Liberalismo Econômico

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Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Mesmo criticando voto e dizendo que, entre lata de lixo e Bozo, preferiria lata de lixo, Porto fez vídeo reassumindo que Bolsonaro seria o menos ruim:

BOLSONARO 22


youtu.be/DIO-fmGQbJw

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Conforme a China foi crescendo, os empregos foram passando de estatais para as empresas privadas.
Fonte: https://www.rba.gov.au/publications/bul ... sep/4.html

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... bT9IssAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Antiwokeísmo gerando apoios cegos a lixo da política americana? :eusa-think:
Apoie um populista autoritário porque ele se opõe aos lacradores 🤡

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Ron DeSantis até hoje se recusa a reconhecer o resultado das urnas de 2020. Promulgou lei contra a liberdade de cátedra e expressão de professores e revogou o status tributário da Disney em retaliação a críticas ao seu governo.

MBL sendo MBL
(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... Sd3JIsAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Mais uma alfinetada no MBL? A fama de “um dos grandes contribuintes do fim da Guerra Fria” acabou por gerar amnésia histórica do que Ronald Reagan fez com a dívida pública americana:
O Danilo Gentili é o melhor nome de direita para a presidência em 2026.

Ronald Reagan e Zelensky já provaram que atores e humoristas são capazes de, com garra e competência, liderarem seus países.

Temos 4 anos para tornar isso realidade e saibam que podem contar comigo! 🔥
(Guto Zacarias)

Fonte: https://twitter.com/GutoZacariasMBL/sta ... Ct8pUsAAAA

Tem um pessoal falando nas eleições de 2026 e citando a trajetória do Ronald Reagan como exemplo.

Façamos uma breve recordação
Reagan TRIPLICOU a dívida americana em termos nominais. Durante seu mandato, os EUA passaram de maior credor internacional a maior devedor internacional

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... reo5csAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Huxley escreveu:
Sáb, 05 Novembro 2022 - 22:52 pm
Conforme a China foi crescendo, os empregos foram passando de estatais para as empresas privadas.
Fonte: https://www.rba.gov.au/publications/bul ... sep/4.html

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... bT9IssAAAA
E não é só isso (abaixo provavelmente tem uma referência aos presidentes militares da época do “milagre brasileiro”, embora isso não tenha ficado claro no texto, apenas subentendido):

A China:
Praticamente não possui seguro social
Tem a grande maioria da sua população trabalhando em empresas privadas
Conta com bilionários e crescente desigualdade social.
Aqui ficamos sem caracteres antes de motivos pelos quais o sucesso chinês não é resultado do socialismo.

Há uma única característica socialista na China: O PCCh manteve o “comunista” no nome. Aparentemente este é o motivo de tanta gente que nunca estudou a história econômica deles achar que a China é socialista.

Por fim, se você acha que crescimento econômico justifica a ditadura chinesa, há um grupo que provavelmente se daria muito bem com você: evidentemente falo de bolsonaristas lambedores de coturnos militares.

Vale lembrar que, de fato, o setor público vem, de fato, aumentando sua participação no PIB nos últimos anos. Paralelamente, o crescimento do PIB chinês tem sido mais baixo, embora outros fatores, como a demografia, provavelmente importam tanto ou mais.
(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... MnJssAAAAj

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Uma turma da esquerda que jura ser Joaquim Levy o responsável pela crise em 2015. Outros culpam Cunha e as pautas bomba

Grafamos em vermelho não haver dúvida. ISSO É FALSO

A não ser que eles tivessem uma máquina do tempo ou fossem responsáveis pela política econômica desde 2009

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... KCkZosAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Twitteiro que nunca acompanhou a bolsa na vida:
Ain maiz u mercadu nunca se importou com u bozu.
O mercado:

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... LOlpUsAAAA


Gente, "reação do mercado" é simplesmente gente decidindo o que fazer com o próprio dinheiro.

Você pode espernear e reclamar, não muda que ninguém é obrigado a comprar título do governo ou manter dinheiro no Brasil.

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(Alex da Matta)

Fonte: https://twitter.com/AlexdaMatta_/status ... PA5JQsAAAA
Só por coincidência o mercado - qualquer mercado - está alinhado com nossas intuições morais.
Preço das telhas sobe depois das tempestades de granizo; instagramers ganham mais do que lixeiros; pessoas dedicadas são demitidas porque a firma quebrou; firmas quebram por motivos+

100% fora de seu controle; Vitão faz sucesso , etc.

"Ah... Mas o mercado não fez nada quando x" é como reclamar "o meu microondas não está tocando os CDs que coloco lá dentro".
(Leonardo Monasterio)

Fonte: https://twitter.com/lmonasterio/status/ ... XgtpcsAAAA

COMENTÁRIOS MEUS:

Acho que o último tweet acima parece ter sido uma resposta a esse:
https://twitter.com/reinaldoazevedo/sta ... H5gJosAAAA

Ah, e sim, teve economista “neoliberal” que achou exagerada às reações do mercado financeiro a declaração de Lula há alguns dias atrás: http://www.clubeceticismo.com.br/viewto ... 7fe#p27839

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Uma turma da esquerda que jura ser Joaquim Levy o responsável pela crise em 2015. Outros culpam Cunha e as pautas bomba

Grafamos em vermelho não haver dúvida. ISSO É FALSO

A não ser que eles tivessem uma máquina do tempo ou fossem responsáveis pela política econômica desde 2009

Imagem
(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... KCkZosAAAA
Em menos de dois minutos e meio Marcos Lisboa explicou, anos atrás, em debate com o Nelson Barbosa, o conjunto de equívocos que levaram ao caos que vivemos em 2015-2016
Se você tá em dúvida sobre qual o tipo de “pior cenário” agora, só ver o quanto o plano será próximo disso tudo

(vídeo)
(Caio Augusto)

Fonte: https://twitter.com/CaioAugstOR/status/ ... bOq5wsAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

aumentar o deficit não diminui o pagamento de juros: é o contrário.

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(Pedro Fernando Nery)

Fonte: https://www.twitter.com/pfnery/status/1 ... q8w5MsAAAA
Huxley escreveu:
Sex, 11 Novembro 2022 - 20:18 pm
Coincidência ou não, o dólar caiu 1,17% hoje… :lol: :lol: :lol: :lol:

“'Não serei ministro', diz Mantega sobre governo Lula”:

https://economia.uol.com.br/noticias/re ... o-lula.htm
:lol: Coincidência ou não, o Ibovespa reduziu radicalmente a sua perda ao longo do dia (assim como a moeda brasileira): :lol:

Bolsa ameniza perdas com saída de Mantega da equipe de transição

Depois de abrir o dia em queda de 2%, o Ibovespa encerrou a quinta-feira com perdas de 0,5% e o dólar fechou em R$ 5,40

Leia: https://cutt.ly/vMPaGZ8
(Metrópoles)

Fonte: https://www.twitter.com/Metropoles/stat ... vf45wsAAAA
Editado pela última vez por Huxley em Qui, 17 Novembro 2022 - 22:08 pm, em um total de 1 vez.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Matéria de hoje no Estadão, da
@AFernandes
, detalha a nossa proposta para as regras fiscais. Imaginamos uma combinação entre limite para a dívida, meta de resultado primário e teto de gastos. Não existe regra perfeita; toda regra depende do compromisso político para vingar.

Imagem
(Felipe Salto)

Fonte: https://mobile.twitter.com/FelipeSalto/ ... PamJwsAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Parece que o Peter do Visão Libertária rompeu com Scapella por achar que esse taria defendendo o governo russo por ter falado sobre um notícia de que os democratas teriam envolvimento no caso de lavagem de dinheiro com a FTX.
Essa coisa de rompimento entre ancaps (e simpatizantes) brasileiros ta virando moda, foi assim com Fhoer x Kogos, Alexandre Porto x Kogos, etc.
Ancaps / libertários praticando o individualismo "libertário". Imagina se chega no ponto onde cada ancap / libertário se ache o verdadeiro a ponto de não achar que dá pra se conciliar com outros discordante? Vai ficar mais pulverizado que já é e nem vai precisar de esquerda pra ter poder de manobra de massa que eles.

Peter Turguniev Diz Que Scapella Apoia a Rússia...


youtu.be/3HHg0ioRKxk

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


Coluna de hoje: como incluir e manter no orçamento os que são realmente pobres, sem quebrar as contas.

Imagem
(Marcos Mendes)

Fonte: https://twitter.com/mvitorodrigues/stat ... H-_p4sAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »


SAÚDE PÚBLICA NOS EUA

Autor: Sergio Diotaiuti

Quando falamos de políticas públicas poucos assuntos atraem mais desavisados que o sistema de saúde americano. O fato deles terem sido o país com mais infectados pelo Covid-19 piorou isso. Eu não sei qual ideia é mais desconectada da realidade, a de que o governo não atua fortemente na saúde por lá ou a de que nega a necessidade de uma reformulação profunda na cobertura da saúde e a adoção de um sistema universal por considerá-lo “socialismo”.

A primeira coisa que precisamos entender quando falamos de seguro social (o que inclui, além de saúde, previdência e assistência social), é que existem dois grandes sistemas, o Beveridgeano e o Bismarckiano. Vamos ver um pouco sobre os dois.

O modelo Bismarckiano, como o próprio nome indica, foi criado na segunda metade do século XIX pelo chanceler alemão Otto von Bismarck. Apenas um idiota diria que o símbolo máximo da aristocracia Europeia teria como uma de suas principais heranças uma medida esquerdista. Evidentemente alguns libertários e trumpistas estão nesse grupo.

Deixando o desenvolvimento histórico de lado, esse sistema funciona da seguinte forma: empregadores e empregados contribuem para um fundo, e este fundo paga as despesas médicas. Alguns países possuem diversos fundos para pessoas de diferentes rendas, outros países contam com apenas um fundo estatal. Diferentemente dos tempos de Bismarck, contudo, a contribuição é hoje obrigatória para todos os residentes do país, possibilidade pautada até por Hayek em seu monumental "Os Fundamentos da Liberdade".

Caso a pessoa não consiga pagar, o governo normalmente entra com uma parte. Frequentemente há poucas clínicas e hospitais públicos. No caso suíço, por exemplo, não há nenhum hospital público e gratuito. Mas o sistema é universal, e todos os residentes têm saúde garantida. No caso brasileiro, a Previdência Social guarda algumas características do modelo de Bismarck, ainda que esteja longe de ser um sistema puro. Adotam o modelo Bismarckiano a Europa Central e os países asiáticos ricos.

Já o modelo Beveridgeano, idealizado pelo economista William Beveridge na Inglaterra do pós-Guerra, tem como fonte de financiamento os impostos. Não há taxas de serviços ou contribuições: você vai no médico, o governo paga a conta e todos são atendidos da mesma forma. Quase todos ou todos os hospitais e clínicas são públicos. Como você deve estar pensando, o SUS foi inicialmente imaginado dessa forma.

Dentre os países que adotam esse modelo estão a maioria das nações de língua inglesa (ironicamente lembrados pelo seu welfare state residual, como ensina Esping-Andersen), a Europa mediterrânea e os países nórdicos.

Não há consenso sobre qual o melhor modelo, ainda que eu prefira o Bismarckiano. Estudos tendem a ser contraditórios sobre qual têm o melhor resultado e qual é mais barato. Muito provavelmente o modelo ideal varia para cada país, e não podemos achar que o que funciona na Suíça ou na Dinamarca funcionaria no Brasil ou nos EUA. Idealmente, para se entender as vantagens e desvantagens de cada um é interessante uma diferenciação entre contribuição e imposto, bem como as diferenças operacionais dos dois sistemas. É mister também lembrar que praticamente todos os países possuem características de ambos, e mesmo países que adotam um financiamento parecido diferem na administração e operação dos seus sistemas de saúde.

Falando em EUA, qual eles adotam? Todos e nenhum. É verdade que, como eu disse anteriormente, a maioria dos países possuem características de ambos, mas os EUA sequer têm um norte. Há mais hospitais públicos que em quase toda a OCDE, mas nenhum outro país desenvolvido carece de um sistema universal além dos EUA. Para os militares, há um sistema beveridgeano, mas para 15% da população não há garantia de cobertura, e caso estes precisem do serviço, precisam pagar do próprio bolso ou depender da caridade (que evidentemente deve existir e ajudar).

Existem desde os anos 1960 dois gigantescos programas de saúde, o Medicare e o Madicaid, mas nem toda a população é elegível. Há enorme variação entre os estados sobre quem pode ou não receber benefícios (embora eu não tenha estudado o suficiente o tema para dizer se isso é necessariamente ruim). A forma de financiamento é igualmente confusa. O resultado? O sistema mais caro do mundo com resultados medíocres, e milhões de pessoas desassistidas. 17% do PIB é gasto com saúde, um percentual maioir do que em qualquer outro país. Metade desse valor desembolsado pelo governo, mas o país tem a maior taxa de mortalidade infantil com a menor expectativa de vida de todos os países ricos.

Não gosta de "socialismo"? Então peça para esse sistema caro e ruim mudar (e não, saúde 100% privada não é uma opção).

Quer mais dinheiro estatal na saúde que nem os loucos seguidores do Bernie Sanders sendo que os EUA já são o país que mais gasta com saúde? Isso não é garantia alguma de bom funcionamento, e o tiro pode sair pela culatra.

Discorda da implementação de um sistema universal que ainda possibilite o corte de gastos com saúde no longo prazo? Parabéns! Você é um idiota.

Assine a newsletter e receba os novos textos que publicarmos aqui por e-mail.


Fonte: https://neoliberais.com/2020/09/30/saud ... a-nos-eua/
As conversas sobre a "exploração dos Estados Unidos" costumam ser invertidas. O cidadão americano está subsidiando a saúde no resto do mundo. Como? Medicamentos e procedimentos são mais caros aqui principalmente porque os pacientes dos EUA arcam com os custos de desenvolvimento. A pesquisa custa bilhões, as pílulas custam centavos.

2) Os custos médicos não são apenas P&D para medicamentos. Esses incluem numerosos estudos de segurança para procedimentos, além de todo o treinamento de pessoal, etc.
O mesmo para livros, em parte livros didáticos. Os custos de impressão são minúsculos, então os leitores estrangeiros são tradicionalmente subsidiados pelos consumidores americanos.
(Nassim Nicholas Taleb - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/nntaleb/status/1512755828247388165

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Responsabilidade fiscal exclui responsabilidade social?

Muita gente aqui parece acreditar nessa relação, mas ela não é verdade. Na Suécia é adotado regras fiscais estritas justamente para assegurar a sustentabilidade dos gastos sociais:

https://terracoeconomico.com.br/fiscal- ... scal-sueca
(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/EdwardKonings/statu ... rl5J4sAAAA

Suécia. Talvez no mundo nenhum país seja tão admirado e invejado por seus colegas quanto esse distante reino do norte. É um dos países mais ricos do mundo (em termos de PIB per capita [1]) e possui altíssimos indicadores sociais [2] . Qual país, afinal, não gostaria de ser uma Suécia?

Particularmente entre a esquerda progressista, o modelo sueco é vendido quase como uma forma de remédio milagroso. Eles colocam que a Suécia é um estado de bem-estar social funcional, com alto padrão de vida e excelentes indicadores econômicos. Isso serve, segundo eles, para desmistificar a “ilusão neoliberal” de que um estado de bem-estar social é necessariamente disfuncional e que o corte de “direitos sociais” é necessário para manutenção da prosperidade econômica [3] . No Brasil, especialmente, os progressistas gostam de colocar o modelo sueco como uma justificativa para o aumento ou manutenção de gastos públicos em áreas sociais, pontuando que a manutenção de prosperidade econômica não é justificativa para corte de gastos em áreas como saúde, previdência ou educação. Aumento de gasto sim, austeridade neoliberal não!

Todavia, o que poucos deles sabem é que nenhum país no mundo pratica, de forma tão fiel e rígida, a tão odiada “austeridade fiscal” do que a Suécia. Os suecos têm uma história de extrema devoção para com o princípio da responsabilidade fiscal ao ponto de terem rejeitado sediar uma olimpíada para poupar dinheiro dos pagadores de impostos [4]. Eles podem até ter uma das cargas tributárias mais altas do mundo, mas cada centavo é gasto com extremo cuidado e respeito para com o sacrifício de seus cidadãos [5].

O que os progressistas esquecem é que a Suécia quase quebrou uma vez. Após experimentos keynesianos de aumento de gastos públicos nas décadas de 1970 e 1980, que terminaram não gerando nenhum resultado em termos de crescimento, os suecos viram-se em um grave descontrole fiscal, com um endividamento chegando na casa de 110% do PIB. Em meio a um cenário de inflação crescente por senhoriagem, uma crise bancária e as ineficiências de seu estado de bem-estar social, os suecos elegeram o brilhante político liberal Carl Buildt [6] para realizar uma reforma econômica no estilo daquelas que estavam sendo realizadas na Alemanha por Helmut Kohl e na Grã-Bretanha por Margaret Thatcher. Para controlar seu cenário fiscal degradante, o governo sueco criou uma “constituição fiscal” (também conhecida como “teto de gastos”) para conter o descontrole dos gastos governamentais.

Nessa regra fiscal, chamada em inglês de Medium-Term Budgetary Framework (MTBF), o governo estabeceu como meta um superavit fiscal primário de 2% do PIB e essa mesma meta era tomada como base de cálculo do teto anual de gastos, onde o superavit poderia variar em 1% do PIB em relação à meta de superavit para permitir medidas contracíclicas em eventual recessão. Políticas expansionistas para previnir recessões em um período deveriam ser compensadas em outro período por medidas contracíclicas que aumentassem o superavit [7]. Além disso, uma âncora fiscal foi instituída impedindo o estado sueco de se endividar além de 35% do PIB; permitindo, entretanto, uma margem de variação de até 5 pontos percentuais [8].

Qual o resultado disso? A Suécia saiu de um dos maiores para um dos menores índices de endividamento (Dívida-PIB) da Europa, indo de 80% em 1995 para 41% em 2017. Durante o mesmo período o índice da Zona do Euro cresceu 87% e o da França sozinha cresceu 100% [9].

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O Índice Dívida-PIB da Suécia, Estados Unidos, Alemanha, França e Zona do Euro no período 1995-2017. Fonte: Andersson e Jonung (2019).

Se poderia pensar que os suecos relaxaram suas regras fiscais com a Crise Financeira Internacional de 2008-2009. Não. Graças a suas finanças públicas bem equilibradas, a Suécia pode articular uma política fiscal contracíclica mais eficiente do que outros países que já vinham endividados antes da crise, gerando uma recuperação mais rápida do que a média. E, mesmo com essas medidas keynesianas, os suecos não revogaram as regras do teto de gastos, de forma que após a recuperação medidas contracíclicas foram adotadas segundo a MTBF para recuperar o superavit.

Em verdade, pouco antes da crise o governo sueco deu um outra grande demonstração de responsabilidade fiscal. Em 2007 a Suécia criou uma agência semi-autônoma, o Conselho de Política Fiscal( finanspolititska radet), para garantir que as regras de superavit, teto e âncora fiscal sejam cumpridos e propor medidas corretivas caso o resultado real divirja. Segundo o Código de Conduta da Política Fiscal sueca, o Conselho deve agir como uma forma de “vigia fiscal” da política econômica sueca. Quando a política fiscal desvia do teto de gastos e das metas de superavit do MTBF, o Conselho deve reportar ao Parlamento esses desvios e fazer recomendações de ações corretivas. É uma forma escandinava e mais eficiente da nossa Instituição Fiscal Independente.

Alguns keynesianos mais linha dura poderiam olhar para isso com maus olhos. Eles diriam que, mesmo sendo uma atitude moral essa compromisso com a responsabilidade fiscal, a realidade é bem mais complicada e que regras fiscais tão rígidas teriam efeitos adversos sobre o crescimento econômico sueco, pois reduziria o produto da economia nacional por uma redução de demanda agregada via diminuição do gasto público. Mas será isso verdade? Os dados dizem que não. Como colocam Andersson e Jonung [9], o crescimento econômico sueco tem sido similar ou mesmo melhor ao registrado na Alemanha e nos Estados Unidos. Desde 1998 a Suécia cresce a taxas similares às dos Estados Unidos (com variações positivas de 0.3%) e bem melhor que a Alemanha (1% a mais na média).

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Crescimento Econômico Sueco em Comparação com a Alemanha e os Estados Unidos no período 1990-2017. Fonte: Andersson e Jonung 2019.

Isso não deveria ser surpresa para aqueles mais familiarizados com a teoria econômica recente. O crescimento em longo-prazo não ocorre em função da política macroeconômica de incremento da demanda agregada, como pensavam os keynesianos clássicos, mas sim de melhorias nos fatores de oferta da economia; como qualificação de mão de obra, alocação de fatores mais eficiente entre mercados internacionais, facilidade de fazer negócios, etc. E a Suécia foi muito habilidosa em fazer isso. Graças às reformas de incremento da produtividade do governo de Buildt e seus sucessores, como a abertura comercial, os suecos experimentaram uma grande elevação de salários e melhorias em seus indicadores de inovação econômica [10].

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A maioria das pessoas, ingenuamente, acha que a riqueza da Suécia veio por causa do estado de bem-estar social. Mas um estado de bem-estar social não cria riqueza, ela só a redistribui. A riqueza é criada pelos agentes privados atendendo aos desejos desse soberano tirânico chamado de consumidor. E para criar essa riqueza eles precisam de um ambiente favorável para tanto. Se o governo do país em que ele vive é descontrolado, gastando mundos e fundos com estádios de futebol e estradas inacabadas por exemplo, ele sabe que alguém pagará por isso no futuro e não realizará os investimentos necessários para o crescimento do país. Isso é particularmente verdade com relação ao mercado financeiro, a instituição econômica responsável pela alocação de recursos intertemporais entre os capitalistas. Como coloca o próprio governo da Suécia [11], o segredo básico para um país próspero e dinâmico é um governo responsável e uma economia livre.

Notas:

[1] – http://statisticstimes.com/economy/proj ... anking.php

[2] – https://data.oecd.org/sweden.htm

[3] – https://www.youtube.com/watch?v=cz0u2FH5Bnk

[4]-https://exame.abril.com.br/mundo/suecia ... o-publico/

[5]-https://www.government.se/government-of ... framework/

[6] – https://en.wikipedia.org/wiki/Carl_Bildt

[7] – MERRIFIELD, John; POULSON, Barry. Swedish and Swiss fiscal-rule outcomes contain key lessons for the United States. The Independent Review, v. 21, n. 2, p. 251-274, 2016;

[8]- CLAEYS, Peter. Rules, and their effects on fiscal policy in Sweden. Swedish Economic Policy Review, v. 15, n. 1, p. 7, 2008;

[9]-https://voxeu.org/content/fiscal-policy ... -targeting

[10] – ERLANDSEN, Espen; LUNDSGAARD, Jens. How regulatory reforms in Sweden have boosted productivity. 2007, OECD Library;

[11] – https://sweden.se/business/how-sweden-c ... e-economy/
Fonte: https://terracoeconomico.com.br/fiscal- ... cal-sueca/

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

O fato curioso são os “intelectuais” brasileiros simpatizantes do regime político chinês que demonizam limitação do gasto crescente com Welfare State, reforma da CLT de Michel Temer, assim como os indicadores de coeficiente Gini muito distantes do igualitarismo escandinavo. E se comportando como se a China atual fosse oposta a tudo isso citado:

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Fonte: https://twitter.com/PikettyLeMonde/stat ... 1966467072 (tweet de Thomas Piketty)

Novos dados sobre a escalada na desigualdade na China. Os 50% mais pobres só possuem 6% da distribuição de riqueza, e os 0,001% no topo contam com 10%. Você leu certo. Menos de um milhão e meio de pessoas com contam com quase o dobro de riqueza de 700 milhões no país "socialista"

(…)

Lembrando que China não tem sistema universal de saúde nem previdência. Acesso a universidade é mais restrito que no Brasil e não há gratuidade.

Definitivamente um modelo de desenvolvimento a ser seguido

(…)

Modelo chinês de desenvolvimento é bacana

Com pouquíssima rede de Bem-Estar garantida pelo governo, o trabalhador tem que poupar quase metade da sua renda

Alta taxa de poupança reduz custo do crédito e facilita levanta a industria

Querem importar o modelo? Nada de SUS ou INSS

(…)

Aliás, os trabalhadores chineses cumprem cargas de trabalho muito mais extensas que a média dos trabalhadores brasileiros. E nada de CLT

Sindicatos são estritamente controlados pelo Partidão. E não há direito à greve.

(…)

A única lição realmente relevante da experiência da China e demais países asiáticos é a educação.

Conseguiram educar bem e muito rápido a população

Curiosamente os apologistas do regime quase não abordam o assunto. São só lobistas de industriário e defensores de atrocidades
(Neoliberais Brasil)

Fontes: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... nKjKQsAAAA
https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... C4maQsAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

O “arrocho fiscal neoliberal” que não existe, mas parece existir para muitos por causa da má relação custo-benefício do conjunto de escolha dos gastos públicos:
Coluna de hoje: não existe "austericídio" - alguns programas públicos perderam orçamento porque a despesa aumentou muito em outros.

Imagem
(Marcos Mendes)

Fonte: https://twitter.com/mjmendes65/status/1 ... ei28IsAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Desmentindo alguns dos supostos feitos liberais de Paulo Guedes (e mostrando também algumas realizações negativas nesse âmbito):

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Fonte: https://twitter.com/EuSouLivres/status/ ... fh7sssAAAA (tweet do LIVRES)

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Dom, 25 Dezembro 2022 - 22:38 pm
Desmentindo alguns dos supostos feitos liberais de Paulo Guedes (e mostrando também algumas realizações negativas nesse âmbito):

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Fonte: https://twitter.com/EuSouLivres/status/ ... fh7sssAAAA (tweet do LIVRES)
Lula insiste na idiotice de que, na hora de ajudar os pobres, não deve haver limites de orçamento, não deve haver controle nem planejamento.
O resultado é que gastam até acabar o dinheiro e nada é investido no futuro. Tudo continua igual, os pobres continuam pobres.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Huxley escreveu:
Dom, 25 Dezembro 2022 - 22:38 pm
Desmentindo alguns dos supostos feitos liberais de Paulo Guedes (e mostrando também algumas realizações negativas nesse âmbito):

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Fonte: https://twitter.com/EuSouLivres/status/ ... fh7sssAAAA (tweet do LIVRES)
Complementando…
Sob a gestão do ministro Paulo Guedes, país caminhou no sentido do liberalismo, evitando intervenção econômica e possibilitando que o mercado se autorregulasse com mais força

https://bit.ly/3GiSLyo
(Jovem Pan News)

Fonte: https://twitter.com/JovemPanNews/status ... 4448804866
O PIX não foi feito por eles, privatizou uma empresa e criou uma estatal (saldo zero), o Auxílio Brasil é uma mudança de nome de um programa já existente. A PPI da Petrobras foi de Temer e não deles. E a reforma da previdência permite que policial se aposente aos 47 anos. Legado?
(Pierre Lucena)

Fonte: https://twitter.com/pierrelucena/status ... Xqps0sAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Nota: sem querer inferir causalidade, aparentemente a parte que mais deu certo do Bloco do Leste é também a que mais aprecia a democracia e o capitalismo.

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... PMz84sAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Para entender como o jogo de palavras da MMT funciona é útil começar com uma descrição do modo como as pessoas com mentalidade econômica geralmente falam sobre os gastos do governo. O que as pessoas normais falam é que, para o governo gastar, ele precisa de dinheiro. E o governo pode obter dinheiro de três fontes:

Impostos.
Empréstimos.
Criação de dinheiro.

A descrição usual então diz que, depois de obter dinheiro de uma dessas fontes, o governo pode gastá-lo em consumo e investimento do governo ou transferi-lo para outra pessoa por meio do estado de bem-estar. No caso de impostos e empréstimos, o dinheiro entra no governo e depois é gasto de volta. No caso da criação de dinheiro, o governo origina dinheiro novo e depois o gasta.

O que os defensores da MMT fazem é afirmar que, na verdade, todos os gastos do governo são financiados pela criação de dinheiro. Impostos e empréstimos podem parecer formas de o governo conseguir dinheiro para gastar, mas na verdade tudo o que eles fazem é deletar dinheiro. Por que você iria querer deletar dinheiro? Porque, quando a economia está no limite ou perto de sua capacidade, criar um monte de dinheiro novo e gastá-lo na economia causará inflação. Assim, você precisa usar impostos e empréstimos para eliminar o dinheiro novo e evitar a inflação. Entendido desta forma, todos os gastos do governo são financiados pela criação de dinheiro, e a tributação e os empréstimos existem apenas para compensar a inflação causada por esses gastos.

Por si só, esse esforço retórico em recategorizar as coisas é bom, embora um pouco tedioso.

Mas o que eles fazem a seguir é usar suas categorias idiossincráticas para dizer coisas que são verdadeiras de acordo com suas definições, mas confundem as pessoas que não estão familiarizadas com a linguagem particular da MMT.

Então eles dirão coisas como “impostos não financiam gastos” ou coisas como “a resposta para como você pagará é simplesmente que você gastará o dinheiro” em discussões sobre, por exemplo, como fazer expansões do estado de bem-estar. Muitas pessoas de esquerda leem sobre a MMT e acreditam que ela está dizendo que podemos ter um estado de bem-estar social no estilo nórdico sem aumentar o nível de impostos. Afinal, se os impostos não financiam os gastos, não precisamos deles, certo?

Mas não é isso que a MMT está dizendo. Se você entende a linguagem privada da MMT ou tem algumas horas disponíveis para conversar com um defensor da MMT e lentamente descascar as camadas de ofuscamento que eles gostam de usar, você percebe que, quando eles dizem: "impostos não financiam gastos" isso não significa que não precisamos aumentar os impostos para expandir o estado de bem-estar. Em vez disso, eles estão dizendo que, em sua maneira idiossincrática de categorizar as coisas, os impostos não “financiam o estado de bem-estar”, mas apenas “compensam a inflação causada pela criação de dinheiro que financia o estado de bem-estar”.

Esta é uma boa maneira de travar o discurso e confundir as pessoas, o que pode ser politicamente útil, mas como uma questão política, não acrescenta nenhuma nova visão. Ele diz a você que a pergunta correta não é “como você vai pagar por isso”, mas sim “como você vai compensar a inflação causada por pagar por isso com dinheiro criado, já que todos os gastos do governo são dinheiro criado”. No entanto, a pergunta reformulada tem a mesma resposta que a primeira: alguma combinação de impostos e empréstimos eventualmente terá de ser feita.

O verdadeiro objetivo da MMT parece ser o de empregar uma retórica enganosa com o objetivo de enganar as pessoas sobre a necessidade de impostos em um sistema social-democrata. Se forem bem-sucedidos, esses jogos de palavras podem afrouxar um pouco a política fiscal e monetária - no curto prazo. Mas, na medida em que aumentar permanentemente os gastos do governo para 50% do PIB exigirá muito mais impostos a médio e longo prazo, tenho de concordar com outros autores ao dizer que a MMT parece um beco sem saída político.

.

Excerto do texto: "What's the point of Modern Monetary Theory?", de Matt Bruenig.

Traduzido por Fernando Moreno.
Fonte: https://neoliberais.com/2022/12/07/mmt- ... m-simples/

“Teoria Moderna da Moeda (MMT) - Marcos Lisboa”:


youtu.be/Ym7b_tGQ09s

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Eu até entendo a turminha que tem tara no crescimento chinês recente. Agora, defender a era Mao tse tung é dose. Na primeira década no poder, o país esteve estagnado, com queda durante o fracassado Grande Salto Adiante (1958-62).
Morrer foi o que Mao fez de melhor para a China

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(Leonardo Monasterio)

Fonte: https://twitter.com/lmonasterio/status/ ... W8qtksAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Fernando Silva
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Huxley escreveu:
Ter, 03 Janeiro 2023 - 20:48 pm
Eu até entendo a turminha que tem tara no crescimento chinês recente. Agora, defender a era Mao tse tung é dose. Na primeira década no poder, o país esteve estagnado, com queda durante o fracassado Grande Salto Adiante (1958-62).
Morrer foi o que Mao fez de melhor para a China

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(Leonardo Monasterio)

Fonte: https://twitter.com/lmonasterio/status/ ... W8qtksAAAA
A China cresceu quando os ditadores entenderam que a eficiência era mais importante que a ideologia.
Que "não importa a cor do gato desde que ele pegue os ratos".

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Fato 1: todo país no mundo tentou política industrial. Fato 2: alguns países se desenvolveram.

Conclusão correta: todo país no mundo tentou política industrial e alguns países se desenvolveram.

Conclusão errada: países se desenvolveram pq fizeram política industrial.
(Lucas Favaro)

Fonte: https://twitter.com/Favaro_9/status/161 ... jmrNosAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Qui, 26 Janeiro 2023 - 22:24 pm
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Fonte: https://twitter.com/AlexSchwartsman/sta ... Ppkd8sAAAA
"Mercado" não é apenas os especuladores. Nós, consumidores ou micro e pequenas empresas, também somos "mercado".

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Fernando Silva escreveu:
Sex, 27 Janeiro 2023 - 10:18 am
Huxley escreveu:
Qui, 26 Janeiro 2023 - 22:24 pm
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Fonte: https://twitter.com/AlexSchwartsman/sta ... Ppkd8sAAAA
"Mercado" não é apenas os especuladores. Nós, consumidores ou micro e pequenas empresas, também somos "mercado".

No contexto dos bodes expiatórios do PT e de seus aliados, não é o conceito amplo de mercado que está sendo discutido. As bravatas que surgem depois que a taxa de câmbio deprecia, o Ibovespa cai ou os juros futuros sobem tem como alvo os maiores formadores de preços nesses mercados.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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As motivações e riscos dos financiamentos do BNDES no exterior

O Instituto Millenium entrevistou o economista e consultor Alexandre Schwartsman, que já foi diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central

Instituto Millenium
26 de janeiro de 2023, 20h20

Um dos grandes temas da semana é a possibilidade, cada vez mais factível, de financiamento de obras em países vizinhos, por meio do BNDES. Haveria vantagens pro Brasil em tal empreendimento? Qual a agenda por trás disso?

Para entender melhor o assunto, o Instituto Millenium entrevistou o economista e consultor Alexandre Schwartsman, que já foi diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central. Ele questiona o fato de que essas mesmas obras poderiam ser financiadas no Brasil, e avalia que há risco de calote, com o Tesouro Nacional assumindo o prejuízo. Confira abaixo a entrevista completa:

1) Qual seria a vantagem para o Brasil em utilizar o BNDES para financiar obras em outros países? O governo fala em geração de empregos, em ajudar empresas brasileiras...

Alexandre Schwartsman - Para o Brasil mesmo não está claro, sendo generoso. Sim, isto ajuda empresas nacionais a terem a possibilidade de fazer tais obras em outros países. No entanto, nada impede que estas mesmas empresas façam obras por aqui, onde, diga-se de passagem, há carências enormes, por exemplo, na área de saneamento básico.

Recursos, mesmo os do BNDES, não são infinitos, embora alguns possam pensar o contrário. Como em todo problema econômico, trata-se de escolher prioridades. Não há razão para crer que o Brasil se beneficiaria mais ao financiar Vaca Muerta (que, aliás, se fosse tão bom assim veríamos uma fila de gente querendo participar do jogo) do que ao bancar saneamento.

Ambas as iniciativas ajudariam a gerar empregos (mais aqui do lá, note-se) e empresas nacionais. Não é justificativa para financiar obras em outros países.

2) E qual seria a real agenda do governo em conceder esses empréstimos?

AS - Em me pergunto. Há, com um pouco de boa vontade de minha parte, uma agenda, digamos, "geopolítica". Trata-se de aumentar o grau de influência do Brasil em outros países, muito embora eu não consiga fazer a menor ideia do motivo disto ser, a priori, bom para o país, ao menos em termos quantificáveis. Com um pouco menos de boa vontade, falamos de processos similares aos descritos por Malu Gaspar em "A Organização[1].

3) Essa semana, o BNDES divulgou nota oficial, afirmando que não há risco de calote desses países ao BNDES. O que você acha dessa tática?

AS - Não só há, como já aconteceu. Cuba, por exemplo, apresentava pagamentos atrasados de US$ 248 milhões no começo do ano passado, segundo matéria do Poder 360, de 29/01/2022. O que ocorre é que o risco de calote não é do BNDES, mas do Tesouro Nacional (a propósito, acionista único do BNDES), por meio do Fundo Garantidor de Exportações (FGE). Aqui invoco de novo o Poder 360 (25/01/2023), que nota que "o FGE pagou US$ 977 milhões em indenizações ao banco de fomento federal por prestações não pagas em países vizinhos". Dito de outra forma, o risco não é do BNDES; é da Viúva, que controla o BNDES.

Isto dito, se a pergunta sobre tática se refere à afirmação do BNDES em nota oficial, eu diria ser temerária, à luz do que expliquei acima. Se diz respeito ao uso do FGE ao invés do BNDES como afetado pelo calote internacional, é equivalente a perguntar a alguém se quer pagar com o dinheiro que está no bolso direito, ou prefere o que está no bolso esquerdo.

4) Como você tem analisado as primeiras interferências políticas nas questões econômicas do país?

AS - São iniciativas ruins, basicamente fazendo caridade com chapéu alheio em troca de um "soft power" cujo benefício - se há - é virtualmente impossível de ser medido. Lembro de ouvir (presencialmente) o Lula há quase 20 anos se gabando do papel do Brasil no Haiti, segundo ele "quintal dos americanos". Não é diferente hoje, seja a proposta de botar o BNDES na roda, seja com esta cretinice de moeda comum. Ranço antiamericano, apenas.

5) Para você, qual deveria ser o papel do BNDES?

AS - Idealmente? Ser fechado. Na impossibilidade de fazê-lo, atuar em áreas onde o mercado privado de crédito tem mais dificuldade, se bem que o BNDES também tem dificuldades, por exemplo, de ajudar pequenas empresas por falta de capilaridade. Deveria direcionar seu crédito à área social: saneamento e saúde.

[1] Livro publicado em 2020, no qual a autora destrincha a história completa da ascensão, do auge e da queda da Odebrecht.
Fonte: https://exame.com/colunistas/instituto- ... -exterior/

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Dom, 29 Janeiro 2023 - 21:38 pm
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Fonte: https://twitter.com/noahshuster/status/ ... 49/photo/1
Abraço de afogado. No fim, morrem os dois.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Muita gente indignada (com boas razões) sobre o litro d'água a R$93 no litoral de SP
A solução é o governo trazer água para a região, não impedir o aumento dos preços
Preços altos são um incentivo que ajudam a... diminuir o preço. Segue a aula do
@tylercowen
e
@ATabarrok
(1/2)

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Não estamos defendendo esse preço absurdo, mas seu aumento é sinal de escassez. Limitá-lo diminuirá ainda mais a oferta de água.
O problema deve ser trabalhado na parte da oferta. Como dito anteriormente, é papel do governo abastecer a população em um momento de crise. (2/2)
(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... 7js5ktAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Além da MMT (https://clubeceticismo.com.br/viewtopic ... 424#p28424), um dos novos queridinhos dos seguidores de ciroeconomics e lulaeconomics (ou seria dilmaeconomics?), é o economista que foi um dos formuladores do Plano Real, André Lara Resende (que hoje tem pensamento contrasta com o de outros nomes do Plano Real, mais ortodoxos, como Gustavo Franco, Edmar Bacha, etc.). O economista Alexandre Schwartsman mostra a nocividade de suas atuais ideias monetárias:
A cloroquina monetária

A sugestão de André Lara Resende de financiar gastos com emissão de moeda deriva da peculiar mistura de obviedades e conclusões que não emanam delas. Aqui explicamos o porquê


Por
Alexandre Schwartsman
20 maio 2020 11h00
-
Atualizado 3 anos atrás

O artigo de André Lara Resende na Folha de S. Paulo deste domingo é um belo exemplar de uma combinação peculiar: a mistura fina de obviedades com conclusões que não derivam delas.

Há um tom sofisticado quando afirma que “a moeda contemporânea, como também a dívida pública, é apenas um registro contábil eletrônico”, ecoando a tese de Yuval Noah Harari em Sapiens, para quem a capacidade de abstração foi a pedra fundamental para o desenvolvimento humano como o conhecemos.

Inteligente, sem dúvida, ainda que irrelevante para sua tese, a saber, que o governo brasileiro pode partir sem medo para o financiamento monetário de seus déficits, sem o menor risco de inflação à frente.

A começar pela confusão em torno das operações compromissadas. Como se sabe (ou deveríamos saber), tais operações são vendas (ou compras) de títulos públicos (registros contábeis no Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia) com compromisso de recompra (ou revenda), usadas pelo Banco Central para garantir que a taxa a que os bancos trocam reservas bancárias no Selic (a taxa Selic!) fique próxima àquela definida como meta pelo Copom a cada reunião.

Se há excesso de reservas bancárias, a taxa Selic tende a ficar abaixo da meta; se há falta, acima dela. No caso brasileiro, há muitos anos, as reservas bancárias são excessivas, o que requer do BC a venda (com compromisso de recompra) de títulos.

Bancos tornam-se detentores (temporários) de papéis do Tesouro; em contrapartida, há redução de reservas bancárias, o principal componente da base monetária.

Lara Resende, porém, afirma que as compromissadas “nada mais são do que emissão de reservas, base monetária, para o sistema bancário”, precisamente o oposto da realidade. Para um artigo que se propõe a superar equívocos, nada como começar com um deles.

Aproveitando o gancho, propõe que, em vez de controlar a liquidez e, portanto, taxas de juros por meio das compromissadas, passe a um sistema de “reservas remuneradas”. Isto é, como alternativa à venda de títulos do Tesouro, o BC permita que bancos depositem no Banco Central, com remuneração pela taxa Selic, seu excesso de reservas bancárias.

Isto faria, segundo ele, desaparecer 30 pontos da relação dívida sobre PIB do Brasil, que cairia de 75% para 45% do PIB – ou seja, uma queda de 40% na dívida pública do país.

Para entender a mágica, é preciso dar um passo atrás.

No Brasil, ao contrário do que ocorre em outros países, o Banco Central é como que “consolidado” dentro do governo geral. Como o Tesouro é seu único acionista, os títulos emitidos pelo Tesouro para o BC não são contabilizados na dívida bruta, já que o Tesouro deve para si mesmo.

Por outro lado, os títulos usados nas compromissadas, que estão fora do balanço do BC (portanto fora do balanço “consolidado” do governo geral), são contabilizados na dívida.

Se, argumenta Lara Resende, o BC passasse a usar depósitos remunerados no lugar de compromissadas, estas sumiriam das estatísticas e, voilá, a dívida deixaria de ser um problema, exceto pelo fato de continuar a sê-lo.

De uma forma (compromissada), ou de outra (depósitos remunerados), o BC seguiria pagando juros aos detentores de títulos ou depósitos.

Para quem argumenta tão eloquentemente sobre a similaridade intrínseca a ativos que nada mais são que registros eletrônicos contábeis, Lara Resende parece não ver que essas modalidades são rigorosamente a mesma coisa.

Chamá-las por nomes diferentes não muda esta simples verdade, nem faz 40% da dívida bruta se desfazer no ar.

Nos demais países, como os bancos centrais tipicamente não são consolidados com o Tesouro, não se faz esta distinção: a dívida já contabiliza títulos em poder dos bancos centrais e também não é necessário incluir depósitos remunerados.

Caso seguíssemos o critério da maioria dos países (que, diga-se, era o que fazíamos até 2007), nossa dívida já estaria próxima a 90% do PIB, como ilustrado abaixo.

Todavia, como sempre ressalto, mais importante do que o nível da dívida é sua trajetória – e nesse sentido o gráfico é claro: independentemente da metodologia adotada, o crescimento da dívida relativamente ao PIB tem sido extraordinariamente rápido e será ainda mais veloz no futuro próximo. Nenhuma mágica contábil há de mudar este fato.

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O que nos leva a outro argumento de Lara Resende, qual seja, que a dívida do governo brasileiro não é um problema. Para não haver dúvidas cito:

“Quando a dívida é interna e denominada em moeda nacional, como é o caso da dívida brasileira hoje, o problema não existe. O serviço da dívida interna denominada na moeda nacional não exige transferência de recursos para o exterior. O Estado deve para os seus próprios cidadãos. É uma dívida de brasileiros com brasileiros, ou de ‘Zé com Zé’, para usar um velho jargão do mercado financeiro. O Estado pode sempre refinanciar a dívida e emitir, se necessário, para cobrir o seu serviço.”

Se a dívida não fosse um problema, apenas uma operação “Zé com Zé”, o corolário disso seria que um eventual calote não deveria gerar qualquer impacto real sobre a economia: “Zé”, que devia para “Zé”, simplesmente não se pagaria – o ganho de um “Zé” é a perda de um “Zé” e o efeito líquido seria zero.

Bom, aproveitando a efeméride (30 anos) e o recente pedido de desculpas do ex-presidente Fernando Collor, basta lembrar do efeito da calote promovido pelo Plano Collor em 1990: uma das três maiores recessões da história recente do país (ainda sem contar a atual).

O PIB caiu, de pico para vale, 8,6% (um pouco mais do que na recessão 2014-16, 8,2%), ao longo de 11 trimestres (o mesmo que em 2014-16) e precisou de sete trimestres para recuperar o nível pré-crise (mais rápido que em 2014-16).

Se alguém acredita que a dívida não é um problema, porque devemos para nós mesmos, deve também arrumar um jeito de explicar por que seu não pagamento teve efeitos tão severos num passado não tão distante.

A dívida é uma máquina do tempo: permite anteciparmos consumo de amanhã para hoje, mas alguém terá que pagar pelo consumo de amanhã.

Nossos “eus” futuros, nossos filhos, netos, etc., terão em algum grau que consumir menos no futuro para compensar o tanto que foi consumido agora.

Ah, mas podemos pagar a dívida com moeda, que, conforme notado no início, é também uma ficção contábil, não muito distinta da dívida. A prova disso seria a experiência mundial com QE (afrouxamento quantitativo), quando BCs em vários países compraram títulos públicos, ampliando em muito a base monetária sem efeitos inflacionários.

O que Lara Resende não conta, porém, é que BCs só se engajaram no QE quando não foi mais possível reduzir a taxa de juros de curto prazo.

De fato, como moeda tem rendimento zero, ao menos numa primeira aproximação não seria possível trazer a remuneração dos títulos de curto prazo abaixo de zero. Sabemos agora que isso não é exatamente verdade por força de regulações e custos de se manter moeda corrente, mas, ainda assim, se não exatamente zero, sabemos haver limitações para reduzir a taxa de juros abaixo de algum patamar não muito distante dele.

O mecanismo de expansão quantitativa permite aos BCs atuar sobre outras taxas de juros além daquela de curto prazo. Trata-se de extensão da forma de atuação descrita acima, mas além do mercado de reservas bancárias.

Um estudo do time econômico da Goldman Sachs em 2010 (“QE2: How Much is Needed?”) sugere que cada US$ 1 trilhão de expansão quantitativa corresponda a um corte de 1% da taxa básica de juros.

BCs calibram sua resposta de política monetária para manter a inflação na meta: caso esteja acima, elevam a taxa de juros; se abaixo, a reduzem.

Nenhum economista que conheça esta dinâmica diria, de olhos arregalados, “o BC reduziu a taxa de juros e a inflação caiu!”, mas sim “o BC reduziu a taxa de juros porque espera que a inflação vá ficar abaixo da meta”.

Por essa mesma ótica, a expansão quantitativa não causa inflação porque se trata de resposta à baixa inflação, similar a colocar o pé mais fundo no acelerador para manter a velocidade quando o carro sobe a ladeira.

No caso do Brasil, não chegamos lá, ao menos não ainda.

Como argumentei semana passada, parece haver espaço adicional para a redução de juro (além do que o BC sugere, mas não voltarei a essa questão), que, todavia, permanece acima de zero.

Recorrer, portanto, à expansão quantitativa agora implicaria permitir que a Selic ficasse abaixo do nível consistente com a inflação na meta em seu horizonte relevante, ou seja, seria sim inflacionário.

Alquimistas buscavam a pedra filosofal, substância capaz de transformar metais ordinários em ouro ou prata, que se tornou assim um símbolo de soluções mágicas para problemas difíceis.

Vivemos hoje busca semelhante por uma “bala de prata” contra a pandemia, que muitos, de Nicolás Maduro a Jair Bolsonaro, passando por Donald Trump (e outros de calibre similar), acreditam ser a cloroquina.

Lara Resende se coloca nessa nobre companhia, na sua busca alquímica pela cloroquina monetária (agradecimentos especiais a Rodrigo Azevedo pela sugestão da analogia e do título do artigo).

Alexandre Schwartsman Alexandre Schwartsman foi diretor de assuntos internacionais do Banco Central e economista-chefe dos bancos ABN Amro e Santander. Hoje, comanda a consultoria econômica Schwartsman & Associados. Formou-se em administração pela Fundação Getulio Vargas, fez mestrado em economia na Universidade de São Paulo e doutorado em economia na Universidade da Califórnia em Berkeley.
Fonte: https://www.infomoney.com.br/colunistas ... monetaria/

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

“A culpa é dos especuladores”… Sobre a questão do mercado de futuros (também chamado de “especulação”) causar a inflação (lembrando que, em Economia, inflação não é choque inflacionário; é aumento persistente no nível geral de preços):
Quase nunca vi uma curta escassez não seguida por uma abundância.
Quase tudo o que parece ser a causa da "inflação" (digamos, madeira, cobre, imóveis) entrará em colapso - exceto o problemático mercado de trabalho.
(Nassim Nicholas Taleb - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/nntaleb/status/1417484289650876417
(MKM Abdul - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/MKM_Abdul/status/16 ... 7ew40tAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

“REACT JORNALISTA DA CNN NÃO ENTENDE O BÁSICO! | Cortes do @MBLiveTV”:


youtu.be/stzNhBQSqj0

COMENTÁRIOS MEUS…

Um festival de ignorância arrogante por parte dos dois molequinhos do MBL. A jornalista da CNN Brasil está certa. Redução de alíquota de imposto sem redução de despesa pública é subsídio que pressiona o déficit público e a dívida pública. O Arthur até tentou ensaiar uma sofisticação argumentativa dizendo que imposto indireto (como é o caso do que incide sobre combustíveis) é regressivo, pois pessoas mais pobres consomem maiores parcelas da sua renda em comparação aos mais ricos, o que sugere que ele acredita que o subsídio beneficia principalmente os mais pobres. Isso é um erro, pois existem sim muitas pessoas de classe média alta que consomem toda ou quase toda a renda, então são essas pessoas e não os pobres que gastam tudo o que ganham que são os maiores beneficiários do subsídio criado por Bolsonaro. “Ah, mas o pobre consome alimentos transportados por caminhões movidos a diesel”. A pessoa de classe média alta que me referi também e com o adicional que ela usa mais combustível fóssil para o transporte pessoal do que a pessoa de classe baixa.

Sobre a questão da relação do combustível fóssil e o meio ambiente, a jornalista também está certa. Não existe qualquer razão especial para que combustíveis fósseis sejam beneficiados com redução na alíquota de imposto e os bens restantes não. Assim como não existe qualquer razão especial para que os combustíveis tenham seu consumo estatalmente incentivado e os bens que não geram externalidades negativas não tenham esse mesmo privilégio de incentivo no consumo de forma quantitativamente igual.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Atenção, Dinamarca só é um país desenvolvido porque explorou seu vasto império colonial no círculo polar ártico

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Há uma banda da esquerda que tem certeza do poder explicativo das relações imperialistas para o desenvolvimento presente dos países

Por essa lógica, Reino Unido deveria ser o país mais rico da Europa enquanto Finlândia, Nova Zelândia e Austrália deveriam ser pobres como Brasil

Portugal manteve seu império colonial até os anos 70. Hoje é um país menos desenvolvido que a Irlanda

E o que falar sobre a Finlândia? Era posse do Império Russo até o início do século passado e hoje é um dos países mais ricos do continente

Instituições explicam o desenvolvimento econômico dos países

Impérios que mantiveram instituições detrimentos ao desenvolvimento entraram em decadência. Antigas posses coloniais que construíram instituições propícias ao desenvolvimento prosperaram

4 sugestões de leitura para entenderem porque existem países ricos e pobres. Essenciais para qualquer um com interesse em história econômica e desenvolvimento. O colonialismo pode ter deixado países mais pobres, mas não explica a riqueza europeia

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(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... aq6KQtAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Huxley escreveu:
Ter, 07 Março 2023 - 21:33 pm
Atenção, Dinamarca só é um país desenvolvido porque explorou seu vasto império colonial no círculo polar ártico

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Há uma banda da esquerda que tem certeza do poder explicativo das relações imperialistas para o desenvolvimento presente dos países

Por essa lógica, Reino Unido deveria ser o país mais rico da Europa enquanto Finlândia, Nova Zelândia e Austrália deveriam ser pobres como Brasil

Portugal manteve seu império colonial até os anos 70. Hoje é um país menos desenvolvido que a Irlanda

E o que falar sobre a Finlândia? Era posse do Império Russo até o início do século passado e hoje é um dos países mais ricos do continente

Instituições explicam o desenvolvimento econômico dos países

Impérios que mantiveram instituições detrimentos ao desenvolvimento entraram em decadência. Antigas posses coloniais que construíram instituições propícias ao desenvolvimento prosperaram


Não sei se ele tava se referindo a forma como dinamarqueses trataram povo da Groenlândia, se baseando em reportagens como essa da BBC como o "Documentário BBC: A geração perdida da Groenlândia" tirando conclusão baseado em coisas assim, ou se FN teria viajado na maionese como costuma fazer.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Democracia Contemporânea = Estado Democrático de Direito…


O MST ataca um pilar da democracia

O secretário de Justiça e Cidadania de São Paulo está certo: a Lei protege tanto as propriedades agrícolas, como os palácios públicos

Mario Sabino

11/03/2023 2:00, atualizado 11/03/2023 8:48

Em 12 de fevereiro, ao participar de um evento do MST, o ministro do STF Ricardo Lewandowski afirmou que “essa democracia na qual nenhum de nós se sente representado é atravessada por crises que possuem raízes profundas no sistema político. Hoje, a democracia é composta por alguns que representam outros”.

O ministro também foi compreensivo em relação aos métodos do MST. “Cada qual aqui tem sua trincheira e estão lutando em prol da concretização do que acreditamos ser a democracia”, disse Ricardo Lewandowski.

Sem querer estabelecer relação de causa e efeito, até porque presumo que a coisa já estivesse organizada fazia tempo, em 28 de fevereiro, o MST invadiu e ocupou três fazendas da Suzano Papel e Celulose, no sul da Bahia, onde a empresa cultiva eucalipto. O movimento iniciou, assim, o que chama de “jornada nacional de luta pela reforma agrária”, prevista para durar até o final de abril. Supõe-se que a “jornada” comportará novas invasões e ocupações de propriedades privadas no campo.

As fazendas da Suzano foram desocupadas pelo MST depois de uma semana, em negociação que envolveu o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Mas ele não tem dinheiro para fazer reforma agrária nenhuma, como apurou a jornalista Raquel Landim.

Neste ano, o Incra dispõe de apenas 2,43 milhões de reais para adquirir terras, e a propriedade que o MST quer que o governo compre da Suzano, para assentar 650 famílias, custa pelo menos 40 milhões. Como ainda não estamos naquele regime que comissários do povo gostariam de implantar, é impossível confiscar propriedade privada, simplesmente. Vamos ver no que dá a negociação do coitado do ministro.

Continuo só mais um pouco com a cronologia. No dia em que o MST desocupou as fazendas da Suzano, 7 de março, Fabio Prieto, ex-desembargador do TRF3 e atual secretário de Justiça e Cidadania de São Paulo, esteve na Federação da Agricultura e Pecuária do estado. Os produtores paulistas estão preocupados com as invasões de terras.

Fabio Prieto os tranquilizou:

“A Lei vale tanto para os palácios públicos, como para as mais modestas propriedades privadas. Nós não aplaudimos as invasões como as que ocorreram em Brasília e o governo Tarcísio tomou todas as providências para que os incidentes não se repetissem, como não se repetiram, em São Paulo. A propriedade agrícola também é protegida pela Constituição. Seguimos atentos aos acontecimentos e faremos cumprir a Lei em todas as situações.”

Na minha despretensiosa opinião, o secretário está certo. No artigo 5º da Constituição, está garantida, pode ver, a “inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Não parece que tais direitos fundamentais sejam intercambiáveis. Ao invadir fazendas (e, não raro, vandalizar plantações), em defesa de reforma agrária, o MST ataca um pilar da democracia, assim como fizeram os bolsonaristas que invadiram os palácios de Brasília, para defender golpe de Estado. Soa chocante para quem é de esquerda, eu sei, mas é dessa forma que funciona.

A nossa democracia pode ser imperfeita, e é, mas fico do lado dela em todas as situações. Espero que a minha defesa da democracia não seja interpretada como ataque à democracia. Quem faz isso é o MST.
Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/mari ... democracia

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

O Islandês corre o risco de desaparecer e o governo tem investido em medidas para preservar o idioma.
Scapella no final lança um desafio a libertários perguntando quais são as soluções de livre mercado. (que provavelmente não existem)

O país que está trocando de idioma


youtu.be/6aZBVwZe7jQ

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

O debate sobre política industrial ou comercial fica torto sem public choice.
Desde o começo - especialmente em países com governo fraco - é essencial considerar as ações dos lobbies e as motivações da burocracia/ políticos.
Outras políticas públicas (educação, saúde eg)+
1

podem até prescindir disso pq a capacidade de extrair rendas é bem menor.
O reino do rent seeking está justamente na política comercial/industrial. Ignorar isso no BR e achar que dá para copiar a Finlândia ou Coreia é extremamente perigoso (como a nossa história recente mostra)

O debate precisa de mais Tullock, Olson e Anne Krueger e menos Rodrik
(
@claudferraz

@tomasmartinezzz
, integração micro-macro é importante... mas imho o elefantão na sala é a motivação dos agentes envolvidos)

Para os defensores de uma política industrial mais ativa no BR: se até os CNPJs, CPFs e SIAPEs dos envolvidos são os mesmos, como esperar que desta vez será diferente™️?


(Leonardo Monasterio)

Fonte: https://twitter.com/lmonasterio/status/ ... 606MMtAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Hayek, um liberal tido como radical e talvez o nome mais reconhecível do neoliberalismo, reconheceu durante toda a sua carreira a existência de bens públicos que deveriam ser providos pelo governo. Tudo isso para o Cleiton em 2023 dizer que liberalismo é sinônimo de estado mínimo

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Reparem que eu não disse se o Cleiton concorda ou não com esse estado mínimo. Evidentemente o fato de defensores e detradores fazerem esta confusão empobrece ainda mais o debate.
(Neoliberais Brasil)

Fonte: https://twitter.com/neoliberaisbr/statu ... _RyswtAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Já vi que preciso desenhar...

1) O que invalida o tuíte não é a referência a nações da AL/Caribe, mas o fato de economias com níveis de investimento público mais elevado como % do PIB apresentarem desempenho muito pior que o nosso (e não é fácil);
+

https://twitter.com/historia_pensar/sta ... 9400027136

2) Só isto bastaria para concluir que a variável escolhida não é a razão do nosso atraso.
+

3) Da mesma forma, na tabela com demais países, vemos economias bem mais desenvolvidas que o Brasil (Bélgica, Alemanha) com níveis de investimento público pouco diferente dos nossos. +

Aliás, a Costa Rica, que investe menos que a gente, tem PIB per capita de US$ 14,5 mil (2021, Banco Mundial), contra US$ 7,5 mil (2021, Banco Mundial), ambos medidos por paridade de poder de compra. Mais um dica que a chave não está aí;
+

4) Isto dito, o Brasil não gasta pouco. Abaixo a evolução do gasto federal (% PIB) de 1997 a 2022, discriminado de 2008 em diante entre investimento e gasto corrente.
+

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O gasto saltou de 14% para 20% do PIB entre 1997 e 2016. Foram 6% do PIB de aumento. A elevação de gastos obrigatórios responde por 5,8% do PIB, dos quais benefícios previdenciários representam 3,2% e demais despesas obrigatórias 2,5% .

Gastamos mais, mas não em investimento.
+

5) O gráfico acima só se refere ao governo federal. O abaixo inclui estados e municípios (mas só de 2020 para cá).

O padrão é o mesmo: o gasto cresce; o investimento não.+

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6) Note-se, por fim, que o período que destacado no gráfico (2000-2017) compreende os governos Lula e Dilma (entendo o grave problema da amnésia petista relativa a qualquer coisa posterior a 2010, mas eu não sofro disto).
+

Vale dizer, Pinochmann não percebeu, mas não foram os "neoliberais" que investiram pouco; foram principalmente os governos petistas...

Não basta pensar a história; há que pesquisá-la também.

*2010 para cá
(Alexandre Schwartsman)

Fonte: https://twitter.com/AlexSchwartsman/sta ... PE9NUtAAAA

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Huxley escreveu:
Sex, 24 Fevereiro 2023 - 01:02 am
“A culpa é dos especuladores”… Sobre a questão do mercado de futuros (também chamado de “especulação”) causar a inflação (lembrando que, em Economia, inflação não é choque inflacionário; é aumento persistente no nível geral de preços):
Quase nunca vi uma curta escassez não seguida por uma abundância.
Quase tudo o que parece ser a causa da "inflação" (digamos, madeira, cobre, imóveis) entrará em colapso - exceto o problemático mercado de trabalho.
(Nassim Nicholas Taleb - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/nntaleb/status/1417484289650876417
(MKM Abdul - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/MKM_Abdul/status/16 ... 7ew40tAAAA
A citação de Nassim Taleb está um pouco distorcida no segundo tweet abaixo (ver a de acima), mas...
As taxas globais de frete de contêineres (custo de contêineres de 40 pés) agora são mais baixas do que em fevereiro de 2020...

7 de fevereiro de 2020: $ 1.468 (taxa pré-covid)
10 de setembro de 2021: US$ 11.109 (taxa de pico)
14 de abril de 2023: US$ 1.406 (-87% do pico)

Simplesmente incrível.

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(Charlie Bilello - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/charliebilello/stat ... 0269150209
“Nunca vi uma escassez não seguida por uma abundância” está rapidamente se tornando as observações mais frequentemente demonstradas de @nntaleb de todos os tempos.
(MKM Abdul - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/MKM_Abdul/status/16 ... 6981116929

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Essas brigas internas dos ancaps brasileiros só fazem eles parecer uma piada. O Raphael dos Idéias Radicais defendendo o antipetismo, nem que seja defendendo o aumento do salário de caras como esse Zema, anda sendo detonado pelo tal Fhoer, que fala de Uruguaiana como se fosse o Eldorado do livre mercado.
Se tem ancap (de internet) que acha que o Brasil vai virar ancap, dependendo das argumentações e comportamento deles, é mais fácil virar ditadura comunista do que isso.


VOCÊ NÃO TEM ESCOLHA


youtu.be/hsWy2jS89n4

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Como mostra a negociação do teto da dívida, os políticos produzem melhores resultados sob fortes pressões adversárias; eles podem cancelar as falhas uns dos outros.
Todo político pode ser nefasto, mas o resultado pode ser bom. Essa transformação de escala é semelhante a mercados sob competição.
(Nassim Nicholas Taleb - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/nntaleb/status/1661415331527524356

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

O jornalista membro do MBL, Orlando Lima, apresentando sua diatribe contra professores brasileiros (e retweetado por Renan Santos):

https://twitter.com/opslima/status/1661687892341579778

É engraçado ver gente que usa argumentação de semianalfabeto se queixando da proporção de semianalfabetos nas instituições de ensino do Brasil. Qual é a evidência de que os professores brasileiros têm remuneração relativa alta em comparação ao desempenho escolar relativo? Considerando os países que tem remuneração dos professores semelhante ao do Brasil, onde se observa que os alunos brasileiros têm desempenho muito abaixo da média, a ponto do professor brasileiro merecer só meio salário mínimo de remuneração como sugere a hipérbole imbecil do tweet acima? Onde estão os dados? MBL sendo MBL, tsc, tsc, tsc.

P.S.: Sem falar que o desempenho médio dos alunos também sofre influência de fatores que os professores controlam pouco ou nada e podem estar relativamente exarcebados no Brasil, como taxa de evasão escolar e subnutrição dos alunos.
Editado pela última vez por Huxley em Qui, 25 Maio 2023 - 20:24 pm, em um total de 1 vez.

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

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O liberal brasileiro médio é tão tapado que entende qualquer crítica à desigualdade brasileira como defesa de um generoso estado de bem-estar, como se admitir que a disparidade de renda encontrada aqui não é normal implicasse em querer transferir renda de rico pra pobre.

O liberal médio não entende que uma economia de mercado saudável, com estado de bem-estar ou sem, não produz o nível de desigualdade encontrado no Brasil. Ele não entende que uma crítica à desigualdade brasileira também é uma crítica ao Estado brasileiro.

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Enquanto todos os países ocidentais ricos já tinham sistemas de ensino básico universais no século XIX, o Brasil deixava mais da metade das crianças fora da escola em plena década de 60. Enquanto os países que deram certo mantinham suas inflações sob controle, criávamos aqui mais de meio século de inflação alta. Isso pra não falar da demora pra abolir a escravidão, da falta de reforma agrária (que era muito mais viável no século XIX ou início do século XX do que hoje), da concentração de renda gerada diretamente pelo setor público e etc.

O Estado brasileiro errou durante todo este tempo e ainda erra, seja por ação ou por omissão. Admitir tudo isso não significa querer “medidas compensatórias” ou achar que “vale tudo para combater a desigualdade”, mesmo que seja empobrecendo todo mundo através de políticas populistas. Significa somente entender o porquê de sermos um ponto fora da curva neste quesito para não errarmos daqui pra frente.

Qualquer país com uma educação de base decente e bem distribuída é muito menos desigual que o Brasil, tendo estado de bem-estar ou não. Os coreanos pagam menos impostos que nós, têm muito menos estado de bem-estar que nós (gasto como fração do PIB), mas são muito menos desiguais. Mesmo invocando alguma teoria racialista pra dizer que eles “são mais homogêneos”, você não vai conseguir convencer ninguém de que isso se deve à natural diferença entre os indivíduos (como deveria ser). O fato é que eles fizeram o dever de casa, nós não.
Fonte: https://neoliberais.com/2020/09/28/a-de ... -liberais/

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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Mensagem por Huxley »

“Ao contrário da hipótese da deterioração, descobrimos que as sociedades orientadas para o mercado têm uma maior aversão ao comportamento antiético, níveis mais altos de confiança e não estão significativamente associadas a níveis mais baixos de moralidade”.

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(Steve Stewart-Williams - traduzido)

Fonte: https://twitter.com/SteveStuWill/status ... 8068760577

Re: Liberalismo e Anarcocapitalismo

Huxley
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