Dificuldades do passado - Facilidades do presente (Jovens da nova geração)

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Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ
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Gabarito escreveu:
Sex, 19 Junho 2020 - 20:24 pm
Superproteção:
Geração Mimimi - Supreproteção.jpg

Aqui um militar (na foto de cima , militar até os anos 70, meme com apologia ao militarismo), que poderia ser na guerra do Vietnã, é colocado como alguém superior, mas é superior alguém que participou de coisas como isso :


https://www.google.com/search?q=massacr ... ofEjPuVChM

( massacre de My Lai )


Um ambiente como esse é bom para educar pessoas ? Há algo de bom nisso ?


.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ
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Gabarito escreveu:
Sex, 03 Julho 2020 - 22:49 pm
Até na ficção científica, daqui a mil anos, já se prevê guerras e conflitos..
Se a referência for Star Wars, repare que a minha proposição foi sobre acabar com guerras entre seres humanos/acabar com guerras entre humanos na Terra, e isso é perfeitamente possível, não é fácil, e muito provavelmente não será feito nos próximos 50 anos. Mas, em menor escala já é algo que vem sendo feito na história, não é coisa fantástica.
Editado pela última vez por JJ_JJ em Dom, 05 Julho 2020 - 00:03 am, em um total de 1 vez.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ
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Gabarito escreveu:
Dom, 21 Junho 2020 - 08:42 am

A guerra, logicamente, não é uma coisa boa. E nem foi afirmado isso.
A guerra é uma consequência da natureza humana e que NUNCA vai acabar enquanto o ser humano tiver sua natureza atual.

A guerra entre países (ou Estados nações) é uma consequência de como a sociedade mundial está organizada, a guerra é uma questão social ( ou seja que depende de condicionantes sociais, aqui inclusos condicionante políticos), não é uma questão biológica, a questão biológica são as pulsões agressivas, só que repare que à medida que a sociedade evolui, há cada vez mais um maior controle das pulsões agressivas nas sociedades (em termos de população (por exemplo percentual de homicídios), pessoas da sociedade atual não agem da mesma forma que uma sociedade primitiva do neolítico, ou nem mesmo da mesma forma que na Europa do século VII, em termos de vazões de pulsões agressivas).
Editado pela última vez por JJ_JJ em Dom, 05 Julho 2020 - 00:15 am, em um total de 6 vezes.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ
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Gabarito escreveu:
Sex, 03 Julho 2020 - 10:39 am
.
@JJ_JJ
Vou repetir a imagem para lhe ajudar a escolher.
Lembre-se que só pode escolher uma imagem. O que vai ser? O lado esquerdo ou direito?


Imagem

Prefiro 1 milhão de milhão de vezes fazer uma brincadeirinha bobinha, do que ser uma pessoa que participou de matanças (ou ser despedaçado por um pedaço de aço). Matanças não fazem pessoas melhores, e sim fazem pessoas mais brutas e animalizadas (ou te faz em pedaços).


E notando que a foto mostra um soldadinho inteirinho posudo, mas o que você acharia de ir para uma guerra na qual você teria um alto risco de ser estripado com um estilhaço de morteiro, qual você iria realmente preferir :


1) Ser estripado com um estilhaço de morteiro; https://www.imdb.com/title/tt0120815/me ... 2171950848

ou

2) Fazer uma brincadeirinha com programa de imagem ?



.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ escreveu:
Sáb, 04 Julho 2020 - 23:16 pm

Aqui um militar (na foto de cima , militar até os anos 70, meme com apologia ao militarismo), que poderia ser na guerra do Vietnã, é colocado como alguém superior, mas é superior alguém que participou de coisas como isso :

https://www.google.com/search?q=massacr ... ofEjPuVChM

( massacre de My Lai )

Um ambiente como esse é bom para educar pessoas ? Há algo de bom nisso ?
Aqui nós encontramos o nosso colega JJ dando saltos de interpretação, distorcendo completamente o debate e tirando conclusões que NÃO estão na imagem analisada.

Já sabemos que a pessoa lutou no Vietnam.
Mais ainda, sabemos que ele participou do Massacre de My Lai.
Quem sabe até dê para concluir que o nosso personagem torce para o Flamengo.

O que não chegamos a fazer para distorcer completamente um debate, não é mesmo?
Seria a falta de argumentos?

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ escreveu:
Sáb, 04 Julho 2020 - 23:30 pm
Gabarito escreveu:
Sex, 03 Julho 2020 - 22:49 pm
Até na ficção científica, daqui a mil anos, já se prevê guerras e conflitos..
Se a referência for Star Wars, repare que a minha proposição foi sobre acabar com guerras entre seres humanos/acabar com guerras entre humanos na Terra, e isso é perfeitamente possível, não é fácil, e muito provavelmente não será feito nos próximos 50 anos. Mas, em menor escala já é algo que vem sendo feito na história, não é coisa fantástica.
Star Wars é um único exemplo.
A literatura da ficção científica está repleta de casos.
Já leu Asimov?
Os filmes quase todos do futuro mostram isso.
Mas filme não é argumento. Algo que foi e que pode passar a não ser mais.

Eu adoraria encontrar um argumento, uma prova mais palpável do que uma simples opinião.
Se a sua opinião é essa, a minha não é.
E agora?

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ escreveu:
Sáb, 04 Julho 2020 - 23:42 pm
Gabarito escreveu:
Dom, 21 Junho 2020 - 08:42 am

A guerra, logicamente, não é uma coisa boa. E nem foi afirmado isso.
A guerra é uma consequência da natureza humana e que NUNCA vai acabar enquanto o ser humano tiver sua natureza atual.

A guerra entre países (ou Estados nações) é uma consequência de como a sociedade mundial está organizada, a guerra é uma questão social ( ou seja que depende de condicionantes sociais, aqui inclusos condicionante políticos), não é uma questão biológica, a questão biológica são as pulsões agressivas, só que repare que à medida que a sociedade evolui, há cada vez mais um maior controle das pulsões agressivas nas sociedades (em termos de população (por exemplo percentual de homicídios), pessoas da sociedade atual não agem da mesma forma que uma sociedade primitiva do neolítico, ou nem mesmo da mesma forma que na Europa do século VII, em termos de vazões de pulsões agressivas).
Você não tem acompanhado o noticiário, só pode.

A guerra tem múltiplos níveis.
Os vizinhos que se trombam, os motoristas no trânsito, as disputas no escritório, as campanhas de difamação na política, as brigas de garotos no colégio, as disputas por terras, invasões, ocupações...
Em toda parte a natureza beligerante do ser humano está presente.

A guerra entre nações é somente a parte macroscópica dela, que tem diversos níveis, saindo do pessoal (briga de rua), passando para dentro da própria família (luta por herança), avançando para a rua e bairro (daí veio o termo "bairrismo"), indo para cidades (antigo programa de Sílvio Santos --> Cidade Contra Cidade), seguindo para estados (independência do Sul) e chegando em nações (guerra entre países).

É muito divertido ver a sua ginástica para provar que não.
Querer negar a natureza bélica do ser humano é a coisa mais sem noção que eu já vi por aqui.
E não há evolução nenhuma nisso. Zero, nada, nicht, nothing.
Conjunto vazio.jpg
Conjunto vazio.jpg (1.04 KiB) Exibido 54584 vezes

Naquele livro antigo, a gente ficou sabendo que Caim matou Abel.
Desde a pré-história que ocorreram guerras. Atravessamos milênios assistindo a todo tipo de provas de que o ser humano não mudou uma vírgula nesse sentido.
Hoje, adolescentes matam os pais.
Você tem visto o noticiário?
Pais matam os filhos.
Você tem visto o noticiário?

E isso não se alterou em nada.
E nem vai se alterar.

O que pode haver é mais controle na vigilância e rigor nas leis.
Somente para conter o ímpeto natural do ser humano.
Que, como eu já disse antes, pode ter vindo da seleção natural e da luta pela sobrevivência.
Está emaranhado dentro da natureza do ser humano, bem como na maioria dos seres vivos.
É o que faz uma espécie sobreviver, é a luta pela sobrevivência, algo primitivo, mas eficaz.
Foram milênios que moldaram isso dessa forma, está enraizado dentro do homem.

Puxe uma cadeira para esperar o dia em que o ser humano vai deixar de ter a guerra em seu DNA.
Espere sentado.
Pegue essa aí que eu acho que é confortável:

Cadeira - Poltrona confortável.jpg
Cadeira - Poltrona confortável.jpg (29.17 KiB) Exibido 54584 vezes

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ escreveu:
Sáb, 04 Julho 2020 - 23:53 pm
Prefiro 1 milhão de milhão de vezes fazer uma brincadeirinha bobinha, do que ser uma pessoa que participou de matanças (ou ser despedaçado por um pedaço de aço). Matanças não fazem pessoas melhores, e sim fazem pessoas mais brutas e animalizadas (ou te faz em pedaços).

E notando que a foto mostra um soldadinho inteirinho posudo, mas o que você acharia de ir para uma guerra na qual você teria um alto risco de ser estripado com um estilhaço de morteiro, qual você iria realmente preferir :

1) Ser estripado com um estilhaço de morteiro; https://www.imdb.com/title/tt0120815/me ... 2171950848

ou

2) Fazer uma brincadeirinha com programa de imagem ?
Eu tenho outras escolhas.
Ainda bem que somos diferentes.

Eu não ia conviver bem com minha consciência sabendo que meus irmãos e compatriotas saíram, deixaram famílias, sem nem saber que voltariam um dia e, ao invés disso,...
...ficar em casa, debaixo da cama com medo, procurando diversão com brincadeira de criança no celular, se esquivando das responsabilidades de um homem adulto.

Eu não iria conseguir dormir direito ao saber que minha idosa mãe, minha esposa, meus sobrinhos, meus filhos, meus vizinhos mais frágeis, as pessoas debilitadas do meu bairro e cidade, meus amigos e suas esposas, todos eles estariam ameaçados de uma invasão e sucumbirem sob a crueldade do inimigo.
Eu seria o primeiro a me apresentar para defender as possíveis futuras vítimas do inimigo.
Jamais fugiria do meu dever e me esconderia dentro de casa. A vergonha infinita me aniquilaria pelo resto da vida ao me lembrar que frustrei os que esperavam minha coragem e encontraram covardia.

É diferente de sair para uma guerra de invasão contra uma nação que não me ameaçou.


Mas...
se você fecha os olhos a isso e se aliena com brincadeira de criança, foge da responsabilidade de homem adulto, é uma escolha sua.
Não é a minha.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 09:05 am
JJ_JJ escreveu:
Sáb, 04 Julho 2020 - 23:42 pm
Gabarito escreveu:
Dom, 21 Junho 2020 - 08:42 am

A guerra, logicamente, não é uma coisa boa. E nem foi afirmado isso.
A guerra é uma consequência da natureza humana e que NUNCA vai acabar enquanto o ser humano tiver sua natureza atual.

A guerra entre países (ou Estados nações) é uma consequência de como a sociedade mundial está organizada, a guerra é uma questão social ( ou seja que depende de condicionantes sociais, aqui inclusos condicionante políticos), não é uma questão biológica, a questão biológica são as pulsões agressivas, só que repare que à medida que a sociedade evolui, há cada vez mais um maior controle das pulsões agressivas nas sociedades (em termos de população (por exemplo percentual de homicídios), pessoas da sociedade atual não agem da mesma forma que uma sociedade primitiva do neolítico, ou nem mesmo da mesma forma que na Europa do século VII, em termos de vazões de pulsões agressivas).
Você não tem acompanhado o noticiário, só pode.

A guerra tem múltiplos níveis.
Os vizinhos que se trombam, os motoristas no trânsito, as disputas no escritório, as campanhas de difamação na política, as brigas de garotos no colégio, as disputas por terras, invasões, ocupações...
Em toda parte a natureza beligerante do ser humano está presente.

A guerra entre nações é somente a parte macroscópica dela, que tem diversos níveis, saindo do pessoal (briga de rua), passando para dentro da própria família (luta por herança), avançando para a rua e bairro (daí veio o termo "bairrismo"), indo para cidades (antigo programa de Sílvio Santos --> Cidade Contra Cidade), seguindo para estados (independência do Sul) e chegando em nações (guerra entre países).


Você está tentando fazer uma redefinição de termo (para baixo) em relação ao que eu usei na minha proposição, usei o termo guerra para conflito entre países ou Estado-nações, não usei, por exemplo, no sentido de conflito entre vizinhos, e neste sentido minha proposição está corretíssima e é perfeitamente possível de ocorrer no futuro, tanto quanto foi possível acabar com as guerras entre cidades-estados, ou entre feudos.

E só para constar, com relação à criminalidade entre vizinhos, ou outros tipos de crimes, na antiguidade ou Idade Média, conflitos entre pessoas de uma mesma região ou cidade, eram bem mais comuns, por exemplo, homicídios eram bem mais banais (bem mais até do que no Brasil atual), enfim, não havia Estado e polícia, já com Estado e polícia, que funcionam bem (por exemplo, EUA) comportamentos agressivos serão muito muito menos comuns. Não se pode eliminar as pulsões agressivas, mas pode-se baixar muito os comportamentos que podem ocorrer quando indivíduos não precisam temer a coerção de instituições de um Estado que funcione relativamente bem (e quanto melhor funcionar, menor quantidade haverá desses comportamentos desviantes em relação às normas civilizadas).


E também para constar, você está confundindo um desejo de minorias do Sul do brasil que gostariam de se separar, e justamente uma das funções mais primordiais das FFAA é impedir esse tipo de coisa.

Essa minoria (geralmente racista) tem o desejo de separar, mas a instituição do Estado-nação impede tal desejo dessa minoria (geralmente racista).

Desejar separação (e até mesmo desejar uma separação com guerra civil) não é o mesmo que estar fazendo uma guerra para separar.

Entre este desejo (idiota) e a realidade, tem uma instituição do Estado que impede, e que mantem a unidade territorial do Estado.

Novamente aqui temos como solução, uma unificação política, no caso um Estado nacional e suas instituições.
.
Editado pela última vez por JJ_JJ em Dom, 05 Julho 2020 - 12:27 pm, em um total de 5 vezes.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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JJ_JJ escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:09 am
Você está tentando fazer uma redefinição de termo (para baixo) em relação ao que eu usei na minha proposição, usei o termo guerra para conflito entre países ou Estado-nações, não usei, por exemplo, no sentido de conflito entre vizinhos, e neste sentido minha proposição está corretíssima e é perfeitamente possível de ocorrer no futuro, tanto quanto foi possível acabar com as guerras entre cidades-estados, ou entre feudos.
Ora, mas são diferente níveis da mesma semente, derivados da mesma raiz.
Não são coisas diferentes na natureza. São progressões do mesmo comportamento.
Não adianta agora querer fugir disso.

JJ_JJ escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:09 am
E só para constar, com relação à criminalidade entre vizinhos, ou outros tipos de crimes, na antiguidade ou Idade Média, conflitos entre pessoas de uma mesma região ou cidade, eram bem mais comuns, por exemplo, homicídios eram bem mais banais (bem mais até do que no brasil atual), enfim, não havia Estado e polícia, com Estado e polícia , que funcionam bem (por exemplo, EUA) a criminalidade é bem mais baixa. Não se pode eliminar as pulsões agressivas, mas pode-se baixar muito os comportamentos que podem ocorrer quando indivíduos muito livres não precisam temer a coerção de instituições de um Estado que funcione relativamente bem (e quanto melhor funcionar, menor quantidade haverá desses comportamentos desviantes em relação as normas civilizadas).
Se no passado ocorria menos é porque no passado não havia o pacto civilizatório que temos hoje, baseado em leis e responsabilidades.
Há controle social, não vivemos mais na savana ou no feudo, mas em cidades urbanizadas e civilizadas.
A natureza violenta do homem está intocada.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Tanto é que, apesar das leis e o temor da perda da liberdade, as pessoas continuam se matando umas às outras como se não houvesse amanhã.
Ou seja, o ser humano continua na sua natureza cruel e bárbara (não todas as pessoas, claro), mesmo com uma quantidade enorme de tentativas de controle através das leis.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Esperar que vá sair uma geração da paz e do amor sem guerras e violências é de uma ingenuidade sem par.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:16 am
Tanto é que, apesar das leis e o temor da perda da liberdade, as pessoas continuam se matando umas às outras como se não houvesse amanhã.
A grande maioria das pessoas não estão matando umas às outras como se não houvesse amanhã, e isso mesmo em termos de Brasil com seus índices de 30 por 100.000, e muito menos em países com índices inferiores a 10 por 100.000, na ausência de Estado (razoavelmente funcional) estes números aumentam enormemente (coisa de 100 x ou mais). E até uma diferença de 6 x já é bastante perceptível e significativa (que veja, é a diferença entre Brasil e EUA neste aspecto).

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:13 am
JJ_JJ escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:09 am
Você está tentando fazer uma redefinição de termo (para baixo) em relação ao que eu usei na minha proposição, usei o termo guerra para conflito entre países ou Estado-nações, não usei, por exemplo, no sentido de conflito entre vizinhos, e neste sentido minha proposição está corretíssima e é perfeitamente possível de ocorrer no futuro, tanto quanto foi possível acabar com as guerras entre cidades-estados, ou entre feudos.
Ora, mas são diferente níveis da mesma semente, derivados da mesma raiz.
Não são coisas diferentes na natureza. São progressões do mesmo comportamento.
Não adianta agora querer fugir disso.

Você insiste na falha tentativa de tentar naturalizar um fenômeno social, o que o leva a confundir pulsões agressivas (fenômeno psico-biológico) com o complexo fenômeno social guerra entre Estados-nações.


E novamente, para comportamentos desviantes nós criamos instituições como a polícia e o judiciário, que são instituições Estatais, e que obviamente não zeram os comportamentos desviantes, mas que reduzem de forma muito significativa, e como já escrevi, até uma redução de 6 x é algo bem perceptível e significativa, quanto mais uma redução de 100 x , 200 x (que temos em relação ao que eram sociedades praticamente sem (ou mesmo sem) Estado e polícia e judiciário).


.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:17 am
Esperar que vá sair uma geração da paz e do amor sem guerras e violências é de uma ingenuidade sem par.

Nunca escrevi isso. O que podemos esperar sem risco de ser fantástico, mas que certamente não ocorrerá nos próximos 50 anos, é uma unificação política política mundial, é óbvio que falta muito para isso, mas é sim um caminho racional e não fantástico.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu escreveu:
Sex, 03 Julho 2020 - 23:16 pm
Creio que as guerras atuais só não matam mais proporcionalmente em comparação às guerras do passado, devido à cautela em relação às armas de destruição em massa. Daí, o fato de hoje não termos mais tantos conflitos armados em larga escala, com exceção dos que ocorrem no Oriente Médio e África Oriental.

A Guerra Fria mostrou claramente que as guerras atuais serão mais político-ideológicas do que armadas.

Existia a doutrina MAD. Não existe mais, já era. E para piorar importantes tratados que visam dificultar uma guerra entre Estados nucleares (antes EUA e URSS, e após final da URSS temos EUA e Rússia) estão sendo desfeitos, tratado ABM já era, tratado de mísseis de médio alcance já era, só resta o START III, que corre risco de não ser renovado:


Posição dos EUA sobre tratado START III destrói segurança internacional, opina analista


© AP Photo / Marinha dos EUA / Ford Williams
ANÁLISE
06:08 14.08.2019 URL curta541


O desenvolvimento de mísseis de cruzeiro hipersônicos na Rússia põe em causa a extensão do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), afirma um funcionário da Casa Branca, citado pela agência Reuters.

No entanto, para o analista militar Aleksandr Perengiev, o trabalho de prorrogação do tratado deve continuar.

Em Washington, a conclusão sobre os desenvolvimentos russos foi feita após a tragédia durante um teste de um sistema russo de propulsão, no dia 8 de agosto. A inteligência americana acredita que um protótipo do míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik tenha explodido durante os testes.

O Ministério da Defesa e a corporação russa Rosatom informaram que a explosão e posterior ignição ocorreram ao testar um motor de foguete de propulsor líquido em uma área militar na região russa de Arkhangelsk.

De acordo com uma fonte da agência Reuters que falou sob condição de anonimato, Washington não está preparado para dizer se se tratou de uma explosão nuclear, mas acredita que envolveu elementos radioativos.

Impacto negativo à segurança mundial

Durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o analista militar Aleksandr Perengiev comentou que é pouco provável que os EUA concordem com a prorrogação do tratado.

"A situação é tal que é improvável que Washington assine o tratado START III. Claro que isto destrói completamente todo o sistema de segurança internacional. Creio que, nas atuais circunstâncias, será necessário trabalhar na conclusão de alguns outros tratados - talvez tentar concluir tratados não em uma base bilateral, mas em uma base multilateral", opinou o analista.

"Até o momento, nove países possuem armas nucleares, cinco deles em uma base formal. Estes países estão desenvolvendo tecnologias de mísseis. Evidentemente, isto não tem um impacto positivo no sistema de segurança internacional como um todo. Esperemos poder chegar a um acordo e que outros Estados se juntem a nós", afirmou Perengiev.

No início de agosto, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) foi suspenso, com Washington se retirando unilateralmente do acordo e acusando Moscou de violação de longa data do documento. A Rússia nega todas as acusações.

O único tratado de limitação de armas em vigor neste momento entre Moscou e Washington é o START III, que foi assinado em 2010. O acordo expira em fevereiro de 2021 e ainda não foi oficialmente prorrogado pela Casa Branca.

https://br.sputniknews.com/opiniao/2019 ... -analista/

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Mensagem por JJ_JJ »

Gabarito escreveu:
Dom, 05 Julho 2020 - 10:13 am
Se no passado ocorria menos é porque no passado não havia o pacto civilizatório que temos hoje, baseado em leis e responsabilidades.
Há controle social, não vivemos mais na savana ou no feudo, mas em cidades urbanizadas e civilizadas.
A natureza violenta do homem está intocada.
"baseado em leis e responsabilidades"

=> Baseado em leis e instituições estatais, instituições como polícia e sistema judiciário, e em alguns casos (países ainda mais desenvolvidos socialmente) baseado também em mudanças sociais que trazem melhorias para a maioria da população (veja Noruega, Suécia, Finlândia). E tais instituições tem a ver com a própria criação dos Estados-nacionais via unificação política.

Qual o sentido de "a natureza violenta do homem está intocada", como se falsifica tal proposição ?

O fato é que o comportamento observável das grande maioria das pessoas é alterado com a unificação política/criação dos Estados-nacionais, criação de instituições estatais, e desenvolvimento social e econômico. Isto é fato, isto foi e é possível, apesar de existirem pulsões-agressivas, os comportamentos desviantes (homicídios, roubos, etc) são muitíssimo reduzidos em relação à sociedades que não tinham (ou não tem) tais características.


.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

A guerra sempre serviu para acobertar os problemas domésticos dos regimes imperiais. Isso é tão velho quanto o capitalismo. Está em todos livros de história. Quem vai para guerra por honra e glória ou foi atacado injustamente ou tem um parafuso a menos.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

"Farinha pouca, meu pirão primeiro"

"A humanidade está sempre a uma refeição de distância do caos" (ou seja, faltou comida, começa a violência)

A guerra está no DNA de todas as espécies, não apenas do ser humano. É uma disputa constante por recursos limitados, sejam eles água, comida, território, fêmeas, poder, transmissão do próprio DNA à geração seguinte etc.

A civilização apenas disfarça isto com um verniz fino que pode se romper a qualquer momento.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Fernando Silva escreveu:
Seg, 06 Julho 2020 - 08:57 am

A civilização apenas disfarça isto com um verniz fino que pode se romper a qualquer momento.
Também acho que a verdade nua e crua é esta.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Olha aí!
O que aconteceu há poucos meses no Panamá foi uma experiência do que pode acontecer numa sociedade coletivista.
Um grupo do que poderia se dizer de hippies modernos foi a um festival de música e acabou tendo que experimentar o que é viver em comunidade quase tribal.
Parece que não gostaram do resultado.
50 pessoas estão presas em festival de música no Panamá por conta do coronavírus
O paraíso que se tornou o inferno

1 de Maio de 2020 16:00
Matheus Fragata

Um festival musical chamado Tribal Gathering, no Panamá, trouxe muito mais estresse que diversão para, pelo menos, 50 pessoas. É que elas estão “presas” no local desde 15 de março.

O Panamá entrou em quarentena nacional contra o novo coronavírus e, por conta disso, todos os voos de entrada e saída no país foram cancelados. Logo, os turistas que estavam na rave estão presos no país até, no mínimo, o final de maio.

E com roupas e dinheiro contados para poucos dias, muitos ficaram exatamente onde estavam: na rave.

A Vice produziu uma reportagem mostrando o cotidiano dos turistas diante de um clima difícil, com diversas restrições e incertezas. Eles definem a experiência como um “inferno”, quando a expectativa era que fosse um verdadeiro “paraíso”.

Confira na reportagem:


youtu.be/k6Al9UyW2ck


O festival musical foi projetado para ser um paraíso temporário, onde as pessoas poderiam aprender com as comunidades indígenas sobre como reequilibrar a sociedade e viver em simbiose com a terra.

No entanto, o senso de união desapareceu rapidamente quando a situação ficou mais rígida, com participantes brigando por comida e espaço.

“Embora a situação seja terrível, é claro, também se tornou extremamente cômica. Os hippies agora estão sendo forçados a viver em sua utopia teórica – e não estão tendo o tempo maravilhoso que imaginavam”, relata o District Herald.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Surpresa!
Coletivismo 1.jpg
Coletivismo 2.jpg
Coletivismo 3.jpg
Isso aí acima é o dono do lugar explicando as regras.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Gabarito escreveu:
Qui, 09 Julho 2020 - 21:35 pm
50 pessoas estão presas em festival de música no Panamá por conta do coronavírus
O paraíso que se tornou o inferno

[...]

No entanto, o senso de união desapareceu rapidamente quando a situação ficou mais rígida, com participantes brigando por comida e espaço.

[...]


Sábias palavras de Fernando, reproduzidas abaixo:
Fernando Silva escreveu:
Seg, 06 Julho 2020 - 08:57 am
"Farinha pouca, meu pirão primeiro"

"A humanidade está sempre a uma refeição de distância do caos" (ou seja, faltou comida, começa a violência)

A guerra está no DNA de todas as espécies, não apenas do ser humano. É uma disputa constante por recursos limitados, sejam eles água, comida, território, fêmeas, poder, transmissão do próprio DNA à geração seguinte etc.

A civilização apenas disfarça isto com um verniz fino que pode se romper a qualquer momento.

Mad Max's effect rules, bro!

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Gabarito escreveu:
Qui, 09 Julho 2020 - 21:49 pm
Gabarito escreveu:
Qui, 09 Julho 2020 - 21:35 pm
50 pessoas estão presas em festival de música no Panamá por conta do coronavírus
O paraíso que se tornou o inferno

[...]

No entanto, o senso de união desapareceu rapidamente quando a situação ficou mais rígida, com participantes brigando por comida e espaço.

[...]
Eu vi essa história na Vice e depois em sites "conservadores," que vibravam.

Parece que era uma rave (ou coisa parecida) numa praia bonitona, paga, planejada para durar uma semana.
Chegou pandemia, e apareceram policiais para recolher passaportes das pessoas "pois elas não poderiam sair de lá." Depois de semanas dormindo na areia, sem infraestrutura, duros (pois a grana era para durar uma semana), sem comida, sem suporte, sem documentos, sem poder se descolacar, vira pesadelo mesmo.
também se tornou extremamente cômica. Os hippies agora estão sendo forçados a viver em sua utopia teórica – e não estão tendo o tempo maravilhoso que imaginavam
Eu consigo ver o Nixon versão Futurama dizendo isso aí acima.

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Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

Titoff escreveu:
Seg, 06 Julho 2020 - 14:11 pm
Fernando Silva escreveu:
Seg, 06 Julho 2020 - 08:57 am

A civilização apenas disfarça isto com um verniz fino que pode se romper a qualquer momento.
Também acho que a verdade nua e crua é esta.
Guerra é um ataque coordenado, você joga "sua" civilização contra a "outra" civilização.

A coesão social é essencial tanto para quem ataca, quanto para quem se defende.

Então não é por falta de coesão social que há guerra, pelo contrário, guerra exige ainda mais engajamento.

Daí eu pergunto, quais os reais motivos da guerra? Fico com os livros de história, que informam a guerra enquanto acobertamento de problemas domésticos (econômicos, políticos ou sociais).

Fabricam um inimigo externo, para que o cidadão não enxergue os problemas do próprio país.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Frencisco Toucinho escreveu:
Sex, 10 Julho 2020 - 10:28 am
Titoff escreveu:
Seg, 06 Julho 2020 - 14:11 pm
Fernando Silva escreveu:
Seg, 06 Julho 2020 - 08:57 am

A civilização apenas disfarça isto com um verniz fino que pode se romper a qualquer momento.
Também acho que a verdade nua e crua é esta.
Guerra é um ataque coordenado, você joga "sua" civilização contra a "outra" civilização.

A coesão social é essencial tanto para quem ataca, quanto para quem se defende.

Então não é por falta de coesão social que há guerra, pelo contrário, guerra exige ainda mais engajamento.

Daí eu pergunto, quais os reais motivos da guerra? Fico com os livros de história, que informam a guerra enquanto acobertamento de problemas domésticos (econômicos, políticos ou sociais).

Fabricam um inimigo externo, para que o cidadão não enxergue os problemas do próprio país.
Nação contra nação, geralmente sim. Mas não me coloquei pensando em ações de exércitos de um país.

Colocam Lenin como sendo o autor da frase "qualquer sociedade está há três refeições do caos," (e que o Fernando parafraseou acima). E é a frase tem sua verdade; faltou comida para os filhos, vocêvai ver a mais comportada sociedade virar terra de ninguém.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

Que nada! Na Venezuela todo mundo baixou a cabeça pro incompetente do Maduro. Essa estória de que o cara é violento porque é pobre não cola, já foi refutada no outro tópico.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Mad Max. Quando se trata de sobrevivência, as pessoas são mais inclinadas a matar as outras, principalmente em casos de escolhas: ou você ou ele. Tem até casos de acidentes aéreos onde os sobreviventes chegaram a praticar canibalismo para não morrerem de fome.

Talvez seja uma condição inerente do reino animal como um todo, e não exclusiva dos seres humanos.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Frencisco Toucinho escreveu:
Sex, 10 Julho 2020 - 21:28 pm
Que nada! Na Venezuela todo mundo baixou a cabeça pro incompetente do Maduro. Essa estória de que o cara é violento porque é pobre não cola, já foi refutada no outro tópico.
Nossa, o forum traz respostas definitivas quanto a natureza humana? Como somos sábios!

Mas você está falando de uma outra questão. Talvez o Cinzu tenha se expressado melhor aí acima.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

A sociedade é um caos de violência quando falta comida? Então, o que explica a baixa taxa de criminalidade da Índia mesmo?

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

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Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Estônia, Lituânia, Bielorrússia e Rússia, países desenvolvidos comparados a média do mundo, estão com cores escuras.

Índia, Indonésia, Vietnã, Butão, Níger e Senegal estão com cores claras. Justamente alguns daqueles que mais esperaríamos estar em Mad Max, ou pelo menos, no patamar de violência do Brasil, México e Colômbia.

Lembrei também que a guerra mais mortífera da história, a Segunda Guerra Mundial, ocorreu no século XX na Europa (principalmente), e não na Idade Média ou Antiguidade, onde quase 100% da população era miserável. E é difícil lembrar um século completo que mais morreu gente em guerra do que o último, se é que existiu algum.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Há de fato muitas exceções, o fator cultural tem grande influência nisso.

Ainda assim, a maioria dos países mais violentos, são países onde há mais miséria. Ordenando a lista por taxa de homicídio, fica assim:

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Ao invertermos a lista, percebemos que os países com menor criminalidade, são em grande parte países desenvolvidos com pouca ou nenhuma miséria:


Imagem


Há de se considerar ainda a questão da desigualdade. Um país rico não necessariamente é um país onde não há pobreza. Grande exemplo disso são os EUA.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Sáb, 11 Julho 2020 - 23:02 pm
A sociedade é um caos de violência quando falta comida? Então, o que explica a baixa taxa de criminalidade da Índia mesmo?
Acredito que o povo da Índia aceite melhor a miséria devido a suas crenças religiosas.
Nesta vida, estão morando na rua e pedindo esmola, mas, se suportarem o sofrimento sem reclamar, quem sabe voltam na próxima vida em situação bem melhor?

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Dom, 12 Julho 2020 - 03:25 am
Há de fato muitas exceções, o fator cultural tem grande influência nisso.

Ainda assim, a maioria dos países mais violentos, são países onde há mais miséria. Ordenando a lista por taxa de homicídio, fica assim:

Imagem


Ao invertermos a lista, percebemos que os países com menor criminalidade, são em grande parte países desenvolvidos com pouca ou nenhuma miséria:


Imagem


Há de se considerar ainda a questão da desigualdade. Um país rico não necessariamente é um país onde não há pobreza. Grande exemplo disso são os EUA.
Quando se considera a dimensão tempo, não se vê a associação da pobreza das nações com a violência. As nações contemporâneas são muitíssimo menos pobres do que as suas versões da Idade Moderna, Idade Média e Antiguidade. Porém, não se viu um declínio das guerras e da violência em geral.

Nos registros, a violência em pequena escala parece ter diminuído. No entanto, a magnitude da grande violência da guerra torna a violência de pequena escala menos relevante para a consideração dos riscos do número grande de fatalidades.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Isto porque as guerras são em grande medida promovidas por interesses de poucos, e que, devido ao poder que possuem, envolvem muitos.

Não dá pra dizer que a população geral de um dado país é violenta apenas porque um grupo de burocratas ou um ditador ordenou um bombardeio.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Cinzu escreveu:
Dom, 12 Julho 2020 - 10:57 am
Isto porque as guerras são em grande medida promovidas por interesses de poucos, e que, devido ao poder que possuem, envolvem muitos.

Não dá pra dizer que a população geral de um dado país é violenta apenas porque um grupo de burocratas ou um ditador ordenou um bombardeio.
Da mesma forma, os europeus que foram ao Novo Mundo, à África e à Ásia para tocar o horror representam os europeus que ficaram em casa?

Ou eles foram a esses lugares distantes em vez de ficar em casa justamente porque eram diferentes dos outros?

Quanto aos que ficaram em casa, o que sabiam eles do que estava acontecendo em terras remotas e exóticas?

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Cinzu escreveu:
Dom, 12 Julho 2020 - 10:57 am
Isto porque as guerras são em grande medida promovidas por interesses de poucos, e que, devido ao poder que possuem, envolvem muitos.

Não dá pra dizer que a população geral de um dado país é violenta apenas porque um grupo de burocratas ou um ditador ordenou um bombardeio.
A regra do 80/20 do número grande de homicídios causados por poucos também existe fora da guerra.

Nas nações contemporâneas, também existiram ou existem esses "poucos" fora do grupo dos burocratas. Em países da América Latina, grandes facções de narcotráfico foram e são organizações multimilionárias com poder comparável a de alguns estados-nações, veja o caso das organizações lideradas por Pablo Escobar, El Chapo e outros.

E, no caso dos Estados-máfias que fomentam grandes guerras, o colaboracionismo da população civil não é insignificante, basta ver o número de filiados ao Partido Nazista na Alemanha no seu auge (e também o número de eleitores).

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Huxley escreveu:
Sáb, 11 Julho 2020 - 23:02 pm
A sociedade é um caos de violência quando falta comida? Então, o que explica a baixa taxa de criminalidade da Índia mesmo?
Eu falo na impressão de quanto mais ao extremo se empurra, mais crimes e barbaridades vão acontecer.

Aí só joguei famine e crime rates no google para ver o que voltava. Apareceu um livro sobre a fome de Bengala no final do sec.XIX:

https://books.google.ca/books?id=J3R6um ... te&f=false

Li só algumas páginas rapidamente, mas, segundo o autor, a fome não é um período de rebelião geralmente, e não se observa crime generalizado ou organizado. Mesmo assim, observa-se aumentos nas taxas de crime nas regiões mais atingindas pela escassez.

Os crimes não só são relacionados ao roubo e revoltas, mas com a forme se espalhando se vê o aumento de famílias destruídas e prostituição infantil, que vejo como um crime muito pior do que o furto de um silo de grãos.

Imagino que também haja diferença na reação da população quanto ao que causa a fome: guerra e desaparecimento da estrutura social que existia antes, ou estar na ponta da arma de um grupo armado (exército) que controla e atira sem perguntar muito, como colonização.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

A Índia e seus 1,5 bilhão de pessoas são exceção, gente.
Um bilhão e meio de pessoas não são de relevância estatística.
Agora deixa eu continuar com minha teoria cretina. (ironia)

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Frencisco Toucinho escreveu:
Dom, 12 Julho 2020 - 16:05 pm
A Índia e seus 1,5 bilhão de pessoas são exceção, gente.
Um bilhão e meio de pessoas não são de relevância estatística.
Agora deixa eu continuar com minha teoria cretina. (ironia)
Um dos princípios básicos da coleta de dados estatísticos é a variabilidade das amostras.

Se você fizer uma entrevista com 1 bilhão de pessoas, todas de um mesmo local - Índia, por exemplo - e generalizar o resultado, vai chegar à conclusão que 90% da população mundial é hindu.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Frencisco Toucinho
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Mensagem por Frencisco Toucinho »

Eles são os mais pobres entre os pobres, JUSTAMENTE a característica se deseja para a pesquisa.

Mas, se quiser, continue fabulando até o infinito. Não vou mais reclamar.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Frencisco Toucinho escreveu:
Seg, 13 Julho 2020 - 21:00 pm
Eles são os mais pobres entre os pobres, JUSTAMENTE a característica se deseja para a pesquisa.

Mas, se quiser, continue fabulando até o infinito. Não vou mais reclamar.
Mais pobres entre os pobres? Então por que há outros mais de 100 países com PIB per capita menor que eles?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ ... per_capita

Mesmo que fossem, já expliquei que estatística é feita com base em variabilidade amostral. Não se faz pesquisas de intenção de voto Presidencial entrevistando uma única cidade. Mas, já que você diz que não vai mais reclamar, vou considerar que não pretende tentar entender nem o básico.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Cinzu escreveu:
Seg, 13 Julho 2020 - 23:45 pm
Frencisco Toucinho escreveu:
Seg, 13 Julho 2020 - 21:00 pm
Eles são os mais pobres entre os pobres, JUSTAMENTE a característica se deseja para a pesquisa.

Mas, se quiser, continue fabulando até o infinito. Não vou mais reclamar.
Mais pobres entre os pobres? Então por que há outros mais de 100 países com PIB per capita menor que eles?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ ... per_capita

Mesmo que fossem, já expliquei que estatística é feita com base em variabilidade amostral. Não se faz pesquisas de intenção de voto Presidencial entrevistando uma única cidade. Mas, já que você diz que não vai mais reclamar, vou considerar que não pretende tentar entender nem o básico.

Fora que coloquei acima que houve sim aumento nos crimes durante períodos de grande fome na Índia, como roubos, invasões, e prostituição infantil. Para complementar o cenário mad max, há relatos de crianças comendo os grãos não digeridos da diarreia de mendigo.

Mas claro que o comportamento humano é muito mais complexo que uma única variável. Postulo que em lugares onde a escassez de alimentos foi "normalizada," com gerações nascendo neste cenário, o comportomento mais conformado se torna mais corrente. Já se isso ocorre numa sociedade como a nossa, onde todos estãos acostumados a terem comida, mesmo os mais pobres, e de repente não há mais comida para todos, a coisa fica mais feia mais rápido. Não acho que falta de comida não fará diferença nenhuma para o comportamento das pessoas, com todos abnegadamente morrendo, como alguns parecem sugerir.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Titoff escreveu:
Ter, 14 Julho 2020 - 00:05 am
Cinzu escreveu:
Seg, 13 Julho 2020 - 23:45 pm
Frencisco Toucinho escreveu:
Seg, 13 Julho 2020 - 21:00 pm
Eles são os mais pobres entre os pobres, JUSTAMENTE a característica se deseja para a pesquisa.

Mas, se quiser, continue fabulando até o infinito. Não vou mais reclamar.
Mais pobres entre os pobres? Então por que há outros mais de 100 países com PIB per capita menor que eles?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ ... per_capita

Mesmo que fossem, já expliquei que estatística é feita com base em variabilidade amostral. Não se faz pesquisas de intenção de voto Presidencial entrevistando uma única cidade. Mas, já que você diz que não vai mais reclamar, vou considerar que não pretende tentar entender nem o básico.

Fora que coloquei acima que houve sim aumento nos crimes durante períodos de grande fome na Índia, como roubos, invasões, e prostituição infantil. Para complementar o cenário mad max, há relatos de crianças comendo os grãos não digeridos da diarreia de mendigo.

Mas claro que o comportamento humano é muito mais complexo que uma única variável. Postulo que em lugares onde a escassez de alimentos foi "normalizada," com gerações nascendo neste cenário, o comportomento mais conformado se torna mais corrente. Já se isso ocorre numa sociedade como a nossa, onde todos estãos acostumados a terem comida, mesmo os mais pobres, e de repente não há mais comida para todos, a coisa fica mais feia mais rápido. Não acho que falta de comida não fará diferença nenhuma para o comportamento das pessoas, com todos abnegadamente morrendo, como alguns parecem sugerir.
Buscando eventos dispersos, encontra-se certa evidência para quase tudo o que quiser. Se formos além da variação de violência na Índia em determinado período específico, então devemos lembrar também que a violência nos Estados Unidos CAIU na grande recessão de 2008-2009.

Por outro lado, quando se fala de dados mais abrangentes, pode-se mencionar que as vítimas fatais de guerras estavam em menor número nas famélicas Idade Média e Antiguidade em comparação aos mais prósperos e recentes séculos do período pós-revolução industrial.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Huxley escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 01:08 am

Buscando eventos dispersos, encontra-se certa evidência para quase tudo o que quiser. Se formos além da variação de violência na Índia em determinado período específico, então devemos lembrar também que a violência nos Estados Unidos CAIU na grande recessão de 2008-2009.
Não busquei evento disperso, falou-se da Índia e havia dados sobre uma das grandes fomes daquele país.

Não fazia idéia da queda de criminalidade durante recessão de 2008. Dei uma pesquisada e parece ter sido a exceção que confirma a regra.

Talvez ache esse texto interessante:


Crime and the Great Recession: Introduction to the Special Issue


De qualquer forma, pensei mais em barriga vazia mesmo, sem nenhuma rede de suporte social.
Huxley escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 01:08 am
Por outro lado, quando se fala de dados mais abrangentes, pode-se mencionar que as vítimas fatais de guerras estavam em menor número nas famélicas Idade Média e Antiguidade em comparação aos mais prósperos e recentes séculos do período pós-revolução industrial.
Mas aí não seria uma maior capacidade tecnológica em matar?

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 01:08 am
Por outro lado, quando se fala de dados mais abrangentes, pode-se mencionar que as vítimas fatais de guerras estavam em menor número nas famélicas Idade Média e Antiguidade em comparação aos mais prósperos e recentes séculos do período pós-revolução industrial.
Há algumas coisas a se considerar:
1. Alguém comentou que as guerras do século 18 e 19 eram disputadas em campos abertos e não chegavam a afetar a vida das populações.

2. Na Antiguidade, a ideia era "não deixar pedra sobre pedra". Destruíam-se as cidades inimigas, matavam-se ou escravizavam-se os homens e levavam-se mulheres e crianças como butim. Assim reduziam-se os riscos de uma retaliação.

3. Na Idade Média, a coisa não era muito diferente do que se viu em Game of Thrones: queima tudo, mata todo mundo, incendeiam-se plantações e florestas.
Isto ainda aconteceu durante a Guerra dos 30 Anos (1618-1648), que matou metade da população alemã. As cidades que não se rendiam eram incendiadas com o povo dentro. As fazendas eram saqueadas e queimadas, os homens mortos, as mulheres estupradas (antes de serem mortas), os animais e os alimentos saqueados ou destruídos. Como havia muitas facções em luta, praticavam a tática de terra arrasada: o exército que viesse atrás não encontraria nem abrigo nem alimento.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Titoff escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 02:43 am
Huxley escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 01:08 am

Buscando eventos dispersos, encontra-se certa evidência para quase tudo o que quiser. Se formos além da variação de violência na Índia em determinado período específico, então devemos lembrar também que a violência nos Estados Unidos CAIU na grande recessão de 2008-2009.
Não busquei evento disperso, falou-se da Índia e havia dados sobre uma das grandes fomes daquele país.

Não fazia idéia da queda de criminalidade durante recessão de 2008. Dei uma pesquisada e parece ter sido a exceção que confirma a regra.

Talvez ache esse texto interessante:


Crime and the Great Recession: Introduction to the Special Issue


De qualquer forma, pensei mais em barriga vazia mesmo, sem nenhuma rede de suporte social.
Huxley escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 01:08 am
Por outro lado, quando se fala de dados mais abrangentes, pode-se mencionar que as vítimas fatais de guerras estavam em menor número nas famélicas Idade Média e Antiguidade em comparação aos mais prósperos e recentes séculos do período pós-revolução industrial.
Mas aí não seria uma maior capacidade tecnológica em matar?
Independentemente de existir guerra num país, devido a regra do 80-20, o número de homicídios intencionais não mede o número de assassinos. Ademais, historicamente, a produção de armas de destruição em massa não foi desacompanhada de colaboracionismo de guerra em massa. O Partido Nazista teve muitos filiados e eleitores no seu auge. A Guerra do Iraque no século XXI, que matou mais de 200 mil pessoas, foi liderada por George W. Bush, que teve 59 milhões de eleitores na sua reeleição.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Fernando Silva escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 10:01 am
Huxley escreveu:
Qua, 15 Julho 2020 - 01:08 am
Por outro lado, quando se fala de dados mais abrangentes, pode-se mencionar que as vítimas fatais de guerras estavam em menor número nas famélicas Idade Média e Antiguidade em comparação aos mais prósperos e recentes séculos do período pós-revolução industrial.
Há algumas coisas a se considerar:
1. Alguém comentou que as guerras do século 18 e 19 eram disputadas em campos abertos e não chegavam a afetar a vida das populações.

2. Na Antiguidade, a ideia era "não deixar pedra sobre pedra". Destruíam-se as cidades inimigas, matavam-se ou escravizavam-se os homens e levavam-se mulheres e crianças como butim. Assim reduziam-se os riscos de uma retaliação.

3. Na Idade Média, a coisa não era muito diferente do que se viu em Game of Thrones: queima tudo, mata todo mundo, incendeiam-se plantações e florestas.
Isto ainda aconteceu durante a Guerra dos 30 Anos (1618-1648), que matou metade da população alemã. As cidades que não se rendiam eram incendiadas com o povo dentro. As fazendas eram saqueadas e queimadas, os homens mortos, as mulheres estupradas (antes de serem mortas), os animais e os alimentos saqueados ou destruídos. Como havia muitas facções em luta, praticavam a tática de terra arrasada: o exército que viesse atrás não encontraria nem abrigo nem alimento.
É uma ingenuidade achar que tudo isso não ocorreu do século XX para cá. Genocídios, estupros em massa, fogo posto e saques também ocorreram na Segunda Guerra Mundial, na Guerra Sino-Japonesa e nos crimes em massa produzidos pelos nazistas e comunistas. No século XX, ainda teve tortura nos campos de concentração, Gulags e experimentos médicos mortais com cobaias humanas.
Editado pela última vez por Huxley em Qua, 15 Julho 2020 - 11:40 am, em um total de 1 vez.

Re: Dificuldades do passado - Facilidades do presente

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Este estudo dos EUA aponta que a criminalidade tende a ser maior em períodos de recessão e alto desemprego da população. Foi analisado dados desde a recessão de 1930: https://smartech.gatech.edu/bitstream/h ... erates.pdf

Segundo estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) há uma correlação entre desemprego e criminalidade. Um aumento de 1% nas taxas de desemprego implica em aumento da criminalidade em cerca de 1,8%. O estudo também aponta que o acesso à atendimento escolar diminui a criminalidade: https://www.ipea.gov.br/portal/index.ph ... Itemid=444

Já este outro, trata-se de entrevistas com departamentos de polícias dos EUA, que afirmam que durante recessões econômicas e crises, a criminalidade aumenta: https://www.reuters.com/article/us-usa- ... FR20090127
Of the 100 agencies who linked crime rises to the economic crisis, 39 percent said they had seen an increase in robberies, 32 percent an uptick in burglaries and 40 percent an increase in thefts from vehicles.
Recessões econômicas, em geral, além de diminuírem as oportunidades e causarem aumento de desemprego, geralmente também implicam em redução de investimentos com segurança pública. Estes e outros motivos acabam contribuindo para ambientes mais propícios à criminalidade.

Para o Fórum Econômico Mundial, também há relação entre prosperidade econômica e criminalidade. Em geral, a criminalidade tende a ser menor em períodos de prosperidade econômica: https://www.weforum.org/agenda/2015/03/ ... ase-crime/
Our results have important implications that contribute to the current policy debate about the long-term impact of recessions on youth. We demonstrate a disconcerting and long-run effect of economic downturns. Recessions not only lead to short-term negative outcomes on the labour market but can indeed produce career criminals. We find robust evidence of an initially strong and eventually long-lasting detrimental effect of entering the labour market during a recession for individuals at the threshold of criminal activity. These effects are economically substantial and potentially more disturbing than short-run effects.
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