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Área destinada à discussão sobre Laicismo e Política e a imparcialidade do tratamento do Estado às pessoas.
Discussões sobre economia e sistemas econômicos também se encontram aqui.
“Não vieram professor, policial ou enfermeira falar comigo sobre a reforma. Vieram defensores públicos"
Além dos defensores, entidades como a Ajufe, presidentes de tribunais de Justiça, procuradores-gerais e MP buscaram deputados para trabalhar contra a proposta
Quem fez essa proposta de reforma administrativa está longe da realidade do serviço público.
Muitos órgãos estão sofrendo com falta de pessoal e não recebem autorização para fazer concurso. Estão com cadastro de reserva expirada. Quando fazem concurso, muitos não tomam posse por ter sido aprovado em concurso melhor. Outros ficam alguns meses até ser convocado por algum melhor e dá prejuízo ao órgão que o treinou.
Um grande problema é a falta de padronização dos salários e a falta de concurso unificado. O mesmo cago ganha 6 mil em um órgão e 16 mil em outro, mesmo com ambos lotados em Brasília. Concurso unificado anual para todos os órgãos e sem discrepância salarial ajudaria a resolver esse problema e garantir que sempre haja cadastro de reserva.
As tabelas de progressão salarial por tempo de serviço tem diferença cada vez menor entre o novato e o mais velho. O governo tem diminuído os salários iniciais e alongado a tabela, mas mantendo o salário dos antigos alto. Teve concurso com mais de 100 vagas em que metade dos aprovados não tomou posse por causa do salário miserável. Para mim, não faz sentido o mais antigo receber 50% do novato. E progressão após 10 anos não faz sentido. Um veterano é bom porque ele tem muito conhecimento sobre o funcionamento do órgão e resolve os problemas rápido, mas chega um ponto que está no máximo. Por isso, não faz sentido receber tanto.
Uma contradição é ter contratos temporários e carreira transversais ao mesmo tempo. Se há funcionários transversais, temporários são dispensáveis. Mas transversais ao entrar num novo órgão saberá nada de específico dele, então o adicional por tempo de serviço não faz bem.
O setor de educação é o que mais faz greve, porque não é urgente e o governo pode negligenciar. Há casos com greve passando de 3 meses. Por outro lado, juiz e auditor da receita nunca tiveram motivos para greve.
Coisas que tem que acabar são penduricalhos, férias-prêmio e gambiarras como comissionados e terceirização. Tem que acabar também com a nomeação política de diretores de autarquias e ministros. Eles deveriam ser funcionários públicos de carreira do próprio órgão e que conhecem o órgão, com a função de chefia concedida pelo próprio órgão. Nomeação feita por político viola o estado de direito. Muitos órgãos tem até foto do presidente atual na sala.
Outro problema é a ligação de sindicatos com partidos políticos. Algumas categorias só tem reajuste salarial dependendo do partido do chefe do executivo. O outro lado do espectro faz arrocho salarial, combinando inflação com congelamento salarial. O serviço público precisa ser despolitizado.
Por fim, esses super-salários acima de 20 mil não fazem sentido. Se comparar o que os funcionários mais importantes de Estado recebem em outros países em relação à média nacional, o salário do alto escalão deveria ser entre 16 mil a 22 mil. O teto do funcionalismo público precisa ser urgentemente reduzido para metade. Aposentados que entraram no serviço antes de 2013 recebem acima do teto do INSS e continuam recebendo aumentos salariais quando o governo dá reajustes.
Servidores do legislativo são os piores. Recebem os maiores salários e acima de 26 mil e são mais dispensáveis do que os da educação. Mas eles estão ao lado do pessoal que decide o salário deles além dos próprios, então é fácil ser beneficiado. Há inútil sem boa qualificação recebendo mais de 30 mil. E o legislativo é um grande cabide de emprego, tem mais comissionado do que tudo. É muito difícil achar que os que podem decidir diminuir a presença de comissionados sejam os que mais tem comissionados.
Comparação entre o orçamento do Estado do Rio de Janeiro de 2025 e de 2026
Quando nos referimos a um orçamento público capturado é disso que estamos falando
Esse é só o orçamento. É comum que, ao longo do ano, as instituições de Justiça demandem créditos adicionais. Enquanto elas ganham mais verba, outras áreas perdem
Material é da Plataforma Justa. Despesas de 2023
Em termos absolutos, aumento destinado à função Justiça - composta exclusivamente pelo Tribunal de Justiça - só fica atrás do registrado à Saúde: R$ 1.040.695.908 x R$ 1.170.801.396
A população precisa entender que os gastos públicos não se guiam pelas suas necessidade. Há interesses maiores em jogo
O que eu fiz é simples. O que me revolta: há algum deputado fazendo o mesmo trabalho? Na Alerj, são 70 deles. E cada um tem cerca de 30 assessores
Nada é mais importante na política do que elencar prioridades e alocar os recursos finitos do Estado com eficiência
Em vez disso, temos um bando se comportando como adolescente no tiktok. Exemplo: Rodrigo Amorim, que, este ano, garantiu um substancial aumento aos membros do MP. Ele vive de fazer videozinho esculachando servidor contra uma tal máfia do reboque. É patético
A maneira como a reforma administrativa mexe com os cartórios é uma verdadeira piada. Brasil, o país do eterno “um pouco é melhor do que nada”:
CARTÓRIOS | A reforma administrativa também mexe nos cartórios. A proposta impõe limite à remuneração dos donos, nenhum poderá ganhar mais que 13 vezes o salário de um ministro do STF
Série do Estadão explica o que muda com a proposta. Veja os outros vídeos em http://estadao.com.br
Agora me digam: quem vai aceitar a enorme responsabilidade de ser dono de cartório para ganhar apenas 13x o que aqueles pobres coitados do supremo recebem?