã. E, por serem grupos pequenos, não deixariam rastro arqueológico. Faz todo o sentido. A época não podia ser mais propícia para fugas de escravos. Os soldados egípcios estavam ocupados lutando contra os Povos do Mar. Os fortes que o império mantinha em suas fronteiras tinham sido abandonados. Quem quisesse picar a mula de lá, picava sem ser incomodado.
Provavelmente foi o que aconteceu de fato. E alguns desses fugitivos acabariam ganhando a “nacionalidade” israelita alguns anos depois de incorporarem-se a esse povo.
A Bíblia aumenta, mas nem sempre inventa. Parte do que está no livro são fatos históricos mesmo – principalmente alguns textos sobre os futuros reis de Israel e de Judá. Então algo sobre a fuga do Egito pode ser verdade, sim. Além disso, o Êxodo é um momento importante demais da memória cultural judaica para simplesmente ter sido inventado. Imaginar que os hebreus tiraram tudo da cabeça deles, lá de Canaã, sem nunca ter pisado no Egito, é pedir demais.
O consenso, então, é que algum grupo de escravos cananeus (não necessariamente hebreus), ou vários grupos, fugiram e encontraram abrigo entre os israelitas em Canaã. E, por serem grupos pequenos, não necessariamente hebreus), ou vários grupos, fugiram e encontraram abrigo entre os israelitas em Canaã. E, por serem grupos pequenos, não deixariam rastro arqueológico. Faz todo o sentido. A época não podia ser mais propícia para fugas de escravos. Os soldados egípcios estavam ocupados lutando contra os Povos do Mar. Os fortes que o império mantinha em suas fronteiras tinham sido abandonados. Quem quisesse picar a mula de lá, picava sem ser incomodado.
Provavelmente foi o que aconteceu de fato. E alguns desses fugitivos acabariam ganhando a “nacionalidade” israelita alguns anos depois de incorporarem-se a esse povo.
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- Registrado em: Ter, 24 Março 2020 - 11:28 am
Nem sempre inventa mas às vezes inventa.A Bíblia aumenta, mas nem sempre inventa.
Cobra falante, jumenta falante, mulher que sai de costela de homem, arca de Noé, sol que anda pra trás, muralha derrubada com som de trombetas... a bíblia não é um livro de História.
Mas veja bem, se os fatos foram assim como você supõe, em primeiro lugar estas hipóteses teriam que estar baseadas em evidências. Pistas mais concretas. E depois, mesmo que o que você imagina se aproxime de algo que realmente ocorreu, isso está tão distante do que é narrado na bíblia que não seria exagêro chamar o livro de êxodo de fantasia.
Vamos aos fatos. Só o que sabemos que é fato.
A economia egípcia não era baseada em trabalho escravo. As cheias do rio Nilo depositavam matéria orgânica em todo o delta deste rio, fazendo com que aquelas terras fossem extraordinariamente férteis, fáceis e plantar e arar. As pessoas estavam ocupadas na época da semeadura e depois na colheita, mas esta última produzia uma super safra para os padrões daquela época que seria estocada garantindo alimento para o resto do ano.
Portanto, durante a maior parte do ano, havia muita mão de obra livre disponível e também muito trigo e cevada nos silos para pagar os trabalhadores.
Se você pesquisar um pouco vai descobrir que já foram escavados os assentamentos onde viveram alguns dos construtores de pirâmides. O que estes sítios arqueológicos revelam contraria totalmente a ideia de uma massa de escravos sendo forçados a carregar imensos blocos de pedra.
Havia escravos no Egito, é claro. Mas não aos milhões e não eram fundamentais para o modo de produção egípcio e nem mesmo para as grandes construções.Super Interessante escreveu: Lembra os escravos mantidos à força no Egito, que ralaram a vida toda carregando enormes blocos de pedra para as pirâmides? Pois arqueólogos americanos e egípcios descobriram que, na verdade, eles eram trabalhadores livres, bem alimentados e, em sua grande maioria, não eram estrangeiros. A nova teoria é o principal resultado de escavações em duas vilas recém-descobertas na planície de Gizé, que abrigaram cerca de 20 mil pessoas durante a quarta dinastia egípcia (há cerca 4 500 anos), época em que as grandes pirâmides foram erguidas. “Estamos confrontando uma das crenças mais comuns acerca do Egito.
Os indícios mais contundentes estão nas tumbas dos construtores das pirâmides. Elas foram construídas, decoradas e preservadas, como versões menores e mais simples dos túmulos faraônicos. Dentro, alguns corpos apresentavam marcas de fraturas curadas, membros amputados e até cirurgias cerebrais, o que, para os arqueólogos, é sinal de que os trabalhadores recebiam tratamento médico à custa do faraó. “Escravos estrangeiros não seriam enterrados assim, nem mereceriam tamanha atenção”, afirma Hawass.
Já o livro de Êxodo diz que exatamente 600 mil varões deixaram o Egito. Como de praxe, a bíblia ignora as mulheres. Mas se fosse verdade nós poderíamos estimar em cerca de um milhão de duzentos mil escravos fugindo do Egito pelo Sinai. Pura fantasia!
Além disso todos os acontecimentos que precedem esta fuga são inverossímeis, mesmo pra quem crê no sobrenatural. E são inverossímeis porque eventos tão portentosos teriam deixados registros históricos e arqueológicos. Os egípcios teriam falado deles e até outros povos da região teriam feito registro. No entanto referências a estes eventos só existem na bíblia.
E tudo que acontece depois da fuga é tão inverossímel quanto, mesmo se você relevar toda a parte sobrenatural do relato. Nós sabemos que tanta gente não poderia ficar perdida por tanto tempo em um deserto tão pequeno e ainda por cima não deixar vestígios. Nós sabemos também que os egípcios controlavam o Sinai durante todo o período em que poderia ter ocorrido a saída dos hebreus por este deserto.
E o que vem depois da fuga e do deserto? Vem a Conquista.
Só que o relato da Conquista é cronologicamente incompatível com o registro histórico e arqueológico. Jericó existiu, mas já havia sido destruída na época em que a bíblia diz ter sido cercada pelas tropas de Josué.
Os ex-escravos hebreus não poderiam ter conquistado Canaã porque nessa época as cidades estado ali estavam justamente sob o domínio do faraó.
Então sabemos que não havia milhões de escravos, que não morreram todos os primogênitos (não há relato disso!) nem ocorreu nenhuma das outras 9 pragas, que uma massa humana não fugiu pelo Sinai, que não ficou 40 anos nesse deserto e que depois não conquistou um a um os povos cananitas.
E se você tira isso, o que sobra de Êxodo? Praticamente dana.
Não só de Êxodo, mas estes relatos compreendem os livros de Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio e Josué.
https://www.bbc.com/portuguese/ciencia/ ... _tumbas_pu
Então quais fatos históricos podem ter inspirado estas lendas bíblicas?
Provavelmente nunca saberemos, mas há alguns registros que podem estar associados à parte do que está relatado no pentateuco.
Os hicsos, por exemplo. Essa é uma história fantástica mas real: os hicsos foram um povo de origem semita que assim como o Jacó bíblico saíram de Canaã e se estabeleceram no Egito. E é interessante saber que Jacó era um nome hicso!
Os hicsos chegaram a dominar a região da foz do Nilo e uma dinastia de hicsos reinou como faraós por cerca de um século até ser expulsa do Egito. Foi por volta do séc. 17 A.C.
Mais ou menos por essa época ocorre a super erupção em Santorini, que pode ter tido imenso impacto ambiental sobre o Egito e talvez se relacione de alguma forma com os eventos catastróficos descritos em Êxodo e no papiro de Ipuur. Mas apenas no sentido de ter sido um período terrível que acabou dando origem a lendas como estas.
De qualquer forma há consenso entre estudiosos que o Livro de Êxodo começou a ser escrito bem depois desse período e levou muito tempo até ser concluído.
Wikipedia escreveu: Autoria
A tradição judaica e cristã defende Moisés como autor do Êxodo (e de todo o Pentateuco), mas, já no final do século XIX, a crescente percepção acadêmica de discrepâncias, inconsistências, repetições e outras características do Pentauco levou os estudiosos a abandonarem essa ideia.[7] Em datas aproximadas, o processo que resultou no Êxodo e no Pentateuco provavelmente começou por volta de 600 a.C., quando tradições escritas e orais mais antigas foram colecionadas em livros similares aos conhecidos atualmente e a forma final foi estabelecida por volta de 400 a.C.. É claro que a estrutura principal da narrativa já era conhecida muito antes do século VII, nas alusões ao Êxodo e à viagem pelo deserto contida nas profecias de Amós e Oseias um século antes[3][8].
Eu corrigi o link que estava errado.jesuscraciaNÃO escreveu: ↑Qui, 10 Dezembro 2020 - 23:20 pmPedro Reis não consegui abrir o link mais eu posso colocar outra teoria:
Coloco-o abaixo também:
Escravidão no Antigo Egito
Parabéns pelo extenso conhecimento sobre o assunto, Pedro.
Eu pouco conhecida sobre essa história toda.
- jesuscraciaNÃO
- Mensagens: 82
- Registrado em: Sex, 20 Novembro 2020 - 09:23 am
Verdade pouco se sabe sobre o assunto pelo fato de ter poucos vestígios deles no Egito, é muito complexo o assunto, mas, sempre fica aquela pulga atrás da orelha de saber mais... obrigado pessoal pelo ótimo debate sobre o assunto, isso faz a gente querer saber mais com as experiências de outros membros. Parabéns para todos nós.