Entre outros jornalistas, Caio Coppolla integra o novo time de profissionais.
No seu último Boletim Coppolla, ele trouxe parte de um debate sobre a queda de braço entre o Congresso e o Governo:
Congresso vs Governo
Da esquerda pra direita [com o perdão do trocadilho acidental!], a dra. Gabriela Prioli (comentarista), Reinaldo Gottino (âncora do “CNN Novo Dia” e mediador do “O Grande Debate”) e Caio Coppolla
Segue a transcrição dos argumentos iniciais do Coppolla sobre as tensões entre Governo e Congresso. Antes, foi transmitida uma fala do Presidente do Senado, que continha o seguinte trecho: “...está assegurado nessa mesma Constituição (88) que os Poderes são independentes, porém harmônicos – e a gente não vê acontecer. A gente tem vivido uma polarização ainda resultado da eleição presidencial.”
Obs.: para a versão integral do debate, clique aqui
“Eu não vou conseguir disfarçar o meu ENTUSIASMO e, confesso, até o meu nervosismo com essa estreia. Então, que Deus ilumine meus pensamentos para que eu possa dar uma singela contribuição pro debate público.
Sobre essa tensão entre Governo e Congresso, é interessante observar o que a Constituição estabelece já no seu artigo 2º., que prevê que os Poderes da República devem ser “independentes e harmônicos entre si”. Só que, até 2019, o Congresso brasileiro não era independente; porque O CONGRESSO ERA COMPRADO. Comprado com liberação de verbas públicas, indicação de cargos, loteamento de Ministérios, financiamento de campanhas eleitorais, até com propina – basta lembrar do Mensalão, Petrolão...
A tal da “GOVERNABILIDADE” era fruto dessas transações imorais, que garantiam ao governo uma base de apoio no Congresso. Portanto, a independência entre os Poderes era um grande faz-de-conta. E isso é gravíssimo! Porque o Parlamentar é eleito pra votar conforme a sua convicção política em nome do interesse público, não motivado por interesses particulares, circunstanciais e muitas vezes escusos.
Com a posse do novo governo, esse sistema viciado (conhecido como PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO) foi suspenso e Deputados e Senadores fisiológicos perderam os favores presidenciais. Isso é fruto de uma maturidade democrática no país, mas AMADURECER DÓI. Por isso, o Congresso, que antes era mimado e agora é independente, grita e esperneia – e fazer birra até faz parte do jogo político.
O problema é que o Congresso está fazendo birra com o orçamento público e está promovendo uma FARRA FISCAL inconsequente, em desacordo com a vontade da maioria da população, que elegeu um governo com VIÉS LIBERAL NA ECONOMIA (e que zela pelo equilíbrio nas contas públicas).
Voltando à Constituição, não adianta o Legislativo conquistar independência e promover tanta DESARMONIA. E a maior responsabilidade por essa tensão entre Governo e Congresso não são as falas intempestivas do Presidente, são os VÍCIOS DE UMA VELHA POLÍTICA acostumada a parasitar a máquina pública. E aqui a gente está falando de carrapatos que são maiores que o boi.”