Totalitarismo: Fascismo, Nazismo e Socialismo

Área destinada à discussão sobre Laicismo e Política e a imparcialidade do tratamento do Estado às pessoas.
Discussões sobre economia e sistemas econômicos também se encontram aqui.

Totalitarismo: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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aronax
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O fascismo não é de esquerda?????
“Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado.”
- Benito Mussolini



_____________
Postagem originalmente trazida do tópico "Citações".

Gabarito.

Re: Citações

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aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe

Re: Citações

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Titoff escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 19:36 pm
aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe
Só o Mussolini estava errado então.....ele e seus asseclas....e seguidores atuais....

Re: Imagens Políticas e Sociais

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Re: Citações

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De Marcos Rolim em "Teses para a esquerda"
18- A idéia da superação do mercado como projeção utópica pressupõe toda a mitologia comunista e é, em si mesma, inconcebível em termos de política econômica. Sem uma instituição do tipo mercado, perde-se qualquer referência entre esforço e resultado, entre quantidade de trabalho utilizado e o valor de uso que ele produz. O que o mercado oferece aos agentes econômicos é este vínculo -por certo imperfeito, mas ainda assim um vínculo que permite alocar recursos com base em critérios objetivos. A idéia do planejamento de uma economia socialista - pela qual a sociedade decidiria democraticamente o que produzir implica em planejar, também, os meios de produzir o que se decide produzir. Teoricamente, isto significaria dispor sobre todas as informações relevantes do processo de produção e, ato contínuo, decidir por maioria de votos o que produzir e como. Qualquer nação contemporânea possui, atualmente, algumas dezenas de milhões de produtos identificáveis, desagregados em tipos específicos como, modelos, cores e tamanhos diferentes de uma mesma peça de roupa, sapato, etc. "Esta produção é sustentada por algumas centenas de milhares de unidades produtivas mais, é claro, milhares de empresas de construção, de transportes, estabelecimentos de venda por atacado e varejo. Nenhuma delas pode produzir ou distribuir nada sem a cooperação coordenada da atividade de numerosas unidades econômicas que produzem, transportam e distribuem. Uma grande fábrica, por exemplo, que produz carros ou equipamentos para a indústria química é uma montadora de partes e componentes que podem ser feitos em, literalmente, milhares de fábricas diferentes, cada uma das quais com diferentes tarefas e que, por sua vez, dependem da oferta de matérias-primas, combustíveis e equipamentos, produzidos por centenas ou mais de outras unidades de produção. Introduza-se a dimensão temporal (as coisas devem ser fornecidas pontualmente e em seqüência), acrescente-se a importância das previsões quanto a consertos, manutenção, substituição, investimentos e capacidades produtiva futura, treinamento e desenvolvimento da força de trabalho, suas necessidades quanto à moradia, lazer, cabeleireiros, lavanderias, calefação e a decorrente necessidade de materiais de construção, grampos de cabelo, combustíveis, móveis...Realmente, muito simples!" (4) As tentativas de superação do mercado na experiência do Socialismo Real implicaram, por óbvio, em ineficiência e atraso tecnológico, de um lado, além de terem sido extraordinariamente funcionais à negação da democracia, por outro. Como a própria pretensão do "planejamento democrático", nos termos da ideologia marxista, é apenas uma ficção, o que se alcançou concretamente foi a planificação estatal da economia a partir da emergência de uma poderosa burocracia que aparece como necessidade funcional do próprio processo de "planejamento total". A suposição do conteúdo "democrático" do planejamento através dos "produtores associados" não se sustentaria um segundo sequer se os ideólogos lembrassem que cada uma das milhões de escolhas necessárias em um processo de produção condicionam todas as demais de uma forma absolutamente imponderável. Assim, se A e B definem-se em favor de uma decisão econômica relevante, C e D - cujas atividades ou interesses se relacionam com aquela área atingida pela decisão - não podem fazer uma opção "consciente" pois não podem saber antes qual será a escolha de A e B. Ainda que toda esta geringonça burocrática funcionasse, caberia perguntar: com base em que eticidade poderia se legitimar a perda do direito ao consumo dos bens desejados pelas eventuais minorias em um processo de "planejamento" da produção? De fato, o mercado é o substrato econômico da autonomia da sociedade civil diante do Estado. Destruir o mercado eqüivale a destruir a sociedade civil, sem a qual não há liberdade política, nem democracia. Se é certo, como nos ensinou Marx, que os meios de produção são as "fontes da vida", disto se depreende que o monopólio dos meios de produção implica o controle monopolista da vida humana. Como o modelo socialista exige a planificação e a concentração das forças produtivas nas mãos do Estado, é evidente que planificação e liberdade são noções excludentes. A economia planificada é irracional e liberticida.

Re: Citações

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aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:41 pm
Titoff escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 19:36 pm
aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe
Só o Mussolini estava errado então.....ele e seus asseclas....e seguidores atuais....
Não sei o que você quer dizer exatamente, mas sim, Mussolini e seus seguidores - antigos e atuais - estavam errados, sim. Regimes autoritarios ultranacionalistas são uma bosta.

Re: Imagens Políticas e Sociais

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aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:45 pm
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Está explicado por que boa parte das ONGs de esquerda são chamadas de "Coletivos".
Coletivo de Jornalistas Independentes
Coletivo de Mulheres Negras
Coletivo Democracia e Luta

Etc.


Colocam o grupo ACIMA do indivíduo.

Re: Imagens Políticas e Sociais

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aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:45 pm
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Tá vendo, são essas "polêmicas de internet" que eu mencionei que iam transformar as escolas em um festival de bobagens, se seguida a risca as propostas da ESP.

Basicamente a conclusão é que se é uma ditadura, regime totalitário, então é de "esquerda." Não existe tal coisa vinda da "direita." Tá 'serto.'

Re: Imagens Políticas e Sociais

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A direita tem o egoísmo, a insensibilidade social, a ganância exacerbada e outras distorções morais mais ligadas ao indivíduo.

O projeto humano não deu certo, é uma ideia defeituosa.
Não vamos encontrar anjos por aqui.
Existem monstros dos dois lados. E até de outros lados também, porque não é uma moeda.

A utopia que populistas e líderes de seitas pregam não é para a vida na Terra.
Aqui sempre haverá a Lei da Selva, a Lei do Mais Forte, a Luta pela Sobrevivência, a Lei de Gérson.
O que podemos fazer para melhorar esse inferno na Terra é ter boas leis e um eficaz sistema de controle e aplicação dela.

Re: Imagens Políticas e Sociais

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Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 16:53 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:45 pm
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Tá vendo, são essas "polêmicas de internet" que eu mencionei que iam transformar as escolas em um festival de bobagens, se seguida a risca as propostas da ESP.

Basicamente a conclusão é que se é uma ditadura, regime totalitário, então é de "esquerda." Não existe tal coisa vinda da "direita." Tá 'serto.'
Claro que pode ter ditadura de direita....quer exemplos?...Chile, Argentina.
Mas regimes de esquerda tem levado sempre a ditaduras.

Re: Imagens Políticas e Sociais

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Mensagem por Titoff »

Não existe esquerdas e direitas "puras." E há elementos que estão presentes em ambos os lados do espectro, dependendo de vários fatores, como local e época.

Se for para fazer cherrypicking e assumir que um dado aspecto é exclusivo de "direita" ou "esquerda," eu consigo até defender que a união soviética era um regime de direita.

Re: Imagens Políticas e Sociais

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"Os fascistas do futuro, se chamarão a si mesmos de antifascistas."

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Re: Imagens Políticas e Sociais

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Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 16:53 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:45 pm
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Tá vendo, são essas "polêmicas de internet" que eu mencionei que iam transformar as escolas em um festival de bobagens, se seguida a risca as propostas da ESP.

Basicamente a conclusão é que se é uma ditadura, regime totalitário, então é de "esquerda." Não existe tal coisa vinda da "direita." Tá 'serto.'
O que o ESP quer é que se obedeça a risca a....constituição.

Re: Imagens Políticas e Sociais

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aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:44 pm
"Os fascistas do futuro, se chamarão a si mesmos de antifascistas."

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Essa dá para postar até no tópico de denuncias e engajamento das tias do zapzap. :lol:

Re: Citações

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Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 15:15 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:41 pm
Titoff escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 19:36 pm
aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe
Só o Mussolini estava errado então.....ele e seus asseclas....e seguidores atuais....
Não sei o que você quer dizer exatamente, mas sim, Mussolini e seus seguidores - antigos e atuais - estavam errados, sim. Regimes autoritarios ultranacionalistas são uma bosta.
O nacionalismo não deve ser confundido com patriotismo....e é fácil esta confusão....e nazismo e fascismo eram nacionalistas, e pela ideia coletivista derivados e parentes do marxismo. A citaão que fiz do Marcos Rolin é bem direta....o coletivismo, a planificação centralizadora, tipica do marxismo, é liberticida....

Re: Imagens Políticas e Sociais

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Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:46 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:44 pm
"Os fascistas do futuro, se chamarão a si mesmos de antifascistas."

Essa dá para postar até no tópico de denuncias e engajamento das tias do zapzap. :lol:
Bom....eu sou um tio do zap que na juventude era esquerdista, mais precisamente comunista....um dia...andou por este mundo, leu um bocado, conheceu outras vivencias, e ...saiu da bolha

Re: Imagens Políticas e Sociais

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Mensagem por Titoff »

aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:56 pm
Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:46 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:44 pm
"Os fascistas do futuro, se chamarão a si mesmos de antifascistas."

Essa dá para postar até no tópico de denuncias e engajamento das tias do zapzap. :lol:
Bom....eu sou um tio do zap que na juventude era esquerdista, mais precisamente comunista....um dia...andou por este mundo, leu um bocado, conheceu outras vivencias, e ...saiu da bolha
Não precisava ter entrado em outra, né? :(

Re: Citações

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aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:48 pm
Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 15:15 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:41 pm
Titoff escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 19:36 pm
aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe
Só o Mussolini estava errado então.....ele e seus asseclas....e seguidores atuais....
Não sei o que você quer dizer exatamente, mas sim, Mussolini e seus seguidores - antigos e atuais - estavam errados, sim. Regimes autoritarios ultranacionalistas são uma bosta.
O nacionalismo não deve ser confundido com patriotismo....e é fácil esta confusão....e nazismo e fascismo eram nacionalistas, e pela ideia coletivista derivados e parentes do marxismo. A citaão que fiz do Marcos Rolin é bem direta....o coletivismo, a planificação centralizadora, tipica do marxismo, é liberticida....
E coletivismo nasceu e é exclusivo do marxismo?

Por favor, chamar fascismo e nazismo de regime de esquerda é polêmica de internet.

Re: Citações

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Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 20:06 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 17:48 pm
Titoff escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 15:15 pm
aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:41 pm
Titoff escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 19:36 pm
aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe
Só o Mussolini estava errado então.....ele e seus asseclas....e seguidores atuais....
Não sei o que você quer dizer exatamente, mas sim, Mussolini e seus seguidores - antigos e atuais - estavam errados, sim. Regimes autoritarios ultranacionalistas são uma bosta.
O nacionalismo não deve ser confundido com patriotismo....e é fácil esta confusão....e nazismo e fascismo eram nacionalistas, e pela ideia coletivista derivados e parentes do marxismo. A citaão que fiz do Marcos Rolin é bem direta....o coletivismo, a planificação centralizadora, tipica do marxismo, é liberticida....
E coletivismo nasceu e é exclusivo do marxismo?

Por favor, chamar fascismo e nazismo de regime de esquerda é polêmica de internet.
É polemica de onde ela acontecer...se estamos na internet, é de internet...se em outro lugar...é de lá.

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A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante

Por ....
Antony Mueller
é doutor pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, Alemanha (FAU) e, desde 2008, professor de economia na Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde ele atua também no Centro de Economia Aplicada. Antony Mueller é fundador do The Continental Economics Institute (CEI) e mantém em português os blogs Economia Nova e Sociologia econômica.

As ideias anti-capitalistas são hoje propagadas de maneira mais colérica por integrantes de movimentos ditos progressistas e "anti-fascistas".

Mas eis a grande ironia: embora estes auto-proclamados anti-capitalistas (e declarados "inimigos da direita") se rotulem de "anti-fascistas", a realidade é que, mais do que qualquer outra ideologia, o fascismo é exatamente o que caracteriza suas idéias.

Mas, afinal, o que é o fascismo e qual o conteúdo desta ideologia?

O "Manifesto Fascista"

O Manifesto Fascista foi proclamado em 1919 por Alceste De Ambris e Filippo Tommaso Marinetti.

Em seu panfleto, os autores defendiam a implantação de um salário mínimo estipulado pelo governo e de uma jornada de trabalho de apenas oito horas diárias (um valor pequeno à época). Defendiam também que os trabalhadores tivessem representantes no alto escalão administrativo das indústrias e que os sindicatos tivessem o mesmo poder decisório que os executivos do setor industrial e os funcionários públicos.

Os autores do Manifesto Fascista também exigiam um imposto de renda progressivo (alíquotas mais altas para quem ganhasse mais), seguro-invalidez bancado pelo estado, e outros tipos de benefícios sociais, além da redução da idade de aposentadoria.

Mais: o Manifesto exigia o confisco da propriedade de todas as instituições religiosas, bem como a estatização da indústria de armas.

E não parava por aí: os autores do Manifesto Fascista também defendiam a criação de um sistema corporativista de "Conselhos Nacionais" (semelhantes aos sovietes), os quais seriam formados por especialistas eleitos por suas respectivas organizações profissionais, os quais teriam poderes legislativos em suas respectivas áreas.

Finalmente, De Ambris e Marinetti exigiam um pesado imposto progressivo sobre os lucros e os ganhos de capital com o intuito de expropriar uma fatia de toda a riqueza dos capitalistas.

Em 1922, o socialista Benito Mussolini ascendeu ao poder na Itália sob o estandarte do fascismo, e prontamente colocou em prática grande parte deste programa fascista que havia sido proclamado no Manifesto alguns anos antes.

Comparado ao Manifesto Comunista

Uma comparação com o Manifesto do Partido Comunista, escrito por Marx e Engels, e publicado em 1848, revela a relação siamesa entre fascismo e comunismo.

O Manifesto Comunista de 170 anos atrás apresentava 10 medidas necessárias para que um país se tornasse socialista. Dentre elas:

Imposto de renda fortemente progressivo.
Centralização do crédito nas mãos do Estado, por meio de um banco nacional com capital do Estado usufruindo monopólio exclusivo.
Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de comunicação e transporte.
Unificação do trabalho agrícola e industrial com o objetivo de eliminar gradualmente o contraste cidade e campo.
Educação gratuita para todas as crianças nas escolas públicas, eliminação do trabalho infantil nas fábricas em sua forma atual, e unificação da educação com a produção industrial.
Todos estes itens foram implantados pelos fascistas.

Ainda de acordo com o Decálogo Comunista, os itens que faltavam para que o socialismo pleno fosse alcançado sob o fascismo eram:

Expropriação da propriedade sobre a terra e aplicação de toda a renda obtida com a terra nas despesas do Estado. (Item 1)
Confisco da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes. (Item 4)
Trabalho obrigatório para todos. Criação de exércitos industriais, em especial para a agricultura. (Item 8)
Mas melhora. Tanto os comunistas quanto os fascistas serviram de inspiração aos nazistas, que copiaram suas idéias no programa oficial do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, lançado em 1920.

As exigências do Partido Nazista

O próprio Adolf Hitler em pessoa estava presente quando os 25 pontos do programa do Partido Nazista foram anunciados no dia 24 de fevereiro de 1920. O termo nazismo já dizia tudo: era a abreviação de NSDAP, que significa Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães).

Em 1925, a Assembléia Geral do NSDAP declarou que o programa lançado em 1920 era "imutável". E, em 1941, Adolf Hitler determinou que todos os futuros líderes do Reich deveriam jurar obediência aos 25 pontos.

O Programa do Partido Nazista incluía demandas como:

Socialização de empresas monopolistas
Municipalização de grandes lojas de departamento
Expropriação de terras para propósitos caritativos
Proibição da especulação imobiliária
Expansão de todo o sistema educacional estatal
Um abrangente sistema de escolas públicas gratuitas, com generosos estipêndios e bolsas estudantis
Defesa do meio ambiente em conjunto com a promoção da saúde e do preparo físico da população
Em particular, o programa do Partido Nazista exigia:

abolição do "rentismo", isto é, a renda fácil não-oriunda do trabalho (item 11)
confisco dos lucros oriundos de atividades de guerra (item 12)
estatização de todas as empresas monopolistas (item 13)
distribuição dos lucros das grandes empresas (item 14)
generosa expansão de pensões e aposentadorias (item 15)
criação de uma classe média saudável (item 16)
reforma agrária adaptada às necessidades nacionais; criação de uma lei para a livre expropriação de terras para propósitos caritativos. Abolição do consumo da terra e proibição de toda e qualquer especulação imobiliária (item 17)
No item 20, o programa do partido exigia que "o estado deve garantir que todo o nosso sistema educacional nacional seja completamente expandido" por meio de um amplo sistema de subsídios para a educação.

No item 21, o programa estipulava que "o estado tem o dever de ajudar a elevar o padrão da saúde nacional fornecendo centros de maternidade, proibindo o trabalho adolescente, aumentando a capacitação física por meio da introdução compulsória de jogos, olimpíadas e ginásticas, e encorajando ao máximo possível a formação de associações voltadas para a educação física dos jovens".

Os nazistas defendiam a criação de um "Exército Popular" — nada diferente daquilo que, mais tarde, os socialistas implantariam na Ásia e no Leste Europeu.

Não há diferença

Essa seleção de demandas existentes nas plataformas dos socialistas, fascistas e nazistas mostra o alto grau de similaridade entre as linhas de pensamento dessas três ideologias.

Aquilo que os socialistas expressam em seu slogan 'de cada qual, segundo suas capacidades; a cada qual, segundo suas necessidades' é igual à máxima nazista de que 'o bem comum vem antes do bem privado'('Gemeinnutz vor Eigennutz') e igual ao lema fascista do 'tudo dentro do estado, nada fora do estado, nada contra o estado'.

Não é surpresa nenhuma que governos socialistas, fascistas e nacional-socialistas tenham agido como regimes repressores que não geraram nem prosperidade e nem paz, mas sim miséria, supressão de direitos humanos básicos e guerras.

Os atuais movimentos socialistas, que se definem como progressistas e anti-fascistas, simplesmente utilizam uma falsa terminologia para esconder sua verdadeira agenda. Ao mesmo tempo em que se rotulam "anti-fascistas" e declaram que o fascismo é seu inimigo, esse movimento "anti-fascista" é, essencialmente, fascista. Seus membros não são oponentes do fascismo, mas sim seus genuínos representantes.

Conclusão

No final, comunismo, socialismo, nazismo e fascismo são rótulos que se unem sob o estandarte do anti-capitalismo e do anti-liberalismo. São contra o indivíduo, contra a propriedade privada, e contra a liberdade empreendedorial.

O movimento progressista "anti-fascista" é, em si mesmo, um movimento fascista. O inimigo desse movimento não é o fascismo, mas sim a liberdade, a paz e a prosperidade.

Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Mensagem por Gabarito »

Tópico criado para acomodar postagens em "Citações" e "Imagens Políticas e Sociais" que ficam melhor classificadas aqui.
Movi as postagens para cá.

Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Mensagem por Gabarito »

aronax escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 12:39 pm
A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante

Por ....
Antony Mueller

[...]



Aronax, você poderia indicar a fonte?

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Os sinais de que o fascismo de Mussolini está de volta.
Decálogo da catástrofe

O que impressiona em “M — o filho do século”, de Scurati, é que Mussolini representava a expressão de uma série de desejos latentes em parte da sociedade

Fabio Giambiagi 02/06/2020

‘O ovo da serpente” é um filme magistral dirigido por I. Bergman, ambientado na Alemanha que sucedeu à Primeira Guerra Mundial. Ele expõe a origem insidiosa do mal e serve para entender as raízes do que aconteceu naquele país nos anos 30 e 40.

Nesse sentido, gostaria de compartilhar com os leitores o efeito que produziu em mim a leitura de “M —o filho do século”, de A. Scurati, que apresenta com meticulosidade de historiador o quadro político e social italiano em 1919/1920, quando estava despontando a figura de Mussolini. O que impressiona no relato é a percepção de que este representava a expressão de uma série de desejos latentes em parte da sociedade, fruto da situação do imediato pós-guerra e que indicavam sintomas de uma patologia social. O resto foi consequência. O final da história é conhecido, mas entre o cenário inicial retratado por Scurati e o fim, a Itália viveu os seus dias mais negros, durante 25 anos. O que vou reproduzir nos próximos parágrafos deveria provocar uma reflexão. Há vários traços distintivos daquela situação, entre os quais destaco os seguintes, sempre com a citação de trechos-chave, copiados do livro:

1) O combate à neutralidade (os “isentões!”): critica-se “os moderados e seu bom senso, a quem desde sempre devemos nossa desgraça” (página 11). E explicita-se: “A luta não admite uma terceira opção, nenhuma neutralidade. Nada de espectadores!” (p.37).

2) O ódio: a descrição que o livro aplica a vários dos personagens que compõem as figuras de proa do fascismo é inequívoca: como o líder, cada um deles é um “odiador profissional” (p.23). A descrição é complementada páginas mais tarde: “Entre eles e o passado, ergue-se um muro de ódio, desprezo e sangue” (p.62).

3) O culto à morte. Na descrição das lutas políticas entre grupos polarizados, chamando a atenção para o fato de que no núcleo do fascismo estava parte dos combatentes da Primeira Guerra — então desempregados. Scurati diagnostica: “É a relação diferente que os dois grupos têm com a morte o que cava um abismo entre eles” (p. 37). É nesse contexto que ele descreve a cena de um dos personagens, almoçando e insistindo, “entre uma bocada e outra, em verificar o funcionamento do seu revólver com o tambor carregado” (p.41).

4) o isolamento do líder. Há uma passagem especial, em que o autor descreve num capítulo a relação (ou falta dela) entre Mussolini e o resto das pessoas, cuja última frase é: “Uma distância intransponível o separa do gênero humano” (p.42).

5) O recurso às ameaças. Estas aparecem em diversas passagens, das quais destaco a seguinte proclamação afixada num muro de Milão na época, dirigida aos “combatentes vitoriosos que devem, e vão, dirigir sozinhos, custe o que custar, a nova Itália. Não provocaremos, mas, se formos provocados, acrescentaremos alguns meses aos nossos quatro anos de guerra” (p.43).

6) A rejeição da concórdia. Scurati cita a carta de um dos líderes intelectuais do movimento, na qual ele escreve, explicitamente, que “para mim e para os nossos pares, a paz é hoje uma desgraça” (p.50).

7) A confusão mental. Este é um dos traços mais marcantes da construção dos personagens. Diz o autor, acerca de um dos tipos: “é um fanático que não sabe viver sem elaborar planos de vingança”. E logo depois, sobre outro, registra: “não tem uma única ideia na cabeça e, por isso, é um ótimo orador” (p.62);

8) A crítica aos partidos: “Quem são os fascistas? O que eles são? São algo novo, inédito, um antipartido. Fazem antipolítica” (p.64).

9) O ressentimento: “Trata-se apenas de fomentar as facções, exasperar os ressentimentos” (p.64).

10) A falta de rumos: a massa de manobra do fascismo é composta por aqueles que “não têm noção de futuro, não sabem onde desaguar... Seu verdadeiro programa está contido na palavra ‘combate’” (p.64/65).

É um decálogo da catástrofe. “M” é, provavelmente, um dos livros que mais me impressionaram em quase cinco décadas como leitor. Recomendo a leitura.
https://oglobo.globo.com/opiniao/decalo ... e-24456635

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Gabarito escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 14:16 pm
aronax escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 12:39 pm
A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante

Por ....
Antony Mueller

[...]



Aronax, você poderia indicar a fonte?

https://www.mises.org.br/article/2868/a ... -originais

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Fernando Silva escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 14:37 pm
Gabarito escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 14:16 pm
aronax escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 12:39 pm
A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante

Por ....
Antony Mueller

[...]



Aronax, você poderia indicar a fonte?

https://www.mises.org.br/article/2868/a ... -originais


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Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Rodrigo Silva, do Spotniks:
Rodrigo Silva - Fascismo de Mussoline vs Liberalismo.png
(Clique para ampliar)

https://twitter.com/rodrigodasilva/stat ... Vjcw%3D%3D

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Zero
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Mensagem por Zero »

O interessante é que muitos de esquerda, citando os que vejo mais em destaque, baderneiros na internet em geral (sobre esses indivíduos, não citando como o todo dos internautas), dizem-se anti fascistas, ao mesmo tempo abominam o Liberalismo, sendo que o Liberalismo é o contrário do Fascismo, como demonstrado através das citações, pelo Rodrigo.

Apesar de que vejo os nicknames com o simbolo do comunismo e nos perfis tendencia comportamentais visando como objetivo o socialismo/comunismo/anti capitalismo, então já é de se imaginar.

Vá entender o que se passa na cabeça desses indivíduos.

Re: Citações

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

aronax escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 12:39 pm
A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante
Uma das coisas que tão jogadas no texto é a velha "ah, nazismo é nacional SOCIALISMO!" e isso já me faz torcer o nariz para a coisa. Além disso, dar a entender que o mussolini ainda era socialista quando chegou ao poder só depõem contra a seriedade do texto.

De qualquer forma, nunca gostei muito dos textos do mises, pelo que já li. Os que falam sobre mudanças climáticas, por exemplo, são um festival de bobagens e falácias, então já chego com pé atrás.

Os artigos que falavam de economia que tive a chance de ler tinham a mesma vibe e até "conclusão" dos comunistas: se minha ideologia política falhou, é devido ao fato que não foi aplicada totalmente, não foi pura o suficiente, foi deturpada. Não foi [insira aqui sua ideologia político-econômica] de verdade!"

Sempre impliquei com quem "descobriu jesus" e quer vender suas utopias.

Re: Citações

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aronax
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Mensagem por aronax »

Titoff escreveu:
Sex, 05 Junho 2020 - 11:51 am
aronax escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 12:39 pm
A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante
Uma das coisas que tão jogadas no texto é a velha "ah, nazismo é nacional SOCIALISMO!" e isso já me faz torcer o nariz para a coisa. Além disso, dar a entender que o mussolini ainda era socialista quando chegou ao poder só depõem contra a seriedade do texto.

De qualquer forma, nunca gostei muito dos textos do mises, pelo que já li. Os que falam sobre mudanças climáticas, por exemplo, são um festival de bobagens e falácias, então já chego com pé atrás.

Os artigos que falavam de economia que tive a chance de ler tinham a mesma vibe e até "conclusão" dos comunistas: se minha ideologia política falhou, é devido ao fato que não foi aplicada totalmente, não foi pura o suficiente, foi deturpada. Não foi [insira aqui sua ideologia político-econômica] de verdade!"

Sempre impliquei com quem "descobriu jesus" e quer vender suas utopias.
Normal...desqualificar a fonte, o autor, e não se deter no conteúdo.....sem problemas....cada um com seu cada.....

Re: Citações

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

aronax escreveu:
Sex, 05 Junho 2020 - 14:31 pm
Titoff escreveu:
Sex, 05 Junho 2020 - 11:51 am
aronax escreveu:
Ter, 02 Junho 2020 - 12:39 pm
A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante
Uma das coisas que tão jogadas no texto é a velha "ah, nazismo é nacional SOCIALISMO!" e isso já me faz torcer o nariz para a coisa. Além disso, dar a entender que o mussolini ainda era socialista quando chegou ao poder só depõem contra a seriedade do texto.

De qualquer forma, nunca gostei muito dos textos do mises, pelo que já li. Os que falam sobre mudanças climáticas, por exemplo, são um festival de bobagens e falácias, então já chego com pé atrás.

Os artigos que falavam de economia que tive a chance de ler tinham a mesma vibe e até "conclusão" dos comunistas: se minha ideologia política falhou, é devido ao fato que não foi aplicada totalmente, não foi pura o suficiente, foi deturpada. Não foi [insira aqui sua ideologia político-econômica] de verdade!"

Sempre impliquei com quem "descobriu jesus" e quer vender suas utopias.
Normal...desqualificar a fonte, o autor, e não se deter no conteúdo.....sem problemas....cada um com seu cada.....
Ah, mas eu falei a respeito do conteúdo.

O resto foi só uma constatação baseada no que já observei.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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aronax
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Mensagem por aronax »

Jornal da Cidade - 04/06/2020 às 16:24
Deve estar bem fresquinho na memória de todo mundo a “bagunça” generalizada provocada pelos protestos e ataques estúpidos dos grupos de “black blocs”, no Brasil de 2013, em plena “Era do PT”, certamente sob sua “coordenação”, onde depredaram quase tudo que encontravam pela frente, deixando o país, especialmente nos grandes centros urbanos, ”virado de cabeça para baixo”, com enormes prejuízos aos estabelecimentos industriais e comerciais, espalhando o terror generalizado pela sociedade civil.
Passados 7 (sete) anos desses protestos e ataques estúpidos, ninguém ainda conseguiu encontrar uma explicação plausível sobre os motivos desses movimentos predatórios, protagonizados, especialmente, por gente “desocupada”.
E também ninguém foi responsabilizado pelos danos causados, o que somente poderia ser admitido num país que se confunde com a “Casa-da-Mãe-Joana”, onde todos fazem o que querem e ninguém responde por nada.
Mas esses movimentos “black blocs” foram “importados”, ”macaqueados”, próprios de grupos sem qualquer originalidade ou criatividade. O animal que mais gosta de imitar o ser humano, como se sabe, é o macaco. Os que já foram ao “Zoológico” podem confirmar.

Os grupos “black blocs” nasceram na Alemanha, em 1980. Originalmente eram compostos por anarquistas e autonomistas. Usavam máscaras e roupas pretas para serem facilmente identificados como grupo, mas pessoalmente eram covardes escondidos atrás das suas máscaras.

Suas principais características residiam em ataques e depredações às propriedades públicas e privadas, indústrias e estabelecimentos comerciais, além de ofensivas anti-establischment, anti-corporações, anti-multinacionais, e antiglobalização, bem como a todos os governos que as apoiam.

Mas agora os “macacos tupiniquins” resolveram imitar outros “personagens”, repetindo a falta de criatividade e originalidade, porém dentro do mesmo espírito que havia motivado o surgimento dos “black blocs” locais.

Agora é a vez dos “antifas” (antifascismo), militantes de esquerda, anarquistas, comunistas e socialistas, que “explodiram” após o brutal o episódio de Minnesota-USA, de 25.05.2020, em reação ao assassinato brutal de George Floyd, um negro asfixiado por um policial branco, o que imediatamente se espalhou por 75 cidades americanas.

O Presidente Donald Trump atribui os protestos violentos aos anarquistas e “antifas”. E tudo foi “macaqueado” no Brasil pelos “antifas” locais, reclamando “democracia” (na maior cara de pau), em protestos durante o domingo, 31.05.2020, simultâneos às manifestações favoráveis ao Presidente Bolsonaro.

Mas a denominação desses grupos como “antifas” (antifascistas) é totalmente falsa. Falsa de “berço”. Nasceram na URSS logo após a Revolução Bolchevique de outubro de 1917. A primeira missão seria implantar uma ditadura comunista na Alemanha, que tinha o segundo maior partido comunista, o “KPD”, que acabou optando, falsamente, por adotar a bandeira antifascista. Rotulavam todos os outros partidos adversários de “fascistas”. Quem não era comunista, era fascista. Os “antifas” nasceram a partir do 3º Congresso Mundial da Internacional Comunista da União Soviética,em 1921.

Mas o “antifascismo” desses tais “antifas” na verdade se trata do anticapitalismo. Por isso “antifas” não se trata de nenhuma ideologia, porém de uma estratégia. Uma estratégia de luta anticapitalista. Bem sabem esses “cretinos” que poucas palavras na humanidade oferecem mais repulsa e resistência quanto “fascismo”.

Por isso eles adotam o “(anti)fascismo”, mas se examinarmos bem de perto, verificaremos que eles são os “próprios”, mais ou menos dentro das palavras de Lenin: “ACUSE OS ADVERSÁRIOS DO QUE VOCÊ FAZ, CHAME-OS DO QUE VOCÊ É”.


Sérgio Alves de Oliveira
Advogado, sociólogo, pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Ora, ora...

O jornal da cidade online é um site de propaganda do bozoasnismo, já condenado por fake news e distorções, que esta sendo investigado por mais outros crimes, e que usa perfis falsos com fotos roubadas como se fossem jornalistas.

Então esse honestíssimo portal é contra e escreve bobagens sobre quem ousa não ser completamente apaixonado pelo terrorista miliciano e se atreve a protestar contra o desgoverno?

Estou surpreso.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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aronax
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Mensagem por aronax »

Titoff escreveu:
Sáb, 13 Junho 2020 - 13:35 pm
Ora, ora...

O jornal da cidade online é um site de propaganda do bozoasnismo, já condenado por fake news e distorções, que esta sendo investigado por mais outros crimes, e que usa perfis falsos com fotos roubadas como se fossem jornalistas.

Então esse honestíssimo portal é contra e escreve bobagens sobre quem ousa não ser completamente apaixonado pelo terrorista miliciano e se atreve a protestar contra o desgoverno?

Estou surpreso.
Eu não gosto da forma que eles se conduzem, mas me ative ao conteúdo.

Re: Citações

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

aronax escreveu:
Seg, 01 Junho 2020 - 14:41 pm
Titoff escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 19:36 pm
aronax escreveu:
Dom, 31 Maio 2020 - 15:53 pm
O fascismo não é de esquerda?????
Não. Hehehe
Só o Mussolini estava errado então.....ele e seus asseclas....e seguidores atuais....
Se alguém tivesse o topete de dizer a Mussolini que fascismo é uma ideologia de esquerda imediatamente levaria um tiro na cara.

Qualquer um que dissesse isso na Alemanha nazista acabaria em um campo de concentração.

Eu já li o "Minha Luta" (tem pra baixar em Português) e se você também tiver saco pra ler essa xaropada nunca mais vai cair nessa conversa de que "nazismo é de esquerda".

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Características do Fascismo

O fascismo é um regime de governo altamente nacionalista e autoritário que teve grande relevância na Europa no século XX.

Na Itália, o regime fascista foi estabelecido após a Primeira Guerra Mundial sob o comando de Benito Mussolini, que governou de 1922 a 1943. Na mesma época, os ideais fascistas serviram de base para o surgimento do nazismo na Alemanha.

Com ideias altamente contrárias ao liberalismo, marxismo e anarquismo, o fascismo é classificado como um regime de extrema-direita marcado por um governo ditatorial e militarizado.

Veja as 8 principais características que definem esse tipo de governo.


1. Valoriza o nacionalismo

Fascismo - Nacionalismo

Os regimes fascistas valorizam de forma intensa o sentimento de nacionalismo. Assim, é comum que os governos fascistas utilizem, de forma exacerbada, propagandas nacionalistas através de lemas, símbolos, músicas e bandeiras.

Em nome no nacionalismo, os governos fascistas utilizam todas as formas possíveis de manipulação da população, seja através da mídia, da religião ou mesmo da violência. Além disso, os regimes fascistas estabelecidos na Itália e na Alemanha buscavam constantemente a expansão do seu território.


2. Totalitarismo e Corporativismo


Fascismo - Totalitarismo

O fascismo estabelece um governo totalitário que exerce o controle absoluto dos direitos dos cidadãos, seja no contexto político, cultural ou econômico. Além disso, o governo incita o corporativismo entre todos os setores da sociedade com o objetivo de criar um “Estado Orgânico”.

O maior exemplo de corporativismo fascista ocorreu na Itália durante o governo de Mussolini. Na época, foram criados sindicatos de trabalhadores e de patrões para cada profissão. Esses sindicatos eram submetidos à supervisão do Partido Nacional Fascista, o que garantia que todas as classes, de todas as áreas, estivessem sempre em harmonia com os ideais do governo.



3. Ênfase no militarismo


Fascismo - Militarismo

O fascismo é um regime que acredita na utilização da força e da violência para atingir seus objetivos. Por esse motivo, o governo dedica quantidades desproporcionais de recursos ao financiamento de armas e guerras, chegando a negligenciar outras áreas como saúde ou educação. Neste tipo de governo, soldados e militares são vangloriados pelas massas.

Nos regimes fascistas a polícia é altamente militarizada e possui ampla autonomia para lidar com problemas internos e domésticos que normalmente não necessitam de participação militar.


4. Obsessão com a segurança nacional

Fascismo - Segurança Nacional

Os regimes fascistas possuem uma necessidade constante de preparar a nação para um conflito armado. Com esse objetivo, são propagados discursos de terror para causar um sentimento de insegurança e paranoia na população, que busca se unir para lutar pela mesma causa. Assim, o fascismo utiliza o medo como instrumento de motivação.


5. Desprezo pelos direitos humanos

Fascismo - Violência

Em uma sociedade altamente militarizada e em constante confronto, os ideais do governo são constantemente impostos de forma violenta, convencendo os cidadãos de que os direitos humanos não são prioridade. Assim, no fascismo não existe valorização da liberdade, da integridade física, da igualdade ou mesmo da vida.

Nos regimes fascistas, o desprezo pelos direitos humanos é transmitido para a população, que passa a ser conivente com práticas como execuções, torturas, prisões arbitrárias, etc.

6. Desprezo por intelectuais e artistas
Fascismo - Violência

Considerando que os governos fascistas possuem o apoio da população, aqueles que não se adéquam aos ideais da nação são abertamente hostilizados.

Por esse motivo, intelectuais e artistas com a capacidade de questionar o regime e influenciar o povo a fazer o mesmo são perseguidos, e qualquer forma de insurgência contra o Estado é rechaçada de forma violenta.


7. Controle da mídia e censura

Censura

A fim de manter a integridade do sistema, os regimes fascistas tendem a controlar os meios de comunicação. Por vezes, o controle é exercido diretamente pelo governo e, em outras, a mídia sofre regulação indireta. De qualquer forma, a censura a ideias contrárias ao regime é comum.

8. Usa a religião como forma de manipulação


Fascismo - Religião

Tanto na Alemanha quanto na Itália o fascismo, nos primeiros anos, disputava a devoção das pessoas com a igreja. No entanto, os dois governos resolveram utilizar a religião a seu favor para manter os ideais da população alinhados e reunir mais seguidores. Dessa forma, os fascistas passaram a traçar paralelos forçados entre preceitos religiosos e ideologias políticas para manipular as pessoas.

Na Itália, Mussolini, além de ser ateu, havia planejado confiscar os bens da igreja até decidir incorporar a retórica religiosa em seus discursos.



https://www.significados.com.br/caracte ... -fascismo/

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

O grande líder do movimento re a cioná rio no geral pontuou bem em 1 , 2, 3 , 4 , 5, 6, 7 e 8.

Ainda falta mais re ações mais fortes quanto ao item 5, como mandar os esquerdistas para a ponta da praia, mas isso porque os defensores da coisa insuportável chamada Direitos dos hu Manos ainda tem poder no Brasil, logo que um cabo e um soldado forem no refúgio dos to (ca) gados defensores de direitos dos hu Manos isso poderá ser resolvido.
Editado pela última vez por JJ_JJ em Dom, 14 Junho 2020 - 09:28 am, em um total de 1 vez.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

O que é o fascismo? Perguntamos a pensadores da Itália, berço do movimento

Lucas Ferraz
De Roma para a BBC News Brasil
4 outubro 2018


Hitler e Mussolini fazendo saudação nazi-fascista, em foto de 1938; para pesquisador do fascismo, o maior perigo atual é 'a democracia que se suicida'
Direito de imagemGETTY IMAGES


Não é só no Brasil destes dias que o termo "fascismo" voltou a permear o debate político. Em países europeus como Hungria, Polônia, Áustria e Itália, berço do fenômeno, a ascensão de políticos populistas de extrema direita - com pendores nacionalistas e xenófobos - tem suscitado calorosas discussões sobre a conveniência ou não de se usar a palavra.

O historiador Emilio Gentile é considerado na Itália o maior especialista vivo sobre o assunto. Autor de inúmeros livros sobre o período fascista, muitos deles adotados nas escolas italianas, ele afirma que utilizar o termo, como se tornou comum recentemente, é uma forma de confundir as ideias e não observar um fenômeno que, na verdade, tem a ver com a crise da democracia.


"A democracia não está em risco por causa de um fascismo que não existe. Hoje, o perigo é a democracia que se suicida", disse à BBC News Brasil. "O que há de novo, em todo o mundo, é um novo poder de direita nacionalista e xenófobo. É o que Orbán (Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, um dos expoentes desse movimento na Europa) classificou de política nacionalista democrática iliberal."

De acordo com Gentile, há muitos movimentos políticos - na Europa e em outros lugares do mundo - que se referem à experiência fascista e utilizam seus símbolos, mas de uma maneira muito "idealizada e imaginária".


O fascismo foi criado por Benito Mussolini - um ex-socialista - há quase cem anos. Originário da palavra latina "fascio littorio", um conjunto de galhos amarrados a um machado, símbolo do poder de punição dos magistrados na Roma Antiga, o experimento nasceu oficialmente em 23 de março de 1919, quando Mussolini fundou em Milão o grupo "Fasci di Combattimento", que reunia ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial (1914-18).


Com a Itália imersa no caos - à beira de uma guerra civil, com crise política, econômica e social, num momento em que o poder fugiu do controle do Estado -, e à sombra da revolução russa de 1917 (temia-se que o comunismo chegasse também no país), o grupo fundado por Mussolini cresceu rapidamente.


Para Domenico de Masi, Bolsonaro é político de inspiração fascista
Image caption

Ainda em 1919, ocorreram ataques de brigadas fascistas - que depois se tornariam efetivamente milícias paramilitares - contra políticos de esquerda, judeus, homossexuais e órgãos da imprensa. Eles ficariam conhecidos como os "camisas negras".

No final de 1921, nasceu o Partido Nacional Fascista (PNF), cujo símbolo era exatamente o "fascio littorio". Menos de um ano depois, Mussolini assume o poder. Ele fortaleceu sua influência na Itália angariando o apoio de industriais, empresários e do Vaticano, e tornou-se referência para regimes autoritários mundo afora - Francisco Franco na Espanha, António Salazar em Portugal e, sobretudo, Adolf Hitler na Alemanha (que por muito tempo manteve um busto do Duce italiano em seu escritório) tiveram em Mussolini e no seu regime uma grande fonte de inspiração.

Regime totalitário baseado num partido único, a característica fundamental do fascismo foi a militarização da política, que era tratada como uma experiência de guerra: além do projeto de expansão imperial, com a supremacia fascista imposta no Estado e na sociedade, o regime tratava os adversários como inimigos que deveriam ser eliminados. No mês passado, a Itália lembrou os 80 anos da chamada lei racial, aprovada contra os judeus e que estava em consonância ao regime nazista de Hitler.

"O fascismo sempre negou a soberania popular, enquanto o nacionalismo populista de hoje reivindica o sucesso eleitoral. Esse políticos de agora se dizem representantes do povo, pois foram eleitos pela maioria. Isso o fascismo nunca fez", comenta Emilio Gentile.


Raízes fascistas

Para o sociólogo italiano Domenico de Masi, que conhece o Brasil há muitos anos, se não é possível falar num fascismo histórico como o implementado na Itália no século passado, não há dúvidas, por outro lado, de que Jair Bolsonaro (PSL) é um político de inspiração fascista - o candidato à Presidência disse recentemente num comício no Acre em "metralhar a petralhada". A eliminação física de adversários era exatamente uma das características do regime de Mussolini.


'O fascismo sempre negou a soberania popular, enquanto o nacionalismo populista de hoje reivindica o sucesso eleitoral', diz Emilio Gentile

"Ele tem inspiração fascista no que diz respeito à relação do Estado com a economia, entre o poder civil e militar, política e religião. E com base num conceito de autoritarismo, acha que pode resolver problemas complexos com receitas fáceis", diz De Masi.

O sociólogo vê com inquietação a ascensão de governos e políticos com raízes "claramente fascistas". "Bolsonaro é como Salvini (Matteo Salvini, político de direita e vice-premiê italiano hoje). Os dois têm uma visão autoritária da sociedade. Brasil e Itália são sociedades muito distintas, mas vejo os dois muito parecidos", completou.

Salvini, aliado de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump que já se reuniu com um dos filhos de Bolsonaro, declarou recentemente no Twitter torcer pela eleição do ex-capitão no Brasil.

Domenico de Masi ressalta que, enquanto na Europa o que alimenta esse tipo de discurso é a imigração (e que tem, na Itália, o apoio das classes média e média-baixa), no Brasil o fenômeno é estimulado pelo ódio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Partido dos Trabalhadores. "No caso brasileiro, o cidadão pobre do Nordeste é mais inteligente quanto ao perigo de Bolsonaro do que os ricos de São Paulo, que apoiam o candidato".

Como o colega Emilio Gentile, o historiador Eugenio di Rienzo, professor de História Contemporânea da Universidade Sapienza, em Roma, afirma que o fascismo é um regime que nasceu e morreu no século passado - em 1945, quando Mussolini foi assassinado em Milão.

"Não se pode fazer uma analogia entre aquele fenômeno e outro. O fascismo não se reproduz mais, é preciso cuidado com o uso da palavra, pois acaba provocando desinformação", disse. "Um racista não é sempre um fascista. O governo de (Recep Tayyip) Erdogan na Turquia é autoritário, mas não fascista."


'O governo de (Recep Tayyip) Erdogan na Turquia é autoritário, mas não fascista', opina historiador italiano


Di Rienzo reconhece que há muitos nostálgicos do fascismo na Itália, assim como do nazismo na Alemanha, mas para ele o processo atual (na Europa e nos Estados Unidos de Trump) não é uma "repetição do passado": "Há algumas semelhanças, mas os processos são muito diferentes. A analogia, muitas vezes, tem o propósito de propaganda".

Emilio Gentile concorda. "Na verdade, faz-se propaganda de um fascismo que parece eterno, mas ao menos na Europa é um fenômeno novo que se relaciona à crise da democracia, ao medo da globalização e dos movimentos imigratórios que poderiam sufocar a coletividade nacional. Mexe com a imaginação das pessoas, mas não se trata de um perigo real."

Gentile lembra que o sucesso de Bolsonaro no Brasil tem a ver com uma tradição latino-americana da participação dos militares na política, vistos como atores da "ordem e da competência", o que não acontece nos países europeus.

Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, país onde chegou nos anos 1940 após sua família fugir do nazi-fascismo na Europa, publicou recentemente o livro Fascismo: Um Alerta, em que discute o tema e as formas atuais de transmutação do que ela chama de "vírus do autoritarismo". "Definir fascismo é difícil. Primeiro, não acho que fascismo seja uma ideologia. É um método, um sistema", disse Albright recentemente numa entrevista.

O certo é que o debate sobre o que é fascismo e em quais situações se deve utilizar o conceito é tão antigo quanto o próprio regime.

Numa coluna para o jornal inglês Tribune, em março de 1944, o escritor e jornalista George Orwell escreveu - o artigo intitulava-se "O que é fascismo?" - que todo aquele que usa indiscriminadamente a palavra fascismo está agregando a ela um significado emocional. "Por fascismo, eles estão se referindo, de maneira grosseira, a algo cruel, inescrupuloso, arrogante, obscurantista."

Autor de livros clássicos sobre o totalitarismo (como 1984 e A Revolução dos Bichos), Orwell recomendava: "Tudo que se pode fazer no momento é usar a palavra com certa medida de circunspeção e não, como usualmente se faz, degradá-la ao nível de um palavrão".


https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45750065

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

O nazismo era um movimento de esquerda ou de direita?


Camilla Costa
Da BBC Brasil em São Paulo
7 maio 2017


Em meio a crise econômica e política na Alemanha, nazismo trazia ideia de "revolução social". mas só para os "arianos" Image caption


"Cara, cai na real! Ser de esquerda é ser a favor de milhares de mortes causadas pelo comunismo e nazismo no mundo. Reflita!", diz uma mensagem de janeiro no Twitter. "O socialismo/comunismo é uma ideologia de esquerda irmã do nazismo", diz outra do final de abril. Outro participante da rede social pergunta: "Quantas pessoas será que estão em grupos de libertários no Facebook discutindo se nazismo é esquerda ou direita neste exato momento?".

A discussão sobre se o movimento nazista alemão - cujo governo matou milhões de pessoas e levou à Segunda Guerra Mundial - teria as mesmas origens do marxismo ferve nas redes sociais há alguns meses, com a crescente polarização do debate político no Brasil.

Mas historiadores entrevistados pela BBC Brasil esclarecem o que dizem ser uma "confusão de conceitos" que alimenta a discussão - e explicam que o movimento se apresentava como uma "terceira via".



"Tanto o nazismo alemão quanto o fascismo italiano surgem após a Primeira Guerra Mundial, contra o socialismo marxista - que tinha sido vitorioso na Rússia na revolução de outubro de 1917 -, mas também contra o capitalismo liberal que existia na época. É por isso que existe essa confusão", afirma Denise Rollemberg, professora de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF).


"Não era que o nazismo fosse à esquerda, mas tinha um ponto de vista crítico em relação ao capitalismo que era comum à crítica que o socialismo marxista fazia também. O que o nazismo falava é que eles queriam fazer um tipo de socialismo, mas que fosse nacionalista, para a Alemanha. Sem a perspectiva de unir revoluções no mundo inteiro, que o marxismo tinha."


O projeto do movimento nazista, segundo Rollemberg, previa uma "revolução social para os alemães", diferentemente do projeto dos partidos de direita da época, "que vinham de uma cultura política do século 19, de exclusão completa e falta de diálogo com as massas".

Mesmo assim, ela diz, seria complicado classificá-lo no espectro político atual. "Eles rejeitavam o que era a direita tradicional da época e também a esquerda que estava se estabelecendo. Eles procuravam se mostrar como um terceiro caminho", afirma.



Nacionalismo


A ideia de uma "revolução social para a Alemanha" deu origem ao Partido Nacional-Socialista alemão, em 1919. O "socialista" no nome é um dos principais argumentos usados nos debates de internet que falam no nazismo como um movimento de esquerda, mas historiadores discordam.

"Me parece que isso é uma grande ignorância da História e de como as coisas aconteceram", disse à BBC Brasil Izidoro Blikstein, professor de Linguística e Semiótica da USP e especialista em análise do discurso nazista e totalitário.


"O que é fundamental aí é o termo 'nacional', não o termo 'socialista'. Essa é a linha de força fundamental do nazismo - a defesa daquilo que é nacional e 'próprio dos alemães'. Aí entra a chamada teoria do arianismo", explica.



A mística fascista que admirava Hitler e que está sendo 'ressuscitada' pela extrema-direita

De acordo com Blikstein, os teóricos do nazismo procuraram uma fundamentação teórica e filosófica para defender a ideia de que eles eram descendentes diretos dos "árias", que seriam uma espécie de tribo europeia original.


"Estudiosos na Europa tinham o 'sonho da raça pura' nessa época. Quanto mais próximos da tribo ariana, mais pura seria a raça. E esses teóricos acreditavam que o grupo germânico era o mais próximo. Daí surgiu a tese de que, para serem felizes, tinham que defender a raça ariana, para ficar longe de subversões e decadência. (Alegavam que) a raça pura poderia salvar a humanidade."


A ideia de uma defesa do povo germânico ganhou popularidade em um momento de perda de territórios, profunda recessão e forte inflação após a Primeira Guerra Mundial - e tornou-se o centro do movimento nazista.


"Era preciso recuperar a moral do pobre coitado, que não tinha dinheiro e era 'massacrado pelos capitalistas'", explica Blikstein. Nesse contexto, afirma, o nazismo vendia a ideia de "reeguer o orgulho da nação ariana. O pressuposto disso seria eliminar os não arianos. E essa teoria foi aplicada até as últimas consequências".


Segundo especialistas, judeus eram perseguidos por simbolizarem dois "inimigos" do nazismo: o capitalismo liberal e o socialismo marxista



'Marxistas e capitalistas'

Mesmo propagando a ideia de que o nazismo planejava uma revolução social na Alemanha - o que incluía, por exemplo, maior intervenção do Estado na economia -, o partido fazia questão de deixar clara sua oposição ao marxismo.


"Os comícios hitleristas eram profundamente antimarxistas", disse à BBC Brasil a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que é estudiosa de movimentos neonazistas.


"O nazismo e o fascismo diziam que não existia a luta de classes - como defendia o socialismo - e, sim, uma luta a favor dos limites linguísticos e raciais. As escolas nacional-socialistas que se espalharam pela Alemanha ensinavam aos jovens que os judeus eram os criadores do marxismo e que, além de antimarxistas, deveriam ser antissemitas."


Os judeus, aliás, tornaram-se o ponto focal da perseguição nazista porque representavam tanto o socialismo como o capitalismo liberal, mesmo que isso possa parecer antagônico nos dias de hoje.

"Havia uma simbologia do judeu como representante, por um lado, do socialismo revolucionário - porque Marx vinha de uma família judia convertida ao protestantismo, assim como muitos bolcheviques", diz a historiadora Denise Rollemberg.

"Por outro lado, os judeus eram associados ao capitalismo financeiro porque os judeus assimilados (que assumiram as culturas de outros países, para além da nação religiosa) que viviam na Europa tinham uma tradição de empréstimos de dinheiro e de negócios."

'Precisão científica'

A "precisão científica" do extermínio de judeus na Alemanha nazista também dificulta as comparações com a perseguição política no regime socialista soviético, na opinião de Izidoro Blikstein.


"Há muitos genocídios pelo mundo, mas nenhum igual ao nazismo, porque este era plenamente apoiado por falsa teoria científica e linguística e levada até as últimas consequências. A União Soviética também tinha campos de trabalhos forçados, mas não existia uma doutrina para justificar isso", afirma.

"Mas há traços comuns entre o nazismo o regime (soviético) de Stálin. A propaganda, por exemplo, e o fato de que ambos eram regimes totalitários, que controlavam e legislavam sobre a vida pública e também privada do cidadão", admite.


Além dos judeus, o regime nazista também perseguiu democratas liberais, socialistas, ciganos, testemunhas de Jeová e homossexuais - algo que, hoje, contribui para que o nazismo seja classificado como extrema-direita, e o aproxima de grupos que pregam contra a comunidade LGBT, contra imigrantes e contra muçulmanos, por exemplo.


"Todo esse projeto de repressão, censura, campos de concentração e extermínio nazista era direcionado a quem estava fora do que eles chamavam de 'comunidade popular', o povo alemão. Mas alemães que eram democratas liberais e socialistas também eram excluídos por serem contrários ao projeto nazista e colocarem em risco essa comunidade popular", explica Denise Rollemberg.



No entanto, para Blikstein, a ideia de raça é tão central ao nazismo que, assim como não se pode usar o projeto de revolução social para classificá-lo como "esquerda", também é difícil defini-lo como a "direita" que conhecemos hoje.

"Dizer apenas que Hitler era um político de direita é apequenar o nazismo. Foi mais do que direita ou esquerda. Foi uma doutrina arquitetada para defender uma raça, embora esse conceito seja discutível e pouco científico", diz.



'Crise de referências'

Uma recapitulação do projeto e do regime nazista, de acordo com os especialistas no assunto, aumenta a confusão: deveria haver igualdade social e distribuição de renda, mas imigrantes, judeus, opositores políticos e até filhos "não talentosos" de alemães seriam excluídos dela por serem "menos puros"; o Estado prometia interferir mais na economia para benefício dos cidadãos, mas empresas privadas tiveram os maiores lucros com a máquina de extermínio e de guerra nazista; o movimento dizia defender os trabalhadores, mas sindicatos trabalhistas foram extintos, assim como o direito de greve; o socialismo marxista era considerado ruim, mas o liberalismo também.




Como seria possível defender todas estas ideias ao mesmo tempo?

"Quando o partido foi constituído, ele tinha uma vertente mais à esquerda e uma mais à direita. No início, tinha um discurso bastante antiburguês. Mas ao assumir o poder na Alemanha, o grupo à direita foi fazendo mais alianças com a burguesia e expulsando o grupo à esquerda", diz a historiadora da UFF.


"Além disso, o nazismo nasce no meio de uma crise de referências muito grande após a Primeira Guerra. Muitos passaram de um lado para outro. Os valores muitas vezes vão se embaralhar, e esses conceitos de direita e esquerda atuais não resolvem bem o problema."

Entre historiadores, a tentativa de traçar paralelos entre o nazismo e o fascismo europeus e o regime stalinista na União Soviética também não é nova, segundo Rollemberg.

"Todos eles eram regimes totalitários, mas o totalitarismo pode estar de qualquer lado. Hoje entendemos que há o totalitarismo de direita, como o nazismo e o fascismo, e o de esquerda, como o da União Soviética."


https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-39809236

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Regimes de extrema esquerda quando se instalam é através de revoluções "contra as elites opressoras."

Já os regimes de extrema direita criam conspirações e dizem que querem voltar ao tempo passado, quando a pátria era pujante, antes dos [insira aqui o seu grupo preferido para ser bode expiatório] surgirem e "desvirtuarem nosso país!" É mais um movimento reacionário do que revolucionário, querendo voltar a um mítico passado glorioso (supostamente).

Geralmente é assim.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Fascismo: como surgiu, contexto histórico, características e mais!


por Beatriz Abrantes | ago 28, 2017 | historia | 0 Comentários

Fascismo: como surgiu, contexto histórico, características e mais!
Tudo o que você precisa dominar sobre esse tema para mandar bem no vestibular e no Enem!

O fascismo foi um regime político totalitário que surgiu na Itália no início do século XX. Sua ideologia é muito autoritária, racial e nacionalista.

Se você tem qualquer dúvida sobre o assunto, veio ao lugar certo, porque vamos explicar tudo o que você precisa saber para arrasar no Enem e principais vestibulares do país. Continue conosco!


O que é fascismo?


O fascismo foi um regime político totalitário que surgiu na Itália entre as décadas de 1920 e 1940. Sua ideologia é autoritária, racial, violenta e nacionalista.

O líder do fascismo italiano foi Benito Mussolini, filho de uma professora e de um ferreiro. Apesar de ter feito parte do Partido Socialista Italiano durante sua juventude, Mussolini mudou sua ideologia política e criou um partido de extrema direita, em 1919.

Existem alguns fatores que contribuíram para a ascensão do Partido Nacional Fascista na Itália, como a grave crise econômica que a Itália enfrentava e o não atendimento de reivindicações territoriais no pós Primeira Guerra Mundial. Essa frustração vai inflar ainda mais o nacionalismo italiano.

Além disso, com a guerra, o país sofreu queda na produção industrial e queda na produção agrícola. Isso tudo acabou gerando uma inflação.


Contexto histórico do Fascismo


A Europa estava arrasada pela guerra, com uma forte crise econômica. A população encontrava-se com a moral lá embaixo, bastante desanimada.

É nesse ambiente que surgem alguns políticos e ideólogos com um discurso inflamado de resolver problemas complexos e com a capacidade de falar aquilo que o povo mais queria ouvir.

Esse líder fascista, portanto, aproveitou o momento para apresentar um discurso parecido com “Levante-se, orgulhe-se! A nação precisa de você, nós somos superiores”.

Mussolini chegou ao poder no ano de 1922 com a chamada “Marcha Sobre Roma”. Em 1943, ele recebe apoio dos nazistas e é obrigado a fugir para o norte da Itália, onde cria a República Social Italiana.

O líder fascista vai governar até 1945, quando Mussolini é fuzilado com sua esposa por um grupo italiano antifascista.


A crise econômica na Itália

Num momento de desespero, a Itália começou a emitir papel-moeda (o chamado emissionismo), o que resultou também na desvalorização da moeda italiana, alimentando ainda mais a inflação.

A taxa de desemprego foi aumentando e a Itália contou com o famoso “baby boom”, um superpovoamento. A situação do país foi saindo do controle com revoltas, greves, invasões de terras e ocupações de fábricas.

Em meio a esse caos, os partidos de esquerda ganharam força. A burguesia, os latifundiários e a classe média católica passaram a ficar com mais medo da “ameaça comunista ateia.

O temor era que acontecesse na Itália o mesmo que aconteceu na Rússia em 1917, onde a Revolução Bolchevique suprimiu a propriedade privada dos meios de produção.

É nesse momento que surge, com força e popularidade, Benito Mussolini. O apoio que ele recebe da burguesia será importantíssimo para a sua ascensão.


Características do Fascismo

O Fascismo por se tratar de um sistema político complexo destacamos 8 principais características para melhor compreensão sobre o tema. Veja cada uma delas abaixo:


1. Nacionalismo exacerbado


Primeira característica que podemos destacar é o nacionalismo exacerbado. Para os fascistas, a nação é a instituição mais importante e está acima de tudo.

Os interesses dos indivíduos jamais devem ser superiores aos interesses da nação. Aliás, o indivíduo não existe, o que existe é a nação.

Mas não é qualquer nacionalismo que estamos falando. É um nacionalismo exagerado e inconsequente, tanto que ele será levado às últimas consequências: a Segunda Guerra Mundial.


2. Totalitarismo


A segunda característica é o totalitarismo. Esse termo significa que o Estado que controla todos os setores da nação, como todas as atividades políticas, econômicas (um capitalismo sob forte intervenção estatal), controla a educação, a cultura e a imprensa.

O Estado é o poder que deve manter o controle de tudo por meio do partido único — que é a próxima característica que vamos destacar.


3. Partido Único


Fascismo


Os fascistas defendem o unipartidarismo, ou seja, somente o partido fascista poderia ter forças sobre a nação. Aliás, em relação ao Estado totalitário, existe uma frase de Mussolini que é bem esclarecedora: “Nada deve estar acima do Estado. Nada deve estar fora do Estado e nada deve estar contra o Estado”.

Os fascistas desprezam a democracia. Para eles, o parlamento e o congresso são perda de tempo com discussões inúteis de parlamentares de diversos partidos, sendo que o que a nação precisa é um partido com pessoas disciplinadas e apaixonadas pela sua nação.

Segundo os fascistas, é isso que a nação precisa. Para o fascismo a democracia não só é desnecessária como atrapalha a ação do partido único (do Partido Fascista).


4. Culto ao líder


Outra característica bem importante é o culto à personalidade do líder. Benito Mussolini, por exemplo, foi identificado como o grande guia da nação para solucionar todos os problemas no país.

Em um determinado momento, graças a uma intensa propaganda por parte do Estado que tem o poder para controlar tudo, a figura do líder quase se confunde com a própria nação, com o próprio Estado. Muitas vezes esse líder vai ser identificado como um “salvador”.


5. Anticomunismo


Outra característica muito marcante do Fascismo é o anticomunismo.

Para os fascistas, não deve haver luta de classes porque ela atrapalha o desenvolvimento e o progresso da nação. Eles acreditam que o que deve existir é a união das classes, a integração em prol do desenvolvimento da nação.


6. Corporativismo


Essa é uma peculiaridade do fascismo. O que é o corporativismo? Benito Mussolini, líder fascista que chegou ao poder na Itália em 1922, propõe e cria as corporações.

Nas corporações, teremos a reunião de todos os profissionais de um mesmo ofício, agregando patrões e trabalhadores, com representantes do governo fascista atuando como juízes ou intermediários, evitando, assim, a luta de classes.

Isso nos remete, mais uma vez, ao anticomunismo. Então, a palavra final será do Estado para promover a “harmonia entre as classes e o desenvolvimento da nação”.

Benito Mussolini dizia: “Creia, obedeça e acredite na nação”. Ele defendia que um dia a Itália voltaria a ser uma grande potência. Para isso, seria necessário conquistar territórios. Está aí outra característica: o expansionismo.


7. Expansionismo


Era preciso conquistar novos territórios para que a Itália pudesse se desenvolver plenamente, obtendo novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores.

Para que esse expansionismo seja realizado, para que novos territórios sejam conquistados, os fascistas defendem um exército forte, moderno e disciplinado.


8. Militarismo

O militarismo é uma característica muito forte do Fascismo, uma vez que, para que haja a expansão de territórios, os fascistas utilizam a luta, violência e uma forte organização militar.

Destacamos uma frase típica dos fascistas: “Mais vale um dia de coragem no campo de batalha como um leão feroz do que viver cem anos como um carneirinho covarde”.

militares fascismo


Nazismo e Fascismo

É bem comum haver confusão entre os dois termos, isso porque o Nazismo e Fascismo foram regimes políticos com características semelhantes entre si, de caráter autoritário e violento.

O fascismo nasceu na Itália e foi comandado por Benito Mussolini entre os anos de 1919 e 1943. Já o nazismo se desenvolveu na Alemanha entre 1933 e 1945, tendo como líder Adolf Hitler.

O Nazismo tinha como fundamento a doutrina nacional-socialista, defendia o nacionalismo exacerbado, totalitarismo e superioridade da raça ariana. Foi um período marcado pelo Holocausto e pela perseguição aos Judeus.

Fascismo no Brasil
É no período da Europa pós 1ª Guerra Mundial que o fascismo vai se estabelecer, vão se expandir e, inclusive, vai chegar até a América Latina, inclusive no Brasil.

O ex-presidente Getúlio Vargas inspirou-se no Fascismo para dar início ao período que chamamos de Estado Novo. Vargas era um admirador da ideologia fascista .

Fascismo: Enem e vestibulares

É muito importante revisar este conteúdo antes dos processos seletivos — além disso, é um assunto que vai te ajudar a entender a transição entre a Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial.

Nos últimos 7 anos de vestibular (de 2010 até agora), a UERJ apresentou 9 questões sobre o nazifascismo. O tema caiu 5 vezes no Enem e 5 vezes na Unesp. O conteúdo caiu 3 vezes na Fuvest e esteve presente 2 vezes na Unicamp.

Por isso, a nossa dica é: relembre quais são os conceitos básicos desse período, conheça um pouco sobre o líder fascista (Benito Mussolini), veja quais foram os fatores que levaram a ascensão desse regime político e entenda as características da ideologia fascista.

Quer ver mais conteúdos completos como este e arrebentar nas provas que vai fazer este ano? Então cadastre-se gratuitamente no Stoodi e aproveite o conteúdo desta e outras matérias com a gente.


Beatriz Abrantes

Cursando jornalismo, é apaixonada pela profissão e por inventar receitas em sua cozinha. Faz parte do time de Marketing e Conteúdo do Stoodi, focada em SEO. A Bia adora dançar, participa de ONG’S de proteção aos animais e ama passar tempo vendo filmes. Conheça mais os seus textos!

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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aronax
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Socialistas, comunistas e nazistas - por que a diferença de tratamento?
Walter Williams
é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.
Na Europa, especialmente na Alemanha, ostentar uma suástica é um crime. Ao longo de décadas após a Segunda Guerra Mundial, pessoas têm caçado e punido os assassinos nazistas, que foram responsáveis pela chacina de cerca de 20 milhões de pessoas.

Eis uma pergunta: por que os horrores do nazismo são tão bem conhecidos e amplamente condenados, mas não os horrores do socialismo e do comunismo? Por que se ignora — ou ainda pior: por que se esconde — que as ideias socialistas e comunistas não apenas geraram uma carnificina muito maior, como ainda representaram o que houve de pior na história da humanidade?

Você pode dizer: "Williams, de que diabos você está falando? Socialistas, comunistas e os seus simpatizantes são uma moçada bacana, que apenas luta para que os mais pobres tenham um tratamento justo. Eles querem promover a justiça social!".

Então vamos dar uma rápida olhada na história do socialismo e do comunismo.

Em primeiro lugar, o nazismo é, por definição, uma versão do socialismo. Na verdade, o termo "Nazista" é uma abreviatura para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

[N. do E.: em sua política econômica, os nazistas praticaram controle de preços, controle de salários e arregimentaram toda a produção nacional, voltando-a para o setor militar. Nesse sociedade totalmente arregimentada, todos viviam em função de obedecer às ordens do Führer.

A propriedade dos meios de produção continuou em mãos privadas, mas era o governo quem decidia o que deveria ser produzido, em qual quantidade, por quais métodos, e a quem tais produtos seriam distribuídos, bem como quais preços seriam cobrados, quais salários seriam pagos, e quais dividendos ou outras rendas seriam permitidos ao proprietário privado nominal receber.

É por isso que há o socialismo de estilo soviético (bolchevista) e o socialismo de estilo alemão (nazista). Fixar preços é uma forma de ataque à propriedade privada, pois retira dos produtores as opções que eles teriam no livre mercado para aplicar seus recursos. Fixação de preços é um decreto estatal que, na prática, proíbe os proprietários de investirem seus recursos onde bem quiserem.]

Mas os atos inomináveis de Adolf Hitler empalidecem em comparação com os horrores cometidos pelos comunistas na antiga URSS, na República Popular da China e no Camboja, apenas para ficar entre os principais.

Entre 1917 e 1987, Vladimir Lênin, Josef Stalin e seus sucessores assassinaram 62 milhões de pessoas do seu próprio povo. O ponto de partida foi a Ucrânia.

[N. do E.: normalmente é dito que o número de ucranianos mortos na fome de 1932-33 foi de cinco milhões. De acordo com o historiador Robert Conquest, se acrescentarmos outras catástrofes ocorridas com camponeses entre 1930 e 1937, incluindo-se aí um enorme número de deportações de supostos "kulaks", o grande total é elevado para entorpecentes 14,5 milhões de mortes.]

Já entre 1949 e 1987, o comunismo da China, liderado por Mao Tsé-Tung e seus sucessores, assassinou ou de alguma maneira foi o responsável pela morte de 76 milhões de chineses. [N. do E.: há historiadores que dizem que o número total pode ser de 100 milhões ou mais. Somente durante o Grande Salto para Frente, de 1959 a 1961, o número de mortos varia entre 20 milhões e 75 milhões. No período anterior foi de 20 milhões. No período posterior, dezenas de milhões a mais.]

No Camboja, o Khmer Vermelho, comandado por Pol Pot, exterminou aproximadamente 3 milhões de cambojanos, em uma população de 8 milhões.

No total, os regimes marxistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987. Destes, quase 55 milhões de pessoas morreram em vários surtos de inanição e epidemias provocadas por marxistas — dentre estas, mais de 10 milhões foram intencionalmente esfaimadas até a morte, e o resto morreu como consequência não-premeditada da coletivização e das políticas agrícolas marxistas.

Para se ter uma perspectiva deste número de vidas humanas exterminadas, vale observar que todas as guerras domésticas e estrangeiras durante o século XX mataram aproximadamente 85 milhões de civis. Ou seja, quando marxistas controlam estados, o marxismo é mais letal do que todas as guerras do século XX combinadas, inclusive a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e as Guerras da Coréia e do Vietnã.

O regime mais autoritário e mais assassino da história está documentado no website do professor Rudolph J. Rummel, da Universidade do Havaí, no endereço http://www.hawaii.edu/powerkills, e no seu livro Death By Government.

Estudiosos da área de homicídio em massa dizem que a maioria de nós não é capaz de imaginar 100 mortos ou 1000. E acima disso, tudo vira apenas estatística: os números passam a não ter qualquer sentido conceitual para nós, e a coisa se torna um simples jogo numérico que nos desvia do horror em si.

Quantos desses assassinos comunistas foram caçados e punidos? Ao contrário, tornou-se aceitável em todos os países do mundo (exceto na Polônia, na Geórgia, na Hungria, na Letônia, na Lituânia, na Moldávia e na Ucrânia) marchar sob a bandeira vermelha da ex-URSS, estampada com a foice e o martelo.

Mao Tse-Tung é amplamente admirado por acadêmicos e esquerdistas de vários países, os quais cantam louvores a Mao enquanto leem seu livrinho vermelho, "Citações do Presidente Mao Tse-Tung".

[N. do E.: no Brasil, o PCdoB, partido da base do atual governo, é assumidamente maoísta].*

Seja na comunidade acadêmica, na elite midiática, na elite cultural e artística, em militantes de partidos políticos, em agremiações estudantis, em movimentos ambientalistas etc., o fato é que há uma grande tolerância para com as ideias socialistas — um sistema (de governo) que causou mais mortes e miséria humana do que todos os outros sistemas combinados.

Os esquerdistas, progressistas e socialistas de hoje se arrepiam com a simples sugestão de que sua agenda pouco difere da dos maníacos nazistas, soviéticos e maoístas. Não é necessário defender campos de concentração ou conquistas territoriais para ser um tirano. O único requisito necessário é acreditar na primazia do estado sobre os direitos individuais.

Os inenarráveis horrores do nazismo, do stalinismo e do maoísmo não foram originalmente criados nas décadas de 1930 e 1940 pelos homens associados a tais rótulos. Aqueles horrores foram simplesmente o resultado final de uma longa evolução de ideias que levaram à consolidação do poder nas mãos de um governo central, e tudo em nome da "justiça social". Foram alemães decentes, porém mal informados — e os quais teriam tido espasmos de horror à simples ideia de extermínio e genocídio —, que construíram o Cavalo de Tróia que levou Hitler ao poder.

A estrada que estamos trilhando, em nome do bem comum, é muito familiar. Se você não acredita, pergunte a si mesmo: qual o caminho que estamos trilhando: para uma maior liberdade ou para um maior controle governamental sobre nossas vidas?

Talvez pensemos que somos seres humanos melhores do que os alemães que criaram as condições que levaram Hitler ao poder. Quanto a isso, digo apenas o seguinte: não contem com isso.

* Artigo escrito em 2015

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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aronax
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Examinando a história da ascensão do fascismo, John T. Flynn, em seu magistral livro As We Go Marching, de 1944, escreveu:
Um dos mais desconcertantes fenômenos do fascismo é a quase inacreditável colaboração entre homens da extrema-direita e da extrema-esquerda para a sua criação. Mas a explicação para este fenômeno aparentemente contraditório jaz na seguinte questão: tanto a direita quanto a esquerda juntaram forças em sua ânsia por mais regulamentação. As motivações, os argumentos, e as formas de expressão eram diferentes, mas todos possuíam um mesmo objetivo, a saber: o sistema econômico tinha de ser controlado em suas funções essenciais, e este controle teria de ser exercido pelos grupos produtores.
Flynn escreveu que a direita e a esquerda discordavam apenas quanto a quem seria este 'grupo de produtores'. A esquerda celebrava os trabalhadores como sendo os produtores. Já a direita afirmava que os produtores eram os grandes grupos empresariais. A solução política de meio-termo — a qual prossegue até hoje, e cada vez mais forte — foi cartelizar ambos.
Sob o fascismo, o governo se torna o instrumento de cartelização tanto dos trabalhadores (desde que sindicalizados) quanto dos grandes proprietários de capital. A concorrência entre trabalhadores e entre grandes empresas é tida como algo destrutivo e sem sentido; as elites políticas determinam que os membros destes grupos têm de atuar em conjunto e agir cooperativamente, sempre sob a supervisão do governo, de modo a construírem uma poderosa nação.
Os fascistas sempre foram obcecados com a ideia de grandeza nacional. Para eles, grandeza nacional não consiste em uma nação cujas pessoas estão se tornando mais prósperas, com um padrão de vida mais alto e de maior qualidade. Não. Grandeza nacional ocorre quando o estado incorre em empreendimentos grandiosos, faz obras faraônicas, sedia grandes eventos esportivos e planeja novos e dispendiosos sistemas de transporte.
Em outras palavras, grandeza nacional não é a mesma coisa que a sua grandeza ou a grandeza da sua família ou a grandeza da sua profissão ou do seu empreendimento. Muito pelo contrário. Você tem de ser tributado, o valor do seu dinheiro tem de ser depreciado, sua privacidade tem de ser invadida e seu bem-estar tem de ser diminuído para que este objetivo seja alcançado. De acordo com esta visão, é o governo quem tem de nos tornar grandes.
Tragicamente, tal programa possui uma chance de sucesso político muito maior do que a do antigo socialismo. O fascismo não estatiza a propriedade privada como faz o socialismo. Isto significa que a economia não entra em colapso quase que imediatamente. Tampouco o fascismo impõe a igualdade de renda. Não se fala abertamente sobre a abolição do casamento e da família ou sobre a estatização das crianças. A religião não é proibida.
Sob o fascismo, a sociedade como a conhecemos é deixada intacta, embora tudo seja supervisionado por um poderoso aparato estatal. Ao passo que o socialismo tradicional defendia uma perspectiva globalista, o fascismo é explicitamente nacionalista ou regionalista. Ele abraça e exalta a ideia de estado-nação.
Quanto à burguesia, o fascismo não busca a sua expropriação. Em vez disso, a classe média é agradada com previdência social, educação gratuita, benefícios médicos e, é claro, com doses maciças de propaganda estatal estimulando o orgulho nacional.
O fascismo utiliza o apoio conseguido democraticamente para fazer uma arregimentação nacional e, com isso, controlar mais rigidamente a economia, impor a censura, cartelizar empresas e vários setores da economia, escolher empresas vencedoras e privilegiá-las com subsídios, repreender dissidentes e controlar a liberdade dos cidadãos. Tudo isso exige um contínuo agigantamento do estado policial.
Sob o fascismo, a divisão entre esquerda e direita se torna amorfa. Um partido de esquerda que defende programas socialistas não tem dificuldade alguma em se adaptar e adotar políticas fascistas. Sua agenda política sofre alterações ínfimas, a principal delas sendo a sua maneira de fazer marketing.
O próprio Mussolini explicou seu princípio da seguinte maneira: "Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado". Ele também disse: "O princípio básico da doutrina Fascista é sua concepção do Estado, de sua essência, de suas funções e de seus objetivos. Para o Fascismo, o Estado é absoluto; indivíduos e grupos, relativos."

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Gabarito
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Um curso interessante.
Leitura longa, mas bem divertida.
Ensinam exatamente a como ser fascista.
Um caderno para se tirar xerox, aqueles que faltaram às aulas:
O que aprendi com o curso para antifascistas da Juventude Socialista
Por Paulo Polzonoff Jr.
[19/06/2020] [17:41]

Terça-feira, dia 9 de junho, 19 horas. Ajeito o laptop no colo e sigo os links que me levam à primeira aula do curso “Entenda o Fascismo para ser Antifascista”, promovido pela União da Juventude Socialista, a Fundação Maurício Grabois e a Escola de Formação Política Castro Alves, todas ligadas ao PCdoB de Manuela D´Ávila, Jandira Feghali e Flávio Dino. São seis aulas ministradas por professores de instituições federais. É a atividade assalariada nas universidades que permite que eles deem este curso, recebendo ou não, para legitimar intelectualmente a ação dos violentos grupos antifa. Mal posso esperar.

A fim de me enturmar, solto um “Boa noite, camaradas” no chat. O clima ali é de união hostil contra aqueles que os alunos consideram fascistas – ou seja, todos que não concordam com eles. Os slogans gritados no chat vão desde o vazio “Todos pela democracia” até o ameaçador “Fogo nos fascistas!”.

Para a primeira aula, assistem ao vídeo introdutório da bela Manuela d´Ávila incríveis 6 mil pessoas (número que diminuiu bastante ao longo do curso). Aliás, quando o rosto de Manu aparece na tela, num close que ressalta seus melhores traços, a turma virtual irrompe numa explosão de coraçõezinhos e declarações de amor pela ex-deputada.

Mas agora silêncio que as aulinhas vão começar.


1ª aula: “Laboratórios ideológicos do imperialismo estadunidense”

A primeira aula é precedida pela fala de uma “mestre de cerimônias” muito empolgada, que já chega citando Marx e dizendo que o curso é extremamente necessário porque “não basta compreender a realidade, é preciso transformá-la”. Ela diz ainda que “ficar em casa [na pandemia] é ser contra Bolsonaro” e que o coronavírus “está matando pobres, negros e jovens”.

A tudo isso o professor João Quartim de Moraes ouve com certo enfado. Ele é um senhor de fala mansa, comunista-raiz, ex-dirigente do grupo guerrilheiro Vanguarda Popular Revolucionária. E sua aula, até pelo título, tem aquela aura de revolução intelectual de um tempo nem tão distante assim em que a esquerda se dedicava aos estudos.

Como a aula se intitula “Ovo da serpente: origens teóricas e históricas do fascismo”, o professor acha por bem fazer toda uma semiótica do ovo. Ao citar regimes autoritários, ele menciona o nazismo, as monarquias e os liberais (!). Mas não fala nada de Stalin, Mao, Pol Pot ou de um Hoxha. Diante da omissão, alguém no chat pergunta se o stalinismo pode ser considerado fascista. A resposta dos outros alunos é “tem gado na área”.

Durante uma hora e quarenta minutos, João Quartim de Moraes expõe toda a história do fascismo italiano com uma riqueza de detalhes impressionante. Nomes e datas e pormenores vão se somando numa tentativa clara de encontrar semelhanças entre a Itália dos anos 1920 e o Brasil de 2020. Em certo momento, o professor faz um elogio contido ao que Mussolini realizou “de bom” – isto é, todas as leis trabalhistas que serviriam de inspiração para a nossa CLT. Mas ele é inteligente, percebe a gafe e logo se retrata.

Num momento de lucidez que causou alguma revolta aos raros alunos que estavam prestando atenção à aula (a maioria estava preocupada com o certificado do curso), João Quartim de Moraes reconheceu que o presidente Jair Bolsonaro “pode até ter mentalidade fascista, mas não é fascista, senão [este] curso não estaria sendo realizado”.

Mas logo depois a lucidez dá lugar a algumas falas cheias de teias de aranha. “O fascismo é a ditadura terrorista do capital financeiro”, diz ele, para logo em seguida emendar com uma teoria da conspiração segundo a qual o então presidente da França Nicolas Sarcozy matou o ditador líbio Muamar Kadafi “para se livrar de dívidas”.

Até que o professor se vê numa encruzilhada. Ao descrever o fascismo italiano desde os seus primórdios, ficam claras as muitas semelhanças entre a Itália de Mussolini e a União Soviética de Stalin. Encurralado pela própria incoerência, ele então se sai com uma análise etimológica da palavra “totalitarismo” que, para João Quartim de Moraes, não se aplica ao regime soviético porque foi “inventada nos laboratórios ideológicos do imperialismo estadunidense”. Sendo mais específico, por Hannah Arendt, que ele chama de “cientista política do dólar”.


2ª aula: Mas e o certificado?

Dia novo, aula nova. Mas os clichês são os mesmos. A simpática Márcia Carneiro, professora no departamento de história da UFF, vai falar sobre “O integralismo de ontem e hoje”. A ideia dos organizadores foi certamente a de associar Jair Bolsonaro a Plínio Salgado, líder do integralismo, visto por muitos como uma espécie de fascismo tupiniquim. Mas algo dá errado.

Porque Márcia Carneiro é uma apaixonada pelo assunto. Ela conta que estudou história justamente porque a avó era integralista. Seus olhos brilham de entusiasmo – não só pela história familiar, mas também pelos próprios ideais integralistas que ela deveria estar rejeitando. O carinho com que a professora trata o assunto não passa despercebido pelos alunos que, no chat, começam a reclamar da falta de críticas mais enfáticas ao integralismo.

Neste dia a aula começa com 4 mil alunos. Muitos dos quais não estão ali para aprender, mas para ensinar a professora. Quando Márcia Carneiro diz, por exemplo, que o integralismo não era racista, os alunos se revoltam. Começam a reclamar da didática. Que a professora fala rápido demais. Essas coisas.

A professora fala, fala, fala. E qualquer semelhança com os dias atuais vai ficando cada vez mais distante. Até que ela é obrigada a recorrer, novamente, às intenções. “O bolsonarismo seria um integralismo piorado”, diz ela, sem explicar o motivo, mas finalmente arrancando aplausos dos alunos – que, aliás, não param de perguntar do certificado.

Por fim, a única associação que Márcia Carneiro consegue fazer entre o integralismo e os dias de hoje é subjetiva. “A extrema-direita já teve intelectuais muito bons. Não eram como os de hoje”, diz ela, se rasgando em elogios a Miguel Reale – pai de um dos autores do impeachment contra Dilma Rousseff.

Para os alunos, isso é um absurdo. Além de exaltar a inteligência de um intelectual “fascista”, a professora não lhes dá nada que justifique o desejo revolucionário, violento e antidemocrático antifa.


3ª aula: Problemas técnicos

A terceira aula, intitulada “Fascismo e neofascismo no século XXI”, seria ministrada por Fábio Palácio, doutor em Ciência da Comunicação pela ECA/USP, Professor de Jornalismo da UFMA e diretor da Fundação Maurício Grabois. Seria, porque problemas técnicos impediram que o saber do professor transbordasse pela YouTubesfera.

Palácio tenta falar, mas áudio e vídeo falham. A única coisa que deu para escutar é que Trump é representante do neofascismo. A “mestre de cerimônias”, toda constrangida, pede desculpas. O intérprete de libras fica de mãos abanando. A transmissão é interrompida e sou obrigado a ver vídeos que falam da União da Juventude Socialista. No chat, os alunos dão dicas para resolver o problema. “Tira o computador da tomada e liga novamente”, diz um. “Tira o fone de ouvido”, sugere outro.

Depois de meia hora de tentativas e fracassos, chega-se a um impasse. A aula será ou não remarcada? Vamos tentar mais uma vez. E outra. E outra. Sem querer, a aula se torna uma alegoria do próprio comunismo, a “experiência que nunca foi posta em prática de verdade”.


4ª aula: “Não se pode ser branco sem ser racista”

A quarta-aula, ministrada em plena noite do Dia dos Namorados, é a mais belicosa de todas. Intitulada “Lições de antiracismo para ser antifascista”, ela é dada por Gabriel Nascimento, da Universidade Federal do Sul da Bahia, para quem “a luta política de hoje é mais difícil” do que no tempo do fascismo.

Para Nascimento, que cita nomes a torto e a direito, sempre enfatizando a raça das pessoas, “brancos não são todos racistas, mas estão num país racista, então são racistas dentro da racialidade”. Entenderam? Nem eu. Incrível perceber como o jargão acadêmico vazio molda o raciocínio dessa intelectualidade que, sem jamais arriscar nada, estimula as pessoas a saírem às ruas e lutarem pelos valores que eles, intelectuais, defendem.

Os 2 mil alunos que assistem à aula comigo ouvem coisas como “a universidade é um espaço brancocêntrico”, “o capitalismo é o gerador do fascismo”, “a democracia burguesa é a mentira do capitalismo”, “o racismo tem origem na Idade Média”, “não há racismo sem capitalismo e não há capitalismo sem racismo” e “miscigenação é eugenia”.

A tudo isso os alunos ouvem expressando concordância entusiasmada. Alguém no chat fala em Thomas Sowell, mas Gabriel Nascimento ignora. Ele prefere dizer que a escravidão no Brasil não acabou por causa da luta dos abolicionistas (“aliados brancos”, no linguajar dele), e sim por causa das insurgências dos escravos. Ou ainda que o humanismo é uma coisa horrível, porque o conceito nasceu na Idade Média, quando os europeus passaram a se considerar “mais humanos do que os outros”. Oi?

A aula termina com o professor dizendo que é impossível ser branco sem ser racista e lendo o poema “Não Vou Mais Lavar os Pratos”, de Cristiane Sobral. O poema fala de uma mulher, talvez uma empregada doméstica, que descobre os livros e, por isso, não vai mais se humilhar lavando os pratos sujos da casa. O que revela bastante dessa esquerda identitária que se afastou dos trabalhadores porque considera o trabalho físico algo indigno.


5ª aula: Populismo judicial

Esther Solano, que ministra a aula “Bolsonarismo e neofascismo”, é socióloga e professora da Unifesp. Mais importante do que isso: ela não ri. Em nenhum momento de sua exposição ela demonstra qualquer tipo de leveza. Compreende-se: para ela, a luta política é séria. É a própria tradução da vida, como ela dará a entender mais tarde.

Na segunda semana do curso, a audiência caiu bastante. Não mais do que 1,7 mil pessoas começam assistindo à aula da professora especializada em antibolsonarismo, para quem o fascismo de hoje é um “fenômeno psicossocial” que se traduz na “política movida pelo ódio e pela aniquilação”.

Os que toleram a aula ouvem que a direita, ou melhor, a extrema-direita é aquela que “não suporta a existência do diferente”. Diante do que eu só consigo pensar nos gulags, na Revolução Cultural chinesa, na Stasi, nos pelotões de fuzilamento da Revolução Cubana – em todas essas pungentes demonstrações de tolerância à diversidade de pensamento que a esquerda nos deu ao longo do século XX.

Para Solano, “todos os apoiadores de Bolsonaro são fascistas, burros ou movidos pelo ódio”. Quais os sinais disso? É evidente. Bolsonaro é “neoconservador e neoliberal” e faz um governo marcado pelo “pauloguedismo”, cuja maior característica é a “retirada de direitos dos trabalhadores”. Mais: Jair Bolsonaro e os “fascistas” só chegaram ao poder depois de uma luta contra a corrupção marcada pelo “populismo judicial”.

O ponto mais interessante da aula foi quando ela, sem demonstrar constrangimento, disse que a “política é maior do que o privado, a família e a igreja”. O problema de Bolsonaro e de seus apoiadores, portanto, estaria no fato de ele querer mudar isso. Ou, nas palavras dela, “promover a ‘privatização da vida’, considerada pelos protofascistas como a solução”.

Diante do que sou obrigado a evocar o célebre lema de Mussolini: “Tudo no Estado, nada contra o Estado e nada fora do Estado”. Será que a professora não percebe? Tento chamar a atenção dela no chat. Nada. Mando pergunta por e-mail. Nada. E, enquanto espero por uma resposta, ainda sou obrigado a ouvir que “o isolamento [por causa da pandemia] é direito, não privilégio”.

Esther Solano ao menos teve coragem de dizer que a esquerda precisa fazer uma autocrítica urgente e se afastar das pautas identitárias. Segundo ela, a aproximação da esquerda com essas questões alheias à luta de classes foi “usada para fortalecer a direita”.


6ª aula: “Elementos de fascistização”

Chego, enfim, à última aula. À proverbial cereja do bolo. Ao ler a ementa da aula “Lições de fascismo e antifascismo”, que pretende apontar “quais lições podemos tirar das experiências de resistência do passado”, imagino estratégias de guerrilha urbana, de propaganda, como montar barricadas sem a ajuda dos pais, essas coisas.

Mas infelizmente sou brindado com um tedioso monólogo lido pelo professor italiano Gianni Fresu, professor de Filosofia Política na Universidade Federal de Uberlândia e (atenção!) membro fundador e Presidente da International Gramsci Society Brasil.

Foi como entrar numa máquina do tempo e voltar para a oitava série, quando ouvia o saudoso professor Valdir falar em colonialismo e imperialismo – conceitos para lá de anacrônicos, mas que, para Fresu, continuam motivando o fascismo por aí.

Ele praticamente repete a aula de João Quartim de Moraes, acrescentando apenas o sotaque que lhe dá um quê de “lugar de fala”. Lá pelas tantas, minha atenção é recompensada pela confissão involuntária de que o “fascismo passou por uma fase esquerdista nacionalista”. Aguço os ouvidos, na esperança de que finalmente ouvirei um professor falar das incríveis e explícitas semelhanças entre o fascismo e o comunismo. Mas não foi dessa vez.

Ecoando novamente a primeira aula, Fresu diz que “Bolsonaro não é fascista, mas tem elementos de fascistização”. Ou seja, tudo aquilo contra o que os antifas lutam existe, se existe, no mundo das intenções, das aparências, da realidade acadêmica que, como sabemos, é uma fantasia à parte.


Velhos clichês

E assim termina o curso “Entenda o Fascismo para ser Antifascista”, promovido pela União da Juventude Socialista. A principal lição que aprendi foi a de que os velhos clichês esquerdistas que faziam a cabeça da juventude quando a minissaia era um escândalo e antes da queda do Muro de Berlim continuam por aí, recitados desavergonhadamente por intelectuais que acreditam que o papel do Estado é o de regular as relações humanas. Exatamente como o fascismo.

Como bônus, aprendi ainda que, na condição de homem branco, sou inerentemente racista e, por consequência, fascista. E que o capitalismo, que tirou milhões de pessoas da pobreza ao longo do século XX, é uma invenção dessa gente má que insiste em defender o direito à vida privada.

Ah, sim, e que Jair Bolsonaro não é fascista nem vivemos num regime fascista. Mas ele anda e fala e provavelmente pensa como fascista. Por isso todos os que estão ocupados em trabalhar e ganhar a vida honestamente e não saem às ruas para lutar contra o fascismo são, na verdade, fascistas.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Do mesmo autor, mas agora definindo as coisas e colocando ponto nos is:

Antifa: a verdadeira face do movimento anticapitalista, autoritário e antidemocrático
Por Paulo Polzonoff Jr.
[04/06/2020] [16:17]

Antifa. A simples menção ao nome do grupo que costuma ir às ruas para brigar com supremacistas brancos e, se sobrar um tempinho, quebrar agências bancárias e tudo o que simbolize o “capitalismo opressor” é capaz de despertar os brios justiceiros de que não quer ver se repetir as tragédias de Hitler e Mussolini. Mas é aí, na identificação do inimigo histórico, que mora o problema.

Porque ninguém em sã consciência há de defender o fascismo, com sua glorificação do Estado, esmagamento da liberdade individual e pretensões eugenistas (nas quais o racismo está implícito). Mas daí você vai ler o que os membros da Antifa propõem e se depara com o quê? A glorificação do Estado e o esmagamento da liberdade individual. Mas não só. Antifas também se opõem explicitamente à democracia representativa e veem a violência como um caminho legítimo para se fazer justiça.

Está tudo em “Antifa: O Manual Antifascista”, de Mark Bray. O livro, no momento em que escrevo este texto, é o mais vendido da Amazon norte-americana na categoria “Fascismo” – o que não deixa de ser uma ironia reveladora. Bray, que durante o livro todo não deixa de exaltar a própria superioridade moral e, por consequência, a superioridade moral dos antifas, foi um dos organizadores do protesto Occupy Wall Street, que em 2011 ocupou os arredores do centro financeiro de Nova York exigindo coisas como a redução da influência empresarial na política, menos disparidade de renda, empregos melhores, reforma do sistema bancário e o perdão da dívida dos estudantes.

O movimento foi, como era de se prever, um fracasso. Os manifestantes tiveram celulares e laptops roubados e houve até relatos de estupros nas barracas. Nenhuma das pautas vagas e evidentemente anticapitalistas foram atendidas. Mas Bray ganhou a notoriedade que lhe permitiu escrever a história do movimento antifascista contemporâneo, que pouco ou nada tem a ver com os antifascistas que deram a vida para derrotar Hitler e Mussolini.


Em busca de uma definição

A validação moral dos Antifa passa, necessariamente, por essa necessidade de se identificar com os antifascistas das décadas de 1930 e 1940, que lutavam contra um mal muito concreto: o nazismo, na Alemanha, e o fascismo, na Itália. Bray, convenientemente, ignora regimes autoritários de esquerda. Por isso mesmo ele começa o livro dizendo que a história do fascismo não foi corretamente escrita ainda (como se as centenas de milhares de títulos sobre o assunto não valessem para nada). Caberá justamente a ele, Bray, escrever não uma história do fascismo, mas a história.

Para tanto, ele precisa de uma definição de fascismo. Sem explicar ao leitor o motivo, ele usa uma definição específica, proposta por Robert Paxton, famoso por ver no anticapitalismo um caminho para a luta antifascista. A definição de Paxton para o fascismo é a seguinte:
(...) uma forma de comportamento político marcado por uma preocupação obsessiva com a decadência da sociedade, a humilhação e a vitimização, e a adoração compensatória da união, energia e pureza, no qual um partido de massa formado por militantes nacionalistas, trabalhando em colaboração com as elites tradicionais, abandona as liberdades democráticas e busca, por meio da violência redentora e sem limites éticos ou legais, os objetivos da purificação doméstica e da expansão externa.
É uma boa definição, ainda que falha, justamente por ignorar os regimes autoritários de esquerda que se enquadram perfeitamente nessas características. Não se trata, aqui, de uma omissão ao acaso ou de um descuido conceitual. Os regimes autoritários de esquerda, como o socialismo soviético e o maoísmo, são intencionalmente ignorados porque a Antifa se autodefine como “uma política não-liberal de revolução social aplicada à luta contra a extrema-direita, e não apenas contra fascistas no sentido literal do termo”.

Traduzindo, trata-se de um movimento autoritário (“não-liberal”), antidemocrático (“revolucionário”), de extrema-esquerda, que luta contra todos aqueles que dele discordam (“não apenas contra fascistas no sentido literal do termo”).


Antidemocracia

E o problema dos antifascistas contemporâneos é justamente este: eles usam métodos fascistas, entre eles a violência, mas não só, para vencer os que discordam de sua postura e que são considerados aleatoriamente fascistas. Trata-se um jogo político cujo resultado é apenas a perpetuação de métodos pouco civilizados para fazer prevalecer uma visão de mundo.

Não à toa, Bray passa boa parte do tempo defendendo duas coisas de deixar de cabelo em pé muita gente que, hoje mesmo, está usando o badge “Antifa” nas redes sociais: o silenciamento completo de qualquer voz contrária e alguma forma de supressão da democracia. Isso mesmo: supressão da democracia.

“Em resumo, a Antifa busca negar aos fascistas a oportunidade de promover suas políticas de opressão”, lê-se no livro. E é impressionante como uma frase tão curta pode ter tantos problemas políticos e morais. A questão aqui é: quem determina se essa ou aquela política pregada pelos “fascistas” é de fato opressora? Qualquer um que defenda a iniciativa privada, por exemplo, automaticamente se enquadra no conceito defendido por Bray e, portanto, deveria ser silenciado. Assim como todo mundo que defenda métodos pacíficos, como Martin Luther King, por exemplo.

Adiante, chegamos ao cerne da questão. Antifas são também antidemocráticos. Num capítulo curto, mas extremamente sintomático das contradições que compõem o pensamento e a prática antifas, Mark Bray, que exibe na parede de seu gabinete o diploma de historiador, defende o fim das eleições livres e democráticas como forma de se alcançar o poder porque “fascistas alcançam o poder legalmente”. Como exemplo, ele menciona o presidente Donald Trump e o ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi.


Antifascismo cotidiano

Por fim, Mark Bray defende algo assustador: a ação política cotidiana contra os fascistas. Que, já vimos, inclui todos aqueles com ideias diferentes das dos revolucionários do grupo Antifa. Daí as arruaças diárias que vimos recentemente nos Estados Unidos, usando como pretexto a morte de um homem negro por um policial branco. Daí a militância incansável nas redes sociais.

Essa pregação nada mais é do que a realização do sonho marxista de ver o homem transformado num Homo politicus, alguém que pense o Estado o tempo todo, desde que acorda até a hora de dormir. Para os antifas, a derrota do fascismo só se dará depois de implementadas mudanças radicais, como o fim do capitalismo e até a abolição das prisões, e depois que o homem abandonar qualquer luta que não a política, pela manutenção desse suposto Paraíso na Terra.

Para Bray e os seus, tudo é Estado e nada existe fora do Estado – desde que, evidentemente, o Estado seja anticapitalista. Mas quem eram mesmo aqueles que defendiam a supremacia do Estado sobre o indivíduo, o planejamento ultracentralizado na economia e da vida cotidiana e reparações históricas por meio da violência?

Ganha um pirulito quem responder “os fascistas”.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

07 DE JUNHO DE 2020, 22H08

Em dia de manifestações, Fantástico explica o que é fascismo e antifascismo


Programa apresentou relações entre o fascismo histórico com eventos que acontecem hoje no Brasil. Reportagem destacou publicação sobre Mussolini compartilhada por Bolsonaro

Por Redação


A edição do Fantástico deste domingo (7) apresentou uma reportagem dedicada à explicar o que é fascismo e antifascismo. O tema ganhou força nos últimos dias com as manifestações antirracistas que eclodiram pelo mundo após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos.

O programa também apresentou pontos que ligam eventos que acontecem hoje no Brasil e no mundo com práticas fascistas, isso tudo a partir de explicações de especialistas.

De acordo com a reportagem, a busca pela palavra “fascismo” cresceu 1126% no Google. “O regime fascista surgiu nos anos 20 na Europa e teve como marco mais representativo o fascismo italiano de Mussolini”, explica uma das fontes ouvidas pela reportagem. “Apareceu para impor a ordem, para recuperar os valores tradicionais”, continuou.

O repórter Murilo Salviano então explicou que uma das características do fascismo é a existência de uma liderança forte, que é glorificada e idolatrada.

“O líder aparece como a personificação deste exemplo ideal de cidadão. Ele se diz o dono da verdade, para fazer com que as pessoas não busquem outras opiniões”, explicou o repórter.

Outra característica do líder fascista citada pela reportagem é a censura e ataques constantes a veículos de imprensa, algo constantemente praticado pelo presidente Jair Bolsonaro.

A reportagem então citou as declarações recentes de Bolsonaro chamando manifestantes antifascistas de “marginais e terroristas”, endossando um discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na semana anterior a esta fala, Bolsonaro compartilhou uma publicação nas redes sociais com uma frase usada pelo líder fascista italiano, Benito Mussolini.


https://revistaforum.com.br/comunicacao ... ifascismo/

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

A política, como a Religião, é um assunto propício para dissenções. Como cético religioso, em razão do método científico, prefiro abordagens QUANTITATIVAS.

O que vejo muito par aí são polarizações e abordagens supostamente QUALITATIVAS. Fulano de tal é um ancap, egoísta, fascistinha. Ou Sicrano é um esquerdóide, panaca e maconheiro. etc

Essas distinções qualitativas parecem ser abandonadas conforme a moda, isto é a utilidade do momento. Por exemplo, o Bolsonaro já chegou a elogiar o Hugo Chaves, mas, agora começou a demonizá-lo, quando sentiu que o jogo viraria.

Da mesma forma, estão com essa 'descoberta arqueológica" que o nazismo era de esquerda.

Nada disso funciona. Além do ceticismo religioso recomendo o ceticismo político.

Da minha parte, quem mais se aproximou de uma visão científica do Poder foi Montesquieu, prevendo um mercado regulamentado segundo as necessidades de cada nação, isto é, segundo seu clima, biologia, raça, costume, cultura, tradição etc.

Não li muito a respeito, ainda, mas me pareceu bem contundente.

O que não podemos é ficar com modelos absolutistas, lutando no terreno da metafísica, que não vai dar em nada.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

voltei para completar.

Esquerda ou direita só cabem no contexto democrático parlamentar, em que há discussão, deliberação, persuasão, negociação.

Não adianta tentar encaixar movimentos ditatoriais no esquema de classificação política.

- Comunismo: prega a tomada violenta do poder.
- Fundamentalismo: advoga o poder de uma só seita e seus dogmas.
- Nazismo: quer resolver no tiro

etc.

Quem defende esses movimentos não está interessado em diálogo. São movimentos que merecem mais uma descrição que uma classificação.

A classificação do nazismo nesse esquema (esquerda e direita) seria totalmente descabida.

A democracia é para ciência política meio o que o livre mercado é para a economia ou a gravidade é para a física. Quem não se encaixa num esquema democrático está virando meio que um homem das cavernas.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Frencisco Toucinho escreveu:
Dom, 21 Junho 2020 - 20:37 pm


[...]ou a gravidade é para a física.

Gravidade ou queda livre ? Pois, queda livre é fenômeno simples, facilmente observável e facilmente verificável ( mesmo uma pessoa semi analfabeta consegue entender e mostrar a queda livre), já a gravidade ou força gravitacional é um problema brutal da física, problema que ainda não foi totalmente solucionado, e que já faz uns 70 anos (ou mais) que se procura a sua solução final e ainda não se encontrou. As outras forças já foram muito mais compreendidas (talvez até se possa falar que completamente?), mas , a força gravitacional, não, esta tem resistido a muitas mentes geniais da física do século XX e neste início do XXI. As tentativas de incorporá-la numa Grande Teoria Unificada foram fracassadas até o momento, definitivamente a gravidade ou força gravitacional não tem nada de simples. Confundir o fenômeno queda livre com o fenômeno força gravitacional, é um erro comum. O primeiro é simples, o segundo é brutalmente complexo e só parcialmente entendido.



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Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

Cara, eu não confundi nada, se você prestar atenção no contexto, informei que a gravidade é muito IMPORTANTE para física, da mesma forma que a democracia importa para a Política.

Não sei tudo sobre gravidade, ninguém sabe. Acho que também não há gente que saiba tudo sobre democracia.

Tentei informar que ditadura é um conceito tão retrógrado quanto a doutrina do ímpeto propugnada por Aristóteles. Só isso. Coisa ultrapassada.

Re: Fascismo, Nazismo e Socialismo

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Neonazistas galgam posições no Exército da Alemanha e país caça 'inimigo interno'
Explosivos e memorabilia nazista são encontrados em casa de soldado de elite, e governo alemão teme ampla infiltração em suas Forças Armadas


Em maio, a mesma época em que a Alemanha saía de sua quarentena por causa do coronavírus, policiais estacionaram do lado de fora da propriedade rural de um sargento das forças especiais de elite do país, uma unidade militar secreta. Os policiais levavam consigo uma escavadeira, para esmiuçar a casa do sargento cujo apelido é Ovelhinha. Pairavam sobre ele suspeitas de que era um neonazista.

A polícia encontrou enterrados no jardim dois quilos de explosivos plásticos, um detonador, um fusível, uma AK-47, um silenciador, duas facas, uma besta e milhares de cartuchos de munição, muitos dos quais podem ter sido roubados das forças armadas alemãs. Eles também encontraram um livro de músicas das SS, 14 edições de uma revista para ex-membros da força nazista e uma série de outros itens do Terceiro Reich.

— Ele tinha um plano —, disse Eva Högl, comissária parlamentar da Alemanha para as Forças Armadas. — E ele não é o único.

Durante anos, políticos e chefes de segurança alemães negaram infiltrações da extrema direita nos serviços de segurança do país, falando apenas de “casos individuais”, sem considerar a possibilidade de redes. Os superiores de extremistas descobertos foram protegidos. Armas e munições desapareceram dos estoques militares sem nenhuma investigação real sobre os destino.

O governo agora está acordando para o problema. Casos de extremistas de direita nas Forças Armadas e na polícia, alguns que acumulam armas e explosivos, multiplicaram-se. Os principais oficiais de inteligência altos comandantes militares do país agem para enfrentar um problema que se tornou perigoso demais para ser ignorado.

O problema se aprofundou com o surgimento da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido que legitimava uma ideologia de extrema direita e usou a chegada de mais de um milhão de migrantes em 2015 — e mais recentemente a pandemia de coronavírus — para gerar uma sensação de crise e catástrofe iminentes.

O mais preocupante para as autoridades é que os extremistas parecem estar concentrados em uma unidade militar que deveria ser de elite, o Comando de Forças Especiais, conhecido por sua sigla alemã, o KSK. Nesta semana, a ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, tomou uma medida drástica e dissolveu uma divisão de combate no KSK considerada infestada de extremistas. Ovelhinha, o sargento cujas armas foram descobertas em maio, fazia parte dela. Cerca de 48 mil cartuchos e 62 kg de explosivos desapareceram do KSK.

A agência de contra-inteligência militar da Alemanha está agora investigando mais de 600 soldados em busca de extremismo de direita, entre seus 184 mil militares. Cerca de 20 deles estão no KSK, uma proporção cinco vezes maior do que em outras unidades. Mas as autoridades alemãs temem que o problema possa ser muito maior e que outras instituições também estejam infiltradas. Nos últimos 13 meses, terroristas de extrema direita assassinaram um político,atacaram uma sinagoga e mataram nove imigrantes e descendentes alemães de imigrantes.

Thomas Haldenwang, presidente da agência de inteligência doméstica da Alemanha, identificou o extremismo de direita e o terrorismo como o "maior perigo para a democracia alemã hoje".

Em entrevistas que conduzi ao longo do ano com oficiais militares e de inteligência, com os próprios membros da extrema direita, eles descreveram redes nacionais de ex-soldados e policiais atuais e antigos, com vínculos com a extrema direita.

Em muitos casos, os soldados usaram as redes para se preparar para o colapso da ordem democrática da Alemanha, que chamam de Dia X. As autoridades temem que seja realmente um pretexto para incitar atos terroristas, ou pior, um golpe.

— Para os extremistas de extrema direita, a preparação para o dia X e a sua precipitação se misturam — disse Martina Renner, parlamentar da comissão de segurança interna.

Antigas redes nazistas
Os laços, dizem as autoridades, às vezes estão profundamente enraizados em antigas redes neonazistas e no cenário mais intelectualizado da chamada Nova Direita. Os extremistas estão acumulando armas, abrigos e, em alguns casos, listas de inimigos. Nesta semana, surgiu outro caso, de um reservista, agora suspenso, que mantinha uma lista com números de telefones e endereços de 17 políticos importantes, que foram alertados. O caso levou a pelo menos nove outras operações no país.

Alguns meios de comunicação alemães se referiram a um "exército nas sombras", um paralelo com os anos 1920, quando células nacionalistas do exército acumularam armas e tramaram complôs para derrubar a democracia.

A maioria das autoridades ainda rejeita essa analogia. Mas a impressionante falta de conhecimento dos números de militares envolvidos, mesmo nos níveis mais altos do governo, contribuiu para um profundo desconforto.

— Quando começaram a procurar de verdade, encontraram muitos casos — disse Konstantin von Notz, vice-presidente da comissão de supervisão de Inteligência do Parlamento alemão. — Quando você descobre centenas de casos individuais, isso dá a entender que há um problema estrutural. É extremamente preocupante.

Von Notz apontou que Brendan Tarrant, que massacrou 51 fiéis muçulmanos no ano passado em duas mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, viajou pela Europa um ano antes e incluiu uma frase sinistra em seu manifesto.

"Eu estimaria que há centenas de milhares de soldados nas Forças Armadas européias que também pertencem a grupos nacionalistas, com o mesmo número de empregados em cargos policiais", escreveu Tarrant.

Os investigadores, disse von Notz, "devem levar essas palavras a sério".

Mas investigar o problema é, por si só, complicado: mesmo a agência militar de contra-inteligência, encarregada de monitorar o extremismo dentro das forças armadas, pode estar infiltrada.

Um investigador de alto escalão na unidade de extremismo foi suspenso em junho, depois de compartilhar material confidencial do ataque de maio com um contato no KSK, que por sua vez o repassou a pelo menos oito outros soldados, informando que a agência poderia mudar a sua orientação e que precisavam estar atentos.

— Se as pessoas que pretendem proteger nossa democracia estão conspirando contra isso, temos um grande problema — disse Stephan Kramer, presidente da agência de inteligência doméstica no estado da Turíngia. — Como podemos encontrá-los? Estes são homens experientes, que sabem como fugir da vigilância porque foram treinados para efetuar esta vigilância. Estamos lidando com um inimigo interno.

General preocupado
O KSK é uma comando criada em 1994, com objetivos de reconhecimento, antiterrorismo, resgate, evacuação e salvamento e outras operações de segurança e guerra. Atualmente, porém, seu comandante, o general Markus Kreitmayr, um bávaro afável que já conduziu missões na Bósnia, Kosovo e no Afeganistão, é um homem dividido entre sua lealdade a eles e o reconhecimento de que tem um sério problema em suas mãos.

O general estava atrasado para a nossa entrevista. Ele havia acabado de passar quatro horas interrogando um membro de sua unidade sobre uma festa em que seis soldados do comando teriam feito saudações a Hitler.

— Não sei explicar por que há tantos casos de extremismo de direita nas Forças Armadas — disse ele. — O KSK é claramente mais afetado do que outras unidades, isso parece ser um fato.

Nunca foi fácil ser um soldado na Alemanha do pós-guerra. Dada a sua história nazista e a destruição que impôs à Europa na Segunda Guerra Mundial, o país mantém uma relação conflituosa com seus militares.

Durante décadas, a Alemanha tentou forjar uma força que representasse uma sociedade democrática e seus valores. Mas, em 2011 aboliu o alimento obrigatório e passou a contar com uma força voluntária. Como resultado, os militares refletem cada vez mais não a sociedade em geral, mas uma fatia mais estreita dela.

O general Kreitmayr disse que "uma grande porcentagem" de seus soldados são alemães orientais, uma região onde a AfD se sai desproporcionalmente bem. Aproximadamente metade dos homens na lista de membros do KSK suspeitos de serem extremistas de direita também são do leste, acrescentou.

O general chamou a atual crise na unidade de "a fase mais difícil de sua história".

Ele disse que não descarta um grau significativo de infiltração da extrema direita.

— Não sei se existe um exército nas sombras na Alemanha — ele disse. — Mas estou preocupado, e não apenas como comandante do KSK, mas como cidadão. Preocupa-me que no final algo assim exista e que talvez nossos membros façam parte disso.

Os funcionários falam de uma mudança perceptível "nos valores" entre os novos recrutas. Nas conversas, os próprios soldados, que não puderam ser identificados de acordo com as diretrizes da unidade, disseram que, se houvesse um ponto de inflexão na unidade, isso ocorreria com a crise dos migrantes de 2015.

Quando centenas de milhares de requerentes de asilo da Síria e Afeganistão dirigiam-se para a Alemanha, o clima na base era ansioso, lembraram.

— Somos soldados encarregados de defender este país e eles apenas abriram as fronteiras, sem controle — disse um oficial. — Estávamos no limite.

Saudações a Hitler e cabeças de porco
Em uma noite em 2017, o sargento Ovelhinha em maio, estava entre os cerca de 70 soldados da Segunda Companhia do KSK que se reuniram em um campo de tiro militar.

Os investigadores o identificaram apenas como Philipp Sch. Ele e os outros haviam organizado uma festa de despedida especial para um tenente-coronel, um homem célebre como herói de guerra por ter saído de uma emboscada no Afeganistão enquanto carregava um de seus homens.

O coronel, um homem imponente coberto de tatuagens cirílicas, que gosta de lutar MMA em seu tempo livre, teve que completar uma pista de obstáculos. Envolvia cortar troncos de árvores e atirar em cabeças de porco decepados.

Como prêmio, seus homens haviam contratado uma mulher. Mas o coronel acabou bêbado. A mulher, em vez de ser seu troféu, foi à polícia.

De pé junto ao fogo com um punhado de soldados, ela os havia visto cantando letras neonazistas e levantando o braço direito. Um homem se destacou por seu entusiasmo, lembrou ela em uma reportagem televisionada da emissora pública ARD. Ela o chamou de "vovô nazista".

Embora de apenas 45 anos, "o avô nazista" era Ovelhinha, que havia se juntado ao KSK em 2001.

Nos três anos desde a festa, o serviço militar de contra-inteligência ficou de olho no sargento. Mas isso não impediu o KSK de promovê-lo ao posto mais alto possível de oficiais não comissionados.

O tratamento do caso se encaixa em um padrão, dizem soldados e oficiais.

Em junho, um soldado do KSK dirigiu uma carta de 12 páginas ao ministro da Defesa, pedindo uma investigação sobre o que ele descreveu como “cultura tóxica de aceitação” e “cultura do medo” dentro da unidade.

Dicas sobre camaradas extremistas foram “coletivamente ignoradas ou até toleradas”. Um de seus instrutores comparou o KSK às SS, escreveu o soldado.

O instrutor, tenente-coronel, estava no radar de pessoas inclinada à extrema direita desde 2007, quando escreveu um e-mail ameaçador para outro soldado. "Você está sendo vigiado, não, não por agências instrumentadas impotentes, mas por oficiais de uma nova geração, que agirão quando os tempos exigirem", dizia. "Viva a santa Alemanha."

O comandante do KSK na época não suspendeu o tenente. Ele apenas o disciplinou. Perguntei ao general Kreitmayr, que assumiu o comando em 2018, sobre o caso.

— Olhamos, hoje em 2020, com todo o conhecimento que temos,para o email de 2007 e dizemos: “É óbvio” - ele disse. — Mas naquela época só pensávamos: Cara, o que há de errado com ele? Ele deveria tomar um rumo correto.

O corredor da história
A porta dos fundos do edifício principal na base de Calw leva a um longo corredor conhecido como "corredor da história", por ter pendurada uma coleção de objetos reunidos ao longo dos quase 25 anos do KSK, que inclui um pastor alemão de pelúcia, Kato, que saltou de paraquedas de 10 mil metros com uma equipe de comando.

Qualquer menção a um ex-comandante do KSK, general Reinhard Günzel, foi excluída, depois que ele foi demitido por escrever uma carta em 2003 em apoio a um discurso anti-semita por um parlamentar conservador.

O general Günzel publicou posteriormente um livro chamado "Guerreiros Secretos". Nele, ele colocou o KSK na tradição de uma notória unidade de forças especiais que, sob o nazismo, cometeu inúmeros crimes de guerra, incluindo massacres de judeus. Ele foi um orador popular em eventos de extrema direita.

— Basicamente, um dos comandantes fundadores do KSK se tornou um ideólogo de destaque da Nova Direita — disse Christian Weissgerber, um ex-soldado que escreveu um livro sobre sua própria experiência de ser um neonazista nas Forças Armadas.

A Nova Direita, que engloba jovens ativistas, intelectuais e a AfD, preocupa o general Kreitmayr. Martin Hohmann, o parlamentar cujos comentários anti-semitas levaram à demissão do general Günzel anos atrás, agora está no Parlamento alemão para a AfD.

— Você tem representantes líderes de partidos políticos como a AfD, que dizem coisas que não apenas o fazem se sentir mal, mas que são claramente ideologia radical de extrema direita — disse o general Kreitmayr.

Os soldados não estão imunes a essa mudança cultural no país, disse ele. Recentemente, um colega general saiu candidato a prefeito pela AfD. Vários ex-militares representam o partido no Parlamento.

https://oglobo.globo.com/mundo/neonazis ... 1-24515494
Era só o que faltava mesmo: nazistas!

E é impressionante como esses alemãs não entendem nada de nazismo! Chamando os neonazistas de extrema direita... :roll:
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