Razão escreveu: ↑Seg, 24 Abril 2023 - 23:10 pm
O problema do argumento cosmológico é que pela lógica ele nos leva a uma regressão infinita.
Por exemplo. Se tudo o que existe precisa ter uma causa e o universo existe, logo o universo teve uma causa. Porém, se o que causou o universo existe, Deus ou princípio criador, logo Deus teve uma causa e assim sucessivamente.
Para fugir dessa regressão infinita devemos adimitir que nem tudo que existe teve uma causa. Partindo dessa premissa podemos dizer que o Universo sempre existiu ou que Deus ou o princípio criador sempre existiu.
Na minha opinião, de qualquer forma, havendo uma regressão infinita de causalidade ou não, em ambos os casos a compreensão da realidade está além das nossas capacidades cognitivas.
Mas é justamente isso que o argumento cosmológico se propõe a fazer. A premissa 1 é que tudo no universo tem uma causa, e a premissa 2 é que deve haver uma causa primordial atemporal que transcende o universo físico e que deu causa a tudo. A isso, é atribuído como "Deus".
O problema desse argumento a meu ver não é a premissa 1, que afirma que tudo tem uma causa. Na verdade, as coisas que conhecemos realmente tiveram uma causa. Mesmo na aleatoridade, houve algum evento que iniciou o fenômeno e deu causa aos eventos seguintes.
O problema principal, no meu ponto de vista é o argumento 2, que contradiz o primeiro. Se Deus pode ter causa em si, por que o universo também não pode? Além disso, por que o que dá causa ao universo deve obrigatoriamente ser Deus e não alguma outra entidade ou fenômeno que desconhecemos ou não compreendemos?
A menos que você defina Deus como "causa da origem". Mas isso apenas prova Deus como conceito ou ideia humana, e não como uma divindade transcendental.