Operações anti-corrupção

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Operações anti-corrupção

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Agnoscetico
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Registrado em: Sáb, 21 Março 2020 - 11:46 am

Mensagem por Agnoscetico »

Tópico sobre operações anti-corrupção, principalmente com crimes envolvendo lavagem, desvio de dinheiro, etc:

Uma tal Operação Gerion, sub-operação da Operação Ararath:


Vídeo mostra conselheiro do TCE-MT descendo escadas para jogar quase R$ 500 mil em cheques em lixeira durante operação

https://g1.globo.com/google/amp/mt/mato ... acao.ghtml

Câmeras de segurança registraram o momento em que o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), Waldir Teis, desce 16 andares de escada para se livrar de quase R$ 500 mil em cheques durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão no escritório dele, em Cuiabá, durante a 16ª fase da Operação Ararath, no dia 17 do mês passado.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o conselheiro – que é investigado por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, foi denunciado pela conduta que levou à prisão preventiva no dia 1º de julho.

As imagens mostram o conselheiro saindo do escritório dele enquanto os policiais estavam no local.

Teis, que usava máscara, desce 16 andares correndo. A fuga sorrateira é percebida por um agente da PF, que segue os passos de Teis pelas escadas.

As imagens mostram o conselheiro saindo do escritório dele enquanto os policiais estavam no local.

Teis, que usava máscara, desce 16 andares correndo. A fuga sorrateira é percebida por um agente da PF, que segue os passos de Teis pelas escadas.

Quando finalmente chega ao térreo, o conselheiro tira os cheques do bolso e joga na lixeira no saguão. O agente flagra e observa. Teis não percebe a presença do policial e é surpreendido. O agente abre e lixeira e tira fotos tanto dos cheques quanto do conselheiro.

Segundo o MPF, Teis tentou destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques - jogando-os na lixeira do prédio, depois de descer correndo 16 andares de escada.

Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques são de empresas ligadas à organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar. Os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil.

Outro lado
O advogado do Waldir Teis afirmou que ele se apresentou à polícia e que estuda medidas para a liberação dele. Ele está preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

A prisão, segundo o advogado, foi determinada com base na denúncia do MPF de que ele tentou esconder documentos da polícia durante a 16ª fase da Operação Ararath, que foi batizada de Operação Gerion.

O advogado informou que, de fato, ele tentou esconder os cheques e que a atitude foi impensada. "Havia justificativas para aqueles cheques e já foram explicados à Polícia Federal. Ele queria mesmo é preservar seus familiares que estavam sofrendo por conta de todas as acusações e seu afastamento do TCE", afirmou.

De acordo com o MPF, quando o conselheiro notou que os policiais se concentravam em uma segunda sala, o conselheiro recolheu uma série de talões de cheques com cifras milionárias e outras folhas assinadas, mas sem preenchimento do valor, que estavam em sala ainda não analisada pelas autoridades.

A Operação Ararath investiga, desde 2013, a prática de crimes de corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e organização criminosa por conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.

Além da condenação pela infração de embaraço à investigação, o MPF requer à Justiça indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o trânsito em julgado da denúncia.

Afastamento
Waldir Teis e outros quatro conselheiros do TCE-MT, Antonio Joaquim, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo e Valter Albano, estão afastados das funções desde 2017, após delação do ex-governador Silval Barbosa que detalhou suposto pagamento de propina aos membros da Corte.

De acordo com Silval Barbosa, os conselheiros exigiram propina para não prejudicarem o andamento das obras da Copa do Mundo, no estado. Ele disse ter pago R$ 53 milhões.


https://s2.glbimg.com/HcVZzOgXdzT7UuFr2 ... 22.18.jpeg


https://s2.glbimg.com/sLcZDYnZ-To425Mp0 ... eis-03.jpg

Re: Operações anti-corrupção

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Agnoscetico
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Registrado em: Sáb, 21 Março 2020 - 11:46 am

Mensagem por Agnoscetico »

O tal "Japonês da federal", que já participou de operações anti-corrupção, agora é alvo de outra:

'Japonês da Federal' é condenado a perda de cargo e multa de R$ 200 mil

https://www.em.com.br/app/noticia/nacio ... 8/amp.html

Re: Operações anti-corrupção

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Cinzu
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Registrado em: Seg, 02 Março 2020 - 16:06 pm

Mensagem por Cinzu »

Ele já havia sido preso em 2016. Só agora é que foi condenado?

http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2 ... itiba.html

Re: Operações anti-corrupção

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Agnoscetico
Mensagens: 4427
Registrado em: Sáb, 21 Março 2020 - 11:46 am

Mensagem por Agnoscetico »

Cinzu escreveu:
Seg, 20 Julho 2020 - 23:12 pm
Ele já havia sido preso em 2016. Só agora é que foi condenado?

http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2 ... itiba.html
Sim. Inclusive postei sobre isso no extinto Clubecetico

Re: Operações anti-corrupção

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Agnoscetico
Mensagens: 4427
Registrado em: Sáb, 21 Março 2020 - 11:46 am

Mensagem por Agnoscetico »

Agora teve notícia sobre vazamento de dados confidenciais sobre contas de famosos (políticos, artistas, etc). Paulo Guedes e Roberto Campos Neto (do Banco Central) foram listados. Se o Bozo e familiares tem gente envolvida, ainda não foi noticiado:

https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_p ... ora_Papers


Roberto Campos Neto, president of the Central Bank of Brazil[11][20][21]

Pandora Papers revelam segredos financeiros de políticos e estrelas


youtu.be/6cjF1hlru2A

Entenda o que é o bombástico Pandora Papers


youtu.be/00tozvm1eJI

Re: Operações anti-corrupção

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

O império da sem-vergonhice
Mario Sabino

30.03.22 11:35

Enquanto os Estados Unidos caçam quem recebeu propina do petrolão, aqui vão livrar a cara das empresas corruptoras que assinaram acordos de leniência

Uma notícia muito ilustrativa passou meio despercebida ontem, salvo neste site. Como informamos, “o Departamento de Justiça dos EUA e o FBI estão oferecendo recompensa de até US$ 5 milhões (cerca de R$ 24 milhões) a quem fornecer informações que levem à identificação de destinatários de propinas da Odebrecht e da Braskem” (foto). Não é uma iniciativa excepcional, que visa apenas a essas empresas brasileiras que estavam no âmago do escândalo de corrupção na Petrobras revelado pela Lava Jato. Ela integra o “Programa de Recompensas de Recuperação de Ativos da Cleptocracia”, aprovado pelo Congresso, no compromisso do governo americano de combater a corrupção de governos estrangeiros, como também esclarecemos. O programa está no âmbito do Gabinete de Terrorismo e Inteligência Financeira do Departamento do Tesouro e seu objetivo é “identificar e recuperar ativos roubados, confiscar os lucros da corrupção e, quando apropriado e viável, devolver esses bens roubados ou valores ao país prejudicado pelos atos de corrupção”.

Enquanto isso, no Brasil, os suspeitos de sempre em Brasília querem dar uma tremenda colher de chá a empresas que firmaram acordos de leniência com a Lava Jato, como mostra uma reportagem publicada pela Crusoé na semana passada (clique aqui para ler a íntegra aberta para não assinantes). Os acordos de leniência possibilitaram que elas escapassem de punições ou tivessem sanções menos pesadas, em troca da entrega de provas dos esquemas dos quais participaram na roubalheira perpetrada contra a Petrobras e da devolução do dinheiro surrupiado. No total, 17 empresas firmaram tais acordos, comprometendo-se a restituir 15,4 bilhões de reais aos cofres públicos. Dessa forma, ganhou-se velocidade nos processos e as empresas puderam voltar a fazer contratos com o estado. Mas, com a destruição da Lava Jato promovida por políticos e magistrados, agora querem dar um jeito para que essas empresas burlem o que foi pactuado.

Como resume a reportagem da Crusoé, “alguns empresários que fecharam acordos de leniência depois de longas e intrincadas tratativas, querem rever os compromissos para obter ainda mais vantagens. Além de tentativas de repactuação de cláusulas, está em curso em Brasília uma investida para beneficiar empresas infratoras e, ao mesmo tempo, gerar dividendos políticos a integrantes do governo. Dos 15,4 bilhões de reais que a União deveria receber em decorrência dos acordos já firmado, só 6 bilhões foram efetivamente pagos até hoje. A ideia, em gestação nos bastidores, é que ao menos uma parte dos 9,4 bilhões ainda devidos pelas empreiteiras investigadas seja paga em serviços, como a construção de prédios públicos e a conclusão de obras paradas. A proposta pode parecer vantajosa. O problema, segundo especialistas e procuradores do Ministério Público Federal, é a falta de base legal para essas combinações: para viabilizar a proposta, a União teria que fazer licitações exclusivas para as empresas infratoras que fecharam acordos de leniência com o governo, o que configuraria crime de direcionamento da concorrência pública. Na prática, é algo que vai na contramão da própria ideia de licitação”.

A movimentação em Brasília, a ilha da fantasia, do desmando e da insegurança jurídica, é intensa para aprovar essa estrovenga. Ao possibilitar que empresas com passado — e passado recentíssimo — de corrupção participem de licitações que não são licitações, para abater dívidas de dinheiro roubado negociadas em acordos com a Justiça, não só contraria a lei em vigor, mas abre caminho para que, nos eventuais contratos, as beneficiadas incluam toda sorte de aditivos para aumentar o preço das obras e, assim, quitar as dívidas mais rapidamente. O desenho está nítido: vão recompensar a roubalheira com mais roubalheira, simples assim, em nome da manutenção de empregos, da retomada da economia, no contexto desse blá-blá-blá que vem sendo utilizado para acusar a Lava Jato de ter quebrado o país.

A realidade nua e sem temperos, porém, é que, nos Estados Unidos, há o império da lei, como mostra a iniciativa de recompensar as pessoas que informarem os destinatários de propinas da Odebrecht e da Braskem (e todos sabemos muito bem quem são). Aqui, o império é mesmo o da sem-vergonhice, como deixa evidente a malandragem de livrar a cara de quem pagou propina.
Fonte: https://oantagonista.uol.com.br/opiniao ... ergonhice/
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