Socialismo e Comunismo

Área destinada à discussão sobre Laicismo e Política e a imparcialidade do tratamento do Estado às pessoas.
Discussões sobre economia e sistemas econômicos também se encontram aqui.

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

nuker escreveu:
Qua, 16 Fevereiro 2022 - 12:36 pm
Ao menos o capitalismo dá mais espaço para o pobre enriquecer, enquanto o socialismo o mantém refém dependente do estado e de ter que votar em certo candidato.
Bobagem. Nos últimos 40 anos, China e Vietnã sozinhos foram responsáveis por reduzir em 85% a pobreza no mundo.

China: https://oglobo.globo.com/economia/parce ... o-24074955

Vietnã: https://www.ecodebate.com.br/2021/03/26 ... -economia/

A China inclusive eliminou a pobreza extrema em plena pandemia, um feito extraordinário:

https://www.brasildefato.com.br/2021/07 ... humanidade

Re: Socialismo e Comunismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

@Victor_Moura
Qual é tua opinião sobre Josip Broz Tito, o ditador da antiga Yugoslávia? Ele é considerado como um ditador do bem. Rompeu com a União Soviética e conduziu um país socialista de forma independente.

https://en.wikipedia.org/wiki/Benevolent_dictatorship

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


Há 70 anos, num 5 de março de 1953, morria Josef Stalin.

E eu preparei essa thread contando por que ele foi um dos piores seres vivos de todos os tempos:

[+18]

Você já deve ter ouvido esse nome algumas vezes: Gulag.

GULAG (ГУЛАГ) é o acrônimo de Glavnoe Upravlenie Lagerei, ou Administração Central dos Campos.

Essa era a agência soviética responsável pela gestão de um dos mais complexos sistemas de repressão de todos os tempos.

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O sistema GULAG foi construído pela URSS pra punir criminosos e inimigos do povo: dissidentes, religiosos, intelectuais, trabalhadores.

Na prática era um sistema de extermínio industrial de seres humanos, uma máquina chamada por Lenin de концлагерь: o campo de concentração.

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O terror em massa foi parte da Revolução desde o início - em 1921 já havia 84 campos em 43 províncias da Rússia de Lenin.

Mas foi Stalin quem aprimorou esse modelo, interessado em acelerar a industrialização e explorar os recursos naturais no extremo norte, quase inabitável.

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Ao todo, a União Soviética construiu pelo menos 476 complexos de campos.

Parte importante da economia do bloco socialista dependia do que era produzido nesses espaços.

Foi essa estrutura altamente complexa que transformou o Kremlin num dos maiores donos de escravos da história.

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Entre 1930 e 1953, mais de 18 milhões de homens, mulheres e crianças foram presos no sistema GULAG em toda a União Soviética.

Só pra efeito de comparação, os campos de concentração nazistas abrigaram 1,65 milhão de vítimas.

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Ao todo, mais de 30 mil campos formavam o sistema GULAG. Em média, cada campo mantinha de 2 a 10 mil prisioneiros.

Pelo menos 10% da economia soviética dependia diretamente do trabalho escravo desses lugares - algo indispensável para o crescimento do país.

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Os "inimigos do povo" representavam cerca de 30% dos prisioneiros.

Nos campos, eles trabalhavam em diversas atividades, como corte de árvores, mineração, construção civil, manufatura, agropecuária.

Na prática, viviam num Estado dentro do Estado, quase numa civilização à parte.

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Muitos campos eram construídos na Sibéria. O inverno na região era geladíssimo, podendo atingir os 45 graus negativos. O verão era marcado pela lama e os mosquitos.

O ritmo de produção era exaustivo. Muitos prisioneiros não suportavam, adoeciam e morriam. Outros se suicidavam.

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As condições de trabalho eram degradantes.

Quando o Canal Mar Branco-Báltico foi construído, pelo menos 25 mil prisioneiros do sistema GULAG morreram.

Enquanto os soviéticos enalteciam a economia do país na propaganda, a base do seu desenvolvimento era a escravidão.

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Na prisão, a comida era escassa e de péssima qualidade, o que fatalmente gerava desnutrição crônica.

A falta de higiene e saneamento também resultava em doenças como disenteria, tifo e tuberculose.

Presos faziam suas necessidades em latrinas abertas, um do lado do outro.

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1 em cada 5 presos eram mulheres.

Muitas se prostituíam em troca de comida e proteção.

Outras eram estupradas, muitas em estupros coletivos.

Mulheres geralmente eram condenadas por serem casadas com "inimigos do povo" ou por motivos ainda mais banais.

https://womenofthegulag.com

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Essas aqui são algumas ilustrações, feitas pela escritora Eufrosinia Kersnovskaya, contando a sua experiência nesses espaços.

Eufrosinia enfrentou 12 anos de prisão num gulag na Sibéria.

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Muitas crianças também viviam nesses campos de concentração, a maior parte filhos de prisioneiros políticos.

Muitas delas eram transferidas para orfanatos e se tornavam páreas. A maioria sofria de desnutrição.

Suas famílias viviam separadas.

https://www.rbth.com/history/333173-sov ... g-children

Aos presos, os métodos de tortura envolviam espancamento, choque elétrico, asfixia com água ou saco plástico, remoção de partes do corpo, privação de sono, violência sexual.

As torturas eram controladas por médicos para maximizar a dor sem causar a morte. Muitos, claro, morriam.

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Ao fim, quase 2 milhões de seres humanos morreram no sistema GULAG.

Praticamente a metade foi executada por motivação política. O resto pereceu graças à fome, às inúmeras doenças impostas pelas condições da vida cotidiana na prisão e no trabalho escravo, ou ao suicídio.

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Os números revoltam, mas a principal fonte sobre a carnificina do sistema GULAG ainda são as memórias de prisioneiros.

Essas são as melhores memórias publicadas em língua portuguesa:

- A série Contos de Kolimá, de Varlam Chalámov, e
- Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenítsin

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Além do livro Gulag, de Anne Applebaum, outra fonte riquíssima é o GULAG History Museum, em Moscou.

Tive a chance de visitá-lo em 2019 e foi uma das experiências mais assustadoras que já vivi.

https://gmig.ru/en/

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A propaganda soviética, claro, passou décadas tentando diminuir o horror do GULAG - inclusive com a destruição de arquivos oficiais.

Soljenítsin, por exemplo, foi grosseiramente difamado, pintado como um bêbado antissemita.

Ainda hoje a retórica é comum entre os propagandistas.

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Mas a verdade é que o sistema GULAG foi um dos capítulos mais perversos da história da nossa espécie; um tratado sobre o que o totalitarismo é capaz de promover, mesmo quando fantasiado de salvador do mundo.

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Além desses, Stalin cometeu outros muitos crimes contra a humanidade, incluindo um genocídio na Ucrânia com milhões de mortos.

Stalin foi o que nós chamamos de assassino em massa.

Se há uma parte cheia nesse copo é que ele está morto.

E veja só: foi num 5 de março, há 70 anos.
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... O16KctAAAA

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Muitos jovens russos admiram Stalin porque só lhes é dito que ele foi o grande herói da Segunda Guerra, mas parte do pessoal mais velho, principalmente os que tiveram parentes presos ou mortos, pensa diferente.

https://information.tv5monde.com/video/ ... es-sa-mort

https://information.tv5monde.com/info/d ... ine-490865

Re: Socialismo e Comunismo

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Huxley escreveu:
Seg, 06 Março 2023 - 01:28 am

Há 70 anos, num 5 de março de 1953, morria Josef Stalin.

E eu preparei essa thread contando por que ele foi um dos piores seres vivos de todos os tempos:

...

(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... O16KctAAAA

Muito boa a thread de Rodrigo.
E também muito oportuno trazê-la para cá, no aniversário da morte do tirano.
:YMAPPLAUSE:

Re: Socialismo e Comunismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Parece que o partido socialista na Espanha andou se queimando:

Caso de corrupção coloca em risco ano eleitoral do Partido Socialista da Espanha | AFP
O Partido Socialista Operário da Espanha teve a credibilidade abalada por um caso de corrupção, a poucos meses de importantes eleições.
https://www.youtube.com/watch?v=ijoxx4DuRpE

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »



"Véu não é sinônimo de opressão, mas da liberdade de ser posta na cadeia"

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(Alexandre Schwartsman)

Fonte: https://twitter.com/FriedHardt/status/1 ... XIpastAAAA

Re: Socialismo e Comunismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Comunista de classe média, um tal de Ian Neves, um da nova modinha de "intelectuais" de esquerda, justificando porque retirou vídeo sobre PCC:

POR QUE MEU VÍDEO SOBRE O PCC SUMIU? | Cortes do História Pública


youtu.be/QO050l3tu2w

Re: Socialismo e Comunismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Linhas Cruzadas | A nova luta de classes | 09/03/2023
No Linhas Cruzadas de hoje, Thaís Oyama e Luiz Felipe Pondé falam sobre o conflito que move o mundo, a luta de classes!

De onde surgiu esse conceito? A lógica entre explorados e os capitalistas ainda é o que define a luta de classes?

Entenda mais sobre a luta de classes atual com o Linhas Cruzadas!

youtu.be/Uq-za5Udi7Q

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Agnoscetico escreveu:
Qui, 09 Março 2023 - 23:25 pm
No Linhas Cruzadas de hoje, Thaís Oyama e Luiz Felipe Pondé falam sobre o conflito que move o mundo, a luta de classes!

De onde surgiu esse conceito? A lógica entre explorados e os capitalistas ainda é o que define a luta de classes?
Os comunistas querem nos convencer de que ainda vivemos na Idade Média, em que servo nascia e morria servo e nobre nascia e morria nobre independente do dinheiro que tivessem.

Querem nos convencer de que trabalhador é sinônimo de explorado e capitalista é um gordão de fraque e cartola, fumando charuto, que vive às custas dele.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Agnoscetico escreveu:
Qui, 09 Março 2023 - 23:25 pm
Linhas Cruzadas | A nova luta de classes | 09/03/2023
No Linhas Cruzadas de hoje, Thaís Oyama e Luiz Felipe Pondé falam sobre o conflito que move o mundo, a luta de classes!

De onde surgiu esse conceito? A lógica entre explorados e os capitalistas ainda é o que define a luta de classes?

Entenda mais sobre a luta de classes atual com o Linhas Cruzadas!

youtu.be/Uq-za5Udi7Q
A luta de classes existe, mas essa se dá entre rent-seekers e não rent-seekers. No países capitalistas desenvolvidos, essa relação é bem menos conflituosa do que a existente na luta de classes socialista travada entre Burguesia de Estado exploradora (que, devido à falta de transparência, pode ser detentora de capital multibilionário escondido em paraísos fiscais) e classe trabalhadora explorada e manipulada pelos canais estatais de comunicação dos regimes totalitários:

https://clubeceticismo.com.br/viewtopic ... 220#p29220

https://brasil.elpais.com/brasil/2014/0 ... 08751.html

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Frequentemente leio nesta rede social que os chineses ficaram "ricos". Mais do que isso: que ultrapassaram os americanos ou estão em vias disso.

A real é que isso não poderia ser menos verdadeiro.

Explico aqui embaixo.

Sim, a China é grande. A população da China é maior que da Europa, da América e da África.

É coerente que o PIB chinês seja grande. Mas PIB não traduz riqueza da população. Do contrário, brasileiros, mexicanos e indonésios seriam mais ricos que suecos, noruegueses e finlandeses.

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Uma maneira muito mais eficiente de medir riqueza é dividindo PIB pelo tamanho da população. É o que chamamos de PIB per capita.

Repare na lista abaixo. Ela traduz melhor a realidade: noruegueses, suecos e finlandeses são bem mais ricos que mexicanos, brasileiros e indonésios.

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A verdade é que, apesar do PIB da China ser grande, quando nós consideramos o tamanho da população - já levando em conta a inflação e as diferenças no custo de vida - há muito menos riqueza disponível por habitante na China do que nos países desenvolvidos.

Repare na distância.

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A renda média dos chineses é bem menor que a dos habitantes dos países desenvolvidos.

Os chineses até recebem acima de quem mora nos países pobres da Ásia, como os afegãos ou os norte coreanos. Mas vivem com bem menos que os taiwaneses, os sul coreanos e os japoneses.

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Isso, claro, não vem de hoje. Desde que o Partido Comunista Chinês assumiu o poder, em 1949, o crescimento do PIB per capita chinês, comparado com inúmeros países, é bastante modesto. Na verdade é bem parecido com o da América Latina.

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Quando Mao assumiu a China, o PIB per capita dos países do leste da Ásia era muito parecido. Desde então, a China foi passada pra trás por alguns deles com uma margem bem larga.

Hoje, um taiwanês médio é 4 vezes mais rico que um chinês médio. Não havia diferença em 1949.

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É verdade que muitos chineses saíram da extrema pobreza nos últimos anos. Mas felizmente a China não é exceção.

A queda da extrema pobreza é uma vitória global.

Mesmo tirando a China dessa conta, quase 1/3 do mundo vivia na extrema pobreza em 1990. Hoje essa fração é de 1/10.

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Mas quando aumentamos o sarrafo para os critérios de pobreza dos países desenvolvidos, a China ainda está atrasada.

Na média, só 2% dos habitantes dos países ricos ganham menos de $10 por dia. Na China, esse número é de 45%.

Há mais brasileiros, na média, ganhando isso por dia.

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Também é verdade que houve um forte crescimento econômico na China nas últimas décadas.

Mas 1) esse crescimento já não é tão vigoroso como no passado, e 2) os chineses estão envelhecendo bem antes de enriquecerem de verdade.

E essas são ameaças graves à produtividade do país.

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O desafio não é pequeno. Diferente dos países desenvolvidos, a China ainda tem problemas do século vinte para resolver - como poluição, habitação e saneamento básico.

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https://pbs.twimg.com/media/FrINlZiWcAA ... =4096x4096

Os chineses têm, na média, uma expectativa de vida menor que seus vizinhos mais ricos.

E sem surpresa, têm um IDH bem mais modesto. No índice de desenvolvimento humano, a China aparece atrás até de países como Albânia e Costa Rica.

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No índice que mede a satisfação com a vida - um relatório produzido por iniciativa das Nações Unidas, ouvindo o que as próprias pessoas assumem - os chineses estão atrás até dos bolivianos.

Leia-se: os chineses não são tão felizes e realizados quanto a propaganda do país assume.

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E ainda há a desigualdade.

Apesar do Partido Comunista governar a China há 73 anos, a China é bem mais desigual que seus vizinhos ricos.

Hoje, Taiwan é mais igualitário que a China. Há 73 anos não havia diferença.

O nível de desigualdade na China é parecido com o dos EUA.

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Também não é porque a China é governada pelo Partido Comunista que há um nível alto de gasto social público.

Há mais estado de bem estar social nos países da OCDE (como EUA e Europa), no Japão e na Coreia do Sul, que na China.

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Também não é porque a China é governada pelo Partido Comunista que os trabalhadores chineses têm mais direitos. Pelo contrário.

Chineses trabalham, em média, mais de 400 horas a mais por ano que americanos e brasileiros, e mais de 800 horas por ano a mais que os alemães.

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Sim, quando juntamos 1,4 bilhão de seres humanos, a riqueza tende a ser imensa.

Se a Europa formasse um país, seria bem mais rico que a China. Se a América fizesse o mesmo, também.

O governo chinês tem um continente de pessoas para administrar. E isso é um poder e tanto.

Por seu tamanho, a China tem plenas condições de construir, no futuro, um exército desenvolvido o suficiente para desafiar até a mais poderosa força militar do mundo.

A China também tem condições de ser, como já é, protagonista nos principais organismos internacionais.

Mas se as ideias políticas servem pra alguma coisa é pra permitir que as pessoas vivam melhor.

E os chineses vivem pior que os moradores de países vizinhos que tinham uma renda próxima a deles em 1949.

Esqueça a propaganda: não há nenhuma previsão que isso mudará tão cedo.
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... iqhrItAAAA

Re: Socialismo e Comunismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Movendo de outro tópico por ser extremamente um sonho esquerdista.
anjexosdefrgos escreveu:
Sex, 31 Março 2023 - 07:31 am
É importante lembrar que a diversidade é um valor fundamental e deve ser celebrada em todas as suas formas.
1. De onde você tirou que diversidade é coisa boa? Diversidade só serve para causar conflitos. Relacionamentos e amizades não duram quando a divergência de pensamento/comportamento é grande. Se fosse algo bom não existiriam tantas guerras.

2. Ladrões, assassinos, drogados, alcoólatras, depravados, parasitas, preguiçosos e personalidades agressivas também seriam "diversidade". Isso deve ser celebrado?

3. Cor de pele não é "diversidade" e sim uma característica normal. Dizer que é algo "diferente" é racismo.
E é papel de todos nós trabalharmos para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos possam viver em paz e harmonia, independentemente de sua orientação sexual, gênero, raça, etnia ou qualquer outra característica.
4. Qual é o motivo para desejar igualitarismo? Consegue responder?

5. As pessoas são diferentes, por isso jamais serão iguais. Você pode tentar igualitarismo colocando uma elite privilegiada para diminuir os que estão bem para todos ficarem iguais. A existência dessa elite não é igualitarismo, e prejudicar os que estão em situação melhor é acabar com a harmonia. A outra opção é deixar uma anarquia, que é algo que gera disputa até um grupo conquistar o monopólio da violência.

6. O que você chama de "inclusão" é bonito na teoria, mas na prática tem um custo. Quem está disposto a pagar? Ou prefere usar método autoritário para forçar os outros?

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Oi,
@FeCastanhari
.

Vi você ridicularizando a ideia de que seja um burguês e decidi escrever essa thread para ajudá-lo a entender porque tantas pessoas riram da sua reação.

Boa leitura:

Você deve ter aprendido isso na escola.

Na Idade Média, as classes sociais surgiram a partir de uma hierarquia estabelecida com base na posse de terras e no poder militar.

Essa hierarquia era composta por três grandes grupos: a nobreza, o clero e os camponeses.

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Se você não dormia na sala de aula, aprendeu que a Idade Média europeia foi marcada por uma organização de trabalho predominantemente rural.

Mas talvez não saiba disso: algumas coisas bem peculiares aconteceram no século onze, alterando radicalmente essa história.

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Primeiro, um período de aquecimento incomum conhecido como Período Quente Medieval (950-1250).

Sim, o mundo começou a esquentar - o que permitiu o cultivo de safras em áreas antes muito frias para a agricultura, aumentando as áreas cultiváveis da Europa medieval.

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Depois, graças a esse movimento, rolou também um aumento na criação de animais, acompanhado de:

1) melhorias das técnicas agrícolas (como a introdução do arado de aiveca) e
2) novos sistemas de irrigação.

E tudo isso possibilitou o quê? A resposta é fácil: mais comida na mesa.

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Entre 900 e 1300, graças a isso tudo, a população europeia dobrou de tamanho.

E essa explosão populacional incentivou inúmeros camponeses - a base da pirâmide - a arriscarem uma vida nova, mais livre, num lugar praticamente esquecido desde o fim do império romano: as cidades.

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Essa massa de migrantes passou a morar em cidades mercantis conhecidas como burgos - como Londres, Veneza e Paris.

Aliás, vem da França a origem dessa palavra. Os moradores desses burgos eram chamados de "bourgeois". Nós o conhecemos como "burgueses": os habitantes das cidades.

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Se os feudos sobreviviam do poder do senhor feudal, os burgos eram governados por uma classe de mercadores chamada burguesia.

A burguesia era formada essencialmente por comerciantes e artesãos.

Nem miserável, nem nobre, ela é a origem do que nós chamamos de classe média.

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Se jogar no Google, você descobrirá que esse período é conhecido como "renascimento comercial".

Conforme o comércio se desenvolvia nos burgos, os burgueses foram aumentando sua influência, desafiando o status dos senhores feudais - algo fundamental pra derrubada do feudalismo.

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É exatamente por isso que, desde o princípio, os burgueses foram difamados: em crise, aristocratas e senhores feudais saíram espalhando que eles eram gananciosos, mercenários, desrespeitosos com a tradição, incultos e até hereges.

A classe média já nasceu caluniada.

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Como os judeus eram proibidos de possuir terra ou exercer cargos públicos, inúmeros se dedicaram à atividade comercial nos burgos.

Associados a esses mitos anti-burgueses, esses judeus testemunharam a eclosão de um período fundamental pra propagação do antissemitismo na Europa.

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Quem leu O Mercador de Veneza sabe disso.

Shakespeare apresenta Shylock, um agiota judeu, de maneira extremamente negativa e estereotipada, um "cão judeu" avarento, ganancioso e sem escrúpulos.

Os judeus assumiram todo o preconceito associado à burguesia.

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Aliás, sabe onde o Mercador de Veneza foi um sucesso? Nos palcos do Terceiro Reich, dirigida pelo nazista Lothar Müthel.

Goebbels quase levou a obra pro cinema, com o ator da peça, Werner Krauss, no papel principal. Foi a derrocada do nazismo que encerrou a produção.

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Como Pinker escreve em Os Anjos Bons da Nossa Natureza, esse ódio à vida urbana mercantil está na raiz de muitos genocídios.

O mito do paraíso agrário perdido foi motor de inúmeros banhos de sangue na história.

Você conhece uma palavra muito boa pra esse sentimento: nostalgia.

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Mas apesar do mito, burgueses colaboraram positivamente de inúmeras formas pro mundo: criando instituições políticas que evoluiriam, anos depois, na democracia e nos direitos humanos; patrocinando arte e cultura; produzindo inovação tecnológica e aumentando a educação na Europa.

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Quando Marx escreveu sua teoria, já no século 19, as cidades, com suas fábricas e instituições políticas, estavam no centro do mundo. Já havia até metrô em Londres.

Para ele, a sociedade era dividida em duas classes: os burgueses, dominantes; e os proletários, dominados.

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Marx via os proletários como uma classe oprimida, explorada e ignorante, entregue a um exaustivo trabalho industrial, com pouco poder ou controle sobre a própria vida, e uma imensa dificuldade em satisfazer as suas necessidades básicas de alimentação, abrigo e vestuário.

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A palavra não foi escolhida por acaso.

Proletário tem a sua origem no latim "proletarius", o cidadão romano pobre que tinha tão poucos bens que a única contribuição para o Estado era o seu papel como pai de família - ou seja, como produtor de filhos, a sua prole.

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Mas em 2023, a visão marxista de um mundo dividido em duas classes sociais é, no mínimo, grosseiramente simplista.

As sociedades modernas possuem uma estrutura social muito mais complexa e diversificada do que no passado.

A classe média, aliás, é a maior classe social do mundo.

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Como escreveu o sueco Hans Rosling, em termos de renda, a humanidade saiu, nas últimas décadas, de um gráfico de camelo para um mundo dromedário.

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Desde o século 19 o mundo viu a emergência de:

1. novas classes sociais,
2. novos tipos de trabalho,
3. direitos trabalhistas e
4. Estado de bem-estar social.

Além de uma mudança na natureza da propriedade, com a ascensão dos serviços e das propriedades intelectual e acionária.

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É evidente que os super ricos possuem poder e influência em 2023, mas nós vivemos num planeta muito mais descentralizado do que no século 19.

A ideia de que uma classe controla o mundo de forma homogênea é tão boba que namora com a conspiração dos Illuminati e reptilianos.

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O mundo contemporâneo não é um livro escrito por uma classe poderosa especial, mas uma carroça que avança numa estrada esburacada, com interrupções e deslizes, puxada por diferentes grupos de pressão.

Mesmo um garoto pobre de Osasco pode enriquecer trabalhando no próprio quarto.

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É claro que isso não significa que basta se esforçar para enriquecer, ou que todos têm acesso à mesma oportunidade. Longe disso. Nós ainda temos imensos desafios pela frente.

Mas no passado o seu destino era decretado pelo seu sangue. Hoje é possível mudá-lo ligando uma câmera.

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Independente do que você pense sobre classes sociais, o dono de uma produtora capaz de faturar até centenas de milhares de reais por mês definitivamente não é um proletário.

Na verdade, no Brasil, com um salário acima dos R$ 28 mil, ele está no 1% mais rico, no topo da pirâmide.

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Um cínico responderia que talvez, nesse momento da vida, você não poderá deixar de trabalhar para manter seu padrão de vida.

Mas o que não falta na história é a falência de industriais, donos de jornais e veículos de tv, financistas, herdeiros e ricos de toda sorte.

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Você, Castanhari, é definitivamente um burguês: um empreendedor urbano capaz de empregar pessoas e influenciar milhões de seguidores, com acesso a bens e serviços que um industrial rico da Inglaterra vitoriana jamais sonharia.

E cá entre nós? Não há nada de errado nisso.
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... 2991535107

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

No feudalismo, as classes sociais eram fixas, como se fossem espécies distintas. O servo nascia e morria servo. O nobre nascia e morria nobre. Era a vontade de Deus.

Lutero defendia esse sistema e era a favor de se massacrarem os camponeses que se revoltavam contra os maus tratos dos príncipes.
Foi também por isso que removeu os livros da Bíblia que falavam em revoltas.

O capitalismo não faz milagres nem acaba com os preconceitos, mas permite que o dinheiro abra portas. O cara pode ter nascido na classe baixa, mas, se tiver dinheiro, vira gente fina.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


Sempre me surpreendo positivamente com o conceito dos marxistas-leninistas deste site de restringir os burgueses, inimigos dos proletários, à classe dos multibilionários donos dos meios de produção.

Pode não parecer, mas é uma evolução do que esse grupo fez no passado:

No Camboja, o Khmer Vermelho era capaz de executar pessoas consideradas burguesas apenas por usarem óculos de grau.

ONU: https://www.ohchr.org/en/press-releases ... n-cambodia

Anistia Internacional: https://www.amnesty.org/en/wp-content/u ... 1998en.pdf

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Na Ucrânia, mesmo pequenos camponeses eram perseguidos pela revolução - eles eram chamados de Pidkurkulnyk/підкуркульник (literalmente "camponeses quase ricos"). Não havia dúvida do seu status burguês.

https://holodomormuseum.org.ua/archive/ ... uvannia-2/

Na Revolução Chinesa, pequenos proprietários de terra e até vendedores ambulantes eram espancados, presos e executados, aos montes, tratados sem cerimônia como burgueses.

(Mao: A história desconhecida, Jung Chang e Jon Halliday, Companhia das Letras)

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A Revolução Cultural perseguiu até uma classe de "professores burgueses", todos assalariados (para Mao, deveriam ser tratados "como peido de cachorro"). Muitos foram espancados em público.

Nem o Global Times, veículo estatal chinês, esconde isso:
https://www.globaltimes.cn/content/819004.shtml

Durante a Revolução Cultural, a elasticidade do conceito era tamanha que um sujeito poderia ser considerado burguês só por ter um parente morando no exterior.

https://www.cambridge.org/core/books/co ... nformation

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Na Revolução Russa, pequenos comerciantes também eram perseguidos como parte da burguesia, condenados durante o Terror Vermelho de Lenin.

(Sussurros: A vida privada na Rússia de Stalin, Orlando Figes, Editora Record)

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Na Albânia, como escreve o próprio Instituto de Estudos Marxista-Leninistas do Comitê Central do Partido do Trabalhador da Albânia, numa autocrítica, mesmo pequenos comerciantes foram perseguidos pela revolução, considerados inimigos de classe.

http://www.enverhoxha.ru/Archive_of_boo ... on_eng.pdf

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Na Revolução Cubana, mesmo gays eram parte do que Fidel chamava de "decadência burguesa" - ou seja, bastava um homem sentir atração por outro homem para ser inevitavelmente burguês.

Muitos gays foram presos, executados ou sofreram tratamento de choque.

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2010 ... -anos.html

Como a história abundantemente prova, a ideia de que apenas uma pequena elite - financeira, latifundiária e industrial - é perseguida nas revoluções comunistas, tratada como burguesa, é um mito que só tuiteiros preguiçosos e propagandistas pés-de-chinelo poderiam repetir.

Os exemplos se espalham aos montes: ao longo do século vinte, líderes comunistas consideraram burgueses de agricultores familiares a pequenos comerciantes urbanos, membros, quando muito, de uma classe média esquálida.

É uma evolução poder ver tantos marxistas-leninistas tirarem o status de burgueses até mesmo de milionários brasileiros.

Muitos dos nossos marxistas-leninistas, inclusive os assalariados, teriam sido condenados, tratados como burgueses irrecuperáveis nas revoluções que defendem.
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... 8929731584

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

“China simula ataque contra Taiwan – Bloqueio naval e mísseis mostram como será a invasão chinesa”:


youtu.be/mWa4bYtqTUc

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


China ameaça invadir e anexar Taiwan.

Você sabe como começou essa história? Qual o impacto disso na sua vida? Qual o risco disso virar uma guerra mundial?

Conto aqui embaixo:

Taiwan está a 130 km da China. Mas em 1949, governada por Chiang Kai-shek, todo esse território formava uma coisa só: a República da China.

Foi quando Mao Zedong tomou o país com um golpe, derrubando os nacionalistas do poder, vencendo uma guerra civil com milhões de mortos.

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Derrotado, Kai-shek fugiu pra Taiwan e passou a governar de lá como se a República da China jamais tivesse sido derrubada.

Em Pequim, Mao deu um novo nome ao país: República Popular da China. E desde então seu partido promete, sem sucesso, conquistar o território de Taiwan.

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Esse não é um impasse pequeno.

Por muito tempo, era o governo de Taiwan quem sentava no assento do Conselho de Segurança da ONU, não o de Pequim.

A ONU só foi reconhecer o Partido Comunista no controle da China em 1971.

Desde então, Taiwan não é um país-membro da organização.

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Mas Taiwan é de fato um país que se autogoverna há mais de 70 anos.

Taiwan tem capital, governo, moeda, hino, bandeira, forças armadas, poderes independentes, 13 partidos com representantes eleitos e uma característica que irrita profundamente Pequim: identidade nacional.

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Em 1949, Taiwan e China eram territórios governados pelo mesmo partido, habitados pelo mesmo povo, com a mesma língua, a mesma cultura e os mesmos índices socioeconômicos.

Hoje, esses são países completamente diferentes.

Taiwan é uma democracia com amplos direitos humanos - o primeiro país da Ásia a permitir o casamento gay (com a primeira ministra de Estado transexual do mundo).

A internet em Taiwan é livre, assim como a imprensa, as igrejas, os sindicatos, o mercado e as organizações sociais.

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O IDH de Taiwan é superior ao da França; o da China é inferior ao da Bulgária e do Irã.

O PIB per capita de Taiwan é maior do que o da Finlândia; o da China é menor que o da Costa Rica.

Há menos pobreza em Taiwan que na Suécia; há mais pobreza na China que na Bolívia.

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Esqueça os clichês sobre comunismo e capitalismo.

A desigualdade social é maior na China que na Nigéria e na Índia.

A desigualdade social é menor em Taiwan que na Alemanha e na Suíça.

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Nas pesquisas de opinião, os taiwaneses são mais felizes e realizados que os chineses.

Não é difícil entender os motivos.

Eles dedicam menos horas ao trabalho que os chineses e ganham salários maiores. Não bastasse, são menos corruptos e têm uma expectativa de vida maior.

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Os taiwaneses também têm acesso a melhores serviços públicos de saúde e educação.

Ou seja, recapitulando: vivem mais tempo, com melhor qualidade, trabalhando menos, ganhando salários maiores, com melhor acesso a serviços de saúde e educação, e maior liberdade civil e econômica.

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Nas últimas décadas, com Taiwan se desenvolvendo num ritmo muito maior que a China, a população desse lugar, tendo amplas liberdades, passou a alimentar uma identidade própria.

Hoje, 60,8% dos taiwaneses se identificam como taiwaneses e apenas 2,7% se consideram chineses.

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E apesar disso, a China repetidas vezes ameaça invadir esse país, consideravelmente mais livre, mais desenvolvido e melhor educado, desrespeitando a autodeterminação de um povo pacífico, mesmo que isso signifique lançar o mundo inteiro numa guerra.

https://www.dw.com/pt-br/china-inicia-e ... a-65262995

Mesmo empresas e celebridades americanas não escapam dessa pressão chinesa sobre Taiwan.

Atores de Hollywood:
https://www.theguardian.com/world/2021/ ... -a-country

Filmes de Hollywood:
https://www.bloomberg.com/news/articles ... e-of-china

Companhias aéreas:
https://www.publico.pt/2018/05/23/mundo ... na-1831312

Grandes marcas:
https://asia.nikkei.com/Spotlight/The-B ... ure-Taiwan

Em 2023, não há qualquer garantia de preservação da paz entre chineses e taiwaneses. Este é um conflito com inúmeras hipóteses e mais perguntas do que respostas.

Mas há um fato indiscutível a seu respeito: há apenas um agressor e um país resistindo à ameaça imperialista.

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Se você quer entender melhor por que essa guerra seria uma catástrofe muito maior que a invasão à Ucrânia, com impactos suficientes para provocar uma depressão mundial e refundar o século 21, sugiro a leitura desta thread que publiquei no ano passado.

https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... 6625400834

Nos próximos meses você verá nessa rede social um exército de trolls e sociopatas, com bandeirinhas de países subdesenvolvidos no perfil, defendendo uma invasão militar chinesa a Taiwan, criando qualquer desculpa estapafúrdia para justificar (mais uma vez) a morte de inocentes.

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Eles criticarão a presidente de Taiwan, os EUA, a Otan, o capitalismo, Biden e até Zelensky.

Mas no fim, qualquer invasão chinesa a esse lugar - uma ameaça a 23 milhões de pessoas - seria um crime contra a humanidade. Mais um na conta deles.

E nenhuma propaganda apagaria isso.

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E não apenas os taiwaneses sofreriam.

Como Taiwan é líder global em produção de chips, uma invasão chinesa impactaria brutalmente o mercado de semicondutores, encarecendo boa parte dos produtos indispensáveis à sua vida - dos carros aos celulares.

O impacto seria monstruoso.

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Com essa importância econômica bem maior que da Ucrânia, o mundo dificilmente reagiria a uma guerra com notas de repúdio.

Pela vulnerabilidade geográfica, o Japão promoveria a primeira reação. Com um acordo militar com Taiwan, os EUA viriam na sequência.

https://www.bloomberg.com/opinion/featu ... ver-taiwan

E o Brasil? Lula provavelmente fingiria neutralidade, papagaiando sobre nossa "tradição diplomática", ao mesmo tempo em que lançaria declarações cínicas de inegável apoio à China e crítica aos EUA.

É o que ele faz hoje com a invasão russa na Ucrânia.

E seria um erro. Mais um.

Taiwan tem o que a direita democrática preza (liberdade de culto, livre mercado, livre expressão) e o que a esquerda democrática defende (direitos humanos, igualdade social, bons serviços públicos).

Sabe onde não tem nada disso? Na ditadura que o presidente brasileiro admira.

No fim, Taiwan nos revela pra que serve a política: cuidar das pessoas, sem atentar contra suas liberdades fundamentais.

Não há democrata indiferente a isso.

É por isso que uma agressão a Taiwan é bem mais que uma guerra distante: é um ataque frontal aos nossos valores.
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... jeiNYtAAAA

Re: Socialismo e Comunismo

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Huxley escreveu:
Seg, 10 Abril 2023 - 22:17 pm
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... jeiNYtAAAA

Muito boa essa thread!
:clap:

Re: Socialismo e Comunismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Taiwan é uma democracia com amplos direitos humanos - o primeiro país da Ásia a permitir o casamento gay (com a primeira ministra de Estado transexual do mundo).
Isso não é direitos humanos. É lacração. Violação de direitos humanos é o governo invadir a casa dizendo que os dois não podem viver juntos.
E o Brasil? Lula provavelmente fingiria neutralidade, papagaiando sobre nossa "tradição diplomática", ao mesmo tempo em que lançaria declarações cínicas de inegável apoio à China e crítica aos EUA.

É o que ele faz hoje com a invasão russa na Ucrânia.

E seria um erro. Mais um.
Esse Rodrigo da Silva é um baba ovo de americano. Fala como ainda estivesse em guerra fria.
Claro que Taiwan está melhor, por ser um país muito menor, banhado pelo mar e conseguiu se especializar numa indústria de alta tecnologia.

Lula não admira o governo chinês nem o cubano. O alinhamento é muito mais geopolítico do que ideológico. Devemos pensar no que é melhor para o Brasil, e nisso o pé de cana está certo.

O autor se diz defender direitos humanos, mas quando estão contra EUA/OTAN ele é a favor de guerra. O possível conflito em Taiwan e o conflito na Ucrânia são como fosse palco de uma batalha na guerra entre Ocidente e Oriente.

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Tutu escreveu:
Ter, 11 Abril 2023 - 11:15 am
Esse Rodrigo da Silva é um baba ovo de americano. Fala como ainda estivesse em guerra fria.
A guerra fria nunca terminou. E os motivos para Taiwan ter se tornado independente ainda estão de pé.
Tutu escreveu:
Ter, 11 Abril 2023 - 11:15 am
Claro que Taiwan está melhor, por ser um país muito menor, banhado pelo mar e conseguiu se especializar numa indústria de alta tecnologia.
Sem falar em que eles são livres para dizer o que pensam sem ser acusados de traidores da pátria ou coisa assim.

Basta comparar tudo o que aconteceu na China ao longo dos últimos 70 anos com a vida em Taiwan.

Os taiwaneses não querem ser invadidos por uma ditadura. Isto é motivo suficiente e encerra a questão.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Os sino-russófilos comemoram, cheios de esperanças, as discussões sobre a desdolarização do Brasil, do Mercosul, etc., porém…
Meu barbeiro estava me contando sobre o colapso do dólar…

Como China, Rússia e Brasil vão removê-lo como moeda de reserva.
(Stephen Geiger - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/Stephen_Geiger/stat ... 7644654593

Você só vai começar a se preocupar com a condição do dólar como moeda de reserva quando vir longas filas do lado de fora dos consulados do Brasil, Rússia, Irã e China cheios de jovens profissionais em busca de vistos de imigração.
(Nassim Nicholas Taleb - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/nntaleb/status/1643544871729242118

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Êxodo em massa de jornalistas do país ou da profissão… Hong Kong virou a Venezuela dos jornalistas e também quase 300 mil civis já fugiram da cidade chinesa de 7,18 milhões de habitantes desde 2020, ano da entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim. No artigo abaixo: Lei de Segurança Nacional = Lei do Ministério da Verdade…

Repressão em Hong Kong: mais de 200 jornalistas se exilaram e 2 em cada 3 deixaram a profissão

Prisões e perseguições sob a Lei de Segurança Nacional imposta pela China causaram êxodo de jornalistas

A liberdade de imprensa em Hong Kong tem sido minada desde que a repressão da China foi ampliada há cerca de dois anos, causando um êxodo de jornalistas para o exterior.

(…)
Fonte: https://mediatalks.uol.com.br/2023/04/1 ... relatorio/

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Dom, 16 Abril 2023 - 18:39 pm
Êxodo em massa de jornalistas do país ou da profissão… Hong Kong virou a Venezuela dos jornalistas e também quase 300 mil civis já fugiram da cidade chinesa de 7,18 milhões de habitantes desde 2020, ano da entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim. No artigo abaixo: Lei de Segurança Nacional = Lei do Ministério da Verdade…

Repressão em Hong Kong: mais de 200 jornalistas se exilaram e 2 em cada 3 deixaram a profissão

Prisões e perseguições sob a Lei de Segurança Nacional imposta pela China causaram êxodo de jornalistas

A liberdade de imprensa em Hong Kong tem sido minada desde que a repressão da China foi ampliada há cerca de dois anos, causando um êxodo de jornalistas para o exterior.

(…)
Fonte: https://mediatalks.uol.com.br/2023/04/1 ... relatorio/
Criticar os opressores chineses virou "falta de patriotismo".

Falar do massacre da Praça da Paz Celestial foi proibido. Tem que fingir que nunca aconteceu.

E tem gente que ainda defende que a China invada Taiwan ...

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Eu também já conversei com um cubano e ele confirmou algumas dessas coisas…
EU FUI PRÁ CUBA, e nesta mega thread apresento 150 coisas que aprendi sobre Cuba falando diretamente com cubanos. Me hospedei em casa de cubanos, conversei com eles nas ruas e trago fotos, vídeos e algumas gravações de conversas.

Quer conhecer Cuba pelos cubanos? Então venha (+)

(vídeo)
(Leonardo Lopes)

Fontes: https://twitter.com/leonardo1opes/statu ... 7236626440

https://threadreaderapp.com/thread/1652 ... 26440.html (Unroll: A ferramenta que auxilia o usuário do microblog ao converter toda a sequência de tuítes em um único documento, cujo link é enviado na conversa)

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Sáb, 29 Abril 2023 - 23:17 pm
Eu também já conversei com um cubano e ele confirmou algumas dessas coisas…
EU FUI PRÁ CUBA, e nesta mega thread apresento 150 coisas que aprendi sobre Cuba falando diretamente com cubanos. Me hospedei em casa de cubanos, conversei com eles nas ruas e trago fotos, vídeos e algumas gravações de conversas.

Quer conhecer Cuba pelos cubanos? Então venha (+)

(vídeo)
(Leonardo Lopes)

Fontes: https://twitter.com/leonardo1opes/statu ... 7236626440

https://threadreaderapp.com/thread/1652 ... 26440.html (Unroll: A ferramenta que auxilia o usuário do microblog ao converter toda a sequência de tuítes em um único documento, cujo link é enviado na conversa)
Acho que já citei isto em algum lugar: o fundador do RéV, comunista fanático, foi a Cuba e mandou de lá fotos e comentários que só comprovavam que a vida dos cubanos é uma merda, mas ele foi incapaz de perceber isto.

Lembro da foto de uma padaria (estatal, é claro). Um muquifo com péssimo aspecto que só vendia um tipo de pão.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Vocês sabiam que existem pessoas que acreditam que a República da “Legalização do Estupro Marital” da China é uma nação com gabarito moral para substituir os Estados Unidos como líder global político? Vejam o que Taiwan deixou de legalizar com a manutenção da sua independência:
Gang. O que esse mapa retrata?

Dica: este é um aspecto de “A Grande Divergência de Gênero”.

Países com mais igualdade de gênero estão em verde.

O que é exatamente?

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(…)

📕 O estupro conjugal é legal nos países em vermelho. 📕
(Alice Evans - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/_alice_evans/status ... 8954613760
https://twitter.com/_alice_evans/status ... 3083760640
Editado pela última vez por Huxley em Seg, 01 Maio 2023 - 19:49 pm, em um total de 1 vez.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


Na thread em que @leonardo1opes conta o que aprendeu com sua viagem a Cuba, muita gente o questiona sobre as razões para a pobreza cubana.

Afinal, Cuba é pobre mesmo? E se é, quem tem culpa disso? E o embargo nessa história?

Conto aqui embaixo.

Sim, Cuba é pobre.

Em 1959, ano da revolução, a economia cubana era maior que a de Taiwan. Hoje é 5 vezes menor.

Cuba era 6 vezes mais rica que Botswana, então país mais pobre do mundo. Hoje a economia de Botswana é 2 vezes maior que a cubana.

Exemplos como esses não faltam.

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Coreia do Sul, Malta, Malásia, Romênia, Montenegro, Tailândia, República Dominicana, Egito, Indonésia, Sri Lanka, Tunísia, Albânia, Paraguai, El Salvador.

Todos esses países tinham economias menores que Cuba em 1959.

Todos eles ultrapassaram Cuba desde então.

Por quê?

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É inegável que o embargo americano tem um peso nessa história.

Segundo um estudo da ONU, o embargo custou US$ 130 bilhões à economia cubana nas últimas 6 décadas.

O governo cubano fala em cifras parecidas.

https://www.reuters.com/article/us-cuba ... SKBN1IA00T

O embargo não impede o comércio de Cuba com outros países. Mas pra muita coisa, se 10% de um produto for produzido nos EUA, ele só pode ser exportado pra Cuba com uma licença dos EUA.

Por décadas, Cuba contou com o bloco soviético para driblar isso. Até a cortina de ferro ruir.

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Em 2022, dos 193 países membros da ONU, 185 condenaram o embargo. E fizeram isso pela 30ª vez.

Não há nenhuma polêmica a respeito desse assunto. A comunidade internacional é uníssona. O embargo é indefensável e injustificável.

https://apnews.com/article/middle-east- ... 10905883d8

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Mesmo ex-presidentes americanos pedem sua suspensão.

https://obamawhitehouse.archives.gov/th ... cy-changes

https://www.cartercenter.org/countries/cuba.html

Até a CIA já criticou.

https://nsarchive.gwu.edu/document/2741 ... -sanctions

Mas seria um reducionismo bobo limitar a culpa pela pobreza cubana ao embargo.

Cuba tem uma série inesgotável de problemas oriundos das decisões de seu governo e da adoção de um modelo econômico ineficiente que, mesmo sem um embargo, jamais permitiria desenvolvimento à ilha.

Quase 70% da força de trabalho cubana está no setor público. É o maior índice do continente.

O Estado tem, em Cuba, um papel indispensável na economia. E ele é grosseiramente improdutivo.

É o que diz o Banco Mundial. O governo cubano é objetivamente pior que seus pares latinos.

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Quando o Banco Mundial analisa a capacidade de um governo implementar políticas regulatórias bem desenhadas, o resultado cubano é ainda mais tenebroso, quando comparado com seus pares no Caribe.

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Quando o BTI, índice que avalia as economias em desenvolvimento, analisa a qualidade da gestão pública dos países do Caribe, Cuba (81º) também aparece bem atrás de Costa Rica (5º), República Dominicana (29º), Jamaica (30º) e Panamá (43º).

https://bti-project.org/en/index/governance

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É a mesma avaliação da Economist Intelligence Unit.

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Os problemas de governança são imensos. Alguns amadores.

Por exemplo: cubanos bem educados que poderiam contribuir pro serviço público preferem trabalhar no turismo porque as gorjetas, em dólar, valem mais que o salário baixo, em peso, pago pelo governo.

https://bti-project.org/fileadmin/api/c ... 22_CUB.pdf

Como o excesso de Estado mal regulado impõe inúmeras dificuldades à vida cotidiana, a corrupção em Cuba é generalizada, incentivando o cubano médio a acreditar que as regras no país existem para serem quebradas.

No índice da TRACE que mede a percepção de suborno na vida cotidiana de um país, Cuba aparece na posição 175, entre os últimos colocados, bem atrás dos vizinhos Costa Rica (36º), Jamaica (49º), República Dominicana (81º) e Panamá (84º).

E isso, claro, também gera improdutividade.

https://matrixbrowser.traceinternational.org/

O
@leonardo1opes
conta que os atendimentos na saúde cubana costumam ser "realizados mediante suborno".

A Transparência Internacional diz que isso ocorre porque os salários no país são tão baixos que mesmo médicos precisam destes subornos pra sobreviver.

https://knowledgehub.transparency.org/a ... viewed.pdf

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Não bastasse o embargo e os incentivos à ineficiência, os salários são baixos em Cuba também porque a maior parte do que um trabalhador cubano produz não fica com ele.

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Assim, os cubanos dependem umbilicalmente de conexões.

A vida cotidiana obriga a manutenção de relações pessoais (com turistas, funcionários públicos, etc) necessárias para garantir acesso a bens e serviços.

É a diplomacia da sobrevivência. Os cubanos chamam de "sociolismo".

Todo esse peso estatal mal desenhado, com um governo pesado e ineficiente, gera incentivos para uma letargia que consome não só as quase 2 mil empresas estatais, mas toda economia cubana.

O resultado é uma improdutividade generalizada.

Essa é a raiz da escassez de alimentos no comércio cubano.

A produção agrícola em Cuba, praticamente livre de embargo, é famosa pela baixa produtividade e as altas perdas pós-colheita.

Quando comparamos com seus vizinhos, Cuba é sempre lanterna.

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As estatais cubanas também sofrem com a ineficiência graças a incentivos mal desenhados para promover inovação e desempenho.

A ausência de concorrência em tantos setores também ajuda a tornar a economia muito pouco dinâmica.

O resultado é imobilidade mesmo onde não há embargo.

Como diz o economista cubano Carmelo Mesa-Lago, esse modelo econômico já é obsoleto, há décadas, mesmo na China e no Vietnã.

Em 2019, a participação do setor estatal no PIB foi de 27% no Vietnã e 31% na China, contra 91% em Cuba.

Cuba parou no tempo.

https://elpais.com/internacional/2023-0 ... ubano.html

Nos últimos anos, o governo cubano, admitindo a falência da economia planificada, até vem tentando realizar pequenas reformas estruturais pró-mercado, mas elas acontecem muito lentamente e são limitadas pelo próprio gigantismo do Estado cubano.

https://economia.uol.com.br/noticias/af ... presas.htm

É esse gigantismo estatal - arcaico e distópico - o motor da ineficiência e principal fonte da falência cubana.

Antes de Cuba ser pobre porque tem dificuldade de comercializar com o mundo, Cuba é pobre porque tem péssimos incentivos para a produção.

E nada disso é inédito.

A economia planificada não perdeu a Guerra Fria porque o Ocidente tinha exércitos melhores; perdeu porque seu modelo é ineficiente.

Não foi Cuba quem fracassou com ela: todos que tentaram esse modelo - mesmo a Alemanha - fracassaram, com forte rejeição da própria população.

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Quer saber como isso afetou Cuba? Leia a thread do
@leonardo1opes.

https://twitter.com/leonardo1opes/statu ... 7236626440

Cuba jamais será livre enquanto, fantasiado de libertador, o fidelismo agir como seu algoz.

Se o embargo americano é um soco no povo cubano, a economia planificada é um tiro no peito.
(Rodrigo da Silva)

Fonte: https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... 2336975875

Re: Socialismo e Comunismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Huxley escreveu:
Seg, 01 Maio 2023 - 18:56 pm
Países com mais igualdade de gênero estão em verde.
E qual é a necessidade dessa igualdade? Ninguém sabe responder, apenas está seguindo cartilha ideológica.
Os problemas de governança são imensos. Alguns amadores.

Por exemplo: cubanos bem educados que poderiam contribuir pro serviço público preferem trabalhar no turismo porque as gorjetas, em dólar, valem mais que o salário baixo, em peso, pago pelo governo.

Como o excesso de Estado mal regulado impõe inúmeras dificuldades à vida cotidiana, a corrupção em Cuba é generalizada, incentivando o cubano médio a acreditar que as regras no país existem para serem quebradas.

No índice da TRACE que mede a percepção de suborno na vida cotidiana de um país, Cuba aparece na posição 175, entre os últimos colocados, bem atrás dos vizinhos Costa Rica (36º), Jamaica (49º), República Dominicana (81º) e Panamá (84º).
Esse é o "jeitinho" cubano? É parecido com o Brasil, mas 10 vezes pior?
No Brasil, temos que usar de vez em quando desvios criativos por causa do excesso de burocracia.
Todo esse peso estatal mal desenhado, com um governo pesado e ineficiente, gera incentivos para uma letargia que consome não só as quase 2 mil empresas estatais, mas toda economia cubana.

O resultado é uma improdutividade generalizada.

Essa é a raiz da escassez de alimentos no comércio cubano.

A produção agrícola em Cuba, praticamente livre de embargo, é famosa pela baixa produtividade e as altas perdas pós-colheita.

Quando comparamos com seus vizinhos, Cuba é sempre lanterna.

As estatais cubanas também sofrem com a ineficiência graças a incentivos mal desenhados para promover inovação e desempenho.

A ausência de concorrência em tantos setores também ajuda a tornar a economia muito pouco dinâmica.

O resultado é imobilidade mesmo onde não há embargo.

Como diz o economista cubano Carmelo Mesa-Lago, esse modelo econômico já é obsoleto, há décadas, mesmo na China e no Vietnã.
Tem alguma solução? É só mudando para o capitalismo tradicional?
Quero dizer, tirar economia planificada e colocar livre mercado.

Até o momento sou crítico da burocracia e regulamentação do Estado contra a iniciativa privada em contexto capitalista. Mas não tenho conhecimento dentro de contexto socialista.
Antes de Cuba ser pobre porque tem dificuldade de comercializar com o mundo, Cuba é pobre porque tem péssimos incentivos para a produção.

A economia planificada não perdeu a Guerra Fria porque o Ocidente tinha exércitos melhores; perdeu porque seu modelo é ineficiente.

Não foi Cuba quem fracassou com ela: todos que tentaram esse modelo - mesmo a Alemanha - fracassaram, com forte rejeição da própria população.
A resposta foi demonstrada empiricamente embora as razões não sejam conhecidas.

Já vi comentários de que para que exista igualdade, é necessário uma elite (desigualdade) para forçar a igualdade. Como não é possível subir o inferior, o que fazem é suprimir o superior. A consequência disso é o fracasso na produção.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Outro fato engraçado: o PIB per capita da China atingiu seu ponto mais baixo nos últimos 300 anos sob o maoísmo. Duas vezes.

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(Phil Magness)

Fonte: https://twitter.com/PhilWMagness/status ... 8445023234
Lembrança pra os neomaoístas recreativos brasileirinhos:
Mao conseguiu o feito de produzir o mais baixo PIB per capita de 300 anos de história chinesa
Ele quis dar o Grande Salto para Frente e acabou - para o usar o termo técnico - se estabacando e caindo de bunda no chão
(Leonardo Monasterio)

Fonte: https://twitter.com/lmonasterio/status/ ... 7066035201

Re: Socialismo e Comunismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Huxley escreveu:
Qui, 18 Maio 2023 - 02:21 am
O conjunto de erros do Ocidente anula o fato, por exemplo, de que é muito mais preferível fugir de bote improvisado de Cuba para a Flórida do que usar o mesmo meio de transporte para fazer o caminho inverso?
Isso é questão de pobreza e não do sistema político ou legal.
Quem foge de Cuba está fugindo da fome e pobreza. A Flórida também é destino de muito brasileiro que nunca passou fome. É uma comparação de extremos na escala de pobreza.

Mas hoje não há pessoas fugindo da China. As chances de um chinês nos dias de hoje vir para o Brasil é a mesma de um americano/alemão vir para o Brasil.


Uma diferença grande entre Ocidente e a Sharia, é que o Ocidente pune alguns crimes com prisão e a Sharia com chibatadas. Prisão ou chibatada? Quem está certo? Ninguém, é uma diferença cultural. Cada um tem uma opinião e pode achar o outro "bárbaro".

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Tutu escreveu:
Qui, 18 Maio 2023 - 11:13 am
Huxley escreveu:
Qui, 18 Maio 2023 - 02:21 am
O conjunto de erros do Ocidente anula o fato, por exemplo, de que é muito mais preferível fugir de bote improvisado de Cuba para a Flórida do que usar o mesmo meio de transporte para fazer o caminho inverso?
Isso é questão de pobreza e não do sistema político ou legal.
Quem foge de Cuba está fugindo da fome e pobreza. A Flórida também é destino de muito brasileiro que nunca passou fome. É uma comparação de extremos na escala de pobreza.

Mas hoje não há pessoas fugindo da China. As chances de um chinês nos dias de hoje vir para o Brasil é a mesma de um americano/alemão vir para o Brasil.


Uma diferença grande entre Ocidente e a Sharia, é que o Ocidente pune alguns crimes com prisão e a Sharia com chibatadas. Prisão ou chibatada? Quem está certo? Ninguém, é uma diferença cultural. Cada um tem uma opinião e pode achar o outro "bárbaro".
Pobreza no âmbito econômico é indissociável do sistema político. Instituições políticas ruins produzem instituições econômicas e sociais ruins.

Já pus duas threads sobre a China nesta página do tópico e percebe-se que a mesma não é essa maravilha que a propaganda do partido único da China alega.

E a coisa mais bárbara das autocracias islamoteocráticas nem de longe é a pena de chibatadas para crimes que consideramos graves violações éticas. Existem coisas muito piores. Legalização de estupro conjugal, por exemplo.

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


O sistema eleitoral tem problemas do sistema winner-takes-all e gerrymandering, além de voto de papel.
Sistema eleitoral e sistema político não são sinônimos. O primeiro é só uma pequena parte do segundo. Ainda assim, o sistema político americano como um todo é incomensuravelmente mais legalista, descentralizado, multicéfalo e moderno do que o das porcarias que já vi gente aqui passar pano (China, Rússia, etc.).

Re: Socialismo e Comunismo

nuker
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Mensagem por nuker »

Che Guevara foi um bandido, um terrorista, não um libertador. Com tanta informação sobre o que regimes marxistas fizeram em vários países e povos, ainda assim tem doente mental que defende essa bosta e seu governo. Todos esses partidos que defendem marxismo ou países com ditaduras socialistas deveriam ser banidos e seus filiados nunca mais poderem se eleger para nada, ou ir pra cadeia mesmo. Idiotas falam que ele libertou Cuba de um ditador, o tal do Fulgêncio Batista, mas ele mesmo, junto com seu colega Fidel, trouxe uma outra ditadura ainda pior e duradoura. Eu vi o discurso dele na ONU e o que ele disse em nada tem de libertador.

Se você olhar pra cara do Che Guevara, vai ver de cara que ele tem pinta de terrorista.

Qualquer quer um que ainda defende marxismo é um lesado, ou porque é um inocente que acredita em uma utopia morta, ou é porque é bandido mesmo.

Tanto é que aqui no Brasil presidiário vota para partidos como PT. Porquê será?

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

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O crescimento da China nas últimas décadas foi sem dúvida um dos acontecimentos mais felizes da história da humanidade. Em uma geração, centenas de milhões de pessoas que viviam em absoluta pobreza puderam vislumbrar um presente e um futuro melhor. O tema é complexo, mas o crescimento chinês, embora desafie alguns aspectos da literatura mais consagrada, está longe de ser explicado pelos motivos pelos quais charlatões de esquerda, que apenas disseminam propaganda do regime de Pequim, acreditam.

A seguir, traduzimos um trecho do livro "How the World Became Rich", dos historiadores econômicos Mark Koyama e Jared Rubin. Ainda que seja impossível esgotar o tema em algumas poucas páginas (uma leitura mais completa pode ser encontrada nos livros de Nicholas Lardy), os autores oferecem uma visão de como o assunto é tratado por quem estuda economia e história de verdade, indo muito além dos apologistas conhecidos no Brasil.

Do livro: Como o mundo enriqueceu: as origens históricas do crescimento econômico. Capítulo: Como a China enriqueceu?

Um enigma perene na história do crescimento econômico é por que a China não se industrializou antes. Durante o auge da dinastia Song (960-1279), a China era muito mais rica do que as partes mais ricas da Europa. No entanto, em 1850, o PIB per capita chinês era um quinto do da Inglaterra (Broadberry, Guan e Li, 2018). Essa lacuna se expandiria muito ao longo do século seguinte. O que aconteceu? Por que a China não passou por uma Revolução Industrial primeiro?

Estas não são as únicas perguntas que devem ser respondidas. Nos últimos quarenta anos, a economia chinesa cresceu a uma velocidade vertiginosa. Após décadas de má administração, fome e perseguição pelo regime comunista, que produziram empobrecimento em massa, o crescimento das últimas quatro décadas tirou cerca de um bilhão de cidadãos chineses da extrema pobreza. Em 1990, 66,2% dos chineses ganhavam menos de US$ 1,90 por dia e 98,3% da população ganhava menos de US$ 5,50 por dia (Banco Mundial, 2020b). Em um país de cerca de 1,5 bilhão de pessoas, esses números são impressionantes.

A China se tornou muito mais rica nas últimas décadas. Em 2016, apenas 0,5% da população ganhava menos de US$ 1,90 por dia e 23,9% ganhava menos de US$ 5,50 por dia (Banco Mundial, 2020b). O PIB per capita aumentou de US$ 71 em 1962 (cerca de US$ 0,20 por dia) para US$ 10.262 em 2019 (ver Figura 10.6). Este é um dos grandes triunfos humanos da nossa época. Mais de um bilhão de pessoas foram retiradas da pobreza mais extrema somente na China. Ainda há trabalho a ser feito, é claro. Mas isso não deve nos fazer perder de vista o quanto isso é uma conquista. Como isso aconteceu?

Primeiro, precisamos resolver o mistério de por que a China não enriqueceu primeiro. Embora haja muitas evidências de que o auge econômico do império chinês pré-moderno ocorreu na dinastia Song, estudos recentes concentram-se na última dinastia imperial chinesa – a dinastia Qing – que governou a China de 1644 a 1912. Durante os primeiros 150 anos sob o governo Qing, a China atingiu sua maior extensão geográfica e experimentou um notável crescimento populacional. Segundo Glahn (2016, p. 322), esse “boom do século XVIII repousava sobre uma base de crescimento constante da população e da produção agrícola” e representava “a maturação da economia de mercado”.

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Pomeranz (2000) sugeriu que por volta de 1750 havia pouco para distinguir a economia da Europa da China. De acordo com esse argumento, a divergência entre a China e o Ocidente deve ser explicada em termos de fatores que se tornaram relevantes após 1750. Estudiosos subsequentes não apoiam essa afirmação, mas de fato, em muitos aspectos, a China Qing tinha instituições que pareciam favoráveis ​​ao crescimento econômico.

Consideremos a declaração de Adam Smith, de que pouco mais é necessário para o crescimento econômico “além de paz, impostos baixos e uma administração tolerável da justiça; todo o resto sendo causado pelo curso natural das coisas” (Stewart, 1793/1980, p. 322). A China do século XVIII certamente tinha os dois primeiros ingredientes para o crescimento e possivelmente também o terceiro.

Em primeiro lugar, a China era um grande estado unificado. Embora tenha sido dividida em muitas ocasiões, a longevidade chinesa como estado centralizado é de fato única (Ko e Sng, 2013; Ko, Koyama e Sng, 2018). De 1683 a 1796, a China Qing desfrutou de um longo período de paz interna. As únicas guerras foram nas fronteiras contra povos nômades. Em contraste, os estados europeus estavam frequentemente em guerra. O tamanho da China e o alto grau de centralização política também facilitaram a integração do mercado. O norte e o sul da China foram conectados pelo Grande Canal há mais de 1.000 anos. Isso conectou os mercados de grãos e outros bens. No século 18, o Grande Canal fornecia a Pequim quase um milhão de toneladas de arroz anualmente (Glahn, 2016, p. 332). Além disso, a China e partes da Europa Ocidental tinham níveis comparáveis de integração de mercado por volta de 1750 (Shiue and Keller, 2007), apesar de a integração chinesa ter declinado daí em diante (Bernhofen, Li, Eberhardt, and Morgan, 2020).

Em segundo lugar, os impostos eram baixos na China Qing. Em contraste com a Europa, que viu um aumento dramático nas extrações fiscais pelo estado entre 1500 e 1800, na China a carga tributária caiu com o tempo. Os Qing impuseram impostos mais baixos do que as dinastias chinesas anteriores, e a taxa de imposto per capita caiu ainda mais durante o século XVIII (Sng, 2014). O estado central não regulava a economia. Os comerciantes, organizados por meio de guildas, regulavam os negócios comerciais no âmbito local.

No ponto final de Smith (a importância de uma administração tolerável da justiça), a China era governada por uma grande burocracia meritocrática. Contemporâneos na Europa do século 18 e início do século 19 viam essa instituição como garantia de um governo justo e imparcial. Eles as compararam aos governos europeus, que eram formados por indivíduos nomeados por patrocínio ou pela venda de cargos. Voltaire, por exemplo, celebrou o sistema de exames como uma forma de governo imparcial e benigno (yü Têng, 1943). Na verdade, o sistema de exames chinês foi o modelo para a introdução de burocracias profissionais na Inglaterra e depois nos Estados Unidos.

No geral, o estado chinês fornecia mais bens públicos e era menos intrusivo do que os seus homólogos europeus (Wong, 1997, 2012). Certamente, pelos padrões pré-modernos, as instituições chinesas forneciam algo que se aproximava de uma administração tolerável da justiça. Com o tempo, no entanto, há evidências de aumento da corrupção (Sng, 2014).

Apesar dessas aparentes vantagens, em vez de experimentar um crescimento econômico sustentado após 1750, a China entrou em declínio. Uma série de rebeliões camponesas, culminando na Rebelião Taiping de 1850-64, deixou milhões de mortos. Derrotada pela Grã-Bretanha nas Guerras do Ópio (1839–42 e 1856–60), a China foi forçada a ceder Hong Kong e permitir que as potências coloniais ocidentais estabelecessem postos comerciais dentro do império.

Existem inúmeras causas para este colapso. Elas incluem o fracasso político das elites Qing e uma crise malthusiana provocada por uma população em rápido crescimento e recursos ecológicos limitados. Mas a causa mais importante foi a ausência de inovação sustentada. As razões para isso foram institucionais e culturais. Conforme documentado por Needham (1995), a China foi a parte tecnologicamente mais inovadora do mundo durante séculos antes de 1500. Mas esse não era mais o caso no século XVIII.

Uma razão para isso foram as instituições políticas da China. O poder do imperador era relativamente irrestrito, em contraste com a Europa Ocidental, onde as cidades tinham autonomia e os parlamentos contestavam o governo do soberano. Mais importante ainda foi a fragmentação da Europa. Embora significasse barreiras caras ao comércio e conflitos frequentes, a fragmentação garantiu que houvesse um grau considerável de competição no sistema (Scheidel, 2019). Foi essa fragmentação que permitiu que bens e pessoas se realocassem em ambientes mais favoráveis. Tais liberdades estavam ausentes na China imperial.

Além disso, embora a burocracia imperial fosse meritocrática, ela estava sujeita à discrição imperial (Brandt, Ma e Rawski, 2014, p. 74). Isso significava que os agentes burocráticos eram desincentivados a fazer seu trabalho “bem demais”. Se o fizessem, o governo central poderia reprimi-los a qualquer momento. Seria ainda mais provável que isso acontecesse se o burocrata fosse rico ou independente (Ma e Rubin, 2019). A China era governada por uma rede centralizada, hierárquica, de hub-and-spoke com o imperador no centro. Essa estrutura hub-and-spoke era uma maneira eficiente de organizar um império grande e distante, mas impedia o fluxo de informações entre diferentes nós, desencorajava a inovação e tornava todo o império vulnerável ao colapso de todo o sistema (Root, 2020).

Essas tendências centralizadoras e autocráticas foram fortalecidas nos séculos XVII e XVIII, numa época em que as instituições representativas estavam em ascensão na Europa Ocidental. Inseguros sobre sua própria legitimidade política, os governantes Qing da China passaram a governar de forma mais autocrática. Um conjunto particularmente pernicioso de políticas por eles implementadas foram as “inquisições literárias”, que reprimiam possíveis fontes de dissidência enquanto promoviam uma compreensão estreita e tradicional da história intelectual da China (Xue, 2021).

Por essas razões, o ambiente institucional e cultural Qing não era propício à inovação. Embora o sistema de exames imperiais encorajasse o investimento em capital humano, ele tendia a reproduzir o conhecimento existente. Os alunos mais brilhantes foram incentivados a seguir a educação confuciana, que tinha pouca aplicação prática em ciência ou tecnologia (Huff, 1993; Lin, 1995). Tais normas culturais podem não ter sido um problema tão grande sob a dinastia Song, que encorajava ativamente a inovação, mas se tornaram uma restrição obrigatória sob a dinastia Qing. A importância dessas normas significava que, mesmo quando o governo central tentou reformas semelhantes às Reformas Meiji – o chamado Movimento de Autofortalecimento (1860-94) – ele o fez em um contexto confuciano. A educação prática foi amplamente evitada em favor dos antigos clássicos. Isso é resumido pela famosa fórmula: “aprendizagem chinesa como base; aprendizagem ocidental para uso prático” (Wright, 1957, p. 1).

A falta de competição ou de um fórum que incentivasse a inovação acabou impedindo que algo como a Revolução Científica ou o Iluminismo ocorresse na China. Como Mokyr (2016, p. 318) coloca, apesar de ter sido altamente centralizada e compartilhar uma única língua escrita e cultura literária, “a China paradoxalmente carecia de um único mecanismo de coordenação unificadora, como um mercado competitivo no qual novas ideias eram testadas”. Assim, uma combinação de instituições políticas centralizadas e uma cultura que favorecia os clássicos confucionistas sobre o que Mokyr (2002) chama de “conhecimento útil” foram responsáveis ​​conjuntamente por sufocar a inovação chinesa nos séculos anteriores à Revolução Industrial. No entanto, falar de um fracasso chinês aqui é um equívoco. Como Mokyr (2016, p. 338) observa, “[O] que é excepcional, sem dúvida, único, é a Europa no século XVIII”.

É importante reconhecer que esses fatores não atuaram isoladamente. Eles interagiram entre si. Por exemplo, consideremos a natureza baseada em clãs das famílias chinesas. Culturas baseadas em parentesco têm certas vantagens e desvantagens sobre as culturas individualistas. Por um lado, as culturas baseadas em parentesco têm uma rede de segurança maior. O “clã” tende a fornecer esse tipo de seguro. No entanto, isso vem com o custo do desenvolvimento institucional. Na Europa Ocidental medieval, as sociedades foram forçadas a formar corporações que forneciam ajuda mútua. Estes incluíam guildas, comunas e associações comerciais. Tais instituições eram desnecessárias na China, onde o clã fornecia ajuda mútua (Greif e Tabellini, 2017). Uma lógica semelhante explica por que os bancos e as finanças surgiram pela primeira vez no Ocidente. Na ausência do clã, havia uma maior necessidade de compartilhamento de riscos interpessoais e de agrupamento de recursos. Essas necessidades eram muito menos pronunciadas na China, pois o clã mitigava esses riscos. Como resultado, havia menos necessidade de serviços bancários e financeiros (Chen, Ma e Sinclair, inédito).

A natureza baseada em clãs das famílias chinesas também desempenhou um papel importante na demografia do país. Até a política de filho único ser introduzida em 1979, a China tinha uma alta taxa de natalidade. O casamento precoce e um sistema familiar multigeracional no qual casais recém-casados ​​se mudavam para a casa paterna permitiam que as mulheres se casassem cedo e mantivessem altas as taxas de fertilidade. Grande parte da história chinesa é consistente com uma perspectiva malthusiana. As características dominantes da China eram altas taxas de natalidade, altas taxas de mortalidade e pouca mudança de longo prazo na renda per capita. Essa estrutura ajuda a explicar por que a China permaneceu pobre, apesar de sua liderança tecnológica mundial durante a maior parte do período medieval. Todos esses avanços resultaram em mais pessoas, não mais riqueza por pessoa. Por exemplo, enquanto a quantidade total de terra cultivada mais que triplicou entre 1400 e 1913, a população mais que quintuplicou de 65 a 80 milhões em 1400 para 430 milhões em 1913 (Brandt, Ma, and Rawski, 2014, p. 52).

Se as instituições, a cultura e a demografia são em parte responsáveis ​​pelo fato de a China nunca ter cumprido sua promessa tecnológica, que papel esses fatores desempenharam para explicar por que o país conseguiu crescer rapidamente nas últimas quatro décadas? É a esta importante questão que nos voltaremos a seguir. O milagre chinês é notável: quase um bilhão de pessoas foram tiradas da pobreza extrema durante o período de nossas vidas. Como isso aconteceu? Os fatores destacados neste livro lançam alguma luz sobre a ascensão da China?

A China permaneceu uma autocracia, apesar das vicissitudes que experimentou após sua derrota nas Guerras do Ópio e a queda da dinastia Qing. O período republicano (1912-1949) viu os primeiros esforços locais sustentados na construção do Estado e na industrialização. Entre 1912 e 1936, a produção industrial chinesa cresceu a um ritmo mais rápido do que o Japão, a Índia ou a Rússia/URSS (Brandt, Ma e Rawski, 2017, p. 198). Uma conquista do período comunista (1949-) foi construir sobre isso e construir com sucesso um estado centralizado moderno. Mas isso teve um tremendo custo humano. O período comunista viu a coletivização forçada da agricultura e uma série de planos quinquenais que culminaram no desastroso Grande Salto Adiante (1958-62). A fome resultante foi a consequência direta das políticas comunistas.

O que aconteceu a seguir ilustra um dos custos de sair de uma economia de mercado. Em uma economia de mercado, o ritmo da industrialização era limitado pela produtividade da agricultura. Se muitos trabalhadores fossem atraídos para as cidades para trabalhar nas fábricas, a demanda por alimentos aumentaria e os grãos dos campos não seriam colhidos. A tesoura da oferta e da demanda faria os preços subirem, desacelerando o ritmo da industrialização.

Mao e seus assessores acreditavam que poderiam acelerar esse processo contornando o mecanismo de mercado. Especificamente, eles achavam que os camponeses estavam cultivando pequenos lotes de terra de forma ineficiente ou não usando os fertilizantes mais recentes. Eles também suspeitavam que os camponeses estavam acumulando grãos na esperança de lucro. A coletivização era, portanto, vista como um meio de aumentar consideravelmente a produção e tornar o excedente de alimentos resultante legível ao Estado, que poderia facilmente coletá-lo e transportá-lo para alimentar a população urbana. O Grande Salto Adiante foi, portanto, uma tentativa equivocada de impulsionar a industrialização.

Independentemente da culpa pessoal de Mao, foi o sistema político mais amplo, caracterizado pela falta de freios e contrapesos, que foi crucial para ampliar a escala da tragédia. No centro da fome, estavam as estimativas excessivamente otimistas da produção de grãos. Isso ocorreu em grande parte devido ao fato de os burocratas locais terem um incentivo sistemático para inflar as estimativas. Além disso, as aquisições altamente inflexíveis e a relutância das elites políticas em reconhecer o problema levaram ao desastre. Quadros locais usaram violência extrema para impor suas cotas. Camponeses acusados ​​de esconder comida ou de fugir eram espancados e às vezes mortos. A coletivização viu a produtividade despencar à medida que o conhecimento tácito que os camponeses tinham de seus solos locais foi perdido quando eles foram conduzidos para fazendas coletivas. Na verdade, a fome era mais severa em áreas onde a produtividade agrícola era maior (Meng, Qian e Yared, 2015). Enquanto isso, notícias de fome em massa foram encobertas. Os números que morreram durante a Grande Fome são debatidos. As estimativas plausíveis variam entre cerca de 15 e 45 milhões (Ó Gráda, 2015, pp. 130–73). Mesmo com as estimativas mais conservadoras de 20 a 30 milhões de mortos, essa fome provocada pelo homem está entre os episódios mais destrutivos da história humana.

Uma lição importante deste livro ("How the World Became Rich") é que as instituições políticas são uma das principais razões pelas quais as políticas economicamente benéficas são muitas vezes ignoradas enquanto as políticas economicamente destrutivas são perseguidas. O fato de a China ser governada por um estado autocrático e altamente centralizado tornou esses desastres políticos não apenas possíveis, mas também prováveis. Os desastres do Grande Salto Adiante e da Grande Fome foram seguidos pela Revolução Cultural, durante a qual (de acordo com estimativas conservadoras) 750.000 a 1.500.000 pessoas morreram. Embora o Partido Comunista Chinês tenha conseguido unificar o país e investir em educação básica e saúde, o resultado do Grande Salto Adiante e da Grande Fome foi que, na década de 1970, a China era um dos lugares mais pobres do mundo. No entanto, a natureza autocrática e altamente centralizada do governo comunista também permitiu ao país reverter o curso com sucesso sob Deng Xiaoping, o líder chinês que iniciou reformas orientadas para o mercado em 1979.

Destacamos neste livro a importância das restrições ao poder executivo na promoção do crescimento. No caso dos Tigres do Leste Asiático, as restrições não faziam parte formalmente do sistema político. Os Tigres se beneficiaram por serem pequenos. Isso significava que a iniciativa privada era capaz de restringir as tendências autocráticas do governo. Mas este não foi o caso da China. O governo central chinês permaneceu extremamente poderoso em relação a outras organizações e pessoas importantes. No entanto, a China ainda modernizou sua economia e escapou da pobreza. As características que destacamos neste livro podem explicar esse feito?

Assim como o Japão e os Tigres do Leste Asiático, a China não precisou reinventar a roda da industrialização ou da economia moderna. Poderia tomar emprestado insumos industriais e know-how gerencial do exterior por meio da abertura ao investimento estrangeiro direto. Um tremendo potencial econômico subutilizado já existia há décadas antes das reformas do final da década de 1970. Com mais de um bilhão de pessoas definhando na agricultura de subsistência, a China era uma fonte óbvia de mão de obra de baixa remuneração. Mas uma grande força de trabalho não era o único ou o fator mais importante no crescimento chinês. Afinal, essa força de trabalho existia antes da década de 1980, e o trabalho excedente sempre foi uma característica das economias em desenvolvimento.

As reformas econômicas da China podem ser divididas em dois períodos: reformas iniciais entre 1978 e 1995 e reformas pós-1995 (Brandt, Ma e Rawski, 2017). O primeiro conjunto de reformas desmantelou muitos aspectos da economia de comando. A agricultura havia sido gravemente prejudicada pela coletivização e pela tentativa equivocada de industrializar as áreas rurais. No final dos anos 1970, essas políticas começaram a ser revertidas. Entre as primeiras reformas estava o renascimento da agricultura familiar. A produção de grãos aumentou em quase um terço entre 1978 e 1984 (Brandt, Ma e Rawski, 2014, p. 96). É importante ressaltar que esses aumentos na produtividade agrícola liberaram centenas de milhões de trabalhadores para o trabalho industrial.

As reformas pós-1995 envolveram privatizações generalizadas. A participação do estado na produção industrial caiu de quase 50% em 1995 para 24% em 2008. Houve também uma expansão na proteção legal para a iniciativa privada. Não havia estado de direito na China pré-reforma. Como uma economia de mercado foi introduzida, um sistema legal correspondente teve que ser desenvolvido. Um desenvolvimento importante foi a adoção de elementos do direito civil alemão, como o direito de cidadãos particulares processarem o governo (Fukuyama, 2014, p. 364). Apesar da oposição comunista aos direitos de propriedade privada, as reformas foram capazes de criar “um conjunto de direitos usufrutuários (de uso) que podem ser comprados, vendidos, hipotecados ou transferidos, dos quais o Estado, no entanto, retém a propriedade formal. Assim, no florescente mercado imobiliário da China, ninguém é tecnicamente 'dono' de um apartamento ou casa. Um cidadão possui o equivalente a um arrendamento cujo prazo se estende por até setenta anos, que é adquirido em troca de taxas de uso da terra.” (Fukuyama, 2014, p. 366).

A China não adotou instituições ocidentais no atacado. Em vez disso, movimentos relativamente menores em direção a um maior estado de direito foram suficientes para induzir uma transformação radical de sua economia e sociedade.

Assim como em outras economias do Leste Asiático, outro aspecto da ascensão da China foi sua maior abertura ao comércio global. O estabelecimento de zonas econômicas incentivou o investimento estrangeiro direto no país. Dado o quão longe a China estava da fronteira econômica mundial e o quão baixos eram seus salários, havia enormes oportunidades para recuperar o crescimento. Uma vez que a China voltou à economia global, sua taxa de comércio exterior em relação ao PIB aumentou de 9,7% para 31,9% entre 1978 e 1993 (Brandt, Ma e Rawski, 2014, p. 98). O investimento estrangeiro afluiu e as empresas estatais tornaram-se mais eficientes. O crescimento acelerou nas décadas de 1990 e 2000, impulsionado por reformas que reestruturaram o inchado setor público. O crescimento chinês desacelerou desde o início dos anos 2000 (quando o crescimento era de cerca de 10% ao ano; agora está em torno de 6 a 7%), mas é exatamente isso que um modelo de recuperação do crescimento poderia prever.

Isso é o que aconteceu. Mas como isso aconteceu? Como ocorreu um crescimento tão rápido sob um governo autocrático? Duas características da história da China são importantes para a compreensão de seu crescimento moderno. A primeira é institucional. Embora o imperador chinês tenha enfrentado historicamente poucas restrições, uma diferença entre a maneira como os chineses e os europeus legitimavam o governo político era que, para os chineses, um bom governo significava um governo legítimo. Um bom imperador chinês era visto como tendo o “Mandato do Céu”. Se fosse derrubado ou respondesse mal a uma crise, era sinal de que não tinha o Mandato.

Este princípio continua a exercer influência para legitimar o regime comunista hoje, mesmo que de forma diferente. Após a morte de Mao em 1976, cuja legitimidade estava ligada ao seu papel como pai fundador da República Popular da China, a liderança chinesa enfrentou um déficit de legitimidade. Não apenas nenhum dos potenciais sucessores de Mao tinha uma história pessoal como a dele, mas também havia uma turbulência interna sobre quem iria liderar. Dado esse déficit de legitimidade, Deng Xiaoping, que liderou a China de 1978 a 1989, voltou-se para “bom governo significa governo legítimo”. Isso ajudou a resolver muitos dos problemas associados à governança irrestrita. Mesmo que o Estado pudesse ter infringido os direitos de seus cidadãos a qualquer momento – e certamente o fez, e continua até hoje, especialmente suas minorias étnicas e religiosas – fazê-lo de uma forma que teria prejudicado o crescimento econômico também teria prejudicado a legitimidade do Partido Comunista no poder. Como a China permaneceu altamente centralizada e autocrática, há sempre a possibilidade de reversão das atuais políticas econômicas. E, de fato, sob a presidência de Xi Jinping desde 2013, houve um fortalecimento da autocracia e um afastamento do mercado. A China não escapou do “problema do mau imperador”.

Outra característica histórica que contribuiu para o crescimento da China tem a ver com sua cultura. Como o Japão e outros países do Leste Asiático, a alfabetização era relativamente alta na China pré-moderna. Este foi um produto de uma cultura que via a educação como um meio de ascensão econômica e social. Embora historicamente a educação tenha sido confinada aos clássicos confucionistas, esse tipo de educação tornou-se menos importante após o desmantelamento da velha burocracia chinesa em 1905. Mas a ênfase na educação permaneceu, especialmente naqueles lugares onde ela era importante no passado. Na verdade, os lugares que produziram mais burocratas de alto escalão no período imperial ainda têm níveis muito mais elevados de escolaridade hoje (Chen, Kung e Ma, 2020).

Esta seção abordou vários aspectos da história chinesa e sua ascensão recente. No entanto, ela revela tanto o potencial quanto os limites de usar as lições da história para entender por que as partes pobres do mundo podem se tornar ricas. A China tornou-se relativamente rica sem ter muitos dos atributos da Inglaterra do século XVIII ou dos Estados Unidos do século XIX. Acima de tudo, teve poucas restrições à governança. No entanto, essas histórias nos apontam o que pode ser importante para o crescimento econômico ocorrer. As instituições são de importância crítica. Mas também somos limitados em nosso conhecimento sobre quais instituições importam. Quando a China abandonou o comando e o controle na economia, também desafiou o consenso político da década de 1990 (conhecido como Consenso de Washington), que enfatizava a privatização e a desregulamentação (Weber, 2021).

Ainda assim, o crescimento econômico na China foi mais rápido que naqueles países que adotaram o que era percebido como as melhores políticas.

As reformas institucionais apropriadas sempre serão dependentes do contexto e politicamente constrangidas. Esta é uma das principais conclusões deste livro. O que funcionou para tornar algumas partes do mundo ricas funcionou em um determinado contexto cultural, histórico e institucional. Podemos aprender com esse passado, mas não devemos nos apegar a ele.

Referências
Bernhofen, Daniel M., Jianan Li, Markus Eberhardt, and Stephen L. Morgan. 2020. “The Secular Decline of Market Integration during Qing China’s Golden Age.” Working Paper

Brandt, Loren, Debin Ma, and Thomas G. Rawski. 2014. “From Divergence to Convergence: Reevaluating the History behind China’s Economic Boom.” Journal of Economic Literature 52(1): 45–123

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Fukuyama, Francis. 2014. Political Order and Political Decay. New York: Farrar, Straus and Giroux.

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Xue, Melanie Meng. 2021. “Autocratic Rule and Social Capital: Evidence from Imperial China.” Mimeo.

Tradução: Sérgio Diotaiuti.
Fonte: https://neoliberais.com/2023/01/17/como ... iquecendo/

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
Mensagens: 3342
Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Socialistinhas eleitores de Lula e entusiastas de Zanin no STF estão em modo de silêncio ensurdecedor. Além do processo atual, já há histórico de condenação pelo mesmo motivo em 2016. "Violação de direito trabalhista" para o grupo que citei anteriormente é apenas quando um inimigo ou não aliado político comete tal infração:

❌Não registrou a carteira de trabalho da babá.
❌Não pagou horas extras.
❌Não permitiu folgas no fim de semana.

Foi indicado ao STF pelo... Partido dos Trabalhadores.

Bem-vindo ao país da ironia.


(NOVO 30)

Fonte: https://twitter.com/partidonovo30/statu ... 0183544853

Outras fontes (quatro primeiros resultados do Google na pesquisa que fiz):
https://www.estadao.com.br/politica/zan ... ro-da-baba
https://www.trbn.com.br/materia/I84666/ ... ro-da-baba
https://bahia.ba/politica/justica-adia- ... balhistas/
https://www.faroldabahia.com/noticia/za ... e-sabatina

Re: Socialismo e Comunismo

nuker
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Mensagem por nuker »

Se tem alguma chance do socialismo funcionar, ao menos em parte, é esse apenas sendo praticado em comunidades e isso ainda vai depender da maneira como tais comunidades colocariam isso em prática, ao invés de partidos e governos. Um estado socialista jamais vai dar certo sem depender do capitalismo. E sem liberdade social ou econômica, só resta a miséria para a maioria e a tirania estabelecida por poucos, como em certos países mundo afora. Assim sendo, ainda prefiro o capitalismo ao socialismo. Desigualdade social sempre vai existir, porque uns são melhores que outros em várias habilidades, assim como na capacidade de produzir ou empreender. Essas diferenças sempre vão existir, porque as pessoas são diferentes (não só pessoas, como grupos sociais inteiros). Tratar diferentes como iguais é um dos maiores erros dos socialistas, porque se negam a enxergar a realidade do mundo, que é que o ser humano é individualista e egoísta por natureza, por padrão. É que nem tratar todos os pacientes sem uma triagem, sem diferenciar aqueles que necessitam de atendimento mais rápido do que o outro, como alegoria. Isso dá ruim. Impor o igualitarismo não só fere a economia como a liberdade individual. Foi um dos motivos que levou a União Soviética ao fracasso.

De qualquer forma sempre vou me opor a governos autoritários que limitam a liberdade social ou econômica.

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Esses manifestantes fugiram e agora a ditadura diz que vai caçá-los pelo mundo afora.
Líder de Hong Kong pede que ativistas procurados se rendam ou 'passarão dias com medo'

Por AFP — Hong Kong 04/07/2023

O presidente-executivo de Hong Kong, John Lee, pediu a oito ativistas estrangeiros que se entregassem, nesta terça-feira, um dia depois que a polícia local ofereceu uma recompensa por sua captura. Eles são acusados de violar a lei de segurança nacional.

– A única maneira de acabar com seus destinos, como fugitivos que serão procurados por toda a vida, é se rendendo – afirmou Lee, dizendo que, se não o fizessem, "eles passariam seus dias com medo".

A medida foi criticada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, países onde residem alguns dos ativistas procurados. Em paralelo, a China se pronunciou, acusando o Reino Unido de "proteger os fugitivos" buscados por Hong Kong.

"Os políticos britânicos ofereceram abertamente proteção aos fugitivos", disse um porta-voz da embaixada chinesa na Grã-Bretanha, em um comunicado na noite de segunda-feira. "Essa é uma interferência grosseira no estado de direito de Hong Kong e nos assuntos internos chineses", acrescentou. "A China expressa forte insatisfação e se opõe fortemente a isso", concluiu.

Recompensa

A polícia de Hong Kong ofereceu, na segunda-feira, recompensas de mais de R$ 600 mil por cada um dos oito ativistas pró-democracia, que permanecem no exterior, a quem as autoridades acusam de crimes como subversão e conluio com potências estrangeiras.

Os oito fugiram de Hong Kong depois que Pequim impôs uma lei de segurança abrangente à cidade, em 2020, para reprimir a dissidência após enormes e às vezes violentos protestos pró-democracia, ocorridos em 2019.

Lee pediu ao público que ajude a polícia, observando que até mesmo "família e amigos" de ativistas podem ser informantes.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/ ... medo.ghtml

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Huxley escreveu:
Seg, 06 Março 2023 - 01:28 am

O sistema GULAG foi construído pela URSS pra punir criminosos e inimigos do povo: dissidentes, religiosos, intelectuais, trabalhadores.

Na prática era um sistema de extermínio industrial de seres humanos, uma máquina chamada por Lenin de концлагерь: o campo de concentração.
Em comparação com as prisões da Rússia Czarista ou do Sul racista dos EUA (ou até com os campos de concentração do imperialismo na África e Ásia), o Gulag tinha condições gerais muito melhores!

https://www.diarioliberdade.org/opiniom ... -mito.html

Re: Socialismo e Comunismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Vitor Moura escreveu:
Sáb, 08 Julho 2023 - 09:24 am
Huxley escreveu:
Seg, 06 Março 2023 - 01:28 am

O sistema GULAG foi construído pela URSS pra punir criminosos e inimigos do povo: dissidentes, religiosos, intelectuais, trabalhadores.

Na prática era um sistema de extermínio industrial de seres humanos, uma máquina chamada por Lenin de концлагерь: o campo de concentração.
Em comparação com as prisões da Rússia Czarista ou do Sul racista dos EUA (ou até com os campos de concentração do imperialismo na África e Ásia), o Gulag tinha condições gerais muito melhores!

https://www.diarioliberdade.org/opiniom ... -mito.html
"As prisões da época do ditador sanguinário gulaguista Stalin eram muito menos ruins comparadas às piores de sua época nos EUA".

Assinado: colaborador de ditador sanguinário gulaguista.

Re: Socialismo e Comunismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Vitor Moura escreveu:
Sáb, 08 Julho 2023 - 09:24 am
Huxley escreveu:
Seg, 06 Março 2023 - 01:28 am

O sistema GULAG foi construído pela URSS pra punir criminosos e inimigos do povo: dissidentes, religiosos, intelectuais, trabalhadores.

Na prática era um sistema de extermínio industrial de seres humanos, uma máquina chamada por Lenin de концлагерь: o campo de concentração.
Em comparação com as prisões da Rússia Czarista ou do Sul racista dos EUA (ou até com os campos de concentração do imperialismo na África e Ásia), o Gulag tinha condições gerais muito melhores!

https://www.diarioliberdade.org/opiniom ... -mito.html
O que acontecia no sul dos EUA não tem relação com capitalismo x socialismo, comunismo, e sim com racismo. Pode pôr culpa no nacionalismo étnico norte-americano, associação de religião com conceitos pseudocientíficos sobre etnia, etc.

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Agnoscetico escreveu:
Sáb, 08 Julho 2023 - 15:26 pm
O que acontecia no sul dos EUA não tem relação com capitalismo x socialismo, comunismo, e sim com racismo. Pode pôr culpa no nacionalismo étnico norte-americano, associação de religião com conceitos pseudocientíficos sobre etnia, etc.
Racismo e capitalismo estão umbilicalmente ligados. Inclusive as prisões dos EUA possuem trabalho escravo. Óbvio, com maioria negra.

https://www.brasildefato.com.br/2018/08 ... o-moderna/

Re: Socialismo e Comunismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Vitor Moura escreveu:
Seg, 10 Julho 2023 - 08:30 am
Agnoscetico escreveu:
Sáb, 08 Julho 2023 - 15:26 pm
O que acontecia no sul dos EUA não tem relação com capitalismo x socialismo, comunismo, e sim com racismo. Pode pôr culpa no nacionalismo étnico norte-americano, associação de religião com conceitos pseudocientíficos sobre etnia, etc.
Racismo e capitalismo estão umbilicalmente ligados. Inclusive as prisões dos EUA possuem trabalho escravo. Óbvio, com maioria negra.

https://www.brasildefato.com.br/2018/08 ... o-moderna/
Falácia.

1) Então um pessoas negras, por exemplo, que tem negócios capitalistas (de pequeno, médio e grande porte) seriam racistas contra si próprias?
2) Tu não usa nada que seja produzido por fabricante capitalista? Não usa veículos (automóveis, motos, etc), computadores, mobiles, produzidos por fabricantes capitalistas? Se usa, ta apoiando 'racismo' capitalista!
3) Acha que se alguém denomina não-capitalista ou socialista / comunista não é passível de ser racista? Conheço casos de racismo por socialistas / comunistas.

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 00:10 am
Vitor Moura escreveu:
Seg, 10 Julho 2023 - 08:30 am
Agnoscetico escreveu:
Sáb, 08 Julho 2023 - 15:26 pm
O que acontecia no sul dos EUA não tem relação com capitalismo x socialismo, comunismo, e sim com racismo. Pode pôr culpa no nacionalismo étnico norte-americano, associação de religião com conceitos pseudocientíficos sobre etnia, etc.
Racismo e capitalismo estão umbilicalmente ligados. Inclusive as prisões dos EUA possuem trabalho escravo. Óbvio, com maioria negra.

https://www.brasildefato.com.br/2018/08 ... o-moderna/
Falácia.
1) Então um pessoas negras, por exemplo, que tem negócios capitalistas (de pequeno, médio e grande porte) seriam racistas contra si próprias?
Sim, perfeitamente. Um dos maiores escravocrata do Brasil era negro:

https://ensinarhistoria.com.br/um-barao ... o-imperio/

Da mesma forma como tem um monte de gay que persegue gay, e existe até judeu nazista.
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 00:10 am
2) Tu não usa nada que seja produzido por fabricante capitalista? Não usa veículos (automóveis, motos, etc), computadores, mobiles, produzidos por fabricantes capitalistas? Se usa, ta apoiando 'racismo' capitalista!
Isso sim é falácia sua!


youtu.be/JM47uIPCyLw
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 00:10 am
3) Acha que se alguém denomina não-capitalista ou socialista / comunista não é passível de ser racista? Conheço casos de racismo por socialistas / comunistas.
Quantos "George Floyds" você conhece em países socialistas?

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Vitor Moura escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 09:44 am
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 00:10 am
Falácia.
1) Então um pessoas negras, por exemplo, que tem negócios capitalistas (de pequeno, médio e grande porte) seriam racistas contra si próprias?
Sim, perfeitamente. Um dos maiores escravocrata do Brasil era negro:

https://ensinarhistoria.com.br/um-barao ... o-imperio/

Da mesma forma como tem um monte de gay que persegue gay, e existe até judeu nazista.
Esses casos são reais, mas são as exceções e não a regra.
Não servem como argumento.

Re: Socialismo e Comunismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Vitor Moura escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 09:44 am
Sim, perfeitamente. Um dos maiores escravocrata do Brasil era negro:

https://ensinarhistoria.com.br/um-barao ... o-imperio/

Da mesma forma como tem um monte de gay que persegue gay, e existe até judeu nazista.
Quantos "George Floyds" você conhece em países socialistas?
Já que é pra fazer perguntas que não indicam correlação:
Quantos negros como George Floyds havia na URSS, qtos há na Coréia do Norte?
Sabia que racismo na China?
E Che Guevara, denunciado atpe por ex-companheiro dele como sendo racista?
Socialismo e comunismo é bloqueio e vacina contra racismo?
Vi um vídeo com gravação de câmera que tava na roupa de um dos policiais que filmava a ação sobre o caso do George Floyd, e o policial foi acusado de homicídio culposo por ficar fazendo pressão num cara choroso que podia ta botando banca, resistindo, dizendo que era claustrofóbico; mas que tinha passado nota falsa. Pode ser que tenham passado nos limites com pressão sobre ele, mas não seria o mártir santinho que a militância esuerda quer pintar.
Nessa hora é preciso ser cético, pois qualquer coisa qua acontece com um cara negro (sendo justa causa ou não) podem usar pra tentar desculpa pra fazer saques, agressões contra quem não tem haver com caso.


Vídeos degradantes de crianças africanas viram entretenimento na China


youtu.be/41sBSAYAR48


Câmera de policial mostra George Floyd implorando antes de ser morto


youtu.be/pRoHCXaRtso

Isso sim é falácia sua!
Aponte a falácia! Se se usa de bens (veículos, computadores, serviços) produzidos por empresas capitalistas então tu é um capitalista-racista (segundo tu mesmo determinou) terceirizado - a cada compra tu financiaria o racismo.

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm
Vitor Moura escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 09:44 am
Sim, perfeitamente. Um dos maiores escravocrata do Brasil era negro:

https://ensinarhistoria.com.br/um-barao ... o-imperio/

Da mesma forma como tem um monte de gay que persegue gay, e existe até judeu nazista.
Quantos "George Floyds" você conhece em países socialistas?
Já que é pra fazer perguntas que não indicam correlação:
Quantos negros como George Floyds havia na URSS, qtos há na Coréia do Norte?
Após sua visita à União Soviética em 1978, o pugilista norte-americano Muhammad Ali, comentou suas impressões sobre o país:

"Eu não vi um único mendigo nas ruas da União Soviética. Jamais me senti tão seguro, sem nenhum risco de ser roubado. Me disseram que não havia liberdade de religião na União Soviética, mas na verdade muçulmanos, cristãos e judeus rezam livremente.

Eu acredito que as relações entre nossos povos são ruins por causa da propaganda mentirosa. (...) Eu corria pela manhã em lugares desconhecidos onde as pessoas nunca tinham visto um negro. Eu passei correndo em meio a duas senhoras russas que estavam indo para o trabalho. Elas não olharam em volta nem perguntaram o que eu estava fazendo.

Eu não posso correr de manhã em alguns bairros brancos dos Estados Unidos. Se eles me virem correndo, vão me perguntar quem eu pretendo roubar. Eu adoro notar essas coisas. Na União Soviética, eu corria até de noite, passava pelos russos e eles nem sequer olhavam, não se perguntavam por que havia um homem negro ali correndo."
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm
Sabia que racismo na China?
Sabia. E o governo chinês luta com unhas e dentes para eliminá-lo. Ainda assim, não há nenhum caso de morte de negro por racismo na China.
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm
E Che Guevara, denunciado atpe por ex-companheiro dele como sendo racista?

youtu.be/8T65D_fRt54
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm
Socialismo e comunismo é bloqueio e vacina contra racismo?
Contra as formas mais graves de racismo certamente!
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm
Vi um vídeo com gravação de câmera que tava na roupa de um dos policiais que filmava a ação sobre o caso do George Floyd, e o policial foi acusado de homicídio culposo por ficar fazendo pressão num cara choroso que podia ta botando banca, resistindo, dizendo que era claustrofóbico; mas que tinha passado nota falsa. Pode ser que tenham passado nos limites com pressão sobre ele,
Pode ser?! Você tem alguma dúvida que passaram dos limites????
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm
mas não seria o mártir santinho que a militância esuerda quer pintar.
E precisa ser santinho pra não merecer ser executado?!

Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 15:46 pm

Aponte a falácia! Se se usa de bens (veículos, computadores, serviços) produzidos por empresas capitalistas então tu é um capitalista-racista (segundo tu mesmo determinou) terceirizado - a cada compra tu financiaria o racismo.
Não viu o vídeo que passei?


youtu.be/JM47uIPCyLw

Está lá respondido: quem diz isso então diria para um abolicionista: "você não pode ser contra a escravidão por usar roupas feitas com algodão produzido pelo trabalho escravo!". Não é porque você está inserido no sistema que não pode ser contra o sistema. Essa é a falácia. Mais claro que isso impossível!

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Fernando Silva escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 10:01 am
Vitor Moura escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 09:44 am
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 00:10 am
Falácia.
1) Então um pessoas negras, por exemplo, que tem negócios capitalistas (de pequeno, médio e grande porte) seriam racistas contra si próprias?
Sim, perfeitamente. Um dos maiores escravocrata do Brasil era negro:

https://ensinarhistoria.com.br/um-barao ... o-imperio/

Da mesma forma como tem um monte de gay que persegue gay, e existe até judeu nazista.
Esses casos são reais, mas são as exceções e não a regra.
Não servem como argumento.
Pra provar que nem todos os cisnes são brancos, só preciso de um cisne negro.

Re: Socialismo e Comunismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Vitor Moura escreveu:
Qui, 13 Julho 2023 - 01:06 am
Fernando Silva escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 10:01 am
Vitor Moura escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 09:44 am
Agnoscetico escreveu:
Qua, 12 Julho 2023 - 00:10 am
Falácia.
1) Então um pessoas negras, por exemplo, que tem negócios capitalistas (de pequeno, médio e grande porte) seriam racistas contra si próprias?
Sim, perfeitamente. Um dos maiores escravocrata do Brasil era negro:

https://ensinarhistoria.com.br/um-barao ... o-imperio/

Da mesma forma como tem um monte de gay que persegue gay, e existe até judeu nazista.
Esses casos são reais, mas são as exceções e não a regra.
Não servem como argumento.
Pra provar que nem todos os cisnes são brancos, só preciso de um cisne negro.
Acontece que eu não disse que todos os cisnes são brancos. Disse apenas que haver alguns cisnes pretos não muda o fato de que a maioria é branca.

Re: Socialismo e Comunismo

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Fernando Silva escreveu:
Qui, 13 Julho 2023 - 10:36 am
]
Acontece que eu não disse que todos os cisnes são brancos. Disse apenas que haver alguns cisnes pretos não muda o fato de que a maioria é branca.
Então vamos ignorar todos os capitães do mato porque a maioria dos negros era de escravos? Eles são insignificantes na História por serem minoria? Vamos desprezá-los, fingir que não existiram ou que ainda existem, é isso?
Responder