Bolsa de valores

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Bolsa de valores

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Pasteur
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9 erros que prejudicam seus investimentos na bolsa de valores


Ter excesso de confiança e confiar plenamente em dicas de terceiros são alguns dos principais erros que os investidores cometem ao aplicar

SÃO PAULO – Se você gosta da emoção de investir na bolsa de valores, provavelmente está investindo errado. Aplicar o dinheiro para conseguir retorno não deve gerar ansiedade, nem frio na barriga. Ter altas expectativas e querer retornos rápidos são alguns dos maiores erros cometidos na hora de investir.

Tiago Reis, CEO da casa de análise financeira Suno Research, selecionou alguns dos principais comportamentos que devem ser evitados pelos investidores.

1. Grandes expectativas
Um dos segredos para se dar bem na hora de investir é ser realista e não se deixar seduzir pela possibilidade de ganhos rápidos. “O mercado de capitais não vai te deixar rico da noite para o dia”, alerta Reis.

2. Comportamento pró-cíclico
Apesar da bolsa ser regida por números e especulações, o comportamento do investidor é o que determina o lucro ou o prejuízo. Em momentos de pânico, enquanto todos vendem desenfreadamente, os bons investidores estão comprando. Já em momentos de euforia, enquanto os outros estão comprando, os bons investidores estão vendendo.

Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, tem como máxima “ser ganancioso quando os outros estão com medo e ter medo quando os outros estão gananciosos.”

3. Vender o lucro e segurar as perdas
Se desfazer de uma ação no primeiro sinal de lucro e manter outras que estão causando prejuízos na expectativa que elas retornem é outro erro comum. Para Reis, não é preciso ter pressa para vender posições lucrativas.

“Equivale a colher as rosas e semear as ervas daninhas em um jardim. Depois de um tempo, a paisagem não será agradável.” Do mesmo modo, se uma ação caiu após uma mudança estrutural da empresa, é recomendado que ela seja vendida.

4. Foco em apenas uma métrica
Os indicadores são importantes, mas não são os únicos instrumentos de análise. Se guiar apenas por métricas pode fazer com que você tome decisões a partir de informações incompletas.

“Investir em ações de dividendos, por exemplo, é recomendável. Mas antes você deve analisar a capacidade de pagamento da empresa”, explica Reis. Muitas empresas que pagam dividendos elevados não conseguem sustentá-los ao longo do tempo.

5. Excesso de confiança
Ter excesso de confiança pode ser um comportamento tóxico em praticamente todas as áreas da vida. Para Reis, este exagero pode fazer uma pessoa acreditar ser mais esperta ou mais capaz do que realmente é. No mundo dos investimentos, isso pode trazer grandes prejuízos.

Um investidor muito confiante acaba comprando e vendendo ações com mais rapidez e frequência que os outros. Com isso, corre o risco de não enxergar obstáculos ou contextos que influenciam no futuro de uma ação. “Movimentar muito uma carteira já é extremamente custoso, e isso por si só impacta o resultado final.”

6. Viés de confirmação
É comum que um investidor considere e avalie apenas os pontos que estão de acordo com suas ideias e opiniões e se esqueça de olhar os dados e fatores contrários. Fazendo isso, ele pode ignorar resultados que seriam ainda melhores para sua carteira.

Para ter uma visão mais plural e dinâmica do mercado, Reis recomenda considerar pontos positivos e negativos, mesmo que o investidor não se sinta confortável com todos eles.

7. Confiar plenamente em dicas de terceiros
Buscar dicas de especialistas é um comportamento comum. O problema, segundo Reis, é quando os investidores estão atrás de “coisas prontas” e deixam de fazer uma análise própria do mercado. Para o CEO, as famosas “dicas infalíveis” ou “segredos do sucesso” raramente trazem os resultados prometidos. A melhor estratégia é apostar na própria experiência, mesmo que demande maior tempo.

8. Paralisia de escolhas
O excesso de informações pode levar o investidor a uma paralisia na hora de tomar a decisão. Justamente por ter muitas opções de escolha, ele fica estático e pode acabar perdendo oportunidades. Reis recomenda que, caso o mercado tenha várias opções, o investidor mantenha o foco e separe algumas de suas escolhas preferidas, excluindo as outras, para então analisá-las e decidir quais ações comprar.

9. Não pensar como portfólio
Muitos investidores ignoram, ou esquecem-se, que sua carteira é um portfólio. Sendo assim, ela deve ser analisada com um todo, levando em conta o retorno geral, e não apenas casos isolados de cada um dos ativos.

Segundo Reis, é comum que momentos ruins pontuais desvalorizem as ações. Para ele, “deve-se evitar vender um ativo simplesmente porque ele caiu. O melhor é entender a real situação que envolve a empresa.”

https://www.infomoney.com.br/onde-inves ... e-valores/
Editado pela última vez por Pasteur em Seg, 09 Março 2020 - 10:06 am, em um total de 1 vez.

Re: Bolsa de valores

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Pasteur
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Mensagem por Pasteur »

Coronavírus ataca sem dó as bolsas pelo mundo!

Re: Bolsa de valores

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Jurubeba
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Mensagem por Jurubeba »

Esse tópico veio a calhar. Estou estudando investimentos em renda variável e, coincidentemente, assino a lista da Suno Research. Baixei os 3 livros grátis que eles disponibilizam e estou tateando nessa área.

Todos os itens elencados no texto são interessantes, mas o item 8 é o que realmente pega. É um ponto que requer confiança e experiência. Eu estou há dias sem conseguir me definir que ação comprar. Confesso que, tendo o perfil moderado e só tendo investido em renda fixa até hoje, a insegurança é grande.

Decidi que vou tentar usar a estratégia conhecida como Carteira Previdenciária, onde o investidor mira no longo prazo (acima de 15 anos) para complementar a renda futura com os dividendos auferidos das ações que acumulou. Mas não é fácil dar o pontapé inicial...

Saudações
Barão de Itararé escreveu:Se há um idiota no poder é porque os que o elegeram estão bem representados.

Re: Bolsa de valores

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Pasteur escreveu:
Qui, 05 Março 2020 - 17:35 pm
Coronavírus ataca sem dó as bolsas pelo mundo!

Ataca um sistema frágil fundamentado em papéis sobre papéis. Pilhas e pilhas de papéis, e/ou pilhas e pilhas de bits.

O sistema financeiro é um grande gerador de bits. Muitos e muitos bits.

Malharam bastante a Dilma por ela dizer que não tem jeito de estocar vento, mas, grande coisa é a atual economia mundial financeirizada : uma grande pirâmide geradora e estocadora de bits.

:)

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Jurubeba escreveu:
Qui, 05 Março 2020 - 21:57 pm
Esse tópico veio a calhar. Estou estudando investimentos em renda variável e, coincidentemente, assino a lista da Suno Research. Baixei os 3 livros grátis que eles disponibilizam e estou tateando nessa área.

Todos os itens elencados no texto são interessantes, mas o item 8 é o que realmente pega. É um ponto que requer confiança e experiência. Eu estou há dias sem conseguir me definir que ação comprar. Confesso que, tendo o perfil moderado e só tendo investido em renda fixa até hoje, a insegurança é grande.

Decidi que vou tentar usar a estratégia conhecida como Carteira Previdenciária, onde o investidor mira no longo prazo (acima de 15 anos) para complementar a renda futura com os dividendos auferidos das ações que acumulou. Mas não é fácil dar o pontapé inicial...

Saudações
Compreenda primeiramente o conceito de diversificação de ativos, para não colocar todos seus ovos na mesma cesta.

Uma carteira de ações bem diversificada geralmente engloba diversos setores diferentes.

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Investimento no mercado de ações é muito arriscado. Mais do que o cidadão médio que lê Info Money imagina.

Escutar conselhos financeiros de gente da área de finanças acadêmicas quase sempre é uma má ideia. Nos conselhos, você vê um foco no retorno, e não no risco (no que evitar). Há uma ilusão da precifição dos acontecimentos raros, metodologias do valor em risco, etc. Geralmente, sequer há menção a um protocolo eficaz de proteção aos riscos de cauda gorda. No Info Money, uns dos poucos apresentadores que se salvam dessa omissão imprudente são Richard Ryteband e Luis Fernando Roxo.

Finanças é um dos campos da “ciência social” que sofre do “problema do especialista”. Não há indícios significativos de habilidade na escolha das ações, embora não faltem conselheiros chamados de “gurus” com salários astronômicos. Como já disse Leonard Mlodinow no livro O Andar do Bêbado: “Há indícios de que o desempenho das ações é aleatório - ou tão próximo da aleatoriedade que, na ausência de informações privilegiadas e na presença de um custo para comprar e vender ou para gerenciar uma carteira de títulos, não temos como lucrar como qualquer desvio da aleatoriedade.”

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Preço do petróleo despenca mais de 20% e barril vai a US$ 35

Preços do petróleo desabam neste domingo e tem maior queda diária desde 1991

* Índices futuros americanos abriram desabando: S&P, Nasdaq e Dow Jones todos por volta de -4%.

* Índice VIX, mais conhecido como índice do medo subindo 20% e está na máxima desde 2008.

* Petróleo desabando quase 30%

Amanhã mais queda na bolsa. É possível que comece mais uma crise internacional.

Re: Bolsa de valores

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Jurubeba
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Mensagem por Jurubeba »

Segundo os testes de avaliação de perfil, eu me enquadro como moderado. Nesse perfil, a recomendação é que aproximadamente 50% dos meus investimentos devem ser alocados em RF. Estou seguindo essa regra.

A volatilidade recente da bolsa (que me fez perder uma pequena quantia) fez a minha porção conservadora enlouquecer! Isso me mostrou que eu ainda não tenho a frieza necessária pra encarar essa área.

A estratégia da Carteira Previdenciária me atraiu. Mas como o foco é o dividendo, decidi fazer umas contas pra ver qual o ganho em RF seria equivalente à uma carteira de ações montada com o mesmo valor investido. Sei que não dá pra fazer uma relação tão direta, até porque dividendos vão e vem e rentabilidade também não é constante, mas ainda não me convenci de que essa estratégia da
RV seja superior à RF.

Continuo analisando esse tema. A bolsa não está ajudando 😵

Saudações
Barão de Itararé escreveu:Se há um idiota no poder é porque os que o elegeram estão bem representados.

Re: Bolsa de valores

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Pasteur
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Mensagem por Pasteur »

Cinzu escreveu:
Dom, 08 Março 2020 - 21:35 pm
Preço do petróleo despenca mais de 20% e barril vai a US$ 35

Preços do petróleo desabam neste domingo e tem maior queda diária desde 1991

* Índices futuros americanos abriram desabando: S&P, Nasdaq e Dow Jones todos por volta de -4%.

* Índice VIX, mais conhecido como índice do medo subindo 20% e está na máxima desde 2008.

* Petróleo desabando quase 30%

Amanhã mais queda na bolsa. É possível que comece mais uma crise internacional.
Índice futuro do IBOV acordou tocando 10% de queda e foi suspenso, acho que por meia hora. Pânico total!

Jurubeba entrou na Bolsa justamente nesse período de furacões e tsunamis!

Re: Bolsa de valores

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Jurubeba escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 08:36 am

A volatilidade recente da bolsa (que me fez perder uma pequena quantia) fez a minha porção conservadora enlouquecer! Isso me mostrou que eu ainda não tenho a frieza necessária pra encarar essa área.
Com todo respeito às suas decisões sobre seus investimentos, eu digo: prepare-se para perder mais.

Eu sempre vi tudo isso aí como um enorme Cassino.
Para quem gosta de jogo, é um parque de diversões.
Com eventual remuneração para aqueles que têm sorte. Ou alguma informação privilegiada.

Boa sorte.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Bolsa é cassino para muitos porque a maioria investe como se fosse.

Mas há alguns esclarecimentos importantes a se fazer:

1. Bolsa de valores não é investimento; você não "aposta" o seu dinheiro na bolsa. A bolsa nada mais é que um meio onde você efetua operações de compra e venda de ativos, tais como moedas cambiais, commoditities, fundos de investimentos e ações de empresas. Em outras palavras, é um mercado não muito diferente do mercadão municipal onde você negocia mercadorias.

2. Quando ouvimos expressões do tipo "a bolsa está em queda ou em alta", estamos na verdade falando do índice ibovespa, que nada mais é que um índice de pontuações do mercado de ações.

3. Uma ação é uma pequena fatia de uma empresa. Então quando você compra uma ação de uma determinada empresa, você passa a ser um acionista e sócio dessa mesma empresa, detendo uma pequena fração dela. Logo, parte do lucro que a empresa gera, será destinado a você, proporcional à sua participação da empresa. Um acionista de uma empresa, ganha o mesmo tanto que os donos da empresa, proporcionalmente falando.

4. Geralmente quando as ações aumentam seus lucros, receitas e expandem seus negócios, elas se tornam maiores e, portanto, seu valor de mercado aumenta. Exatamente da mesma forma que ocorre com aquela lojinha que era pequena e de repente cresceu. Então a partir do momento que você detém uma parte do capital dessa empresa, sua ação também valoriza de acordo com o que o mercado está disposto a pagar por determinada ação. Claro que o oposto também ocorre, e a empresa pode se depreciar e até entrar em falência, fazendo com que sua ação perca valor.

5. Quando o mercado está disposto a pagar mais caro pelas ações, as cotações sobem. Caso contrário, elas caem. Caso a maior parte das ações da bolsa caiam, o índice ibovespa (índice de ações) também cai. Isso não significa necessariamente que todas empresas listadas em bolsa estão tendo prejuízo ou entrando em falência. Muitas empresas inclusive, continuam gerando lucros e crescendo mesmo nas crises. Então esse é o primeiro erro de generalizar o mercado de ações a um único índice.

6. Historicamente, as ações sempre se valorizaram mais que qualquer investimento em renda fixa, no longo prazo. Afinal, o mercado de ações é movido pelas maiores empresas do mundo, e são justamente essas empresas que movem a economia mundial. Se essas empresas não forem mais capazes de gerar lucro, então a economia colapsa e nem mesmo os investimentos em renda fixa estão protegidos.

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7. Quando você visita lojas e supermercados, é comum que encontre a mesma mercadoria sendo vendida a diferentes preços em diferentes estabelecimentos; e se voltar a visitar estes estabelecimentos em outro dia, é provável que o preço já não seja mais o mesmo. Na bolsa de valores, os ativos (mercadorias) também são negociados a diferentes preços a nada instante, a isso chama-se oscilação. Portanto, ao longo do dia, uma ação de uma determinada empresa foi comprada e vendida a diferentes preços.

8. Existem pessoas que ganham e perdem dinheiro com essas operações de compra e venda (mais conhecida como "trade"), sempre na tentativa de comprar mais barato e vender mais caro. A essas pessoas, dá-se o nome de especuladores; e geralmente são estes os que tratam a bolsa como cassino; pois na mente dessas pessoas, elas são mais inteligentes que o mercado e acham que conseguem ganhar dinheiro fácil ali. Mas a verdade é que mesmo os profissionais e mais experientes, possuem dificuldades em ganhar mais dinheiro do que perdem com trades.

9. Além dos especuladores, que tentam retornos rápidos, há também os investidores. Estes, geralmente compram ações visando serem sócios das empresas e receberem conforme o lucro das mesmas. Geralmente estes investidores visam o longo prazo e olham para empresas com potencial de crescimento. O mais conhecido exemplo desse tipo de investidor talvez seja o Warren Buffet.

10. Há empresas que atuam no mercado há décadas, sempre gerando lucros crescentes e se valorizando. Alguns exemplos de empresas internacionais listadas nas bolsas americanas e seus respectivos anos de fundação, são:

• Coca-cola — 1893
A Coca-Cola (NYSE:KO) produz aquele xarope doce e gasoso que todo mundo conhece e é consumido até pelos ursos polares! É a maior fabricante de bebidas do mundo. Seus acionistas recebem dividendos há 123 anos e eles têm sido cada vez maiores nos últimos 54 anos.

• General Mills — 1898
A General Mills (NYSE:GIS) produz alimentos para o consumo do público em geral, incluindo cereais, iogurtes, misturas para bolo e sobremesas, etc. Paga dividendos há 118 anos e vem aumentando a distribuição nos últimos 13 anos seguidos.

• Caterpillar — 1914
A Caterpillar (NYSE:CAT) é a maior fabricante mundial de equipamentos para mover terra. Também fazrica geradores elétricos e motores para a indústria do petróleo e mineração. Paga dividendos há 102 anos e tem aumentado a distribuição pelos últimos 23 anos.

• IBM — 1916
A IBM (NYSE:IBM) é uma empresa de tecnologia global que fornece serviços de rede, software e equipamentos de hardware. Paga dividendos há 100 anos e tem aumentado esse pagamento nos últimos 21 anos consecutivos.

Quanto ao mercado brasileiro, acaba não sendo tão antigo como o americano; ainda assim, temos excelentes exemplos de empresas consolidadas e que há muito tempo só aumentam suas receitas.

• Weg
A Weg está entre as maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo. Esta empresa gera muito valor para a sociedade e atua principalmente em automação industrial e eletromotores.

Veja abaixo o quanto as ações da Weg se valorizaram no período.

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• Ambev
A Ambev surgiu da fusão da Brahma com a Antártica. Produz cerveja, refrigerantes, sucos, chás e energéticos.

Provavelmente, enquanto você está lendo este artigo algum produto da Ambev esteja sendo vendido. Lembra aquela história de vender 1 milhão de balas para 1 milhão de pessoas? É por aí…

Veja o quanto as ações da Ambev se valorizaram.
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Outros exemplos que podem ser mencionados são Vale, Bradesco, Itaú, Petrobrás, e por aí vai. São empresas que passaram pela bolha da Nasdaq em 2001, pela queda do mercado imobiliário em 2008, pela crise do governo Dilma em 2015, e atualmente estão passando por essa queda ocasionadas por vários efeitos (Corona Vírus, preço do Petróleo, recessão mundial, etc). O curioso, é que essas empresas grandes e consolidadas, nunca deixaram de gerar lucro e mesmo nos períodos de dificuldades do mercado, continuaram crescendo.

Só para se ter uma noção, quem investiu R$ 1.000,00 há 20 anos atrás no Banco do Brasil, hoje teria R$ 100.000,00. Isso somente com a valorização da ação, sem nem somar os dividendos recebidos durante esse período, mas deixemos os dividendos de fora para compensar a desvalorização da moeda nesse período (inflação monetária).

*Dividendos refere-se à parte do lucro da empresa que é distribuída aos acionistas.

Quando você guarda seu dinheiro na poupança, você está emprestando seu dinheiro para o banco. O banco usa esse dinheiro para emprestar a outras pessoas e ter sua margem de lucro. A questão é: quem você acha que está ganhando mais dinheiro, você, com o rendimento do seu "empréstimo", ou o banco, com seu modelo de negócios? Pois bem, e para onde vai o lucro que o banco gera? Para os donos, obviamente. Que são os sócios e acionistas.

Com isso, espero ter esclarecido um pouco mais sobre a bolsa de valores e principalmente sobre o mercado acionário. De fato, bolsa é cassino para muitos, porque a maioria quer ganhos rápidos fazendo trades e não tem paciência em investir de forma inteligente, pensando no longo prazo. Mas quando você escolhe boas empresas com cautela, sempre diversificando seu capital, e não aportando todo seu dinheiro de uma só vez, no longo prazo inevitavelmente seu patrimônio aumenta.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Registrado em: Seg, 02 Março 2020 - 16:06 pm

Mensagem por Cinzu »

Outra observação que gostaria de acrescentar é que em outros países, é muito comum o investimento em ações. Nos EUA, mais de 50% das pessoas detém participação em ações. Ser acionista de empresas por lá é tão comum quanto guardar seu dinheiro na poupança, aqui no Brasil.
<https://www.infomoney.com.br/colunistas ... acionario/>

Ainda existe muita aversão das pessoas ao mercado acionário. Não temos nem mesmo 1 milhão de CPFs cadastrados na bolsa, isso dá menos que 0,5% da nossa população.

De 2018 para cá, com a alta do ibovespa, começou-se a noticiar mais sobre bolsa de valores e mais pessoas têm se interessado e entrado, mas é possível que essa atual queda volte a afastá-las novamente. É um investimento que requer paciência e racionalidade.

Re: Bolsa de valores

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Jurubeba
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Registrado em: Qui, 05 Março 2020 - 21:26 pm

Mensagem por Jurubeba »

Pasteur escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 09:20 am
Jurubeba entrou na Bolsa justamente nesse período de furacões e tsunamis!
Meu timing é horrível! Lamentável...
Barão de Itararé escreveu:Se há um idiota no poder é porque os que o elegeram estão bem representados.

Re: Bolsa de valores

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Gabarito
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Registrado em: Seg, 02 Março 2020 - 06:49 am

Mensagem por Gabarito »

Cinzu escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 16:13 pm
Excelente explicação, Cinzu!
:clap:

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Registrado em: Seg, 02 Março 2020 - 16:06 pm

Mensagem por Cinzu »

Gabarito escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 18:38 pm
Cinzu escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 16:13 pm
Excelente explicação, Cinzu!
:clap:
Resumindo em poucas palavras tudo o que eu disse:

Tentar ganhar dinheiro fácil na bolsa com trades (operações de compra e venda) é o equivalente a jogar num cassino. Por outro lado, é importante que a bolsa de valores também passe a ser vista como um meio de você estar se tornando acionista de boas empresas, e com isso, construir patrimônio financeiro no longo prazo.

Re: Bolsa de valores

sdelareza
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Registrado em: Qua, 04 Março 2020 - 22:13 pm

Mensagem por sdelareza »

Para os grandes investidores da Bolsa como Luiz Barsi e Warren Buffet, a situação atual é um prato cheio para eles.

Eles gostam de comprar ações baratas quando a bolsa despenca (como agora) para revendê-los bem mais caros, uma vez o mercado restabelecido.

Re: Bolsa de valores

Huxley
Mensagens: 3237
Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Jurubeba escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 08:36 am
Segundo os testes de avaliação de perfil, eu me enquadro como moderado. Nesse perfil, a recomendação é que aproximadamente 50% dos meus investimentos devem ser alocados em RF. Estou seguindo essa regra.

A volatilidade recente da bolsa (que me fez perder uma pequena quantia) fez a minha porção conservadora enlouquecer! Isso me mostrou que eu ainda não tenho a frieza necessária pra encarar essa área.

A estratégia da Carteira Previdenciária me atraiu. Mas como o foco é o dividendo, decidi fazer umas contas pra ver qual o ganho em RF seria equivalente à uma carteira de ações montada com o mesmo valor investido. Sei que não dá pra fazer uma relação tão direta, até porque dividendos vão e vem e rentabilidade também não é constante, mas ainda não me convenci de que essa estratégia da
RV seja superior à RF.

Continuo analisando esse tema. A bolsa não está ajudando 😵

Saudações
50% da carteira em renda variável não é carteira com risco moderado coisíssima alguma, exceto se você fizer um seguro contra grandes perdas (usando, por exemplo, opções).


youtu.be/_ckUU0b7Zyo
Editado pela última vez por Huxley em Seg, 09 Março 2020 - 21:18 pm, em um total de 3 vezes.

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Não existe essa coisa de mercado acionário com risco moderado ou intermediário. Não importa o quanto você diversifique sua carteira de ações, não importa até mesmo se você esteja investindo nas melhores ou maiores empresas do mundo. Tem pouca importância mostrar um histórico de longo prazo de retorno médio de ações de grandes empresas, pois o conceito de média tem pouca importância em variáveis escaláveis, como as variáveis de movimentação no mercado acionário. Só um exemplo para clarificar o que estou dizendo. De 1957 a 2007, os dez dias mais extremos do mercado financeiro representam metade dos retornos do SP500. Você sabe o que são dez dias em meio a 50 anos (ou 18.250 dias)? Isso mesmo. 1/1.825 dos dias representando metade dos retornos!!! A validade do raciocínio é simétrico para as perdas. Serão nos dias mais extremos que o mercado poderá dilacerar seu stop loss e te varrer para debaixo do tapete, não nos dias típicos. Essa é a razão pela qual não se deve fazer troça de quem investe 90% ou mais da carteira em ativos de renda fixa hiperseguros.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Ocorre que S&P 500 é somente um índice, assim como o Ibovespa.

O que eu quis mostrar é que os índices de ações valorizaram mais que outros investimentos, como aplicações em renda fixa, títulos do governo, e é claro, mais que a moeda (naquele caso o dólar) e commodities como o ouro. Porém, ninguém investe em índices. Dentro do ibovespa (vou usá-lo como exemplo ao invés do S&P para trazer a realidade brasileira) existem centenas de empresas. Empresas ruins puxam o ibovespa para baixo, e há muita empresa ruim ali no meio.

Todavia, há empresas boas, que como mencionei, continuam gerando lucro e aumentando suas receitas mesmo em momentos de crise, quando os índices despencam.

Existe empresa blindada e que nunca vai falir? É óbvio que não. Mas as chances de uma empresa como a Weg falir — que produz tecnologia de ponta, expande cada vez mais seus negócios, praticamente não tem histórico de prejuízos, tem uma gestão boa, lucros são crescentes, inova seus produtos, etc — falir, é muito menor que uma Oi por exemplo, que passa por recuperação judicial.

Além do mais, se o investimento em empresas não traz retornos positivos no longo prazo, então nada mais traz. Afinal de contas, como é possível que o camarada com dinheiro na poupança, emprestando para o banco, esteja ganhando mais dinheiro que o dono do banco?

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

sdelareza escreveu:
Seg, 09 Março 2020 - 20:42 pm
Para os grandes investidores da Bolsa como Luiz Barsi e Warren Buffet, a situação atual é um prato cheio para eles.

Eles gostam de comprar ações baratas quando a bolsa despenca (como agora) para revendê-los bem mais caros, uma vez o mercado restabelecido.
Exatamente.

Quem investe em empresas e não em bolsa, não fica triste com essas quedas, pelo contrário, as vê como uma oportunidade. Historicamente, todas as quedas que tiveram, o mercado se recuperou em poucos meses. Quem permaneceu com suas ações durante esse tempo e não vendeu, e ainda aproveitou para comprar mais, fez é a festa.
Esse foi o comportamento do IBOV em alguns dos principais "flash crashes" que tivemos:

✔Ataque às Torres Gêmeas - Setembro de 2001
- Queda de -27,9% em 11 dias
- Recuperação de 52% em 82 dias
- Saldo final: +9,6%

✔Crise de 2008
- Queda de -45,12% em 31 dias
- Recuperação de 76% em 150 dias
- Saldo final: -3,4%

✔Delação de Joesley Batista - Maio de 2017
- Queda de -12,17% em 2 dias
- Recuperação de 26% em 86 dias
- Saldo final: +10,6%

✔Greve do Caminhoneiros - Maio de 2018
- Queda de -20,24% em 25 dias
- Recuperação de 40% em 165 dias
- Saldo final: +11,6%
Os lucros das empresas não dependem da cotação. Eu, como investidor de longo prazo, prefiro que as cotações caiam justamente para que eu possa comprar mais. Assim, terei maior retorno com os dividendos pagos pelas empresas.

A valorização é só um bônus.

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Ter, 10 Março 2020 - 00:48 am
Ocorre que S&P 500 é somente um índice, assim como o Ibovespa.

O que eu quis mostrar é que os índices de ações valorizaram mais que outros investimentos, como aplicações em renda fixa, títulos do governo, e é claro, mais que a moeda (naquele caso o dólar) e commodities como o ouro. Porém, ninguém investe em índices. Dentro do ibovespa (vou usá-lo como exemplo ao invés do S&P para trazer a realidade brasileira) existem centenas de empresas. Empresas ruins puxam o ibovespa para baixo, e há muita empresa ruim ali no meio.

Todavia, há empresas boas, que como mencionei, continuam gerando lucro e aumentando suas receitas mesmo em momentos de crise, quando os índices despencam.

Existe empresa blindada e que nunca vai falir? É óbvio que não. Mas as chances de uma empresa como a Weg falir — que produz tecnologia de ponta, expande cada vez mais seus negócios, praticamente não tem histórico de prejuízos, tem uma gestão boa, lucros são crescentes, inova seus produtos, etc — falir, é muito menor que uma Oi por exemplo, que passa por recuperação judicial.

Além do mais, se o investimento em empresas não traz retornos positivos no longo prazo, então nada mais traz. Afinal de contas, como é possível que o camarada com dinheiro na poupança, emprestando para o banco, esteja ganhando mais dinheiro que o dono do banco?
Não é uma questão de ações terem retorno positivo a longo prazo ou não. O problema é a volatidade, que é imensamente maior do que nos ativos hiperseguros (ou ativos voláteis que são cobertos por seguros contra grandes perdas). Roleta russa com prêmio de 1 milhão de reais também retorno médio positivo esperado, mais especificamente de 833.333,33 reais. O retorno médio esperado no mercado acionário é apresentado como se a trajetória não importasse, mas ela importa sim, pois a ruína tira você do jogo. O risco de ruína no mercado acionário é baixo quando se considera apenas uma exposição, mas em cenário de exposições repetidas muitas vezes, o risco é grave e considerável. Uma vez que se chega na ruína uma vez, é preciso ter retornos absurdos para recuperar o que foi perdido.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Registrado em: Seg, 02 Março 2020 - 16:06 pm

Mensagem por Cinzu »

Isso acontece porque você está olhando para o mercado acionário de uma forma generalizada, por meio dos índices. Mas como eu disse, os índices são compostos por centenas de empresas.

Quando olhamos individualmente para as empresas, percebemos que as oscilações são comuns somente no curto prazo, mas no longo prazo, as cotações seguem a tendência do caixa da empresa. Em outras palavras, se a empresa aumenta as receitas, gera lucro e cresce, inevitavelmente a cotação das ações dessa empresa vão também subir, independente das oscilações de curto prazo. E se a empresa tem prejuízo e não consegue controlar suas dívidas, as cotações vão cair. Essa é a filosofia do Value Investing, usada pelos maiores investidores do mundo.

Imagem

No gráfico acima, percebemos que praticamente todos os investidores que conseguiram retornos acima do mercado consistentemente durante longos anos são os que investiram com estratégias de longo prazo. A única exceção dentre aqueles pontos ali é o George Soros, que se deu bem especulando, mas trata-se na verdade de um ponto fora da curva.

Então essa é a ideia que tenho do mercado financeiro; encará-lo como uma forma de ser acionista de boas empresas e que gerem valor.

Mas seu raciocínio está completamente certo para os especuladores que tentam bater o mercado nas oscilações de curto prazo. Estes, realmente estão apostando na aleatoriedade.

Re: Bolsa de valores

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Jurubeba
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Registrado em: Qui, 05 Março 2020 - 21:26 pm

Mensagem por Jurubeba »

Hoje cedo, antes da abertura da bolsa, recebi um vídeo do Barsi dizendo, dentre outras coisas, que ele estava comprando tudo o que podia (e que estava dentro de sua estratégia, é claro). O vídeo era de ontem.

Criei coragem e antes mesmo da bolsa abrir eu cadastrei 4 ordens para comprar lotes padrão de BBAS3, PETR4, CCRO3 e GOAU4. A bolsa abriu e os valores de compra que cadastrei ficaram muito abaixo. Fiquei com a sensação de que havia deixado a oportunidade passar.

Me enchi de mais coragem ainda e cadastrei ordens com valores mais altos. Decidi contar com a sorte. No meio da manhã houve uma queda momentânea e consegui comprar GOAU4, BBAS3 e PETR4. Fiquei feliz como pinto no lixo.

Mas, como eu não cancelei as ordens com preço mais baixo, a bolsa continuou em queda e acabei comprando um segundo lote de GOAU4 e BBAS3! Só não consegui comprar CCRO3, mas as ordens continuam lá, uma vez que só caem após o fechamento da bolsa. Vai que a bolsa oscila pra baixo! Embora eu ache muito difícil à essa altura do dia.

Eu estou tentando montar uma carteira de investimentos de longo prazo com 5 ~ 6 papéis consolidados. Desses aí, acho que os que devem ficar por muito tempo são BB e Petrobras. Ainda estou aprendendo a analisar os fundamentos das empresas. WEG está na minha mira, assim como TAESA.

Saudações.
Barão de Itararé escreveu:Se há um idiota no poder é porque os que o elegeram estão bem representados.

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Ter, 10 Março 2020 - 12:52 pm
Isso acontece porque você está olhando para o mercado acionário de uma forma generalizada, por meio dos índices. Mas como eu disse, os índices são compostos por centenas de empresas.

Quando olhamos individualmente para as empresas, percebemos que as oscilações são comuns somente no curto prazo, mas no longo prazo, as cotações seguem a tendência do caixa da empresa. Em outras palavras, se a empresa aumenta as receitas, gera lucro e cresce, inevitavelmente a cotação das ações dessa empresa vão também subir, independente das oscilações de curto prazo. E se a empresa tem prejuízo e não consegue controlar suas dívidas, as cotações vão cair. Essa é a filosofia do Value Investing, usada pelos maiores investidores do mundo.

Imagem

No gráfico acima, percebemos que praticamente todos os investidores que conseguiram retornos acima do mercado consistentemente durante longos anos são os que investiram com estratégias de longo prazo. A única exceção dentre aqueles pontos ali é o George Soros, que se deu bem especulando, mas trata-se na verdade de um ponto fora da curva.

Então essa é a ideia que tenho do mercado financeiro; encará-lo como uma forma de ser acionista de boas empresas e que gerem valor.

Mas seu raciocínio está completamente certo para os especuladores que tentam bater o mercado nas oscilações de curto prazo. Estes, realmente estão apostando na aleatoriedade.
Essa história de que gente com retorno claramente acima do desempenho do mercado prova habilidade excepcional na escolha de ações é um clichêzão amplamente rechaçado por vários estudiosos de probabilidade e não passa de uma ilusão do viés da sobrevivência. Nassim Taleb já escreveu isso no livro A Lógica do Cisne Negro:

"A indústria de gerenciamento de fundos alega que algumas pessoas são extremamente habilidosas, pois ano após ano vêm obtendo resultados acima da média do mercado. Ela identificará esses gênios e irá convencer você da habilidades deles. Minha abordagem tem sido criar grupos experimentais de investidores puramente aleatórios, e através da simples simulação em computadores demonstrar como seria impossível não ter tais gênios produzidos apenas por sorte. Todo ano os perdedores são demitidos, portanto apenas os vencedores permanecem, de forma que se fica com vencedores constantes a longo prazo. Como não se observa o cemitério de investidores falidos, você pensará que é um bom negócio e que alguns operadores são consideravelmente melhores do que outros. (...) Não obter bilionários sortudos nesses experimentos seria exceção".

Ademais, não existe habilidade financeira que dê conta do problema irremediável de que não há indícios de que os preços das ações das empresas seguem variações em torno da média da curva gaussiana ou qualquer outra regularidade estatística previsível. Para piorar, quando se observa variáveis que têm distribuição de cauda gorda, é necessário muito tempo para que se saiba o que está acontecendo e o total será determinado por um pequeno número de eventos extremos. Basta um desses eventos para anular ganhos de muitos anos ou até algumas décadas. Portanto, ausência de evidência de eventos extremos negativos não é evidência de ausência.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Registrado em: Seg, 02 Março 2020 - 16:06 pm

Mensagem por Cinzu »

A Hipótese do Mercado Eficiente, que afirma que um agente não consegue alcançar consistentemente retornos superiores à média do mercado, é, como o próprio nome sugere, uma hipótese. Não é comprovada e há muitos anos sequer é levada a sério mais.

O mercado é composto por investidores dos mais diversos tipos. Boa parte amadores e especuladores que não possuem a mínima ideia do que estão fazendo. Alguns, embora entendam sobre finanças, agem com emoção, excesso de otimismo, e acabam sendo autossabotados por seus viéses cognitivos. Este é o caso de muitos analistas e gestores de fundos de investimentos. Há estudos que mostram que macacos escolhendo ações aleatoriamente conseguem os mesmos retornos que boa parte dos fundos de investimentos: https://exame.abril.com.br/mercados/aco ... orretoras/

Então isso prova que conseguir retornos acima do mercado, ou melhor, acima dos índices de bolsas é impossível? Muito pelo contrário. Benjamin Graham, autor do livro 'O investidor inteligente' e Jeremy Siegel, de 'Investindo em ações no longo prazo', afirmam que analistas e gestores de fundos de investimentos frequentemente fracassam porque dependem de métricas de desempenho. Eles são cobrados a entregarem resultados acima dos índices todo mês. E isso sim, é praticamente impossível. Pois o mercado é imprevisível e quanto menor for o prazo de avaliação, mais as ações oscilam.

Estes autores, por outro lado, mencionam que apesar das oscilações de curto prazo, no longo prazo as cotações das empresas seguem os fundamentos das mesmas. Conforme já levantei na minha postagem com 10 itens a respeito do mercado acionário, os índices de ações são formados por todo tipo de empresas, desde empresas em recuperação judicial, a empresas que estão consolidadas no mercado por décadas e até séculos.

A partir do momento que fazemos uma triagem e eliminamos as empresas ruins que compõem os índices, chegamos às empresas high quality, que são as empresas geradoras de valor. Quem investe nestas empresas, pode não ter retornos positivos em períodos curtos de poucos anos. Porém, se estas empresas continuam crescendo, mesmo enquanto suas cotações caem, eventualmente seus lucros aumentarão e distribuirão maiores dividendos aos acionistas. Com o tempo, é inevitável que a cotação destas empresas aumente, visto que estão remunerando bem seus acionistas e mais pessoas virão atrás por remuneração. Quem teve inteligência e acima de tudo, paciência, em ir aportando nestas empresas durante longos anos, conseguiu retornos positivos no longo prazo. O grande problema da bolsa é que nem todos investidores possuem estas qualidades, e justamente por isso a maioria fracassa.

Só para ter noção, absolutamente todas empresas que cresceram nos últimos 10 anos, tiveram suas cotações também aumentando. Citarei alguns exemplos aqui:
Odontoprev
Em 2009:
Patrimônio Líquido: 780 milhões
Cotação: R$ 1,16

Em 2019:
Patrimônio Líquido: 1 073 milhões
Cotação: R$ 15,01

Retorno no período: 1.191,95%

Taesa
Em 2009:
Patrimônio Líquido: 3 324 milhões
Cotação: R$ 1,98

Em 2019:
Patrimônio Líquido: 10 686 milhões
Cotação: R$ 25,06

Retorno no período: 1.160,97%

Sul America
Em 2009:
Patrimônio Líquido: 12.090 milhões
Cotação: R$ 2,69

Em 2019:
Patrimônio Líquido: 28 412 milhões
Cotação: R$ 29,81

Retorno no período: 1.007,21%
Estes são apenas três exemplos aleatórios de empresas high quality nos últimos anos. Há empresas que valorizaram muito mais que estas no período.

Caso queira, pode repetir para qualquer empresa em qualquer período de tempo longo, nos últimos 15, 20, 30 anos, e por aí vai. Não existe absolutamente nenhuma única empresa que cresceu nos últimos anos e teve desvalorização no período. Nenhuma. As que se desvalorizaram, são as que tiveram patrimônio líquido caindo ao longo dos anos e não apresentaram boa governança.

Empresas que possuem: Caixa equilibrado; Dívida controlada; Receitas e lucros positivos e crescentes; Margens boas; Boa governança; Inevitavelmente crescem no longo prazo.

E aí eu me indago: as grandes empresas que se valorizaram nas últimas décadas, será mesmo que foi sorte? E terá sido somente uma mera coincidência que tenha subido as cotações de empresas que cresceram seu patrimônio? Deixo aqui minha reflexão.
Huxley escreveu:Ademais, não existe habilidade financeira que dê conta do problema irremediável de que não há indícios de que os preços das ações das empresas seguem variações em torno da média da curva gaussiana ou qualquer outra regularidade estatística previsível. Para piorar, quando se observa variáveis que têm distribuição de cauda gorda, é necessário muito tempo para que se saiba o que está acontecendo e o total será determinado por um pequeno número de eventos extremos. Basta um desses eventos para anular ganhos de muitos anos ou até algumas décadas. Portanto, ausência de evidência de eventos extremos negativos não é evidência de ausência.
O que seria um desses eventos? Uma catástrofe global?

Todas as crises que derrubaram o mercado em nossa história até o presente dia, foram recuperadas em pouco tempo. Alguns dos casos mais recentes citei a 5 postagens atrás. Quem não vendeu as ações durante esse tempo, não perderam nada. Há ainda os que aproveitaram essa queda para comprar e enriquecerem mais, como Warren Buffet, e como fez Luiz Barsi na queda de ontem: https://valor.globo.com/financas/notici ... prar.ghtml

É por isso que estes investidores possuem retornos consistentes durante décadas. Diferente da esmagadora maioria dos investidores que agem com emoção, eles são racionais, pacientes e pensam no longo prazo. É praticamente impossível que alguém mantenha retornos durante tanto tempo apenas com "sorte".

Pode ser que haja uma crise que afunde de vez o mercado e este nunca mais se recupere? Sim, pode. Mas num cenário destes, provavelmente nossa economia global entraria em colapso e nem mesmo o dinheiro guardado em banco estaria mais seguro, já que instituições financeiras quebrariam.

Re: Bolsa de valores

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Fernando Silva
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Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am

Mensagem por Fernando Silva »

Recebi isto, mas não sei qual a fonte nem se é verdade.
Operação xeque-mate

Nos últimos dias, a China bateu muitos recordes, ganhou absolutamente tudo, US $ 20 bilhões nas primeiras notícias e comprou cerca de 30% das ações de empresas pertencentes ao Ocidente na China.

Xi Jinping superou os europeus e os democratas americanos inteligentes.

Ele jogou um jogo maravilhoso diante dos olhos do mundo inteiro.

Devido à situação em Wuhan, a moeda chinesa começou a declinar, mas o banco central chinês não tomou nenhuma ação para impedir esse colapso.

Havia também muitos rumores de que a China nem tinha máscaras suficientes para combater o coronavírus.
Esses rumores e a declaração de Xi Jinping de que ela está pronta para proteger os residentes de Wuhan ao bloquear as fronteiras levaram a um forte declínio nos preços das ações (44%) na tecnologia chinesa e na indústria química.

Os tubarões financeiros começaram a vender todas as ações chinesas, mas ninguém queria comprá-las e elas foram completamente desvalorizadas.

Xi Jinping fez uma grande jogada nesse momento, esperando uma semana inteira e sorrindo para as coletivas de imprensa como se nada de especial tivesse acontecido.

E quando o preço caiu abaixo do limite permitido, ele ordenou a compra de TODAS as ações de europeus e americanos ao mesmo tempo! Então, os "tubarões financeiros" perceberam que haviam sido enganados e falidos.

Mas já era tarde demais, porque todas as ações haviam passado para a China, que naquele momento não apenas faturou US $ 2000 bilhões, mas, graças à simulação, tornou-se novamente o acionista majoritário de empresas construídas por europeus e americanos.

As ações agora pertencem às suas empresas e tornaram-se proprietários da indústria pesada da qual a UE, a América e o mundo inteiro dependem. A partir de agora, a China fixará o preço e a receita de suas empresas não sairá das fronteiras chinesas, mas permanecerá em casa e manterá todas as reservas de ouro chinesas.

Portanto, os "tubarões financeiros" americanos e europeus se mostraram estúpidos e em poucos minutos os chineses coletaram a maior parte de suas ações, que agora produzem bilhões de dólares em lucros!

Você não se lembra de um movimento tão brilhante na história do mercado de ações!

Re: Bolsa de valores

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Pasteur
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Mensagem por Pasteur »

Fernando Silva escreveu:
Qua, 11 Março 2020 - 08:15 am
Recebi isto, mas não sei qual a fonte nem se é verdade.
Operação xeque-mate

Nos últimos dias, a China bateu muitos recordes, ganhou absolutamente tudo, US $ 20 bilhões nas primeiras notícias e comprou cerca de 30% das ações de empresas pertencentes ao Ocidente na China.

https://www.boatos.org/mundo/china-oper ... virus.html

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Ter, 10 Março 2020 - 23:54 pm
A Hipótese do Mercado Eficiente, que afirma que um agente não consegue alcançar consistentemente retornos superiores à média do mercado, é, como o próprio nome sugere, uma hipótese. Não é comprovada e há muitos anos sequer é levada a sério mais.

O mercado é composto por investidores dos mais diversos tipos. Boa parte amadores e especuladores que não possuem a mínima ideia do que estão fazendo. Alguns, embora entendam sobre finanças, agem com emoção, excesso de otimismo, e acabam sendo autossabotados por seus viéses cognitivos. Este é o caso de muitos analistas e gestores de fundos de investimentos. Há estudos que mostram que macacos escolhendo ações aleatoriamente conseguem os mesmos retornos que boa parte dos fundos de investimentos: https://exame.abril.com.br/mercados/aco ... orretoras/

Então isso prova que conseguir retornos acima do mercado, ou melhor, acima dos índices de bolsas é impossível? Muito pelo contrário. Benjamin Graham, autor do livro 'O investidor inteligente' e Jeremy Siegel, de 'Investindo em ações no longo prazo', afirmam que analistas e gestores de fundos de investimentos frequentemente fracassam porque dependem de métricas de desempenho. Eles são cobrados a entregarem resultados acima dos índices todo mês. E isso sim, é praticamente impossível. Pois o mercado é imprevisível e quanto menor for o prazo de avaliação, mais as ações oscilam.

Estes autores, por outro lado, mencionam que apesar das oscilações de curto prazo, no longo prazo as cotações das empresas seguem os fundamentos das mesmas. Conforme já levantei na minha postagem com 10 itens a respeito do mercado acionário, os índices de ações são formados por todo tipo de empresas, desde empresas em recuperação judicial, a empresas que estão consolidadas no mercado por décadas e até séculos.

A partir do momento que fazemos uma triagem e eliminamos as empresas ruins que compõem os índices, chegamos às empresas high quality, que são as empresas geradoras de valor. Quem investe nestas empresas, pode não ter retornos positivos em períodos curtos de poucos anos. Porém, se estas empresas continuam crescendo, mesmo enquanto suas cotações caem, eventualmente seus lucros aumentarão e distribuirão maiores dividendos aos acionistas. Com o tempo, é inevitável que a cotação destas empresas aumente, visto que estão remunerando bem seus acionistas e mais pessoas virão atrás por remuneração. Quem teve inteligência e acima de tudo, paciência, em ir aportando nestas empresas durante longos anos, conseguiu retornos positivos no longo prazo. O grande problema da bolsa é que nem todos investidores possuem estas qualidades, e justamente por isso a maioria fracassa.

Só para ter noção, absolutamente todas empresas que cresceram nos últimos 10 anos, tiveram suas cotações também aumentando. Citarei alguns exemplos aqui:
Odontoprev
Em 2009:
Patrimônio Líquido: 780 milhões
Cotação: R$ 1,16

Em 2019:
Patrimônio Líquido: 1 073 milhões
Cotação: R$ 15,01

Retorno no período: 1.191,95%

Taesa
Em 2009:
Patrimônio Líquido: 3 324 milhões
Cotação: R$ 1,98

Em 2019:
Patrimônio Líquido: 10 686 milhões
Cotação: R$ 25,06

Retorno no período: 1.160,97%

Sul America
Em 2009:
Patrimônio Líquido: 12.090 milhões
Cotação: R$ 2,69

Em 2019:
Patrimônio Líquido: 28 412 milhões
Cotação: R$ 29,81

Retorno no período: 1.007,21%
Estes são apenas três exemplos aleatórios de empresas high quality nos últimos anos. Há empresas que valorizaram muito mais que estas no período.

Caso queira, pode repetir para qualquer empresa em qualquer período de tempo longo, nos últimos 15, 20, 30 anos, e por aí vai. Não existe absolutamente nenhuma única empresa que cresceu nos últimos anos e teve desvalorização no período. Nenhuma. As que se desvalorizaram, são as que tiveram patrimônio líquido caindo ao longo dos anos e não apresentaram boa governança.

Empresas que possuem: Caixa equilibrado; Dívida controlada; Receitas e lucros positivos e crescentes; Margens boas; Boa governança; Inevitavelmente crescem no longo prazo.

E aí eu me indago: as grandes empresas que se valorizaram nas últimas décadas, será mesmo que foi sorte? E terá sido somente uma mera coincidência que tenha subido as cotações de empresas que cresceram seu patrimônio? Deixo aqui minha reflexão.
Huxley escreveu:Ademais, não existe habilidade financeira que dê conta do problema irremediável de que não há indícios de que os preços das ações das empresas seguem variações em torno da média da curva gaussiana ou qualquer outra regularidade estatística previsível. Para piorar, quando se observa variáveis que têm distribuição de cauda gorda, é necessário muito tempo para que se saiba o que está acontecendo e o total será determinado por um pequeno número de eventos extremos. Basta um desses eventos para anular ganhos de muitos anos ou até algumas décadas. Portanto, ausência de evidência de eventos extremos negativos não é evidência de ausência.
O que seria um desses eventos? Uma catástrofe global?

Todas as crises que derrubaram o mercado em nossa história até o presente dia, foram recuperadas em pouco tempo. Alguns dos casos mais recentes citei a 5 postagens atrás. Quem não vendeu as ações durante esse tempo, não perderam nada. Há ainda os que aproveitaram essa queda para comprar e enriquecerem mais, como Warren Buffet, e como fez Luiz Barsi na queda de ontem: https://valor.globo.com/financas/notici ... prar.ghtml

É por isso que estes investidores possuem retornos consistentes durante décadas. Diferente da esmagadora maioria dos investidores que agem com emoção, eles são racionais, pacientes e pensam no longo prazo. É praticamente impossível que alguém mantenha retornos durante tanto tempo apenas com "sorte".

Pode ser que haja uma crise que afunde de vez o mercado e este nunca mais se recupere? Sim, pode. Mas num cenário destes, provavelmente nossa economia global entraria em colapso e nem mesmo o dinheiro guardado em banco estaria mais seguro, já que instituições financeiras quebrariam.
Não fiz qualquer menção a Hipótese dos Mercados Eficientes. A questão que trato é mais simples. Não há evidência de que os gurus de Wall Street ou Bovespa citados nesse fórum sejam muito mais do que sortudos. Os retornos consistentes deles acima da média do mercado é inútil para contestar isso. Simulações computacionais mostram que se um número grande de chimpanzés escolherem ações por sorteio, também surgirão gênios entre eles, inclusive alguns bilionários. Mostrar empresas que tiveram lucros altos e consistentes a longo prazo só reforça esse tese, uma vez que chimpanzés também poderiam selecionar essas empresas.

Quanto a questão da blindagem dos spikes através do buy-to-holder, isso é falso, pois do mesmo jeito que eventos inesperados podem levar a falências de empresas centenárias e de bom histórico, um evento inesperado quanto ao tempo de desemprego involuntário ou gastos com tratamento custoso de doença rara podem levar as pessoas a não terem controle sobre o momento em que vendem o seu conjunto de ações. E esse conjunto poderá ser vendido no momento anormal de spike negativo de preços.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Não há evidência de que os gurus de Wall Street ou Bovespa citados nesse fórum sejam muito mais do que sortudos. Os retornos consistentes deles acima da média do mercado é inútil para contestar isso. Simulações computacionais mostram que se um número grande de chimpanzés escolherem ações por sorteio, também surgirão gênios entre eles, inclusive alguns bilionários.
Chegastes a ter algum dado que mostre as chances de um macaco escolhendo ações aleatoriamente obtiverem rendimentos positivos consistentes, isto é, ao longo de prazos de 20, 30... 50 anos?

Uma pessoa pode ter sorte e ganhar na mega da virada. Mas quais as chances dessa mesma pessoa ganhar 50 anos consecutivos na mega da virada?

As chances de Warren Buffet continuamente ter "sorte" ano após ano, é de 1 para bilhões, quem sabe até mesmo trilhões. Muito mais que a população mundial do planeta Terra. E não é somente do Warren Buffet a quem me refiro, mas a uma série de investidores de longo prazo que obtiveram retornos positivos e consistentes durante longos períodos de tempo.

E ainda, quando olhamos o gráfico dos grandes investidores que postei um pouco atrás, percebemos que praticamente todos eles usam a mesma estratégia de investimentos: foco no longo prazo. A única exceção ali é George Soros, que é especulador. Todos os demais são investidores fundamentalistas.

Porém, hoje no mercado financeiro, os investidores fundamentalistas representam a menor parcela de investidores da bolsa. A grande maioria são especuladores, que investem por meio de trades em operações de curto prazo.

E aí eu questiono: se investidores fundamentalistas são minorias no mercado, por que dentre os investidores que conseguiram maiores retornos consistentemente, os fundamentalistas também não são minoria?

É o equivalente a dizer que para ser campeão mundial de xadrez é necessário sorte. No entanto, quando comparamos todos os campões mundiais de xadrez, em relação a jogadores amadores, percebemos que a maioria dos jogadores profissionais de xadrez, são também os que jogam melhor.

O mesmo vale para o mundo das empresas. As empresas que crescem mais e, consequentemente lucram mais, são as que desempenham suas atividades com maior eficiência. Claro que sempre há as exceções de empresas que enriqueceram com desvios de conduta e algumas até mesmo podem ter tido sorte. Mas não é o caso da maioria. Afinal, a meritocracia é unânime e sempre funciona? Óbvio que não. Mas isso não prova que ela não exista.
Mostrar empresas que tiveram lucros altos e consistentes a longo prazo só reforça esse tese, uma vez que chimpanzés também poderiam selecionar essas empresas.
Chimpanzés podem escolher ações aleatoriamente, mas eles não têm inteligência para analisar o caixa de uma empresa, o balanço patrimonial, demonstrativos de resultados, governança, market share, e demais indicadores que possam indicar se a empresa é de qualidade. Mesmo que por sorte escolham uma empresa boa em um determinado momento, não terão capacidade de montar uma carteira com 15 a 20 empresas de qualidade e muito menos terão capacidade de trocar de empresa quando uma destas começar a apresentar queda nos fundamentos.

Somente um investidor inteligente é capaz de fazer isso.
Quanto a questão da blindagem dos spikes através do buy-to-holder, isso é falso, pois do mesmo jeito que eventos inesperados podem levar a falências de empresas centenárias e de bom histórico, um evento inesperado quanto ao tempo de desemprego involuntário ou gastos com tratamento custoso de doença rara podem levar as pessoas a não terem controle sobre o momento em que vendem o seu conjunto de ações. E esse conjunto poderá ser vendido no momento anormal de spike negativo de preços.
A filosofia do investimento em longo prazo é não vender. Pelo contrário, sempre estar reinvestindo o montante ganho com dividendos.

Mas há algo importante que você mencionou, sobre blindagem. Qualquer tipo de blindagem é, de fato, falsa, inclusive dinheiro guardado em poupança ou em títulos do governo. Pois até mesmo governos podem vir à falência e as pessoas perderem seu dinheiro guardado.

É daí que surge o conceito de diversificação. A diversificação não visa blindar seu patrimônio, mas mitigar seus riscos. Empresas centenárias podem quebrar a qualquer momento, mas as chances de dezenas destas empresas centenárias quebrarem ao mesmo tempo, e serem justamente as empresas da sua carteira, são tão baixas quanto o risco de um colapso mundial. Essa chance existe? Sim, existe. Mas como já mencionei, num cenário desses nem mesmo o dinheiro guardado debaixo do colchão vai ter valor.

Re: Bolsa de valores

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Pasteur
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Mensagem por Pasteur »

Após 1 dia de alívio o pânico volta a mil!

Ibov com 12% de queda até agora num único dia !

Re: Bolsa de valores

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JJ_JJ
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Localização: Goiás

Mensagem por JJ_JJ »

Pasteur escreveu:
Qua, 11 Março 2020 - 16:16 pm
Após 1 dia de alívio o pânico volta a mil!

Ibov com 12% de queda até agora num único dia !

É só os gué gué boys fazerem arminha que vai ficar tudo bem. :dance:


:D

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Qua, 11 Março 2020 - 12:28 pm
Não há evidência de que os gurus de Wall Street ou Bovespa citados nesse fórum sejam muito mais do que sortudos. Os retornos consistentes deles acima da média do mercado é inútil para contestar isso. Simulações computacionais mostram que se um número grande de chimpanzés escolherem ações por sorteio, também surgirão gênios entre eles, inclusive alguns bilionários.
Chegastes a ter algum dado que mostre as chances de um macaco escolhendo ações aleatoriamente obtiverem rendimentos positivos consistentes, isto é, ao longo de prazos de 20, 30... 50 anos?

Uma pessoa pode ter sorte e ganhar na mega da virada. Mas quais as chances dessa mesma pessoa ganhar 50 anos consecutivos na mega da virada?

As chances de Warren Buffet continuamente ter "sorte" ano após ano, é de 1 para bilhões, quem sabe até mesmo trilhões. Muito mais que a população mundial do planeta Terra. E não é somente do Warren Buffet a quem me refiro, mas a uma série de investidores de longo prazo que obtiveram retornos positivos e consistentes durante longos períodos de tempo.

E ainda, quando olhamos o gráfico dos grandes investidores que postei um pouco atrás, percebemos que praticamente todos eles usam a mesma estratégia de investimentos: foco no longo prazo. A única exceção ali é George Soros, que é especulador. Todos os demais são investidores fundamentalistas.

Porém, hoje no mercado financeiro, os investidores fundamentalistas representam a menor parcela de investidores da bolsa. A grande maioria são especuladores, que investem por meio de trades em operações de curto prazo.

E aí eu questiono: se investidores fundamentalistas são minorias no mercado, por que dentre os investidores que conseguiram maiores retornos consistentemente, os fundamentalistas também não são minoria?

É o equivalente a dizer que para ser campeão mundial de xadrez é necessário sorte. No entanto, quando comparamos todos os campões mundiais de xadrez, em relação a jogadores amadores, percebemos que a maioria dos jogadores profissionais de xadrez, são também os que jogam melhor.

O mesmo vale para o mundo das empresas. As empresas que crescem mais e, consequentemente lucram mais, são as que desempenham suas atividades com maior eficiência. Claro que sempre há as exceções de empresas que enriqueceram com desvios de conduta e algumas até mesmo podem ter tido sorte. Mas não é o caso da maioria. Afinal, a meritocracia é unânime e sempre funciona? Óbvio que não. Mas isso não prova que ela não exista.
Mostrar empresas que tiveram lucros altos e consistentes a longo prazo só reforça esse tese, uma vez que chimpanzés também poderiam selecionar essas empresas.
Chimpanzés podem escolher ações aleatoriamente, mas eles não têm inteligência para analisar o caixa de uma empresa, o balanço patrimonial, demonstrativos de resultados, governança, market share, e demais indicadores que possam indicar se a empresa é de qualidade. Mesmo que por sorte escolham uma empresa boa em um determinado momento, não terão capacidade de montar uma carteira com 15 a 20 empresas de qualidade e muito menos terão capacidade de trocar de empresa quando uma destas começar a apresentar queda nos fundamentos.

Somente um investidor inteligente é capaz de fazer isso.
Quanto a questão da blindagem dos spikes através do buy-to-holder, isso é falso, pois do mesmo jeito que eventos inesperados podem levar a falências de empresas centenárias e de bom histórico, um evento inesperado quanto ao tempo de desemprego involuntário ou gastos com tratamento custoso de doença rara podem levar as pessoas a não terem controle sobre o momento em que vendem o seu conjunto de ações. E esse conjunto poderá ser vendido no momento anormal de spike negativo de preços.
A filosofia do investimento em longo prazo é não vender. Pelo contrário, sempre estar reinvestindo o montante ganho com dividendos.

Mas há algo importante que você mencionou, sobre blindagem. Qualquer tipo de blindagem é, de fato, falsa, inclusive dinheiro guardado em poupança ou em títulos do governo. Pois até mesmo governos podem vir à falência e as pessoas perderem seu dinheiro guardado.

É daí que surge o conceito de diversificação. A diversificação não visa blindar seu patrimônio, mas mitigar seus riscos. Empresas centenárias podem quebrar a qualquer momento, mas as chances de dezenas destas empresas centenárias quebrarem ao mesmo tempo, e serem justamente as empresas da sua carteira, são tão baixas quanto o risco de um colapso mundial. Essa chance existe? Sim, existe. Mas como já mencionei, num cenário desses nem mesmo o dinheiro guardado debaixo do colchão vai ter valor.
Há vários livros que mostram formalmente como algumas pessoas baterem a média do mercado por pura sorte durante vários anos não só é possível, como esperado. Só citando três. Iludido pelo Acaso de Nassim Taleb, O Sinal e o Ruído de Nate Silver e O Andar do Bêbado de Leonard Mlodinow. Nos dois últimos livros citados, leia sobre o caso de Leonard Koppett, que criou um indicador que havia “previsto” de forma correta o mercado de ações em 28 de 31 anos. Detalhe. Leonard Koppett era colunista da revista Sporting News e seu sistema se baseava em resultados do Super Bowl. E há evidências mais convincentes do que essa em relação a validade do “efeito iludido pelo acaso”.

Quanto à questão do risco acionário de um conjunto de empresas com um bom e longo histórico, não é necessário todas ou a maioria das empresas falirem para existir perda considerável de dinheiro investido. Basta enfrentar evento(s) inesperados(s) (desemprego involuntário prolongado, por exemplo) que obrigue uma pessoa vender essa carteira de ações no timing do spike negativo excepcional uma ou mais vezes. Ter ouro e/ou títulos do Tesouro Americano (ou outro algo do tipo hiperseguro) como reserva de emergência seria melhor nessas situações (ou até mesmo ter as mesmas ações acompanhadas de um seguro contra grandes perdas usando opções puts).

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Ocorre que a estratégia do Leonard Koppett não foi replicada por outros investidores, tratando-se portanto de um caso isolado. Não muito diferente do George Soros, acima mencionado, que também bateu o mercado consistentemente especulando. Não posso afirmar que este último tenha sido somente sorte, visto que certos investidores possuem informações privilegiadas.

Porém, a estratégia de Value Investing (investimento de valor) de Graham foi replicada por diversos outros investidores (embora tenha sido adaptada) como Buffet, Greenblatt, Charlie Munger, só pra citar alguns dos mais famosos. Os maiores investidores de todo o mundo são os adeptos à filosofia da análise fundamentalista. No Brasil, temos o caso do Luiz Barsi.

Entretanto, o que de fato enriqueceu estes investidores não foram somente a rentabilidade dos investimentos em si. Muitos pensam que é possível conseguir rentabilidades altíssimas no mercado acionário, e nisto, concordo com você, a maioria se frusta.

Mesmo estes grandes investidores que mencionei não tiveram retornos médios anuais muito acima de 20%. Para investidores comuns, é até difícil que supere 10%. Porém, isso não significa que é impossível ter rentabilidades positivas, isso por si só, já é mais que o retorno da renda fixa.

O investimento em ações pode ser um ótimo meio de potencializar seu patrimônio. Mas para de fato enriquecer, é necessário antes que haja algum capital, ou capacidade de aportes regulares durante longos períodos. Somente com o tempo, é que o efeito exponencial dos juros compostos irá agir.
Huxley escreveu:Quanto à questão do risco acionário de um conjunto de empresas com um bom e longo histórico, não é necessário todas ou a maioria das empresas falirem para existir perda considerável de dinheiro investido. Basta enfrentar evento(s) inesperados(s) (desemprego involuntário prolongado, por exemplo) que obrigue uma pessoa vender essa carteira de ações no timing do spike negativo excepcional uma ou mais vezes. Ter ouro e/ou títulos do Tesouro Americano (ou outro algo do tipo hiperseguro) como reserva de emergência seria melhor nessas situações (ou até mesmo ter as mesmas ações acompanhadas de um seguro contra grandes perdas usando opções puts).
Se a pessoa vendeu as ações durante esse período, então ela não teve paciência de enfrentar a crise. Ela não foi um investidor inteligente.

Quanto a títulos do tesouro, ouro, hedge, alguns até citam criptomoedas (embora eu tenha receios) são outras formas de diversificar a carteira. Dentro da parte destinada à renda variável, há a diversificação em ações, fundos imobiliários, empresas de diferentes setores e países, etc. Mas claro que o patrimônio não deve estar todo alocado em renda variável.

Ainda assim, não houve nenhum evento até hoje que afetou todas as empresas do mundo durante tanto tempo. Volto a dizer que em um cenário catastrófico desses, nem mesmo os investimentos em renda fixa estariam protegidos.

Re: Bolsa de valores

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Pasteur
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Mensagem por Pasteur »

Dólar abre mais de 5 reais!

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Qui, 12 Março 2020 - 00:27 am
Ocorre que a estratégia do Leonard Koppett não foi replicada por outros investidores, tratando-se portanto de um caso isolado. Não muito diferente do George Soros, acima mencionado, que também bateu o mercado consistentemente especulando. Não posso afirmar que este último tenha sido somente sorte, visto que certos investidores possuem informações privilegiadas.

Porém, a estratégia de Value Investing (investimento de valor) de Graham foi replicada por diversos outros investidores (embora tenha sido adaptada) como Buffet, Greenblatt, Charlie Munger, só pra citar alguns dos mais famosos. Os maiores investidores de todo o mundo são os adeptos à filosofia da análise fundamentalista. No Brasil, temos o caso do Luiz Barsi.

Entretanto, o que de fato enriqueceu estes investidores não foram somente a rentabilidade dos investimentos em si. Muitos pensam que é possível conseguir rentabilidades altíssimas no mercado acionário, e nisto, concordo com você, a maioria se frusta.

Mesmo estes grandes investidores que mencionei não tiveram retornos médios anuais muito acima de 20%. Para investidores comuns, é até difícil que supere 10%. Porém, isso não significa que é impossível ter rentabilidades positivas, isso por si só, já é mais que o retorno da renda fixa.

O investimento em ações pode ser um ótimo meio de potencializar seu patrimônio. Mas para de fato enriquecer, é necessário antes que haja algum capital, ou capacidade de aportes regulares durante longos períodos. Somente com o tempo, é que o efeito exponencial dos juros compostos irá agir.
Huxley escreveu:Quanto à questão do risco acionário de um conjunto de empresas com um bom e longo histórico, não é necessário todas ou a maioria das empresas falirem para existir perda considerável de dinheiro investido. Basta enfrentar evento(s) inesperados(s) (desemprego involuntário prolongado, por exemplo) que obrigue uma pessoa vender essa carteira de ações no timing do spike negativo excepcional uma ou mais vezes. Ter ouro e/ou títulos do Tesouro Americano (ou outro algo do tipo hiperseguro) como reserva de emergência seria melhor nessas situações (ou até mesmo ter as mesmas ações acompanhadas de um seguro contra grandes perdas usando opções puts).
Se a pessoa vendeu as ações durante esse período, então ela não teve paciência de enfrentar a crise. Ela não foi um investidor inteligente.

Quanto a títulos do tesouro, ouro, hedge, alguns até citam criptomoedas (embora eu tenha receios) são outras formas de diversificar a carteira. Dentro da parte destinada à renda variável, há a diversificação em ações, fundos imobiliários, empresas de diferentes setores e países, etc. Mas claro que o patrimônio não deve estar todo alocado em renda variável.

Ainda assim, não houve nenhum evento até hoje que afetou todas as empresas do mundo durante tanto tempo. Volto a dizer que em um cenário catastrófico desses, nem mesmo os investimentos em renda fixa estariam protegidos.
É claro que a estratégia de Leonard Koppett não foi replicada, pois a ausência de conexão causal entre resultados do Super Bowl e desempenho do mercado acionário é óbvia para todos, mas, em caso contrário, ela seria replicada também devido ao "efeito iludido pelo acaso". Existe a ilusão do viés da sobrevivência para as regras de negociação no mercado de capitais também.

Mudando de assunto, vender ações durante spikes negativos não é necessariamente "falta de paciência para enfrentar uma crise". Se a pessoa tem recursos em ações e está sacando uma reserva de emergência, então ela, POR DEFINIÇÃO, não está escolhendo e sim sendo OBRIGADA a vender aqueles ativos naquele momento específico. Seja por que ela está desempregada involuntariamente por mais tempo que previa, seja por que está pagando um tratamento caro de uma doença rara letal ou qualquer outro motivo.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

O primeiro conselho do Benjamin Graham em 'O investidor inteligente' é, antes de começar a aportar qualquer dinheiro no mercado acionário, formar sua reserva de emergência o quanto antes.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Federal Reserve de NY oferece mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado de títulos

SÃO PAULO – O Federal Reserve regional de Nova York aumentou o tamanho de suas operações de recompra nesta quinta-feira (12), de forma a resolver as interrupções “altamente incomuns” nas negociações do Tesouro.

A autoridade monetária vai oferecer mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado monetário através de operações de recompra reversa. Pelo cronograma, ela oferta nesta quinta US$ 500 bilhões em títulos de operações de recompra de três meses. Na sexta-feira, serão US$ 500 bilhões em títulos de três meses e US$ 500 bilhões em títulos de um mês.

Anteriormente, a instituição já havia ampliado as suas operações overnight diárias em US$ 75 bilhões nesta semana, além de uma elevação de US$ 25 bilhões nas operações de duas semanas.

O acordo de recompra é quando uma parte empresta dinheiro em troca de um valor quase equivalente dos títulos, geralmente notas do Tesouro. Esse mercado existe para que empresas que possuem muitos títulos, mas pouco dinheiro, possam emprestar dinheiro a baixo custo. Ela permite também que as partes com muito capital obtenham um pequeno retorno com pouco risco, uma vez que mantêm os títulos como garantia.

Segundo o Fed de NY, o portfolio de títulos que podem ser comprados nestas operações será ampliado para acomodar o volume de oferta de liquidez. Após o anúncio, o contrato de dólar futuro com vencimento em abril de 2020 virou para queda mas, minutos depois, voltou a ser negociado em leve alta, de 0,50%, a R$ 4,847, mas ainda longe dos R$ 5 que bateu no início da sessão.

https://www.infomoney.com.br/economia/f ... ara-queda/

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Qui, 12 Março 2020 - 19:55 pm
O primeiro conselho do Benjamin Graham em 'O investidor inteligente' é, antes de começar a aportar qualquer dinheiro no mercado acionário, formar sua reserva de emergência o quanto antes.
Nos piores cenários possíveis, a reserva de emergência diminuiria até o nível do esgotamento ou próximo a isso, o que tornaria inevitável a perda expressiva. Além de que, se 50% ou mais dos ativos da carteira forem líquidos e bastante não voláteis para cumprir o papel de reserva de emergência, a meta de alcançar um retorno impressionante na carteira ficaria ainda mais difícil.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Nos piores cenários possíveis, as pessoas se matariam por comida.

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Qui, 12 Março 2020 - 22:50 pm
Nos piores cenários possíveis, as pessoas se matariam por comida.
Não em todos. Ainda no grupo do 0,1% pior cenário do risco idiossincrático, talvez chegasse a não acontecer isso.

Re: Bolsa de valores

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Cinzu escreveu:
Qui, 12 Março 2020 - 19:56 pm
Federal Reserve de NY oferece mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado de títulos

SÃO PAULO – O Federal Reserve regional de Nova York aumentou o tamanho de suas operações de recompra nesta quinta-feira (12), de forma a resolver as interrupções “altamente incomuns” nas negociações do Tesouro.

A autoridade monetária vai oferecer mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado monetário através de operações de recompra reversa. Pelo cronograma, ela oferta nesta quinta US$ 500 bilhões em títulos de operações de recompra de três meses. Na sexta-feira, serão US$ 500 bilhões em títulos de três meses e US$ 500 bilhões em títulos de um mês.

Anteriormente, a instituição já havia ampliado as suas operações overnight diárias em US$ 75 bilhões nesta semana, além de uma elevação de US$ 25 bilhões nas operações de duas semanas.

O acordo de recompra é quando uma parte empresta dinheiro em troca de um valor quase equivalente dos títulos, geralmente notas do Tesouro. Esse mercado existe para que empresas que possuem muitos títulos, mas pouco dinheiro, possam emprestar dinheiro a baixo custo. Ela permite também que as partes com muito capital obtenham um pequeno retorno com pouco risco, uma vez que mantêm os títulos como garantia.

Segundo o Fed de NY, o portfolio de títulos que podem ser comprados nestas operações será ampliado para acomodar o volume de oferta de liquidez. Após o anúncio, o contrato de dólar futuro com vencimento em abril de 2020 virou para queda mas, minutos depois, voltou a ser negociado em leve alta, de 0,50%, a R$ 4,847, mas ainda longe dos R$ 5 que bateu no início da sessão.

https://www.infomoney.com.br/economia/f ... ara-queda/


O Estadão gigantão malvadão intrometidão está fazendo maldade. :(

Os meus sonhos do anarcocapitalistão livrão libérrimo Gold Platinum estão mais distantes. Que triste :cry:
Editado pela última vez por JJ_JJ em Sex, 13 Março 2020 - 10:19 am, em um total de 2 vezes.

Re: Bolsa de valores

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

FED malvadão:

O Congresso dos EUA estabeleceu três objetivos principais para a política monetária no Federal Reserve Act: maximização do emprego, estabilização de preços e moderação das taxas de juros de longo prazo. [12] Os dois primeiros objetivos são algumas vezes referidos como o duplo mandato do Federal Reserve. [13] Suas funções se expandiram ao longo dos anos e atualmente também incluem a supervisão e a regulação de bancos , a manutenção da estabilidade do sistema financeiro e a prestação de serviços financeiros a instituições depositárias , governo dos EUA e instituições oficiais estrangeiras. [14] O Fed também realiza pesquisas sobre a economia e fornece numerosas publicações, como o Livro Bege e o banco de dados FRED .


https://en.wikipedia.org/wiki/Federal_Reserve


:cry:

A Liber borboleta mercadolina livrina está muito tristina pois o FEDÃO não deixa ela bater totalmente livremente suas asinhas. Oh, que triste.


:cry:

Re: Bolsa de valores

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Bolsa perdeu ganhos de um ano e meio em apenas 23 dias
Alta acumulada desde a véspera das eleições derreteu em 23 pregões
Redação Redação
16/03/2020 às 00:01 | Atualizado às 20:38

A bolsa de valores brasileira viveu uma gangorra nunca antes vista em sua história, com seu principal índice variando de 97,9 mil pontos na máxima de segunda até 68,4 mil na mínima de quinta. A variação de quase 50% fez alegria de traders experientes, bilionários ficaram mais ricos e, no frigir dos ovos, perdeu dinheiro mesmo quem aplicou suas economias em renda variável pela primeira vez movidos pelo encanto dos altos rendimentos nos últimos meses em tempos de juros baixos. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Entre o primeiro e o último pregão do ano passado, os ganhos da bolsa foram de exatos 27%, com salto de 91 mil para 115,6 mil pontos.

A bolsa continuou subindo até 23 de janeiro quando atingiu 119,5 mil pontos. De lá para cá, os novatos acumularam prejuízos de 30,1%.

O fechamento em 82,6 mil pontos de sexta devolve a bolsa ao mesmo nível de 5 de outubro de 2018, às vésperas do 1º turno das eleições.

Bilionário e um dos maiores investidores individuais da bolsa, Luiz Barsi resumiu assim: “jacaré está de boca aberta esperando a passarinhada”.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

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Pela previsão da The Economist, o Brasil é o país que terá a mair redução de PIB em 2020. Porém aqueles 2,4% pré-Covid-19 não estão corretos, a previsão já estava abaixo de 2% antes disso, logo quando saiu o Pibinho de 2019.

Mas o que me chama a atenção mesmo é a solidez da Austrália, o PIB dela vai continuar positivo mesmo nesse cenário. É o país que está a mais tempo sem recessão, nem mesmo a crise de 2008 abalou eles.

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

O que é precatório?
Precatório é como se fosse uma requisição de um determinado valor que a fazenda pública tem que pagar após perder uma ação judicial.
EXEMPLO:
Suponha que você está processando a fazenda pública e ganhou a causa, porém como o governo nunca tem dinheiro para pagar ninguém, eles te dão um precatório que te garante receber esse valor daqui há algum tempo.
Pq o mercado reagiu de forma ruim quando Bolsonaro revelou que uma parte do dinheiro para financiar a renda cidadã viria dos precatórios?
Simples, quando o governo fala que não irá pagar precatório significa que o governo vai dar CALOTE, e isso preocupa o mercado principalmente os títulos públicos, pois se o governo está dando calote em precatórios, pode dar calote no Tesouro direto, ou seja, aumenta o risco-país, fazendo assim os juros futuros subir!

Re: Bolsa de valores

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Cinzu escreveu:
Qua, 30 Setembro 2020 - 19:26 pm
O que é precatório?
Precatório é como se fosse uma requisição de um determinado valor que a fazenda pública tem que pagar após perder uma ação judicial.
EXEMPLO:
Suponha que você está processando a fazenda pública e ganhou a causa, porém como o governo nunca tem dinheiro para pagar ninguém, eles te dão um precatório que te garante receber esse valor daqui há algum tempo.
Pq o mercado reagiu de forma ruim quando Bolsonaro revelou que uma parte do dinheiro para financiar a renda cidadã viria dos precatórios?
Simples, quando o governo fala que não irá pagar precatório significa que o governo vai dar CALOTE, e isso preocupa o mercado principalmente os títulos públicos, pois se o governo está dando calote em precatórios, pode dar calote no Tesouro direto, ou seja, aumenta o risco-país, fazendo assim os juros futuros subir!
Antigamente, não sei se ainda hoje, havia as "moedas podres", ou seja, cheques sem fundo emitidos pelo governo para pagar alguma dívida.

Lembro que, na época das privatizações de FHC, um bando de babacas ficou revoltado porque o governo aceitou essas "moedas podres" como pagamento.
Ora, não estava fazendo mais do que sua obrigação ao aceitar ser pago com os cheques que ele mesmo emitiu.
O governo também deveria aceitar esses precatórios como pagamento de impostos.

Re: Bolsa de valores

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Re: Bolsa de valores

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Que fim de delírio que nada. A "vaca sagrada" dessa turma da Faria Lima é Paulo Guedes e não Jair Bolsonaro. Duvido nada que ela ainda ache que o maior risco do país é Paulo Guedes sair do governo. Coisa que declarava até pouco tempo atrás:
https://www.correiobraziliense.com.br/a ... /amp.shtml

Re: Bolsa de valores

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Pra quem é entendido de Bolsa de valores, já conhecia essa mulher e sabe se o que ela diz são dicas boa mesmo ou é algo tipo coach genérico de economia?

Carol Paiffer, do Shark Tank: "pessoas fracassam na Bolsa por falta de estudo"


youtu.be/sHl2IeULS0g
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