Primeiro, as pessoas não são divididas em duas caixinhas: esquerda, direita. Existe um longo espectro/degradê entre os dois extremos, que num lado são os Leninistas/Anarquistas/"Justiceiros sociais" e no outro os skinheads. Esses extremos são minorias. As pessoas que estão no meio do caminho tem uma combinação de opiniões diferentes, misturando coisa de esquerda, direita, ideias próprias ou ideias complexas.
Sou agnóstico (não acredito em mágica, mas não nego a possibilidade de existir ocultamente), conservador nos costumes e tenho preferência por um estado grande. Sou contra aborto (direita) e contra população armada (esquerda). A favor de livre mercado (menos burrocracia, leis trabalhistas, etc)(direita) e a favor de violar propriedades gigantes e grandes fortunas (esquerda revolucionária). Outras opiniões são condicionais (no Brasil, concordo com pena de morte, enquanto na Dinamarca não concordo). Sou a favor de descriminalizar a maconha junto com uma política de educação e cultura de estigma contra as drogas (opinião complexa).
A maioria das pessoas são uma combinação aleatória como essa minha. Meus velhos tios por exemplos são petistas, mas são todos católicos e conservadores nos costumes.
Outro fator é que as pessoas vão amadurecendo com o tempo e acabam se tornando mais conservadoras. O lado liberal tem uma mentalidade rebelde e a maioria são jovens sem juízo. Isso está estatisticamente confirmado.
O ateu conservador é geralmente uma pessoa com bom raciocínio lógico e analítico. Eles são maioria em áreas de exatas, como engenharia, TI e física. Eles têm uma mentalidade mais analítica e questionadora e acabam não acreditando em nenhuma religião ou ideologia. O "politicamente correto" ou "progressismo" (
Este vídeo é de um ateu conservador e ele fala desse nova religião progressista) funciona exatamente igual a uma religião que em vez de idolatrar seres fictícios, idolatra uma paranoia de problemas fictícios na sociedade. O ateu conservador é cético com elas também. O ceticismo também questiona políticas econômicas de esquerda e por isso não acreditam em comunismo/socialismo ou ideias econômicas heterodoxas. O cético então é centrista.
Na minha percepção, a maioria das pessoas aqui no fórum são quase libertárias. Desejam um estado sim, mas são muito liberais nos costumes e tem tendência mais liberal na economia. Aqui os céticos não apoiam Bolsonaro e Moro. Uma enquete no antigo Clube Cético, mostrou que João Amoedo era o favorito de mais de 70%. O voto em Bolsonaro é um problema no nosso sistema de eleição que coloca os dois piores e mais polarizados no segundo turno. Se os candidatos são Bolsonaro e um petista, não tem para onde correr. Votar em um é votar contra o outro, e não um voto de apoio. Tem pessoas que são indignadas com Lula ou com o "progressismo", mas odeiam Bolsonaro profundamente. Moro cometeu fraude, mas conseguiu o ato histórico de pôr um poderoso na cadeia. A soltura de Lula não invalida as provas dos crimes dele. E pouca gente aqui defende Trump ou tem algum sentimento em relação a Israel.
No meu caso, eu era de esquerda no passado. Defendia igualdade financeira, ambientalismo, honestidade e transparência, roubo dos meios de produção, etc. Mas o que aconteceu é que não fui eu que mudei e sim a ideologia de esquerda que mudou. O governo PT não cumpriu esse papel, fez populismo com soluções de curto prazo como bolsa-família em vez de dar trabalho e educação, cometeu muita corrupção, criou inflação, construiu hidrelétrica na Amazônia, etc. Hoje, a esquerda não defende mais o que defendia no passado e o foco é dar direitos sem ter recursos e o asqueroso politicamente correto que só quer saber de feminismo, aborto, ideologia de gênero, proselitismo LGBTVXYZ e outras coisas para destruir o cristianismo, usando uma postura violenta de censura e agressividade. Cometem racismo inverso por ajudar um pobre somente se ele for negro (classificando pessoas pela cor). Com uma ideologia dessas, que não tem nada de científica, escolho passar para o lado da direita.
Outra coisa que acho importante considerar é que o ateu conservador nunca deixou de ter as boas virtudes e decência da moral conservadora (não roubar, não ser descontrolado com sexo e drogas, respeitar a vida, ter disciplina). Eu não deixei de me comportar como cristão. Apenas deixei de ir à igreja e de acreditar na Bíblia, em Deus e em qualquer forma de mundo espiritual ou magos. Hoje com mais maturidade, compreendo a importância das religiões para a sociedade. As estórias são apenas pretextos para fazer as pessoas a adotarem a moral (e também para manipular massas mantendo unidade nacional e fazendo guerra). A ideologia da religião protege a sociedade do colapso econômico e da invasão de tribos inimigas.
Na busca por uma moral universal, cheguei a comparar várias religiões poderosas (budismo, islamismo, cristianismo) e consegui encontrar paralelos de conservadorismo nos costumes que permitiram que essas culturas prosperassem. 4 dos 5 preceitos budistas estão representados nos 10 mandamentos cristãos. Enquanto os demais (não relacionados com Deus) são encorajados indiretamente. Com isso, consegui justificativa científica para defender o conservadorismo nos costumes.
Gigaview escreveu: ↑Dom, 16 Janeiro 2022 - 20:07 pm
Para você, o que é ser conservador?
O conservadorismo na teoria (Edmund Burke, Roger Scruton) significa ceticismo em relação a ideias novas. Eles questionam a ideia, verificam a necessidade e verificam o custo da mudança. Não é um retrógrado e sim uma mentalidade cautelosa e prudente.
Eles são religiosos é porque as religiões abrahâmicas são pegajosas demais. Quando ensinadas na infância, são muito difíceis de perder. Psicologicamente falando, ironicamente uma mente cética doutrinada na infância, enxergaria o questionamento da religião com ceticismo. Mas a mesma mente crescendo sem religião, receberia uma doutrinação religiosa com muito mais ceticismo.