Frencisco Toucinho escreveu: ↑Ter, 30 Junho 2020 - 14:40 pm
Não li o texto todo, mas ao que parece o combate ao uso indiscriminado de álcool antecede em muito a proibição nacional americana. Desde 1800 já havia gente querendo proibir o uísque.
Você continua sendo um trollador muito ruim e muito óbvio. Todos estes anos de prática não lhe aperfeiçoaram em nada.
Mas vamos dar alguma serventia à sua pífia argumentação, tirar algo de útil disso. Seus muitos furos talvez ajudem a demonstrar a alguém genuinamente iludido que enxugar gelo nunca foi solução para nada.
Ainda que não fosse descarado "cherry picking", aquilo que você imaginou ser uma réplica é na verdade um argumento tão mal construído que em vez de vir de encontro ao que estamos demonstrando, vem convenientemente ao encontro. Trazendo ainda mais subsídios para provar a futilidade de se
TENTAR proibir determinadas drogas.
O que a lógica corroborada pelo já largo conhecimento empírico indica, é que essa política de repressão policial ao uso de drogas, além de inócua, traz consequências nefastas. É um remédio que não cura, não ameniza, mas com muitos efeitos colaterais.
É assim uma espécie de cloroquina: imposta por demagogos conservadores, defendida por crentes, aplicada por irresponsáveis e ministrada em vítimas impotentes.
Mas por que é inócua? Nem preciso te explicar já que você mesmo se esforça para mostrar que proibir e nada, na melhor das hipóteses, é a mesmíssima coisa.
O trecho do artigo pinçado (muito seletivamente!) alegaria diminuição de doenças relacionadas com o consumo de álcool durante o final dos anos 10 e início dos anos 20. Ok, mas a LS vigorou de 1920 a 1933. Há um evidente desencontro entre o período em que o consumo de álcool teria declinado e o período de vigência da lei.
Diante desse dado um ser raciocinante observaria: então para quê serviu a lei?
Mas a citação fala especificamente em cirrose hepática. Não está mencionando redução do número de pessoas baixando pronto socorro em coma alcoólico ou diminuição dos casos de gente procurando farmácias com uma baita ressaca... não, é cirrose, uma doença degenerativa do fígado que leva anos para um alcoólatra desenvolver.
Isso, temporalmente, afasta ainda mais qualquer relação com um suposto declínio no consumo de álcool e o estabelecimento da proibição a nível nacional. É a pá de cal no argumento proibicionista!
Ainda que o número de internações por cirrose tivesse declinado durante todo o período de vigência da lei seca (o que pelo artigo não está claro ter ocorrido), isto significaria apenas que as pessoas que deixaram de adoecer naqueles 13 nos pararam de beber muiiiiiitos anos antes, quando ainda não havia lei e sem terem sido estimuladas por nenhuma proibição.
Novamente qualquer ser raciocinante se perguntaria: mas então, pra quê serviu a lei?
Mas quando confrontado com essa contradição evidente que sua obtusidade não lhe permite enxergar por si mesmo, veja como
você se defende(?):
Não li o texto todo, mas ao que parece o combate ao uso indiscriminado de álcool antecede em muito a proibição nacional americana. Desde 1800 já havia gente querendo proibir o uísque.
Então você está dizendo que o que teria surtido efeito, na verdade, foi uma atmosfera social de rejeição ao consumo de álcool e campanhas de conscientização, e não um artigo qualquer no código penal.
Mas ninguém aqui é contra campanhas de conscientização. É exatamente o que se está dizendo: vamos tentar outra coisa porque
proibir já está provado que não funciona.
E aí você tentando discordar, concorda!
Tudo isso fica ainda mais interessante e divertido se a gente colar a parte do artigo que você omitiu:
Alcohol consumption
Prohibition-era prescription for whiskey
According to a 2010 review of the academic research on Prohibition, "On balance, Prohibition probably reduced per capita alcohol use and alcohol-related harm, but these benefits eroded over time as an organized black market developed and public support for NP declined."[7] One study reviewing city-level drunkenness arrests concluded that prohibition had an immediate effect, but no long term effect.[132] And, yet another study examining "mortality, mental health and crime statistics" found that alcohol consumption fell, at first, to approximately 30 percent of its pre-Prohibition level; but, over the next several years, increased to about 60–70 percent of its pre-prohibition level.[133]
Health
Research indicates that rates of cirrhosis of the liver declined significantly during Prohibition and increased after Prohibition's repeal.[3][5] According to the historian Jack S. Blocker, Jr., "death rates from cirrhosis and alcoholism, alcoholic psychosis hospital admissions, and drunkenness arrests all declined steeply during the latter years of the 1910s, when both the cultural and the legal climate were increasingly inhospitable to drink, and in the early years after National Prohibition went into effect."[20] Studies examining the rates of cirrhosis deaths as a proxy for alcohol consumption estimated a decrease in consumption of 10–20%.[134][135][136] National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism studies show clear epidemiological evidence that "overall cirrhosis mortality rates declined precipitously with the introduction of Prohibition," despite widespread flouting of the law.[137]
Inicialmente o consumo caiu, algo que seria perfeitamente previsível já que todos os bares e alambiques legais seriam fechados. Mas é interessante que mesmo assim caiu apenas 30%, não foi a quase zero. Só que depois, em consequência da proibição, há um aumento de 60-70% no consumo em relação ao período pré-Lei Seca!
Um fracasso completo e total! E estava no mesmo artigo de onde você pinçou sua citação. Exatamente o parágrafo anterior. Então provavelmente você deve ter visto.
Um dado bastante relevante até porque parece explicar perfeitamente algo que é afirmado na própria citação, de que os casos de cirrose aumentaram após abolirem a Lei Seca.
Como cirrose hepática é uma doença que se desenvolve em longo prazo, o aumento do número de bebuns em 60-70% causados pela
promulgação da lei burra leva a um aumento considerável dos casos de cirrose mais de 10 anos depois.