Racismo

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Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Achei que tinha um tópico sobre racismo. Não sei se foi apagado. Lembro do tópico sobre Blacks live matter (acho que ta incluído no tópico sobre antifas)

Então, agora com esse caso do Carrefour, que gerou desculpa pra saqueradores.

Missa de Dia da Consciência Negra é cancelada após ameaças no RJ | SBT Brasil (20/11/20)



youtu.be/DZSRmDb6ulE

A tradicional missa em homenagem ao Dia da Consciência Negra, que aconteceria nesta sexta-feira (20) na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Rio de Janeiro, foi cancelada. Religiosos conservadores ameaçaram tumultuar a celebração. A Arquidiocese do Rio de Janeiro cancelou a missa e afirmou, em nota, que respeita as religiões de matriz africana, mas que suas práticas devem ser mantidas dentro dos próprios cultos.

youtu.be/ajTw7U5Lljk

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

O problema dos protestos é dizer "Carrefur racista" em vez de "Carrefur assassino". Passa a impressão de que o protesto é ideológico em vez de ser por justiça. Se o falecido fosse branco, teria protesto?

Não considero o caso do Carrefur como racismo. Todos os dias milhares de negros compram lá normalmente. O que aconteceu foi um desentendimento reprimido com excesso de violência pelos seguranças.

E não é a primeira vez que o Carrefur ou um grande supermercado (como GPA) comete um homicídio. Todo ano algum comete uma barbaridade do tipo.

Re: Racismo

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Tutu escreveu:
Sáb, 21 Novembro 2020 - 18:35 pm
O problema dos protestos é dizer "Carrefur racista" em vez de "Carrefur assassino". Passa a impressão de que o protesto é ideológico em vez de ser por justiça. Se o falecido fosse branco, teria protesto?

Não considero o caso do Carrefur como racismo. Todos os dias milhares de negros compram lá normalmente. O que aconteceu foi um desentendimento reprimido com excesso de violência pelos seguranças.

E não é a primeira vez que o Carrefur ou um grande supermercado (como GPA) comete um homicídio. Todo ano algum comete uma barbaridade do tipo.
Acho que o racismo aí, se for realmente o caso, não é como se os seguranças tivessem pensado "olha, um preto! Vamos mata-lo!"

Parece-me que a ideia é mais de que se fosse alguém de pele mais clara e/ou de aparência de classe socio-econômica mais alta, eles não teriam feito a mesma coisa.

Re: Racismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Agnoscetico escreveu:
Sáb, 21 Novembro 2020 - 12:01 pm
A tradicional missa em homenagem ao Dia da Consciência Negra, que aconteceria nesta sexta-feira (20) na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Rio de Janeiro, foi cancelada. Religiosos conservadores ameaçaram tumultuar a celebração. A Arquidiocese do Rio de Janeiro cancelou a missa e afirmou, em nota, que respeita as religiões de matriz africana, mas que suas práticas devem ser mantidas dentro dos próprios cultos.
A arquidiocese tem razão. A missa segue um rito que não pode ser mudado conforme a moda, ocasião ou os caprichos de cada padre.
Mas tome de "missa do boiadeiro", "missa disso", "missa daquilo".
O que pode ser feito é celebrar a missa "em intenção" disso ou daquilo, mas sem mudar a liturgia.

Re: Racismo

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

O homem que foi morto tinha várias passagens pela polícia e era conhecido na região por causar tumultos. Na ocasião do desentendimento, ele deu um soco no segurança.

Isto justifica o segurança espancá-lo até a morte? De maneira nenhuma. Um profissional treinado deveria ter agido para imobilizá-lo. Isto mostra que os seguranças eram despreparados e inaptos a agirem profissionalmente. Mas não consigo de maneira nenhuma incluir o racismo como fator motivador nesta história.

Re: Racismo

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

De toda forma, penso que o Carrefour deve ser severamente punido de forma a evitar casos como este. Já sabemos que do ano passado pra cá, ocorreram uma série de atrocidades na rede.

Imagino que seja necessário toda uma mudança na política de governança, seleção e treinamento de funcionários na empresa. Até acho o boicote uma forma válida de protesto para atingir este determinado fim. No entanto, as depreciações são injustificáveis. O caso não pode ser usado para promoção de ideologias extremistas e movimentos radicais.

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Titoff escreveu:
Sáb, 21 Novembro 2020 - 19:48 pm
Parece-me que a ideia é mais de que se fosse alguém de pele mais clara e/ou de aparência de classe socio-econômica mais alta, eles não teriam feito a mesma coisa.
Isso é verdade.
Como as classes baixas são de maioria negros, eles acabam sendo vítimas da desigualdade. É consequência do racismo estrutural.
Cinzu escreveu:
Dom, 22 Novembro 2020 - 11:29 am
O homem que foi morto tinha várias passagens pela polícia e era conhecido na região por causar tumultos. Na ocasião do desentendimento, ele deu um soco no segurança.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano ... tico.shtml
A segunda esposa de Beto, Marilene Santos Manuel, 40, com quem teve três filhos, rendeu-lhe o relacionamento mais duradouro. Foram quase 20 anos juntos. No fim, no entanto, as brigas do casal eram constantes e culminaram em violência doméstica.

Beto foi preso duas vezes, enquadrado na Lei Maria da Penha, por agredir a companheira. Passou seis meses preso e, quando saiu, não podia mais se aproximar dela devido a uma medida restritiva. “Foi quando ele foi morar com a Milena”, explica Batista.
Isso mostra que ele era uma pessoa que perdia a paciência com facilidade.
Cinzu escreveu:
Dom, 22 Novembro 2020 - 11:29 am
Isto justifica o segurança espancá-lo até a morte? De maneira nenhuma. Um profissional treinado deveria ter agido para imobilizá-lo. Isto mostra que os seguranças eram despreparados e inaptos a agirem profissionalmente.
Não sei o levou a matarem por asfixia, mas isso deixa claro que é falta de profissionalismo da equipe.

Eu ia entrar na discussão filosófica da campanha "One punch can kill", por ser muito azar sem intenção de matar, mas o caso de asfixia não se encaixa aqui.
Cinzu escreveu:
Dom, 22 Novembro 2020 - 11:33 am
No entanto, as depreciações são injustificáveis.
Se o poder público não pune, só resta a população para fazer isso.
Essas depreciações dão prejuízo à empresa e por isso eles terão mais estímulo para tomar mais cuidado.
Editado pela última vez por Tutu em Dom, 22 Novembro 2020 - 13:04 pm, em um total de 1 vez.

Re: Racismo

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André Luiz
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Mensagem por André Luiz »

Pra galera sommelier de vidraça a Bastilha ainda estaria em pé

Re: Racismo

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Existem vias legais e pacíficas de se protestar e buscar corrigir as falhas do estado.

Se para todo crime, a resposta for baderna e vandalismo, caímos no anarquismo.

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Karnal fez um vídeo sobre racismo mas tem alguns sensos comun, apelo a emoção / opinião, evidência anedótica, lugar de fala, etc. Karnal como filósofo tem o apelo da lábia, eloquência, e muitas vezes quem ouve deixa passar batido algumas falácias que ele diz.
O Holiday teria lugar de fala como negro, e ele é contra cotas. Já o Karnal não é, e, apesar de dizer que não tava no seu lugar de fala, falou sobre a questão do racismo mesmo postando depoimentos avulsos como se isso já provasse racismo estrutural como se houvesse uma conspiração contra negros (obs: ele focou no racismo contra negros) pela sociedade.



youtu.be/p7p4b51u0Y0

O Genocídio do RELACIONAMENTO INTERRACIAL ( ABDIAS O LÍDER PALMITEIRO ) | Lívia Zaruty*


youtu.be/OBMsVfUf8Fo

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Re: Racismo

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

O Porta dos Fundos foi tão estúpido que na tentativa de denegrir a imagem da vereadora do Novo, que até então só era conhecida na cidade de Curitiba, acabou fazendo com que a mesma ganhasse popularidade em todo o Brasil.

Quiçá impulsionaram uma possível candidatura a deputado ou outro cargo político maior (se for objetivo dela). E depois a militância de esquerda não entende como a direita tem crescido tanto ultimamente.

Para piorar, fizeram um mea culpa bem razoável, basicamente se isentando do ocorrido, dizendo que não passou de um mal entendido, e sequer pediram desculpas.

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Cinzu escreveu:
Qua, 25 Novembro 2020 - 09:08 am
O Porta dos Fundos foi tão estúpido que na tentativa de denegrir a imagem da vereadora do Novo, que até então só era conhecida na cidade de Curitiba, acabou fazendo com que a mesma ganhasse popularidade em todo o Brasil.

Quiçá impulsionaram uma possível candidatura a deputado ou outro cargo político maior (se for objetivo dela). E depois a militância de esquerda não entende como a direita tem crescido tanto ultimamente.

Para piorar, fizeram um mea culpa bem razoável, basicamente se isentando do ocorrido, dizendo que não passou de um mal entendido, e sequer pediram desculpas.
O vídeo que postei tinha vários assuntos, tinha uma parte que ele fala sobre racismo e Carrefour. Eu acabei não pondo a parte certa do vídeo, já que sobre a questão do Porta dos fundos não era sobre racismo mas de machismo ou coisa assim.

(...)


youtu.be/frWO_A-Nse0

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Parece que um certo partido plutocrata é racista e está pior do que o PSL em teorias absurdas. Isso mostra que está muito longe dos verdadeiros problemas das classes mais pobres.

Um simpatizante do partido "novo" criticando o próprio partido:

youtu.be/DOdmfJftCZs


Esse partido justifica que o livre mercado resolve tudo e que o estado é a raiz de todo mal. O que eles esquecem é que preconceitos e informações erradas espalhadas pela população impedem a eficiência do mercado. O racismo estrutural funciona como uma "lei invisível" e, assim como uma intervenção do estado, atrapalha a economia, porque julga as pessoas por critérios errados.

É verdade que as esquerdas não têm solução para o problema, pois cotas e identitarismo só criam conflitos, mas não reconhecer a existência do problema após a conclusão de pesquisas acaba sendo uma postura racista.

Re: Racismo

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Livre mercado como solução pra tudo tá mais pra ancap.

O partido Novo defende o liberalismo econômico mas acho que não a esse ponto. Quanto a ser plutocrata e racista, essa pode ser uma avaliação um pouco injusta.

Acho que ainda é cedo pra gente saber o que é o Novo de fato, mas a posição do partido nessa questão também pode ser interpretada com uma avaliação positiva.

O que eles alegam é que um sistema de cotas na política é uma distorção porque um partido como o deles deve filiar pessoas que se alinhem com o estatuto e as ideias do partido, e não para preencher exigências de lei para cotas em função de raça ou sexo.

Mas, por outro lado, seria muito fácil votar demagogicamente a favor e evitar críticas como estas. E a gente também pode interpretar como um ponto positivo o partido , indo na contramão do que é mais habitual, decidir pagar o preço político de adotar uma posição antipática mas coerente com os princípios que acreditam.

Já é uma coisa diferente, uma coisa nova a justificar pelo menos o nome do partido.

Re: Racismo

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Tutu escreveu:É verdade que as esquerdas não têm solução para o problema, pois cotas e identitarismo só criam conflitos, mas não reconhecer a existência do problema após a conclusão de pesquisas acaba sendo uma postura racista.
O partido reconheceu o problema do racismo. Apenas não apoiou o projeto de Lei por entender não ser uma boa alternativa de combate ao racismo, além do fato do projeto estar dúbio e poder trazer outras implicações.

Segue abaixo o posicionamento de um dos deputados do Novo:
Tiago Mitraud escreveu:“Por sermos bastante contrários a alguns dos artigos nos vemos obrigados a votar contra o texto da convenção, o que realmente não significa que somos favoráveis ao racismo. Somos contrários à proposta da convenção. Exemplifico aqui um ponto. O artigo 9º do tratado faz uma referência a obrigar os estados a garantir a diversidade nos sistemas político e jurídico proporcional ao equivalente à sua diversidade populacional. Isso poderia levar nosso Judiciário a uma interpretação de criação de cotas na representação popular nos parlamentos brasileiros. E o Novo é contra essa medida. Somos contrários, por exemplo, à cota de candidaturas de mulheres. Nem por isso, o Novo deixa a desejar nesse quesito. Somos o partido que mais elegeu mulheres proporcionalmente nas eleições de 2020. Mas não acreditamos que as formas de resolver a falta de representatividade de determinadas grupos da população é criando cotas. O texto da convenção tinha alguns elementos que, de acordo com os princípios que nos elegeram, somos contrários. E por conta disso nos viemos obrigados a votar contra”
E abaixo, a nota oficial do partido Novo:
A Câmara dos Deputados aprovou o PDL 861/2017, que trata da Convenção Interamericana Contra o Racismo. Apesar da inegável importância do tema e de acreditarmos não haver lugar para o racismo na sociedade, tínhamos pontos importantes de discordância com o projeto. Entenda:

Até o momento, apenas cinco países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), formada por 35 países, ratificaram a Convenção: Antígua e Barbuda, Costa Rica, Equador, México e Uruguai. Essa baixa taxa de adesão indica o alto nível de dificuldade dos países membros do bloco de transformar o texto da Convenção em norma legal.

O PDL prevê aprovação da Convenção com status equivalente ao das Emendas à Constituição, o que significa que regras como as que atualmente são previstas em lei, poderão ser transformadas em matérias constitucionais, que são bem mais difíceis de serem modificadas. Entre essas regras está a adoção de políticas especiais e ações afirmativas que visam garantir a igualdade de oportunidades. A Convenção prevê que essa medida dure um tempo determinado para alcançar seu objetivo, mas a aprovação como matéria constitucional pode torná-la permanente.

O estabelecimento de cotas na representação parlamentar, caso transformado em matéria constitucional, pode abrir brechas para que se garanta cotas de representatividade nos corpos parlamentares do país por via judicial. O NOVO é favorável à igualdade de oportunidades e defende que todos tenham acesso às urnas e possam concorrer pelo voto dos brasileiros em eleições livres, sem qualquer discriminação.

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Carrefour é excluído do Instituto Ethos, de responsabilidade social

https://www.otempo.com.br/mobile/super- ... -1.2423005

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

https://www.hojeemdia.com.br/horizontes ... l-1.812808
Uma clínica de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terá de pagar R$ 30 mil por danos morais a uma ex-funcionária negra que foi demitida após se recusar a retirar suas tranças afro. Segundo a denúncia, a empresa alegava que o penteado da recepcionista não se enquadrava no padrão estético que a boa imagem institucional exigia.
Nesta, o politicamente correto passou dos limites. Quando a lei começa a interferir nos padrões estéticos e proibir preferências estéticas, começa a ser uma ameaça a liberdades individuais.

O cargo de recepcionista exige estética, seja ela por preferência dos clientes ou para passar a imagem da empresa. Considero que para cargos de atendimento direto ao público, como recepcionista, a empresa deveria ter o direito de usar padrões estéticos.

Se a empresa colocou uma negra como recepcionista, não vejo sentido considerar como racista. Penteados feios e cabelo ruim não são exclusividade de negros. Se uma pessoa branca de cabelo ruim fizer penteado exótico ou uma pessoa de cabelo bom pintar o cabelo de azul, e a empresa reclamar, não seria o mesmo motivo nesse caso de "racismo"?

Como consequência dessa decisão, o politicamente correto inflamou o racismo estrutural e agora os empregadores ficarão com medo de multas bobas como essa antes de contratar alguém negro.

Re: Racismo

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DenelliSkid
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Mensagem por DenelliSkid »

Tutu escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 14:54 pm
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes ... l-1.812808
Uma clínica de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terá de pagar R$ 30 mil por danos morais a uma ex-funcionária negra que foi demitida após se recusar a retirar suas tranças afro. Segundo a denúncia, a empresa alegava que o penteado da recepcionista não se enquadrava no padrão estético que a boa imagem institucional exigia.
Nesta, o politicamente correto passou dos limites. Quando a lei começa a interferir nos padrões estéticos e proibir preferências estéticas, começa a ser uma ameaça a liberdades individuais.

O cargo de recepcionista exige estética, seja ela por preferência dos clientes ou para passar a imagem da empresa. Considero que para cargos de atendimento direto ao público, como recepcionista, a empresa deveria ter o direito de usar padrões estéticos.

Se a empresa colocou uma negra como recepcionista, não vejo sentido considerar como racista. Penteados feios e cabelo ruim não são exclusividade de negros. Se uma pessoa branca de cabelo ruim fizer penteado exótico ou uma pessoa de cabelo bom pintar o cabelo de azul, e a empresa reclamar, não seria o mesmo motivo nesse caso de "racismo"?

Como consequência dessa decisão, o politicamente correto inflamou o racismo estrutural e agora os empregadores ficarão com medo de multas bobas como essa antes de contratar alguém negro.

Discordo.
Empresa nenhuma pode exigir uma mudança estética em um cargo tão comum e em um funcionário já contratado.
O mundo já deu uma evoluída nesse aspecto.

A moça é obrigada a mudar algo de sua cultura por causa de um conservadorismo amador?

Alguns acessórios podem ser um pouco exagerados, tais quais piercings e brincos (em homens), mas mesmos estes já estão em um padrão aceitável quando o cargo não exige a remoção por questão de segurança.

Off_topic:
Isso me lembra um caso semelhante que aconteceu aqui na cidade:
A 4ª Vara do Trabalho de Sorocaba condenou a Urbes -Trânsito e Transportes a pagar R$ 90 mil ao agente de trânsito (amarelinho) Juliano Afonso Costa Xavier. A empresa pública informou que não foi notificada da decisão, que é do dia 23 de março e ainda cabe recurso. Em agosto de 2014 a empresa pública também foi sentenciada com uma multa de R$ 50 mil a título de danos morais causados à coletividade (esse valor não deve ser pago ao funcionário e sim revertido em prol da comunidade local) por demitir sem justa causa o concursado que se recusou a cortar os cabelos compridos.
https://www2.jornalcruzeiro.com.br/mate ... o-cabeludo

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Tutu escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 14:54 pm
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes ... l-1.812808
Uma clínica de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terá de pagar R$ 30 mil por danos morais a uma ex-funcionária negra que foi demitida após se recusar a retirar suas tranças afro. Segundo a denúncia, a empresa alegava que o penteado da recepcionista não se enquadrava no padrão estético que a boa imagem institucional exigia.
Nesta, o politicamente correto passou dos limites. Quando a lei começa a interferir nos padrões estéticos e proibir preferências estéticas, começa a ser uma ameaça a liberdades individuais.

O cargo de recepcionista exige estética, seja ela por preferência dos clientes ou para passar a imagem da empresa. Considero que para cargos de atendimento direto ao público, como recepcionista, a empresa deveria ter o direito de usar padrões estéticos.

Se a empresa colocou uma negra como recepcionista, não vejo sentido considerar como racista. Penteados feios e cabelo ruim não são exclusividade de negros. Se uma pessoa branca de cabelo ruim fizer penteado exótico ou uma pessoa de cabelo bom pintar o cabelo de azul, e a empresa reclamar, não seria o mesmo motivo nesse caso de "racismo"?

Como consequência dessa decisão, o politicamente correto inflamou o racismo estrutural e agora os empregadores ficarão com medo de multas bobas como essa antes de contratar alguém negro.
Então a mulher deveria mudar o cabelo natural pixaim pra liso, por exemplo, porque uma empresa exige? Imagina coisas mais graves tipo pessoas de certas etnias e feições que não seriam contratadas por não se encaixar em certos padrões. Alguém vai dizer que empresa é privada logo ela determina seus pré-requisitos pra contratar alguém mesmo por aparência. Mas depois não podem reclamar de Sleep giants e coisas do tipo.

Re: Racismo

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DenelliSkid
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Mensagem por DenelliSkid »

Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Tutu escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 14:54 pm
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes ... l-1.812808
Uma clínica de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terá de pagar R$ 30 mil por danos morais a uma ex-funcionária negra que foi demitida após se recusar a retirar suas tranças afro. Segundo a denúncia, a empresa alegava que o penteado da recepcionista não se enquadrava no padrão estético que a boa imagem institucional exigia.
Nesta, o politicamente correto passou dos limites. Quando a lei começa a interferir nos padrões estéticos e proibir preferências estéticas, começa a ser uma ameaça a liberdades individuais.

O cargo de recepcionista exige estética, seja ela por preferência dos clientes ou para passar a imagem da empresa. Considero que para cargos de atendimento direto ao público, como recepcionista, a empresa deveria ter o direito de usar padrões estéticos.

Se a empresa colocou uma negra como recepcionista, não vejo sentido considerar como racista. Penteados feios e cabelo ruim não são exclusividade de negros. Se uma pessoa branca de cabelo ruim fizer penteado exótico ou uma pessoa de cabelo bom pintar o cabelo de azul, e a empresa reclamar, não seria o mesmo motivo nesse caso de "racismo"?

Como consequência dessa decisão, o politicamente correto inflamou o racismo estrutural e agora os empregadores ficarão com medo de multas bobas como essa antes de contratar alguém negro.
Então a mulher deveria mudar o cabelo natural pixaim pra liso, por exemplo, porque uma empresa exige? Imagina coisas mais graves tipo pessoas de certas etnias e feições que não seriam contratadas por não se encaixar em certos padrões. Alguém vai dizer que empresa é privada logo ela determina seus pré-requisitos pra contratar alguém mesmo por aparência. Mas depois não podem reclamar de Sleep giants e coisas do tipo.

Ou por ter uma política de não contratar pessoa gorda, em um escritório, somente por causa de uma filosofia burra de "se é relaxado com a saúde, vai ser relaxado com o serviço".
Infelizmente, presenciei uma política dessa.

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

DenelliSkid escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 15:13 pm
Discordo.
Empresa nenhuma pode exigir uma mudança estética em um cargo tão comum e em um funcionário já contratado.
O mundo já deu uma evoluída nesse aspecto.
Aparentemente, ela foi contratada com o cabelo de um jeito e depois de um tempo ela mudou o aspecto do cabelo para outro.
DenelliSkid escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:08 pm
Ou por ter uma política de não contratar pessoa gorda, em um escritório, somente por causa de uma filosofia burra de "se é relaxado com a saúde, vai ser relaxado com o serviço".
Tudo depende.
Você confiaria numa nutricionista gorda?
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Então a mulher deveria mudar o cabelo natural pixaim pra liso, por exemplo, porque uma empresa exige?
Depende do cargo e do que a empresa quer para os clientes.
A aparência pouco importa se for cargo interno, sem interação com o público.
Se for cargo de modelo, a aparência importa muito.
Se uma modelo de xampu tiver uma doença e perder o cabelo, como ela continuará no cargo?
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Imagina coisas mais graves tipo pessoas de certas etnias e feições que não seriam contratadas por não se encaixar em certos padrões.
Não é novidade. Isso sempre ocorreu.
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Alguém vai dizer que empresa é privada logo ela determina seus pré-requisitos pra contratar alguém mesmo por aparência. Mas depois não podem reclamar de Sleep giants e coisas do tipo.
Uma coisa é ter padrões de estética e outra coisa é padrões racistas.
O problema mencionado era o cabelo e não a cor da pele.

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Tudo depende.
Você confiaria numa nutricionista gorda?
Depende. A obesidade dela seria por questões nutricionais ou alguma disfunção?
Não é novidade. Isso sempre ocorreu.

Então vou deixar coisas bem mais claras:

Me refiro a cargos onde aparência é irrelevante e não a cargos tipo "Não pode ter cabelo crespo em ambiente hospitalar porque esse tipo de cabelo seria mais anti-higiênico a ser mais suscetível a acumular patógenos e sujeira" ou "Tem que raspar ou baixar o cabelo crespo pois o cabelo pode cair na comida" (se bem que até nisso poderia ser questionável já que cabelos lisos longo podem cair na comida).

No caso da moda também é irrelevante já que a modelo é apenas um manequim, um molde pra medida da roupa e não um concurso de beleza. A forma deveria importar mais nesse caso do que beleza em si.

Uma coisa é ter padrões de estética e outra coisa é padrões racistas.
O problema mencionado era o cabelo e não a cor da pele.
Sim. Mas já que ampliaram citando casos de obesidade, que não é questão racial, citei o tipo de cabelo, que nesse caso específico sobre o tipo crespo tem ligação mais próxima a questão racial.

Re: Racismo

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DenelliSkid
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Mensagem por DenelliSkid »

Tutu escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 17:45 pm
DenelliSkid escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:08 pm
Ou por ter uma política de não contratar pessoa gorda, em um escritório, somente por causa de uma filosofia burra de "se é relaxado com a saúde, vai ser relaxado com o serviço".
Tudo depende.
Você confiaria numa nutricionista gorda?
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Então a mulher deveria mudar o cabelo natural pixaim pra liso, por exemplo, porque uma empresa exige?
Depende do cargo e do que a empresa quer para os clientes.
A aparência pouco importa se for cargo interno, sem interação com o público.
Se for cargo de modelo, a aparência importa muito.
Se uma modelo de xampu tiver uma doença e perder o cabelo, como ela continuará no cargo?
Tocou em um ponto interessante.
Ambos os exemplos que você mencionou, a estética está diretamente relacionado a qualidade produto/serviço, ou o destaque do mesmo.
No caso de modelos de passarela, os padrões até então impostos já são matéria de constantes discussões.

Qual a imagem negativa que uma pessoa negra com penteado afro irá passar da empresa na qual ela representa?
Só se o público-alvo for racista. Aí, nesse caso, há seriamente um problema em tudo.
Ou, utilizando um de seus exemplos, ela for modelo de shampoo para cabelos lisos.

Geralmente, a imagem que uma empresa normal deve procurar e que condiz com o produto/serviço ofertado se limita ao vestuário e a um nível adequado de cuidado pessoal.
Off_topic:
Quando a empresa é muito exigente no vestuário, normalmente acaba liberando o casual day nas sextas-feiras. A regra é sempre o bom-senso
Não tem o menor sentido uma empresa se esconder na característica física dos seus colaboradores para ter uma "boa imagem". Se ela quer isso, que treine-os adequadamente para o serviço executado, cuide das redes sociais e evite tomar processos bestas iguais a esse.


Pedir para alterar características físicas, não condiz com o século e o momento que vivemos.
Veja o exemplo das tatuagens: Antes, só em lugar escondido. Hoje em dia, está cada vez mais comum encontrar pessoas com o pescoço, antebraço e mãos tatuadas nas empresas.

Lógico, sempre tem um empresário ou diretor extremamente conservador que tem algumas exigências especificas.
O preço? A imagem da empresa vai pra lama do mesmo jeito, com exemplos de processos citados acima ou com funcionários preferindo se demitir a seguir carreira em um lugar atrasado.



Tutu escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 17:45 pm
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Imagina coisas mais graves tipo pessoas de certas etnias e feições que não seriam contratadas por não se encaixar em certos padrões.
Não é novidade. Isso sempre ocorreu.
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 16:04 pm
Alguém vai dizer que empresa é privada logo ela determina seus pré-requisitos pra contratar alguém mesmo por aparência. Mas depois não podem reclamar de Sleep giants e coisas do tipo.
Uma coisa é ter padrões de estética e outra coisa é padrões racistas.
O problema mencionado era o cabelo e não a cor da pele.
Se ela mudasse pra um corte tipo "chanel", alisado, teria a mesma consequência?

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 18:38 pm
Me refiro a cargos onde aparência é irrelevante e não a cargos tipo "Não pode ter cabelo crespo em ambiente hospitalar porque esse tipo de cabelo seria mais anti-higiênico a ser mais suscetível a acumular patógenos e sujeira" ou "Tem que raspar ou baixar o cabelo crespo pois o cabelo pode cair na comida" (se bem que até nisso poderia ser questionável já que cabelos lisos longo podem cair na comida).
Não vejo sentido em exigir raspar a cabeça no caso de militares.

No ambiente hospitalar não sou médico, mas parece que o mais higiênico seria raspar. Por isso eles usam touca na cabeça.
DenelliSkid escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 18:45 pm
Pedir para alterar características físicas, não condiz com o século e o momento que vivemos.
Essas coisas culturais mudam com o passar do tempo. O estado deve ter o direito de intervir nisso?

Re: Racismo

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DenelliSkid
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Mensagem por DenelliSkid »

Tutu escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 19:19 pm
Agnoscetico escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 18:38 pm
Me refiro a cargos onde aparência é irrelevante e não a cargos tipo "Não pode ter cabelo crespo em ambiente hospitalar porque esse tipo de cabelo seria mais anti-higiênico a ser mais suscetível a acumular patógenos e sujeira" ou "Tem que raspar ou baixar o cabelo crespo pois o cabelo pode cair na comida" (se bem que até nisso poderia ser questionável já que cabelos lisos longo podem cair na comida).
Não vejo sentido em exigir raspar a cabeça no caso de militares.

No ambiente hospitalar não sou médico, mas parece que o mais higiênico seria raspar. Por isso eles usam touca na cabeça.
DenelliSkid escreveu:
Qua, 23 Dezembro 2020 - 18:45 pm
Pedir para alterar características físicas, não condiz com o século e o momento que vivemos.
Essas coisas culturais mudam com o passar do tempo. O estado deve ter o direito de intervir nisso?
Sim. Porque é algo que afeta os cidadãos, e nao somente a empresa.
Afinal, é o estado que vai amparar o cidadão desempregado por motivo fútil.

EDIT 1: Três estados americanos já se posicionaram sobre este tema através de lei estadual especifica, inclusive.
Is hair discrimination race discrimination? Maybe. As of February 2020, it is in three states: California, New York, and New Jersey. In addition, there is a strong movement to enact the CROWN Act in 22 more states and federally. Implementation and enforcement of the CROWN Act will force employers and schools across the United States to take a closer look at their facially neutral grooming and appearance policies and their disparate impact on African Americans and other minorities.
https://www.americanbar.org/groups/busi ... imination/
https://www.thecrownact.com/about

E, salvo engano, os militares (e demais agentes que trabalham com segurança publica e privada) tem que ter cabelo curto por conta da efetividade em luta corporal.
Infelizmente, puxão de cabelo pode ser decisivo em algumas situações.
EDIT 2:
https://www.jornalciencia.com/por-que-o ... -o-cabelo/
https://www.defensemedianetwork.com/sto ... ed-forces/

Re: Racismo

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Mas trança afro é algo exótico ou "penteado feio?"

Acho muito esquisito a noção que pessoa jurídica pode cagar regras quanto a estética de uma pessoa física só por causa de um contrato que não fala nada sobre isso.

Queria saber o que diz o "padrão estético que a boa imagem institucional exigia," e se isto estava escrito em algum lugar.

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

O Izzy Nobre fez um vídeo sobre ele ter que testemunhar em julgamento num caso onde um neonazista matou um homem próximo de onde ele trabalhava no Canadá. E acabou falando sobre assuntos relacionados.

Quase entrei pro Programa de Proteção a Testemunha (história completa)


youtu.be/ew5COTX__UQ

Re: Racismo

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Muito impressionante estas imagens.

Uma sociedade dita cristã convivia naturalmente com esse tipo de coisa.


youtu.be/THu7VrY58yo

Re: Racismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Deve ser tudo "galeguinho do zôio azul" ...
Petição pública pede o fim dos casamentos entre brancos e negros

O procurador da República está pedindo investigação do texto por crime racial

Por iG Delas | 30/04/2021

O procurador da República Aldo de Campos Costa pediu uma investigação sobre uma petição eletrônica denominada “Pela proibição do casamento interracial no Brasil”, alegando que o conteúdo pode se enquadrar no crime de preconceito racial.

“Pela proibição do casamento interracial e pela criminalização da miscigenação, pedimos ao Legislativo que atenda ao pedido de uma grande parte da população brasileira, que se sente num limbo étnico e vê-se perder a identidade cultural”, diz o texto da petição.

Uma pesquisa inicial realizada pelo procurador mostrou que a página peticaopublica.com.br, em que está hospedada a petição, tem como titular uma empresa localizada em Curitiba, no Paraná.
https://delas.ig.com.br/comportamento/2 ... egros.html

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Petição pública pede o fim dos casamentos entre brancos e negros
Essa proposta não é possível, porque viola cláusula pétrea da constituição. Até a década de 70, existiam leis desse tipo nos EUA e a maior parte da população de lá era a favor dela.

A petição foi escrita por branco racista. Mas existem negros racistas também e eles concordam com essa ideia.

Existem sulistas que são a favor de se separar do resto do Brasil. Não sei se a motivação é racista ou se é porque os estados do sul tem uma renda maior e o governo federal acaba sugando mais do que dando retorno.

Por fim, o ponto polêmico, isso é só uma ideia e o ato de falar não tem uma vítima individual. Penalizar essas pessoas não seria violação da liberdade de expressão ("não concordo com o que dizes mas defendo o direito de o dizeres") ? Como é inconstitucional, a circulação dessa ideia não vai longe porque precisaria de uma parcela enorme da população para derrubar a constituição.

“Pela proibição do casamento interracial e pela criminalização da miscigenação, pedimos ao Legislativo que atenda ao pedido de uma grande parte da população brasileira, que se sente num limbo étnico e vê-se perder a identidade cultural”, diz o texto da petição.
Aqui é a parte ilógica.

Limbo étnico no Brasil? Não existe cara de brasileiro. O brasileiro pode ter cara de europeu, alemão, africano, japa, árabe, índio. Todo tipo. Esses doidos parecem que nunca pisaram no Brasil.

O que é a identidade cultural brasileira? As bases africanas já estão fortemente instaladas na identidade cultural. Se virmos o que eles chamam de cultura, veremos inúmeros elementos africanos nela.

Grande parte da população?

Re: Racismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Tutu escreveu:
Sáb, 01 Maio 2021 - 11:36 am
A petição foi escrita por branco racista. Mas existem negros racistas também e eles concordam com essa ideia.
É bem capaz de esse branco racista ter genes africanos. É bem capaz de ele ser branco no Brasil e negro nos EUA.

Re: Racismo

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Lembrei dum caso onde um ator contratou caras negros pra se passar por supremacistas brancos e forjar ataque racista, associando ao MAGA. Mas isso passou batido e Trump se deu mal de qualquer forma.


Ator Jussie Smollett detido por encenar ataque racista e homofóbico


youtu.be/17j3WKLy9R8

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Sobre racismo contra branco

youtu.be/FnlPq447Ao0

A lei só proíbe racismo contra negros. Deveria proibir todos os tipos de racismo.

Em relação à liberdade de expressão, piadas, discursos e textos depreciativos com grande alcance deveriam ser proibidas com a única finalidade de evitar conflitos raciais. Isso vale para brancos como vítimas.

Tem um cara que faz piada racista contra branco na internet livremente e causa polêmica dividindo opinião.

Re: Racismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Já devem ter comentado, mas vai de novo:
Por que é lindo dizer "Eu me orgulho de ser negro", mas é racismo dizer "Eu me orgulho de ser branco" ?

Re: Racismo

fenrir
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Mensagem por fenrir »

Fernando Silva escreveu:
Sáb, 20 Novembro 2021 - 09:31 am
Já devem ter comentado, mas vai de novo:
Por que é lindo dizer "Eu me orgulho de ser negro", mas é racismo dizer "Eu me orgulho de ser branco" ?
Pela lógica não deveria.

Acho que o "background" da coisa (se é que posso chamar assim) no presente e no passado próximo conta muito e faz a balança pender.
O negro já é discriminado por ser negro. Por isso sente a necessidade de afirmar-se.
O branco dificilmente será discriminado por ser branco, por isso não sente essa mesma necessidade.
E os brancos que o fazem ostensivamente não raro são supremacistas...

Acho que vem daí essa assimetria na percepção do racismo.

Isso não quer dizer que eu ache que não exista, ou que não seja possível, o racismo contra brancos.
Se voce afirma que X é pior que Y por causa da raça de X, seja lá qual raça for, isso se encaixa na definição de racismo e ponto.

Tenho a opinião que no cerne da questão, bem no cerne dela, está a confusão entre "ser" e "estar".
As pessoas parecem viver fora do tempo.
Traduzem: "A está (ou aparenta estar) pior que B", como "A é pior que B".
E generalizam tirando toda sorte de conclusões a partir daí. Disso para racismo é um pulo.

Por exemplo, houve um tempo em que povos germânicos, de olhos azuis e cabelos louros eram escravos e iletrados.
Basta retroceder a época do apogeu de Roma ou das cidades-estado gregas.

Portanto, a história mostra que não há nada constante ou eterno, nem potência, nem civilização, nem raça, nem povo, nem cultura e nem a própria humanidade...
Esta ruim hoje, pode ficar melhor (ou pior) amanhã e vice-versa.
E nenhum deles é inerentemente superior aos outros.
Não há nem variação suficiente no homo sapiens sapiens para justificar tal afirmação.

Logo tanto história, quanto ciência cospem e pisam no racismo Qualquer racismo.

Re: Racismo

AndarilhoTerrestre
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Mensagem por AndarilhoTerrestre »

Tem os Albinos também, que sofrem horrores, segundo sites:

https://www.dw.com/pt-002/a-cruel-ca%C3 ... a-39290684

"A perseguição aos albinos é baseada na crença que poções que utilizam partes dos corpos dos albinos podem transmitir poderes mágicos. Tal superstição é especialmente presente na região dos Grandes Lagos Africanos, e tem sido promovida e explorada por feiticeiros e por outros que usam partes dos corpos em ingredientes, rituais, assassinato ritual e poções, alegando que sua mágica irá trazer prosperidade para o usuário.[1]

Como consequência, pessoas com albinismo tem sido perseguidas, mortas e desmembradas, e túmulos de albinos violados e desenterrados. Ao mesmo tempo, pessoas albinas tem sido ostracizadas e até mesmo assassinadas pela razão oposta, porque trariam má sorte. A perseguição a indivíduos com albinismo ocorrem principalmente em comunidades da África Subsariana, em especial no Leste Africano.[2]" Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Persegui% ... os_albinos

Confesso que preciso estudar mais a história da escravidão negra, as vezes não entendo porque não organizaram uma revolta, ou um ataque armado, se libertar dos brancos etc etc.
Com os indios digo o mesmo.
Claro que é facil eu falar, não vivi na época, mas fico me perguntando que raios de ter durado tanto tempo !

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Falando de estética, eu não enxergaria como racismo gostar ou não gostar de uma determinada cor de pele, assim como podemos gostar ou não de determinada cor de olhos ou de cabelo.

A turma do "empoderamento" tenta usar o cabelo pixaim como símbolo de "luta" e "resistência". Para eles, achar esteticamente feio é racismo. Se uma branca de cabelo duro resolver fazer o mesmo, ela costuma ser cancelada com uma ideia ridícula chamada "apropriação cultural".

Quando vejo fotos de mulheres da África, vejo que a cultura deles mesmos sempre arrumam um jeito para domar o cabelo, seja prendendo, ou com tranças, ou raspando ou usando touca. Por isso não faz sentido dizer que é imposição da sociedade racista. O empoderamento é um besteirol criado por essa ideologia progressista.
AndarilhoTerrestre escreveu:
Seg, 22 Novembro 2021 - 11:47 am
Confesso que preciso estudar mais a história da escravidão negra, as vezes não entendo porque não organizaram uma revolta, ou um ataque armado, se libertar dos brancos etc etc.
Com os indios digo o mesmo.
Claro que é facil eu falar, não vivi na época, mas fico me perguntando que raios de ter durado tanto tempo !
Os índios eram várias tribos dispersas e não tinham uma identidade unificada. Os negros vinham de diferentes tribos em épocas diferentes e também não eram unificados. Os que fugiam iam para quilombos, que acabavam sendo massacrados pelo exército da máfia estatal da época.

Pelo mesmo motivo, a escravidão durou séculos na antiguidade entre pessoas de mesma cor. Teve escravidão nos países árabes, na China, na África, e na Grécia antiga. Revoltar era muito difícil, principalmente sem meios de comunicação em massa e com analfabetismo. Escravos são como presidiários. Isso contradiz a crença de Marx de que a luta de classes move a história.


Mas uma revolta parecida ocorreu no Haiti. Mas lá tinha negros donos de escravos...

Re: Racismo

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Fernando Silva escreveu: Já devem ter comentado, mas vai de novo:
Por que é lindo dizer "Eu me orgulho de ser negro", mas é racismo dizer "Eu me orgulho de ser branco" ?
Porque é. Se formos tão simplórios a ponto de ler tudo ao pé da letra, vamos achar que uma pessoa que "morreu de rir" veio a óbito em decorrência do seu senso de humor.

Mas é bastante ser minimamente inteligente para entender o que alguém quer dizer com alguma coisa e com que intenção está dizendo.

O racismo se entranhou profundamente por séculos no mundo na esteira da expansão colonial europeia. Foram os europeus mesmo que cunharam um novo significado para "raça", mais próximo do que o senso comum hoje entende por raça. E o ponto de vista eurocêntrico enxerga com desdém raças não caucasianas e com especial desprezo as assim chamadas "pessoas de raça negra".

Nos EUA, por exemplo, onde depois da abolição se estabeleceu na prática um regime de apartheid, as peças publicitárias abaixo dão uma ideia exata da visão pejorativa que as pessoas em geral tinham dos negros.
Imagem

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E quando digo "em geral", é em geral mesmo. Ou seja, os próprios negros introjetavam a visão depreciativa que os brancos tinham deles.

Daí, é ingenuidade se pensar que algo assim tão profundo e arraigado pode ser estirpado apenas estabelecendo-se a equidade na lei. Não é desse jeito que funciona: o apartheid social, cultural, segrega e estigmatiza muito mais que o apartheid estabelecido por lei.

Um exemplo disso é que, nos anos 60, foi preciso um amplo movimento para estimular a população negra no sul dos Estados Unidos a votar. Os negros tinham o mesmo direito ao voto que os brancos, mas não votavam. Porque em grande parte o próprios negros se enxergavam como naquelas peças de publicidade e não se consideravam plenamente cidadãos. Não tinham consciência nem auto-estima necessária para reinvindicar seus direitos.

Evidentemente isso foi muito bem entendido pelas cabeças pensantes dos movimentos pelos direitos civis e logo perceberam que não bastava lutar por direitos, mas era sobretudo preciso mudar mentalidades. Desfazer séculos de programação cultural e dar às pessoas negras a chance de ter auto-estima. Por conseguinte, nos EUA, surgiram estas expressões afirmativas como "black power", "black pride". Da mesma forma e pelas mesmas razões que o feminismo e o movimento pelos direitos dos gays também identificaram a necessidade de trabalhar a auto-estima e desconstruir esteriótipos. Tanto ou mais que lutar por leis iqualitárias.

Foi também importante dar exemplos positivos às pessoas. Mostrar como a cultura negra influenciou a música, as artes plásticas e cênicas. Apontar e valorizar grandes vultos negros na História, e tudo que fosse na contramão de esteriótipo pejorativo racista.

Ok, acho que entendemos agora o que significa "orgulho de ser negro" e por que algo assim pode estar estampado em uma camiseta.

Mas o que significa "orgulho de ser branco"? E por que diabos um branco está usando essa camisa?

Não é e não tem como ser a mesma coisa. Com a mesma intenção e motivada pelas mesmas razões.

Porque não faria nenhum sentido! Dizer "tenho orgulho de ser branco" é como dizer "eu tenho orgulho de ter um nariz", ou, "me orgulho muito de ter duas orelhas". Ser branco, em muitos países como os EUA, é simplesmente o "status quo". É onde os negros almejam chegar.

Mas se houvesse uma parcela significativa da população estigmatizada e discriminada por ter uma orelha só em vez de duas, fatalmente um dia estas pessoas se uniriam em torno de um movimento e tentariam construir uma auto-imagem positiva com lemas como "EU ME ORGULHO DE TER UMA ÚNICA ORELHA". Ou "GRAÇAS A DEUS MEU FILHO É UM MONORELHA".

E por um tempo algumas pessoas continuariam tornando difícil a vida dos monorelhas, sendo preconceituosos e desprezíveis. Até que um dia a mentalidade tenha mudado tanto que não se considere mais aceitável discriminar uma pessoa só porque nasceu com uma única orelha.

Aí esse pessoal que não terá mais como expressar seu preconceito xingando alguém de "monerelhudinho sujo", vai querer driblar a reprovação social usando lemas como "EU ME ORGULHO DE TER DUAS ORELHAS".

E ainda vão se defender dizendo: "Ué, não é a mesma coisa?".

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 00:22 am
Nos EUA, por exemplo, onde depois da abolição se estabeleceu na prática um regime de apartheid, as peças publicitárias abaixo dão uma ideia exata da visão pejorativa que as pessoas em geral tinham dos negros.
Comparar Brasil com EUA é um grande erro. Lá existe tensão racial enquanto aqui ainda não.
O problema do Brasil é a pobreza e qualquer favelado, independente da cor, tem uma vida muito difícil.
O único problema da cor é que ela acaba revelando uma origem humilde da pessoa.

Mas o grande problema é econômico.
Hoje negros podem votar e se candidatar. Tem todos os direitos na prática.
Se estão na pobreza e não recebem votos, o motivo é a mesma pobreza que afeta brancos pobres.

Assim, o movimento não é mais necessário nos dias de hoje e só serve como doutrinação ideológica.
Deveriam reivindicar moradia, educação e emprego para todos, independente da cor, porque a falta disso é o problema do Brasil.
E também reivindicar chances iguais na política, com recursos iguais para todos os candidatos, para que o rico e o financiado por rico não tenham vantagem.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 00:22 am
Ok, acho que entendemos agora o que significa "orgulho de ser negro" e por que algo assim pode estar estampado em uma camiseta.

Mas o que significa "orgulho de ser branco"? E por que diabos um branco está usando essa camisa?

Aí esse pessoal que não terá mais como expressar seu preconceito xingando alguém de "monerelhudinho sujo", vai querer driblar a reprovação social usando lemas como "EU ME ORGULHO DE TER DUAS ORELHAS".

E ainda vão se defender dizendo: "Ué, não é a mesma coisa?".
O problema de dizer eu "eu sou mono-orelha" diante de pessoas com três orelhas é que isso soa como uma provocação. Se a lei proíbe que o três-orelhas responda a mesma coisa, a pessoa censurada terá raiva e consequentemente levará à discórdia. Por isso, eu seria a favor de proibir para os dois. Não é bom olhar o outro como "diferente".

O maior problema é o identitarismo coletivista, usados como massa de manipulação política de esquerda. Eles fazem as pessoas com determinada característica serem incluídas num grupo (fazendo os outros serem vistos como "diferente"), exageram o preconceito para causar medo, dizem que atitudes devem ser adotadas para eles e defendem privilégios na política (como cotas). As ideias são opiniões que não vieram de reflexão individual e sim aprendidas com pessoas que fazem parte do grupo no qual confiam.


Identitarismo racial vai na contra-mão da lógica. Mestiços fariam parte de que grupo?
O que seria "pardo"? O IBGE considera como índio apenas quem vive em aldeia, mas um grande número de pardos são descendentes de índios, embora não saibam disso. É bizarro classificar como a mesma raça um filho de europeu com africano e um descendente de índio, porque o DNA seria de origem muito diferente.

Re: Racismo

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criso
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Mensagem por criso »

Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 00:22 am
Fernando Silva escreveu: Já devem ter comentado, mas vai de novo:
Por que é lindo dizer "Eu me orgulho de ser negro", mas é racismo dizer "Eu me orgulho de ser branco" ?
Porque é. Se formos tão simplórios a ponto de ler tudo ao pé da letra, vamos achar que uma pessoa que "morreu de rir" veio a óbito em decorrência do seu senso de humor.

Mas é bastante ser minimamente inteligente para entender o que alguém quer dizer com alguma coisa e com que intenção está dizendo.

O racismo se entranhou profundamente por séculos no mundo na esteira da expansão colonial europeia. Foram os europeus mesmo que cunharam um novo significado para "raça", mais próximo do que o senso comum hoje entende por raça. E o ponto de vista eurocêntrico enxerga com desdém raças não caucasianas e com especial desprezo as assim chamadas "pessoas de raça negra".

Nos EUA, por exemplo, onde depois da abolição se estabeleceu na prática um regime de apartheid, as peças publicitárias abaixo dão uma ideia exata da visão pejorativa que as pessoas em geral tinham dos negros.
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E quando digo "em geral", é em geral mesmo. Ou seja, os próprios negros introjetavam a visão depreciativa que os brancos tinham deles.

Daí, é ingenuidade se pensar que algo assim tão profundo e arraigado pode ser estirpado apenas estabelecendo-se a equidade na lei. Não é desse jeito que funciona: o apartheid social, cultural, segrega e estigmatiza muito mais que o apartheid estabelecido por lei.

Um exemplo disso é que, nos anos 60, foi preciso um amplo movimento para estimular a população negra no sul dos Estados Unidos a votar. Os negros tinham o mesmo direito ao voto que os brancos, mas não votavam. Porque em grande parte o próprios negros se enxergavam como naquelas peças de publicidade e não se consideravam plenamente cidadãos. Não tinham consciência nem auto-estima necessária para reinvindicar seus direitos.

Evidentemente isso foi muito bem entendido pelas cabeças pensantes dos movimentos pelos direitos civis e logo perceberam que não bastava lutar por direitos, mas era sobretudo preciso mudar mentalidades. Desfazer séculos de programação cultural e dar às pessoas negras a chance de ter auto-estima. Por conseguinte, nos EUA, surgiram estas expressões afirmativas como "black power", "black pride". Da mesma forma e pelas mesmas razões que o feminismo e o movimento pelos direitos dos gays também identificaram a necessidade de trabalhar a auto-estima e desconstruir esteriótipos. Tanto ou mais que lutar por leis iqualitárias.

Foi também importante dar exemplos positivos às pessoas. Mostrar como a cultura negra influenciou a música, as artes plásticas e cênicas. Apontar e valorizar grandes vultos negros na História, e tudo que fosse na contramão de esteriótipo pejorativo racista.

Ok, acho que entendemos agora o que significa "orgulho de ser negro" e por que algo assim pode estar estampado em uma camiseta.

Mas o que significa "orgulho de ser branco"? E por que diabos um branco está usando essa camisa?

Não é e não tem como ser a mesma coisa. Com a mesma intenção e motivada pelas mesmas razões.

Porque não faria nenhum sentido! Dizer "tenho orgulho de ser branco" é como dizer "eu tenho orgulho de ter um nariz", ou, "me orgulho muito de ter duas orelhas". Ser branco, em muitos países como os EUA, é simplesmente o "status quo". É onde os negros almejam chegar.

Mas se houvesse uma parcela significativa da população estigmatizada e discriminada por ter uma orelha só em vez de duas, fatalmente um dia estas pessoas se uniriam em torno de um movimento e tentariam construir uma auto-imagem positiva com lemas como "EU ME ORGULHO DE TER UMA ÚNICA ORELHA". Ou "GRAÇAS A DEUS MEU FILHO É UM MONORELHA".

E por um tempo algumas pessoas continuariam tornando difícil a vida dos monorelhas, sendo preconceituosos e desprezíveis. Até que um dia a mentalidade tenha mudado tanto que não se considere mais aceitável discriminar uma pessoa só porque nasceu com uma única orelha.

Aí esse pessoal que não terá mais como expressar seu preconceito xingando alguém de "monerelhudinho sujo", vai querer driblar a reprovação social usando lemas como "EU ME ORGULHO DE TER DUAS ORELHAS".

E ainda vão se defender dizendo: "Ué, não é a mesma coisa?".
Eu me orgulho de você, Pedro Reis.

Re: Racismo

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Tutu escreveu: Comparar Brasil com EUA é um grande erro.
Não, em nenhum momento disse que o Brasil era igual ao Estados Unidos. Se fosse exatamente a mesma coisa eu não teria apresentado os Estados Unidos como exemplo e usado exemplos de negros retratados na publicidade norte-americana.

Mas como pra você a gente precisa explicar o óbvio 3 vezes, explico que estava explicando qual a origem (pois surgiu lá) de expressões como "tenho orgulho de ser negro". Como surgiram, pra quê surgiram, qual a motivação, importância e necessidade e como isso difere fundamentalmente de lemas usados por grupos racistas tais como "ORGULHO DE SER BRANCO".

"Orgulho de ser ... (preencha com o que quiser)" significa: "Não, eu não sou este ser inferior, fraco, humano de segunda classe, indigno e incapaz que vocês tentam o tempo todo me fazer acreditar que sou. E estou aqui, contra toda esta opressão, afirmando meu orgulho em ser quem sou para que outros como eu também se conscientizem, levantem a cabeça e não se deixem humilhar e oprimir e se livrem de uma vez por todas do complexo artificial de inferioridade."

Já "Orgulho de ser branco", se fosse uma expressão ingênua e sem segundas intenções, significaria apenas algo como: "eu me orgulho de ter duas orelhas".

Mas nem "orgulho de ser negro" ou "orgulho de ser branco" são sem segundas intenções. A diferença é que a primeira teve uma intenção justificável e necessária já super explicada acima, enquanto "orgulho de ser branco" foi uma patética reação racista, bastante cínica e hipócrita, que na verdade intenta expressar o desejo destas pessoas de manterem o apartheid social.

Eles criam e alimentam a fantasia de que a "raça e a cultura branca" estejam em perigo, ameaçadas, porque agora os negros não precisam mais beber água em bebedouros separados e podem até usar o mesmo banheiro que os brancos. Ou seja, é o mesmo caráter racista desprezível e intenção injusta e covarde de oprimir, daquele governador sulista que um dia se postou na frente de uma universidade para impedir três jovens negras de entrarem.

Só que naquela ópoca ele ainda podia fazer isso e ser reeleito e justificar sua própria inferioridade moral atribuindo inferioridades imaginárias aos negros. Mas hoje pessoas como ele, felizmente, já não podem fazer o mesmo, então precisaram reinventar seu racismo e covardemente esconderem-se atrás de hipocrisias como esta suposta proclamação do orgulho de ser branco.
Tutu escreveu: O problema do Brasil é a pobreza e qualquer favelado, independente da cor, tem uma vida muito difícil.
O único problema da cor é que ela acaba revelando uma origem humilde da pessoa.
E o SEU problema é achar que pode dizer ao outro qual o problema ele pode ou não ter.

E embora você já tenha decretado o fim do racismo no Brasil, infelizmente esses negrinhos imundos, teimosos que são -defeito incorrígível dessa raça -, insistem em achar que são cotidianamene vítimas de discriminação.

Mas o que eles sabem sobre isso, não é mesmo?

Só quem sabe é você! Só você pode ensinar a essa gente até mesmo o que eles devem pensar e sentir diante de suas próprias experiências íntimas e individuais.
Tutu escreveu: Assim, o movimento não é mais necessário nos dias de hoje e só serve como doutrinação ideológica.
Isso mesmo, parabéns!

Agora só falta um iluminado como você conseguir convencer a toda essa gente que sente na pele a necessidade, de que a necessidade não existe.
Tutu escreveu: O problema de dizer eu "eu sou mono-orelha" diante de pessoas com três orelhas é que isso soa como uma provocação. Se a lei proíbe que o três-orelhas responda a mesma coisa, a pessoa censurada terá raiva e consequentemente levará à discórdia. Por isso, eu seria a favor de proibir para os dois. Não é bom olhar o outro como "diferente".
Ninguém está proibindo os N-orelhas de dizer nada. Essa proibição não existe, nunca existiu e nunca vai existir. Só na fantasia de vocês que querem usar isso como pretexto para proibir os monorelhas de dizer tudo. Dos proto-facistas que não dormem direito à noite quando se sentem impotentes para controlar a vida dos outros.

"Não é bom olhar o outro como diferente", falou o cara que enxerga diferenças imaginárias e patológicas na população gay e que acha que o lugar da mulher é na cozinha justificando com imaginárias e convenientes diferenças biológicas.

Mas imagine que não tivesse havido um movimento pelos direitos civis no Estados Unidos... Imagine que não tivesse existido uma reação como o movimento black power ou até mesmo reações mais radicais como os Panteras Negras. Imagine que nenhum negro tivesse proclamado o seu orgulho e imagine que Cassius Clay não tivesse mudado seu nome para Muhamed Ali... o que teria mudado desde tempo em que faziam propagandas como aquela e penduravam negros em árvores sem julgamento?

Se dependesse só da generosidade de brancos como você... nada.
Tutu escreveu:
O maior problema é o identitarismo coletivista, usados como massa de manipulação política de esquerda. Eles fazem as pessoas com determinada característica serem incluídas num grupo (fazendo os outros serem vistos como "diferente"), exageram o preconceito para causar medo, dizem que atitudes devem ser adotadas para eles e defendem privilégios na política (como cotas). As ideias são opiniões que não vieram de reflexão individual e sim aprendidas com pessoas que fazem parte do grupo no qual confiam.
Discordo que o MAIOR problema seja o identitarismo coletivista. Me parece bastante óbvio que existem problemas bem maiores do que esse.

Mas concordo com alguma coisa aí.

A realidade simples e evidente é que só existem movimentos de emancipação de grupos oprimidos minoritários (ou só grupos socialmente oprimidos porque mulheres não saõ minoritárias) porque existe a opressão como causa primária. Estes movimentos não são ativos, são reativos.

Contudo, o ser humano é o ser humano. Com todos os seus defeitos e pouquíssimas qualidades. Independentemente de raça, sexo ou orientação sexual. E quando existem movimentos como estes (reativos que são à mentalidades de pessoas como você) é consequente que surjam destes movimentos também oportunidades políticas.

Alguém vai estar se beneficiando politicamente ao se tornar um líder negro, ou liderança gay ou feminista. Assim como o Lula se beneficiou pessoalmente ao se tornar um líder sindicalista do maior sindicato da América do Sul e comandar uma greve que parou o ABC paulista.

Mas a gigantesca greve só existiu porque as demandas dos metalúrgicos existiam. Não por acaso aconteceu ao líder metalúrgico e não ao presidente do sindicato dos médicos no Brasil.

Porque os médicos estavam ganhando muito bem, estavam muito satisfeitos da vida. Mas os operários não.

Mesmo que os homens lá na FIESP - e de modo muito semelhante ao seu - acreditassem que eles não tinham razão nenhuma pra reclamar da vida. Muito menos pra reinvindicar aumento de salário e melhores condições de trabalho.

Mas a ironia em processos como esse é que, não raro, quem se beneficia lutando contra uma injustica acaba, no fundo, torcendo para que a injustiça se perpetue. Ora, se eu me elejo com o voto das mulheres levantando a bandeira feminista, no dia que o machismo acabar, acaba também minha carreira política.

E isso vale para o movimento gay, para os movimentos negros, para os judeus, etc, etc, etc...

Stalin só teve a oportunidade de deixar a míséria e se tornar o déspota da URSS porque a Revolução Industrial gerou uma massa de famélicos explorados. Para quem almeja chegar ao poder através do comunismo, a instauração de um Estado capitalista de Bem Estar Social que atenda às demandas dos trabalhadores não interessa.

Então você tem razão. Vão existir exageros e até pessoas que desejam aprofundar divisões na sociedade. E que se beneficiam com estas divisões. Mas estas são as oportunidades criadas pelos preconceitos e pelas injustiças e que deixam de existir onde não existe o preconceito e a injustiça.

Ás vezes me divirto lendo o esforço que você faz para torcer as coisas, tentando justificar toda essa sua intolerância. Como quando você observou que na Grécia Antiga TODOS os grandes homens foram "gays" e "MESMO ASSIM" ninguém ficava celebrando tal coisa, ninguém se referia ao Sócrates como "aquele grande filósofo gay".

Hahahahahhahahahhahahahahahhahhaha! Me perdoe, mas nessa hora a gente que rir.

É claro, né cara. Do mesmo que jeito na nossa sociedade ninguém se lembra de observar Oscar Niemayer foi um grande arquiteto heterossexual, ou que Lionel Messi é um grande jogador de futebol heterossexual. Porque isso seria o mesmo que alguém dizer: "Oscar Niemayer, grande arquiteto brasileiro que tinha DUAS ORELHAS". Hahahahahahahahahahahahaha!

Não, só se comenta o fato de que Van Gogh foi um grande pintor impressionaista que tinha uma orelha só. Curioso como ninguém se lembra que Portinari tinha duas.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!

Se não havia condenação à homossexualidade na Grécia, se não existia preconceito e discriminação, se aquilo era algo encarado com naturalidade e ninguém precisa esconder da família, por que diabos os gregos iriam se referir a Sócrates como um filósofo gay?

E acha que a África, antes do europeu chegar, poderia ter existido algo como um MOVIMENTO NEGRO???????

Nessa sua cegueira raivosa e patológica não enxerga o óbvio e ululante X a questão: você é a causa e razão de ser de tudo que mais odeia e combate!

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
"Orgulho de ser ... (preencha com o que quiser)" significa: "Não, eu não sou este ser inferior, fraco, humano de segunda classe, indigno e incapaz que vocês tentam o tempo todo me fazer acreditar que sou. E estou aqui, contra toda esta opressão, afirmando meu orgulho em ser quem sou para que outros como eu também se conscientizem, levantem a cabeça e não se deixem humilhar e oprimir e se livrem de uma vez por todas do complexo artificial de inferioridade."
A história da origem da frase não significa que ela seja usada com esse significado e, mais importante, não significa que será interpretada dessa forma. Dizer que tem orgulho de ter N orelhas só faz sentido quando existe pessoas com um número diferente de orelhas e deseja provocá-las.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
Já "Orgulho de ser branco", se fosse uma expressão ingênua e sem segundas intenções, significaria apenas algo como: "eu me orgulho de ter duas orelhas".
Cor de pele não é uma diferença. Deveria ser o mesmo que cor de olhos ou cabelos. O problema é que a sociedade fica dividindo as pessoas assim. No passado, os brancos criaram essa divisão. Mas hoje, é a esquerda que está criando essa divisão.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
Mas nem "orgulho de ser negro" ou "orgulho de ser branco" são sem segundas intenções. A diferença é que a primeira teve uma intenção justificável e necessária já super explicada acima, enquanto "orgulho de ser branco" foi uma patética reação racista, bastante cínica e hipócrita, que na verdade intenta expressar o desejo destas pessoas de manterem o apartheid social.
Não confunda rejeição a movimentos coletivistas de esquerda com desejo de implantar um apartheid.

Além disso, um número grande de negros discordam do movimento negro, vai me dizer que eles são racistas?
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
Só que naquela ópoca ele ainda podia fazer isso e ser reeleito e justificar sua própria inferioridade moral atribuindo inferioridades imaginárias aos negros. Mas hoje pessoas como ele, felizmente, já não podem fazer o mesmo, então precisaram reinventar seu racismo e covardemente esconderem-se atrás de hipocrisias como esta suposta proclamação do orgulho de ser branco.
Você está sendo contraditório. Se você afirma que a sociedade é racista, porque um racista não se elege?
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
E embora você já tenha decretado o fim do racismo no Brasil, infelizmente esses negrinhos imundos, teimosos que são -defeito incorrígível dessa raça -, insistem em achar que são cotidianamene vítimas de discriminação.

Mas o que eles sabem sobre isso, não é mesmo?

Só quem sabe é você! Só você pode ensinar a essa gente até mesmo o que eles devem pensar e sentir diante de suas próprias experiências íntimas e individuais.
Que opressão os negros brasileiros sofrem hoje em 2021?
Já sei, você não vai me responder porque a doutrina do lugar de fala te proíbe de dizer.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
Ninguém está proibindo os N-orelhas de dizer nada. Essa proibição não existe, nunca existiu e nunca vai existir. Só na fantasia de vocês que querem usar isso como pretexto para proibir os monorelhas de dizer tudo. Dos proto-facistas que não dormem direito à noite quando se sentem impotentes para controlar a vida dos outros.
Já estou vendo que você é extrema-esquerda, porque se referiu a mim no plural e chamando quem discordo de você de proto-facista.

A única proibição que defendi foi frases provocativas que causam desavenças e piadas ridicularizando qualquer raça.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
"Não é bom olhar o outro como diferente", falou o cara que enxerga diferenças imaginárias e patológicas na população gay e que acha que o lugar da mulher é na cozinha justificando com imaginárias e convenientes diferenças biológicas.
Falar da santíssima trindade do politicamente correto é outra característica da extrema-esquerda. Colocar as três coisas no mesmo contexto é uma ideia absurda porque são casos muito diferentes.

Negros - Cor de pele é só uma variação na aparência humana, assim como cor de olhos e cabelo. Existem diferenças biológicas ínfimas como o caso de melanina, mas na prática não tem diferença nenhuma. Eu tenho interesse em salvar os pobres, de qualquer cor, mas não pelo caminho da esquerda de hoje.

Gays - Apenas vejo como uma deficiência, que não deve ser incentivada e celebrada, assim como inflatofilia, bestialismo, pedofilia, etc. É um erro que ocorreu no desenvolvimento do feto, e assim tem problemas para se reproduzir.

Mulheres - Os humanos são dimórficos. Ambos devem ter direitos humanos. Eles surgiram em pares diferentes que se complementam e por isso o papel de cada um deve ser diferente. A diferença mais óbvia é que homem não engravida. Por isso menino deve ganhar carrinho e menina boneca. O que eu disse sobre a cozinha, é que dentro de um lar, quem cuida de criança e cozinha é a mulher, enquanto o homem cuida de segurança, reparos e tem responsabilidade maior pela renda. Negar as diferenças e defender inversão de papel é ideologia de gênero. Feminismo não defende mulheres, porque mulheres honestas não desejam abortar e dar golpes em homens.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
A realidade simples e evidente é que só existem movimentos de emancipação de grupos oprimidos minoritários (ou só grupos socialmente oprimidos porque mulheres não saõ minoritárias) porque existe a opressão como causa primária. Estes movimentos não são ativos, são reativos.
Mulheres são oprimidas?
Durante toda a história da humanidade, a vida dos homens sempre foi mais difícil do que a das mulheres.
Hoje os homens são muito mais oprimidos do que as mulheres e a opressão vem mais de outros homens e do aparato estatal do que das próprias mulheres.
Pedro Reis escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 11:40 am
Nessa sua cegueira raivosa e patológica não enxerga o óbvio e ululante X a questão: você é a causa e razão de ser de tudo que mais odeia e combate!
Sou tão racista que tenho amigos negros, primos de primeiro grau negros, almoçava com negros antes da pandemia (tendo a opção de evitar), assisto filmes com protagonistas negros e meu super-herói favorito da DC é Superchoque.

Re: Racismo

O organoléptico
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Mensagem por O organoléptico »

Uma pergunta: Afinal o racismo procede ou é totalmente injustificável? Por favor, respondam essa pergunta como respondessem a um ET estudante das civilizações que acabou de chegar neste planeta!

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

O organoléptico escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 14:00 pm
Uma pergunta: Afinal o racismo procede ou é totalmente injustificável? Por favor, respondam essa pergunta como respondessem a um ET estudante das civilizações que acabou de chegar neste planeta!
Não sei qual desses dois vídeos, mas um deles explica:

youtu.be/DBC29cUHxYg

youtu.be/oAzaoSt0MDA


Racialismo é a crença de que existem diferenças raciais ou que o conceito de raça deva ser levadas a sério. Racialismo é o primeiro passo para o racismo. Quando a sociedade considera a existência de raças e passa a dividir as pessoas em grupos coletivos (que nem fazem sentido) que consideram os outros como "diferente", a consequência é desarmonia e conflitos raciais.

No passado existia racismo do branco contra negro por causa do legado da escravidão. Hoje acabou o racismo e só sobrou o racismo estrutural, que não é um racismo e sim a consequência da escravidão que criou a pobreza dos negros. Mas recentemente a esquerda política (liderada por homens brancos) está insistindo no racialismo e consequentemente criando racismo contra branco.

Re: Racismo

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Tutu escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 13:33 pm
Mulheres - Os humanos são dimórficos. Ambos devem ter direitos humanos. Eles surgiram em pares diferentes que se complementam e por isso o papel de cada um deve ser diferente. A diferença mais óbvia é que homem não engravida. Por isso menino deve ganhar carrinho e menina boneca. O que eu disse sobre a cozinha, é que dentro de um lar, quem cuida de criança e cozinha é a mulher, enquanto o homem cuida de segurança, reparos e tem responsabilidade maior pela renda. Negar as diferenças e defender inversão de papel é ideologia de gênero. Feminismo não defende mulheres, porque mulheres honestas não desejam abortar e dar golpes em homens.
As mulheres concordam em ficar em casa cozinhando e cuidando das crianças?
As mulheres concordam em depender financeiramente dos homens?

Re: Racismo

O organoléptico
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Mensagem por O organoléptico »

Racismo estrutural? Digamos que o ET já havia ouvido esse termo em algum lugar e encontrou essa definição para seu significado:

Racismo estrutural é quando o Estado cria leis que discriminam o indivíduo pela raça, como as leis segregacionistas dos EUA ou da Africa do Sul até recentemente. É isso mesmo ou não tem nada disso?

Re: Racismo

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Fernando Silva escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 16:16 pm
Tutu escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 13:33 pm
Mulheres - Os humanos são dimórficos. Ambos devem ter direitos humanos. Eles surgiram em pares diferentes que se complementam e por isso o papel de cada um deve ser diferente. A diferença mais óbvia é que homem não engravida. Por isso menino deve ganhar carrinho e menina boneca. O que eu disse sobre a cozinha, é que dentro de um lar, quem cuida de criança e cozinha é a mulher, enquanto o homem cuida de segurança, reparos e tem responsabilidade maior pela renda. Negar as diferenças e defender inversão de papel é ideologia de gênero. Feminismo não defende mulheres, porque mulheres honestas não desejam abortar e dar golpes em homens.
As mulheres concordam em ficar em casa cozinhando e cuidando das crianças?
As mulheres concordam em depender financeiramente dos homens?
Não. Elas concordam é em cuidar de criança. Quem põe caraminhola na cabeça delas dizendo que isso é opressão é o feminismo.

Também não concordam em depender financeiramente, além de consequências desastrosas no caso de divórcio e crise financeira. O que eu disse é que o papel do homem será sempre gerar renda. Biologicamente, homem não se importa com mulher que não trabalha, mas mulher odeia homem preguiçoso.

Mulheres sempre trabalharam na história, mesmo antes do feminismo. A diferença é que era horta residencial e algumas vezes como vendedora artesanal. Algumas tinham uma pequena loja anexada à casa. O que mudou tudo foi a industrialização e urbanização.

Falando nisso, o que as negras faziam na época da escravidão no Brasil? :?
O organoléptico escreveu:
Ter, 23 Novembro 2021 - 16:17 pm
Racismo estrutural é quando o Estado cria leis que discriminam o indivíduo pela raça, como as leis segregacionistas dos EUA ou da Africa do Sul até recentemente. É isso mesmo ou não tem nada disso?
Isso é apartheid.

Racismo estrutural é quando nós assumimos que um negro é pobre. A mente humana é boa em aprender padrões e como nós nascemos e crescemos vendo negros em posições de baixa renda. Então quando vemos encontramos uma pessoa nova negra, acabamos inconscientemente pensando que ela é pobre. Inclusive os próprios negros enxergam dessa maneira. Não é porque a sociedade é racista e sim porque vemos a sociedade assim.

Fizeram uma pesquisa mostrando fotos a várias pessoas aleatórias. Na foto com homem branco correndo, disseram que o branco estava fazendo caminhada enquanto para o negro correndo com a mesma roupa disseram que estava fugindo. Uma mulher branca pegando numa roupa de grife foi chamada de estilista, enquanto uma negra com mesma roupa e postura foi chamada de vendedora.

A consequência é que empregadores podem ser mais céticos em relação ao currículo de um negro. Mas vale lembrar que o RH tem o mesmo comportamento quando um branco aparece com linguagem de "mano". Mas como resolver? Acabando com a desigualdade geral, independente da cor de pele.

Da mesma forma, seguranças de comércio olham mais para negros. Não por serem racistas, mas sim por que a maioria dos ladrões são negros (por causa da pobreza). Os próprios negros já usam roupas mais elegantes para evitar mais os olhares da segurança. Mas temos que ter cuidado com o politicamente correto, quando a segurança pega um criminoso e ele é negro, não podemos acusar de racismo. O vitimismo pregado pela esquerda acaba fazendo mal.

Re: Racismo

O organoléptico
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Mensagem por O organoléptico »

Bastante complicado.

A desigualde nos comportamentos das pessoas produz a percepção de diferenças entre elas.

O combate às desigualdades deve ser movido do combate a desigualdade dos direitos para o combate às desigualdades dos deveres para fazer sentido. Fazer as pessoas se comportarem igual é o caminho para a igualdade, e não, tornar igual por decreto, por engenharia social, quem se comporta diferente.

Não se pode conferir igualdade numa sociedade a quem não faz por merecê-la. Essa é a minha impressão.
Editado pela última vez por O organoléptico em Ter, 23 Novembro 2021 - 22:31 pm, em um total de 2 vezes.

Re: Racismo

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas fizeram um esforço enorme para definir as características físicas da "raça ariana". Muitos louros, altos com olhos azuis corriam o risco de não se enquadrarem no perfil da raça por não terem as medidas do crânio que eram "corretas" e poderiam ser considerados, apesar da aparência, exemplos de uma "raça impura". O foco era definir diferenças para justificar um padrão de superioridade, claramente definida por uma ideologia idiota, mas será que também não é uma necessidade psicológica humana que surge do desconforto de decidir diante de ambiguidades?
Research States That Prejudice Comes From a Basic Human Need and Way of Thinking
December 19, 2011

Where does prejudice come from? Not from ideology, say the authors of a new paper. Instead, prejudice stems from a deeper psychological need, associated with a particular way of thinking. People who aren’t comfortable with ambiguity and want to make quick and firm decisions are also prone to making generalizations about others.

In a new article published in Current Directions in Psychological Science, a journal of the Association for Psychological Science, Arne Roets and Alain Van Hiel of Ghent University in Belgium look at what psychological scientists have learned about prejudice since the 1954 publication of an influential book, The Nature of Prejudice by Gordon Allport.

People who are prejudiced feel a much stronger need to make quick and firm judgments and decisions in order to reduce ambiguity. “Of course, everyone has to make decisions, but some people really hate uncertainty and therefore quickly rely on the most obvious information, often the first information they come across, to reduce it” Roets says. That’s also why they favor authorities and social norms which make it easier to make decisions. Then, once they’ve made up their mind, they stick to it. “If you provide information that contradicts their decision, they just ignore it.”

Roets argues that this way of thinking is linked to people’s need to categorize the world, often unconsciously. “When we meet someone, we immediately see that person as being male or female, young or old, black or white, without really being aware of this categorization,” he says. “Social categories are useful to reduce complexity, but the problem is that we also assign some properties to these categories. This can lead to prejudice and stereotyping.”

People who need to make quick judgments will judge a new person based on what they already believe about their category. “The easiest and fastest way to judge is to say, for example, ok, this person is a black man. If you just use your ideas about what black men are generally like, that’s an easy way to have an opinion of that person,” Roets says. “You say, ‘he’s part of this group, so he’s probably like this.’”

It’s virtually impossible to change the basic way that people think. Now for the good news: It’s possible to actually also use this way of thinking to reduce people’s prejudice. If people who need quick answers meet people from other groups and like them personally, they are likely to use this positive experience to form their views of the whole group. “This is very much about salient positive information taking away the aversion, anxiety, and fear of the unknown,” Roets says.

Roets’s conclusions suggest that the fundamental source of prejudice is not ideology, but rather a basic human need and way of thinking. “It really makes us think differently about how people become prejudiced or why people are prejudiced,” Roets says. “To reduce prejudice, we first have to acknowledge that it often satisfies some basic need to have quick answers and stable knowledge people rely on to make sense of the world.”

https://www.psychologicalscience.org/ne ... nking.html
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