Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Fernando Silva escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 12:06 pm
Cal Kestis escreveu:
Sáb, 11 Abril 2020 - 22:49 pm
"Eis por que a raça negra, enquanto raça negra, corporeamente falando, jamais alcançará o nível das raças caucásicas; ”
(Allan Kardec, “Perfectibilidade da raça negra” Revue Spirite, Abril de 1862).
O que Kardec está dizendo aqui é que a "raça" negra, enquanto raça negra, ou seja, não miscigenada, serão sempre as mesmas.
O que tem de racismo aqui? Qual raça, não miscigenada, melhora biologicamente?
O que você entende por "jamais alcançará o nível" ? Nível de quê?
Não há "melhora" na evolução, há adaptação.
Os europeus tiveram que embranquecer para aproveitar melhor o pouco sol disponível, os africanos, pelo contrário, permaneceram negros para se proteger dele.
Cada um está adaptado a seu ambiente. Nenhum deles é melhor que o outro biologicamente.
Baseado nessa afirmação feita em outro tópico, sobre características próprias de certas etnias, achei que o debate podia se estender em outro lugar e que abordasse com mais profundidade o assunto.
Por isso, esse novo tópico poderá se estender mais sobre o tema sem contaminar o outro.

É certo que a evolução proporcionou formas de melhor adaptação ao ambiente para os povos que nele viveram ao longo de milhares de anos.
Mas é certo também que essa adaptação trouxe "melhorias" para esses povos em relação a outros.

Fato é que, no atletismo, pessoas negras têm conquistado recordes olímpicos em provas de 100 metros rasos desde a década de 60.
E que a disputa da maratona, uma prova de fundo, a predominância se dá entre atletas brancos.

Entre os mais de 800 Prêmios Nobel entregues desde 1901, apenas 15 agraciados eram negros.
Nesse caso, há que se levar em conta também o fator cultural.
Somente de algumas décadas para cá é que os negros passaram a ter mais espaço em todos os meios, inclusive na Ciência.
Portanto, isso não é parâmetro para apontar diferenças; é apenas uma curiosidade de ocasião.
As diferenças são outras, possivelmente muito mais biológicas do que intelectuais.

Seja como for, existem diferenças.
Tanto que já se comentou sobre a adaptação da pele branca para melhor sintetizar vitamina D no sol fraco da Europa e, por outro lado, a pele negra para melhor suportar o sol forte da África.
Ou seja, diferenças.

O que não se questiona é sobre a personalidade, o caráter e a dignidade que todo ser humano, que está sob aquela pele, merece.

Dito isso, seguem três artigos que abordam as diferenças nos esportes.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Hyperscience escreveu: Cientistas explicam porque atletas negros são mais rápidos
Por Luciana Galastri, em 13.07.2010

Dos últimos 38 recordistas mundiais nos 100 metros rasos, 28 são atletas negros. Cientistas acham terem encontrado as razões pelas quais eles foram mais rápidos.

O estudo feito na Universidade de Howard mostra que há uma diferença entre negros, asiáticos e brancos na questão do comprimento dos braços e pernas e que o centro de gravidade do corpo dos negros seria mais alto, dando mais estabilidade na corrida.

Desde 1968 os recordes na prova de 100 metros rasos foram quebrados por atletas negros. Isso aconteceria pela diferença que cada raça tem na sua estrutura física – então o atleta poderia ser africano, brasileiro, jamaicano, canadense ou alemão: se ele for afrodescendente, independente de sua cultura, ele terá mais chances de ser mais rápido por seu físico.

Os negros tendem a ter membros mais longos, mas com uma circunferência menor. Isso afetaria o centro de gravidade de seus corpos, que seria mais alto do que se comparado com um branco ou asiático da mesma altura.

Segundo os pesquisadores, as diferenças são pequenas e não as notamos apenas no olhar: foi só medindo e comparando os membro de atletas que os cientistas chegaram a essas conclusões.

O estudo analisou as medidas de soldados de 17 nações diferentes. Como os militares medem a maior parte do corpo de seus recrutas com exatidão, eles são uma fonte confiável. Depois fizeram as comparações e perceberam que as pessoas mais rápidas possuem membros longos, centro de gravidade mais alta, e que essas características são mais comuns em negros.

Em contraste, os brancos possuem o tórax mais largo, tendo a vantagem em esportes aquáticos.

Usain Bolt (foto), jamaicano, é atualmente o homem mais rápido do mundo, tendo completado a prova de 100 metros rasos em 9,85 segundos. [Life’s Little Mysteries]

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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O esporte e as diferenças raciais

Um aspecto interessante no desempenho dos atletas de alto nível é a influência racial no resultado de algumas modalidades esportivas. Nós sabemos através da publicação de inúmeras pesquisas científicas que o principal fator determinante do potencial de um atleta é sua herança genética. Portanto, as características morfológicas e funcionais predominantes em cada raça deverão ser decisivas na aptidão do atleta em determinadas modalidades.

Um fato já bastante evidente é o predomínio dos indivíduos da raça negra nas provas de velocidade no atletismo. Praticamente todos os grandes nomes ligados à prova de 100 metros rasos nas últimas décadas são atletas da raça negra.

A explicação científica deste fato demonstra que não se trata de uma mera casualidade. Na realidade, a razão determinante deste predomínio nós encontramos ao estudar as características dos músculos das diferentes raças.

Todos nós possuímos dois tipos diferentes de células nos músculos. De acordo com suas propriedades, as células de contração rápida e células de contração lenta. A herança genética de cada indivíduo determina uma distribuição percentual dos dois tipos de células. A grande maioria dos indivíduos possuí uma distribuição equilibrada dos dois tipos de células musculares. No entanto, na maioria dos indivíduos da raça negra existe uma predominância das células musculares de contração rápida.

O estudo dos músculos de alguns campeões de provas de velocidade mostrou a existência de até 80% de células de contração rápida. Isso significa que os negros, como característica da raça, têm músculos capazes de se contrair com maior velocidade, o que assegura um maior potencial para as corridas de curta duração.

Por outro lado, outras características como flexibilidade, agilidade, etc, parecem também predominar em outras raças. Será que o evidente predomínio dos asiáticos, particularmente os japoneses, no tênis de mesa, por exemplo, não se justifica por características herdadas geneticamente? Certamente a ciência chegará à explicação pertinente nos próximos anos.

Esse lado, com certeza é um dos aspectos mais apaixonantes dos estudos científicos aplicados aos esporte. O que nasce nessa discussão entretanto é um certo receio de que o homem tenha a pretenção futura de interferir na herança genética de maneira artificial. Caso os cientístas resolvam tentar produzir "clones" de atletas excepcionais tentando "copiar" seus cromossomos, a competição definitivamente sairá das pistas para os laboratórios!


Prof. Dr. Turibio Leite de Barros Neto

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Há uma supremacia negra no desporto?
Dulce Furtado
29 de Maio de 2000, 0:00

Por que é que os atletas negros dominam o desporto? Por que é que se tem tanto medo de falar disso? "Taboo", um livro de Jon Entine, faz estas duas perguntas. Incómodo, não colheu a mais calorosa das recepções, sobretudo entre os activistas mais radicais, por se atrever a usar a palavra "natural" e abrir caminho à explicação genética para a supremacia dos atletas negros. O objectivo de Entine é provocar a discussão. Mas até onde estão os cientistas dispostos a concordar com as suas ideias? Pouco, observa o geneticista português Carolino Monteiro.

"Os negros, em muitos aspectos físicos, são mais bem feitos", afirmou há 12 anos Carl Lewis, um dos melhores "sprinters" de todos os tempos. E depois encolhia os ombros para o entrevistador, como dizendo: "Mas alguém tem dúvidas disso?". Este é o mesmo Carl Lewis que treinava oito horas por semana - por semana, e não por dia - ao preparar-se para os Jogos Olímpicos de 1984, onde arrebatou quatro medalhas de ouro. A crença de Lewis de que faz parte de uma raça à parte pode ser vista como afirmação do orgulho negro ou então, muito simplesmente, como expressão de um estereótipo racista de tal forma poderoso que até os indivíduos negros bem sucedidos o recitam de cor. A simples ousadia de se mencionar uma eventual superioridade atlética dos indivíduos negros provoca reacções bastante inóspitas. "Tolice", "obsessão branca" e "despudorado frenesi racista" são as expressões com que muitos afro-americanos, para usar o termo politicamente correcto, caracterizam o interesse por este assunto. E por detrás desse interesse, defendem os mais activistas, existem no outro prato da balança estereótipos de uma inferioridade intelectual e moral dos indivíduos negros. Sob este ponto de vista, o sucesso dos atletas negros nunca será um elogio, mas antes uma afirmação clara de preconceito racista ou, como escreveu uma vez Bob Herbert, reputado colunista do New York Times, "uma forma gentil de dizer preto". Foi nestas tumultuosas águas que o jornalista Jon Entine debruçou as suas atenções para escrever "Taboo", um livro onde se procura perceber por que é que os atletas negros dominam o desporto mundial e por que razão é tão difícil falar neste assunto. O tema não é estranho a Jon Entine, que em 1989 ganhou o galardão de Melhor Documentário Desportivo com um trabalho sobre os atletas negros. Com base nas mais recentes pesquisas científicas no campo da evolução e da genética - incluindo o revolucionário Projecto Genoma Humano - e graças a um aturado trabalho de documentação, Entine consegue demonstrar de forma bastante persuasiva como é que a biologia e a ancestralidade ganham um peso preponderante na extraordinária ascensão dos atletas negros. Quando fala do domínio dos atletas negros no desporto, refere-se sobretudo ao desporto norte-americano. Melhor: às modalidades mais populares nos Estados Unidos - basquetebol, basebol, futebol americano, atletismo -, em relação às quais se gerou o consenso de que os indivíduos negros são dominantes. A premissa da qual parte é pois questionável. "Ainda está por determinar se são atletas negros que dominam efectivamente o desporto mundial", aponta Carolino Monteiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Genética Humana: "É aqui que reside a minha primeira dúvida: é verdade que são os indivíduos negros os melhores atletas? "Pois para Jon Entine - e também para a generalidade dos norte-americanos - esse é um ponto assente. E é mesmo sugerido que os indivíduos com ascendências africanas só não dominam ainda todas as modalidades desportivas no panorama mundial porque ainda não têm condições iguais para competir em todas elas. Aí, Tiger Woods, no golfe, e as irmãs Venus e Serena Williams, no ténis, aparecem como excepções: como se tivessem quebrado a regra cultural e racista que tem vindo a impedir os atletas negros de se afirmarem também nessas modalidades. Romper-se-ia tal consenso, com efeito, ao enumerar as dezenas de modalidades desportivas em que não existe um domínio dos atletas negros: na natação, no ciclismo, no hóquei, no andebol, no futebol, e até em algumas das especialidades do atletismo como o lançamento do dardo, do peso e do disco... Mas também não há como refutar a evidência apontada por Jon Entine. Evidência a que estamos de tal forma habituados que é fácil esquecermos-nos dela: os atletas negros dominam uma boa parte do universo desportivo, convenhamos até que praticamente todo o universo desportivo norte-americano. Com uma fatia de apenas 13 por cento no total da população dos Estados Unidos, os negros estão representados em 80 por cento na Liga Norte-Americana de Basquetebol Profissional (NBA), em 70 por cento na Liga Norte-Americana de Basquetebol Feminino (WNBA) e em 65 por cento na Liga Profissional de Futebol Americano (NFL). Mais. Nas pistas do atletismo, por muitos consideradas o "laboratório puro" das capacidades atléticas, os corredores de ascendência africana são detentores de todos os recordes mundiais masculinos e individuais de todas as distâncias: desde os 100 metros (em que nenhum atleta que não seja negro conquista o recorde do mundo desde 1960) à maratona. No futebol americano, as posições que requerem a maior combinação de velocidade e força são quase inteiramente ocupadas por jogadores negros. No basquetebol, a modalidade que exige a mais poderosa combinação de capacidade de elevação, explosões de força e agilidade, quase todos os que integram os cinco iniciais e praticamente todas as grande estrelas da modalidade são negros. Até no basebol os atletas negros estão desproporcionadamente representados, embora não à mesma escala do que acontece no futebol americano e no basquetebol, modalidades que, por definição, são atleticamente mais exigentes. Nada disto é novidade para os atentos seguidores do desporto norte-americano e do atletismo mundial. E não é novidade nenhuma há mais de 30 anos. É preciso recuar até ao início dos anos 60, ou mais ainda, para se encontrar uma época em que os atletas negros não dominavam completamente o basquetebol e, numa escala menor, o futebol americano. Os dias em que as equipas da NFL tinham como titulares, por rotina, dois jogadores brancos nas posições de "wide receiver" parecem mesmo pertencer ao período paleolítico. E nos 100 metros olímpicos já não há sequer um único finalista masculino de pele branca há várias décadas, exceptuando os Jogos de 1980, em que muitos países, incluindo os Estados Unidos, boicotaram o evento de Moscovo. O fenómeno é fascinante. Mas o que fascina ainda mais é que todos - com excepção única dos próprios atletas - parecem recear abordar este assunto publicamente. "Há de facto uma ausência de discussão em volta do tema rácico", confirma Carolino Monteiro. E adianta: "Tenho dificuldade em utilizar a palavra 'raça' por razões genéticas". É que, sob um olhar científico, raça é quase um conceito vazio, pelo menos da forma como está culturalmente definido: "com três mil milhões de genes nos seres humanos, não podemos falar apenas na cor da pele e nas características faciais para diferenciar um determinado grupo", junta ainda aquele geneticista. Não é de admirar portanto que a simples afirmação de que os indivíduos negros são melhores atletas conduza a uma questão ainda demasiado traumática para as delicadas sensibilidades raciais, não só dos Estados Unidos, mas de muitos outros países: por que é que eles são melhores? A resposta politicamente correcta é a de que os atletas negros dominam o desporto devido a uma desvantagem ambiental e não - melhor, nunca! - graças a uma vantagem biológica. E sob este ponto de vista, o flagrante êxito dos atletas negros é o efeito directo do racismo: para as populações negras, o desporto seria praticamente a única via para conseguir sair do "ghetto". Daí a sua extraordinária motivação para serem bem-sucedidos. Há obviamente muito de verdade nesta resposta. Antes de se pôr de parte a ideia de que o meio-ambiente pode por si só produzir tantos atletas negros de nível mundial, convém não esquecer que os factores culturais e ambientais são facilmente subestimados, até pelos próprios atletas. Não ocorre a ninguém sequer sugerir que os judeus ou os asiáticos são de alguma forma geneticamente dotados para se tornarem músicos eruditos de extraordinária excelência e, no entanto, são eles que também desproporcionadamente estão representados nessa área de criação artística. Segundo esta mesma lógica, também não aparece ninguém a sugerir que os negros são geneticamente dotados para uma virtuosa improvisação musical e, porém, são eles quem domina claramente o jazz, da mesma forma que dominam o basquetebol e as corridas de atletismo. Para além destas evidências, existem boas e sensatas razões para se acreditar que o domínio dos atletas negros não se deve a factores fisiológicos. A ciência tem uma longa e mal-afamada história de fazer falsas extrapolações a partir de dados inconclusivos, extrapolações essas que muitas vezes apenas papaguearam os preconceitos da época. No caso dos indivíduos negros, que os brancos perniciosamente associaram a uma "animalidade bruta" e a uma noção de "selvagem ingénuo" desde que com eles se cruzaram pela primeira vez, tais preconceitos podem até ter submergido à força das teorias e movimentos igualitários das sociedades modernas mas também podem ser muito facilmente acordados. "Antes de se ser cientista é-se ser humano, e inerente à condição humana transportam-se tabus dados pelos exterior", concorda Carolino Monteiro. Por isso, certamente que com o fenómeno do domínio dos atletas negros em mãos, as explicações da ciência devem ser olhadas com algum cepticismo. Só que bater o recorde mundial dos 100 metros é um feito bem mais quantificável do que "explodir" numa virtuosa execução de um concerto de Rachmaninoff. E, à medida que o domínio dos atletas negros aumenta, assim como engrandece o nosso conhecimento na genética, na antropologia e na fisiologia, vai ficando cada vez mais difícil explicar a superioridade atlética dos indivíduos negros com base unicamente e tão só nos factores ambientais. A resposta, então, parece estar no meio-termo. Se por um lado a teoria dos factores ambientais deterministas já encontra dificuldades em vingar, também a tese do determinismo genético-biológico continua a carecer de bases suficientemente bem sustentadas. Por enquanto, a opção mais sensata - não a mais ousada nem tão pouco a mais cautelosa - aponta para a correlação dos dois factores. "Podemos falar na existência de uma carga ambiental própria para uma carga genética própria, mas não podemos afirmar que existam diferenças consoante se trate de negróides, caucasóides ou outras populações", afirma o geneticista Carolino Monteiro. E adianta: "Para existir um bom atleta têm que coexistir várias peças de puzzle. É claro que a genética pode entrar aqui, com a influência de vários genes que vão contribuir para um determinado tipo de funcionamento de uma célula: genes envolvidos no metabolismo do oxigénio, genes envolvidos no desenvolvimento da célula muscular... Seguramente que a combinação de vários genes terá um papel importante, mas não me parece que possamos falar num determinismo genético negróide para o desporto". Quer isto dizer que apesar de se reconhecer um papel importante à genética - embora a ciência continue ainda em dificuldades para isolar quais exactamente são os genes necessários na "construção" de uma performance atlética de topo - não se deve nem pode menosprezar a influência dos factores ambienciais. Que mais não seja porque são eles que permitem que os factores genéticos se expressem. "Seguramente que não vamos encontrar uma enormidade de talentos desportivos, à escala dos melhores do mundo, em Angola, na Guiné ou na Serra Leoa. Como é que se podem encontrar potenciais talentos desportivos em sociedades em que é difícil até assegurar as condições mínimas de vida?", questiona o geneticista, para sustentar que é o resultado do património genético a par da carga ambiencial que pode, eventualmente, marcar a diferença. Não exclui, Carolino Monteiro, a possibilidade de "ao longo da evolução humana determinados genes terem favorecido algumas performances de sobrevivência". O que significa que tem haver uma causa exterior a alterar o equilíbrio e, portanto, a expressar a diferença. Embora os humanos médios partilhem 99,8 por cento do mesmo material genético, parece ser bem mais importante para esta questão não a quantidade de genes que são diferentes mas quais os genes que são diferentes. "Não é a percentagem de genes diferentes que verdadeiramente importa mas sim o impacto que esses genes podem ter na fisiologia e, se se quiser, no comportamento humano", defende Jon Entine. Com efeito, se fosse a quantidade de genes iguais que contasse, não estaria a espécie humana assim tão longínqua, por exemplo, dos cães, que partilham cerca de 95 por cento do genoma humano, ou até dos pequeninos bichos-de-conta, que têm 75 por cento dos mesmo genes que existem nos seres humanos. Os factores ambientais e culturais podem, então, aumentar ou diminuir quaisquer eventuais variações que existam inerentes à evolução humana. Variações que podem parecer diminutas ao nível em que se integra a generalidade das pessoas, mas que constituem aquilo de que os campeões são feitos quando se fala de uma elite. As diferenças físicas e fisiológicas, moldadas ao longo de muitos milhares de anos de evolução, são de facto infinitesimais. Mas são também cruciais em competições desportivas em que uma fracção de segundo separa o medalhado de ouro dos outros. Para pessoas como Einstein e Mozart - e, para o mesmo efeito, de Mark McGwire, de Jim Brown, de Carl Lewis e de Péle - os genes contam imenso. A biologia pode ter os seus limites, mas não pode estar ausente da discussão. Sob pena de se continuar a tentar explicar as fantásticas performances desportivas dos atletas negros com as diferenças de oportunidades que a sociedade lhes oferece. E essa é a forma menos provável de se fazer o culto da biodiversidade. Afinal, ainda que seja melhor ser igual em vez de diferente, é bem melhor ser humanamente diverso.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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aronax
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Mensagem por aronax »

Vou resumir o que penso. A décadas tive este debate com amigos negros que me falavam na supremacia negra nos esportes que evidenciariam uma superioridade negra como etnia. Uma visão racista obviamente.
Eu pensava e continuo a pensar que é um conjunto de fatores sócio/culturais/econômicos que determina isto. Exemplo: entregue uma bola de futebol a garotos negros americanos e terão um desempenho médio pior do que garotos brasileiros. Agora faça o mesmo com uma bola de basquete, e provavelmente inverteremos o resultado.
Na época deste debate completei com uma proposta: se entendermos que a cor da pele, a etnia é a responsável, então teremos de aceitar que negros são menos inteligentes e menos capazes de raciocínio lógico, pois se existem, se contam nos dedos GMIs de xadrez negros. Ou será que é por que o jogo é praticado mais massivamente por brancos?........

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Uma boa régua são as Olimpíadas.
Todas as pessoas se interessam em se destacar nela.
E o atletismo é esporte que existe em qualquer país, seja em Bruxelas, seja na Nigéria.
Os recordes nos 100 metros rasos são a estatística de que precisamos.
Só dá negro.

Você mesmo lembrou o basquete nos EUA.
Lá tem muito branco na população, mas na estatística do esporte por lá eles não predominam em quantidade nem em destaques.
E é um esporte popular.

No campo do intelecto, como eu já disse acima, não temos uma boa régua.
Porque sabemos que a educação não tem sido igualmente distribuída entre as populações ao longo do tempo.
E pode haver um viés injusto contra os negros.

Mas se há diferença biológica (afinal o cabelo de um é diferente do do outro) e há estatística que mostra destaque nos esportes, por que não poderia haver também no intelecto?
O negro é mais apto nas provas de explosão, 100 metros rasos, boxe peso pesado, etc.
O branco é mais apto em provas de resistência, maratona.
O negro deve ter vantagem em outras atividades.
O brando deve ter também a sua em outras.

O assunto é melindroso, ainda mais nos tempos em que vivemos, e qualquer um (estudioso, pesquisador, cientista) que queira zelar pela carreira/reputação passa para a outra calçada quando o assunto vem em sua direção.
Por isso que achei interessante abrir o tópico.
Tem muita manga nesse pano. Imagem

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Gabarito escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 19:26 pm
Uma boa régua são as Olimpíadas.
Todas as pessoas se interessam em se destacar nela.
E o atletismo é esporte que existe em qualquer país, seja em Bruxelas, seja na Nigéria.
Os recordes nos 100 metros rasos são a estatística de que precisamos.
Só dá negro.

Você mesmo lembrou o basquete nos EUA.
Lá tem muito branco na população, mas na estatística do esporte por lá eles não predominam em quantidade nem em destaques.
E é um esporte popular.
Mesmo com essas "réguas" é preciso ter cuidado.

Só dá negro? Mas o que é ser negro e o que é ser branco? Um aborígene australiano é da mesma raça de um bosquímano só porque ambos são negros? Um núbio poderia ser considerado da mesma raça de um Masay? E a variação de fenótipos em regiões da Europa também é grande.

Eu acho que para se colocar esse tipo de discussão na perspectiva correta, é preciso primeiro demarcar algumas obviedades.

A 1a é que quando hoje se diz que não existem raças humanas, isso não é o mesmo que dizer que não existam grupos étnicos e que estes grupos não possam ser identificados por características fenotípicas comuns.

Apenas é que hoje, graças a tecnologia de sequenciamento do DNA, é possível constatar que as diferenças genéticas entre todos os diferentes grupos étnicos humanos não são significativas a ponto de justificar a diferenciação destes grupos em diferentes subespécies.

O grupo étnico masay existe e as características desse grupo são evidentes. Assim como na mesma África existe o grupo étnico do povo pigmeu, com características muito constrantes em relação aos masays.

Então qual é a diferença entre grupo étnico e raça? Seria grupo étnico um eufemismo politicamente correto para raça?

Não. A diferença é que raça pode ser entendida como sinônimo de subespécie, e classificar os seres humanos em diferentes subespécies seria incoerente porque fugiria ao critério normalmente utilizado para sub-classificar outras espécies em subespécies.

Por exemplo: grupos de chimpanzés na África isolados por apenas algumas centenas de quilômetros, apresentam mais variabilidade genética que quaisquer dois seres humanos sobre a face da Terra. E mesmo assim estes chimpanzés são classificados todos como de uma mesma raça. Ou subespécie.

Mas as diferenças entre os grupos humanos existem e isso é óbvio. E essas diferenças podem favorecer uma determinada característica em determinada situação ou ambiente, mais do que outra característica. Também é óbvio porque se você for viver no ártico é melhor ser baixinho como um esquimó para diminuir a perda de calor, e se você for viver no deserto australiano é melhor ter a pele com muita melanina, tipo de cabelo adaptado ao clima e olhos escuros.

Então também é possível que determinadas características proporcionem maior chance de surgir de um determinado grupo étnico, algum indivíduo mais bem "projetado" para uma determinada modalidade esportiva.

Mas, se for o caso, tal só se verifica no âmbito estatístico. Quando você toma 10 mil bosquímanos e 10 mil nórdicos, seleciona os melhores dos melhores maratonistas de cada grupo, e ao longo de razoável tempo se verifica que os campeões bosquímanos ganham mais medalhas olímpicas que os campeões nórdicos.

Mas já não diria nada sobre comparação entre indivíduos. Porque se você tomar aleatoriamente um bosquímano e um nórdico, o fato
de existirem mais campeões bosquímanos diz pouco sobre a probabilidade desse bosquímano comum ser mais resistente para a corrida
que o nórdico aleatório que você selecionou. Porque neste caso as variações individuais, particulares, terão um peso muito maior que a contribuição fenotípica.

Se o nórdico come melhor, já praticou mais esportes, se é mais saudável, provavelmente vai chegar primeiro em uma corrida de meio fundo. Porém quando falamos de esporte de alto nível, a diferença entre ganhar e chegar em vigésimo é mínima: pode ser coisa de décimos de segundo.

No alto nível todos os competidores foram selecionados por suas extraordinárias aptidões, todos treinam desde jovem, todos usam mais ou menos as mesmas técnicas, a mesma alimentação, se beneficiam das mesmas tecnologias, do mesmo material esportivo, enfim... no esporte de alto nível as condições serão sempre muito parelhas. Logo, a diferença entre quem ganha e quem chega em terceiro pode estar em um mero detalhe. E este detalhe pode vir a ser justamente alguma característica fenotípica própria do grupo étnico do qual o atleta é oriundo. Ou não.

Portanto usar resultados do esporte de alto nível para estabelecer, linearmente, diferentes graus de habilidade de determinados grupos étnicos para determinadas modalidades, parece ser altamente enganoso.

Outra obviedade a se considerar é que não existe raça negra nem branca! E nem mesmo grupo étnico negro e grupo étnico branco.

Na África existem centenas de grupos étnicos e as variações são enormes. Muito jogador de fenótipo classificado como negro se deu bem na NBA, mas nenhum deles é oriundo do grupo étnico dos pigmeus africanos. Por motivos óbvios. E nessa classificação distorcida de negros, brancos, amarelos e vermelhos, os nanicos pigmeus são classificados simplesmente como negros da mesma forma que os gigantes da tribo Masay.

Obviamente não deveria fazer o menor sentido.

E ainda há a questão do ambiente e da cultura. É muito difícil estabelecer estas comparações entre diferentes fenótipos com segurança porque é difícil isolar as variantes do ambiente e da cultura. Mesmo entre atletas de um mesmo país.

E ainda uma outra questão que é muito mal entendida, é a relação entre fenótipo e genótipo. Ainda é comum se pensar que é razoavelmente simples identificar a constituição do genótipo de uma pessoa com base no seu fenótipo. Em outras palavras, se alguém tem cara de japonês, então deve ter prevalência de uma ascendência nipônica. E se alguém parece um negão, então geneticamente deve ser mais africano.

Mas não é verdade. O caso do neguinho da Beija-Flor é bem conhecido: fenótipo totalmente africano e genótipo predominantemente
europeu. Assim como há casos de gêmeos em que um deles é "negro" e o outro "branco".

Estes são exemplos que por si só demonstram como as diferenças entre os vários grupos étnicos humanos são superficiais e não espelham a grande homogeneidade genética presente na nossa espécie.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Mas as diferenças entre os grupos humanos existem e isso é óbvio. E essas diferenças podem favorecer uma determinada característica em determinada situação ou ambiente, mais do que outra característica. Também é óbvio porque se você for viver no ártico é melhor ser baixinho como um esquimó para diminuir a perda de calor, e se você for viver no deserto australiano é melhor ter a pele com muita melanina, tipo de cabelo adaptado ao clima e olhos escuros.

Então também é possível que determinadas características proporcionem maior chance de surgir de um determinado grupo étnico, algum indivíduo mais bem "projetado" para uma determinada modalidade esportiva.
É a linha central do meu raciocínio.
Algumas diferenças favorecem esse ou aquele grupo para alguma atividade específica.
Bom o exemplo do esquimó e outros. Indivíduos "projetados" para isso ou para aquilo.
Não é nenhum problema em reconhecer isso.

Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Mas, se for o caso, tal só se verifica no âmbito estatístico. Quando você toma 10 mil bosquímanos e 10 mil nórdicos, seleciona os melhores dos melhores maratonistas de cada grupo, e ao longo de razoável tempo se verifica que os campeões bosquímanos ganham mais medalhas olímpicas que os campeões nórdicos.
E é no âmbito estatístico que nós obtemos a conclusão da tese.
Não tem como negar isso.
A prova de 100 metros rasos é a maior prova.
É justamente o esquimó no Ártico, é o afro-descendente altíssimo no basquete em detrimento do pigmeu.


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Mas já não diria nada sobre comparação entre indivíduos. Porque se você tomar aleatoriamente um bosquímano e um nórdico, o fato
de existirem mais campeões bosquímanos diz pouco sobre a probabilidade desse bosquímano comum ser mais resistente para a corrida
que o nórdico aleatório que você selecionou. Porque neste caso as variações individuais, particulares, terão um peso muito maior que a contribuição fenotípica.
Mas não está em jogo a seleção aleatória.
Estamos tratando de massas de dados entre os mais aptos.
O que falta para provar a tese é justamente lançar o desafio e observar quem alcança a linha de chegada.
As populações serão testadas nos seus melhores, que é exatamente o que queremos: o melhor adaptado para aquele teste, no caso a corrida.


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Se o nórdico come melhor, já praticou mais esportes, se é mais saudável, provavelmente vai chegar primeiro em uma corrida de meio fundo. Porém quando falamos de esporte de alto nível, a diferença entre ganhar e chegar em vigésimo é mínima: pode ser coisa de décimos de segundo.

No alto nível todos os competidores foram selecionados por suas extraordinárias aptidões, todos treinam desde jovem, todos usam mais ou menos as mesmas técnicas, a mesma alimentação, se beneficiam das mesmas tecnologias, do mesmo material esportivo, enfim... no esporte de alto nível as condições serão sempre muito parelhas. Logo, a diferença entre quem ganha e quem chega em terceiro pode estar em um mero detalhe. E este detalhe pode vir a ser justamente alguma característica fenotípica própria do grupo étnico do qual o atleta é oriundo. Ou não.
Não importa o mero detalhe do centésimo de segundo ou a distração no sprint final antes da linha de chegada que roubou a vitória.
O que importa é a análise da massa de dados, é a estatística, é a visão de cima, a perspectiva ampla do evento.
Siga ̶o̶ ̶d̶i̶n̶h̶e̶i̶r̶o̶ a estatística!


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Outra obviedade a se considerar é que não existe raça negra nem branca! E nem mesmo grupo étnico negro e grupo étnico branco.
O fenótipo que representa mais acentuadamente as características do genótipo de vantagens para determinada atividade conta sim. E muito.
É justamente esse diferencial que entra no cerne do nosso debate.

Você leu algumas conclusões dos artigos que eu citei nesse tópico?
Hyperscience escreveu:Os negros tendem a ter membros mais longos, mas com uma circunferência menor. Isso afetaria o centro de gravidade de seus corpos, que seria mais alto do que se comparado com um branco ou asiático da mesma altura.

Segundo os pesquisadores, as diferenças são pequenas e não as notamos apenas no olhar: foi só medindo e comparando os membro de atletas que os cientistas chegaram a essas conclusões.
É isso que vai nos mostrar, com exemplos reais nos cronômetros, justamente o que eu estou querendo dizer.
Essas pequenas diferenças.
São elas que evidenciam que não é tudo igual, como você insiste em afirmar.
(Desculpe, você não afirmou isso, mas teima em negar que as diferenças podem ser identificadas e agrupadas em conclusões)


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Obviamente não deveria fazer o menor sentido.
Ora, faz todo o sentido.
Aquele fenótipo de um genótipo típico do grupo étnico em estudo é a vantagem que se observa no atletismo.


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

E ainda há a questão do ambiente e da cultura. É muito difícil estabelecer estas comparações entre diferentes fenótipos com segurança porque é difícil isolar as variantes do ambiente e da cultura. Mesmo entre atletas de um mesmo país.
Aí entra o que eu falei sobre o Prêmio Nobel.
Não temos como procurar diferenças fenotípicas e genotípicas na seara intelectual.
Não temos parâmetros nem referências confiáveis para tomar essas medidas.
As enormes diferenças culturais e históricas nos impede de tirar conclusões.


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

E ainda uma outra questão que é muito mal entendida, é a relação entre fenótipo e genótipo. Ainda é comum se pensar que é razoavelmente simples identificar a constituição do genótipo de uma pessoa com base no seu fenótipo. Em outras palavras, se alguém tem cara de japonês, então deve ter prevalência de uma ascendência nipônica. E se alguém parece um negão, então geneticamente deve ser mais africano.

Mas não é verdade. O caso do neguinho da Beija-Flor é bem conhecido: fenótipo totalmente africano e genótipo predominantemente
europeu. Assim como há casos de gêmeos em que um deles é "negro" e o outro "branco".
Sim.
Não podemos nos guiar apenas por esses parâmetros, da forma como você colocou.


Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Estes são exemplos que por si só demonstram como as diferenças entre os vários grupos étnicos humanos são superficiais e não espelham a grande homogeneidade genética presente na nossa espécie.
Em parte.
As diferenças são superficiais, mas elas podem ser agrupadas e depois estudadas em painéis estatísticos que vão nos permitir algumas conclusões.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

O livro "Armas, germes e aço", de Jared Diamond, explica por que algumas sociedades desenvolvem civilizações avançadas e outras permanecem como caçadoras coletoras.
A diferença está nos recursos disponíveis:
- Alimentos cultiváveis e armazenáveis (trigo, arroz, feijão etc.)
- Animais domesticáveis que fornecem carne, leite, ovos, couro, lã etc. (boi, bode, porco, carneiro etc.)
- Animais de transporte e tração (cavalo, burro, boi, camelo, lhama etc.)
- Minério de cobre e estanho (bronze), ferro e aço
- Longas extensões de terra na horizontal, com clima e ambiente uniformes.

Os povos com estes recursos não dependem mais da caça e coleta. Podem acumular alimentos e enfrentar invernos rigorosos. A população cresce e surgem atividades especializadas, o que leva ao desenvolvimento da tecnologia.
Podem se deslocar rapidamente e transportar cargas pesadas.
Com o bronze, dominam os povos que dependem de paus e pedras. Com o ferro e aço, dominam todos.
Um grande território com clima e meio ambiente uniformes facilita sua expansão sem requerer uma contínua readaptação. É a diferença entre as estepes que se estendem da China à Europa e a variedade vertical de climas e meio ambientes de África e Américas.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Vemos aí que as diferenças não precisam ser de origem genéticas ou biológicas, mas em disponibilidade de recursos aos grupos humanos de determinada região.
Interessante isso.
Eu não sabia desse dado.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Cinzu
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Mensagem por Cinzu »

Fernando Silva escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 09:01 am
O livro "Armas, germes e aço", de Jared Diamond, explica por que algumas sociedades desenvolvem civilizações avançadas e outras permanecem como caçadoras coletoras.
A diferença está nos recursos disponíveis:
- Alimentos cultiváveis e armazenáveis (trigo, arroz, feijão etc.)
- Animais domesticáveis que fornecem carne, leite, ovos, couro, lã etc. (boi, bode, porco, carneiro etc.)
- Animais de transporte e tração (cavalo, burro, boi, camelo, lhama etc.)
- Minério de cobre e estanho (bronze), ferro e aço
- Longas extensões de terra na horizontal, com clima e ambiente uniformes.

Os povos com estes recursos não dependem mais da caça e coleta. Podem acumular alimentos e enfrentar invernos rigorosos. A população cresce e surgem atividades especializadas, o que leva ao desenvolvimento da tecnologia.
Podem se deslocar rapidamente e transportar cargas pesadas.
Com o bronze, dominam os povos que dependem de paus e pedras. Com o ferro e aço, dominam todos.
Um grande território com clima e meio ambiente uniformes facilita sua expansão sem requerer uma contínua readaptação. É a diferença entre as estepes que se estendem da China à Europa e a variedade vertical de climas e meio ambientes de África e Américas.
Muito interessante! Este é um livro que está na minha lista.

Neste vídeo sobre geopolítica, Heni traz um pouco sobre a visão de Jared Diamond ao nosso mundo:


youtu.be/Woa6SuUqZDk

Como você bem mencionou, a geografia da região é predominante para o desenvolvimento inicial de uma civilização, e ainda mantém forte influência mesmo nas sociedades contemporâneas.

Outro ponto a ser acrescentado são os vizinhos. As sociedades próximas ditam as relações que seu grupo terá acesso. Sociedades que se desenvolvem próximas a outras sociedades também favorecidas, tendem a ter avanços ainda maiores, visto que a troca de conhecimentos e o comércio é um fator muito impactante. Por outro lado, sociedades que se desenvolvem cercadas de outras com interesses semelhantes (uma região, por exemplo), como é o caso do Oriente Médio, são propícias a conflitos e hostilidade.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Gabarito escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 22:46 pm

É isso que vai nos mostrar, com exemplos reais nos cronômetros, justamente o que eu estou querendo dizer.
Essas pequenas diferenças.
São elas que evidenciam que não é tudo igual, como você insiste em afirmar.
Pelo contrário, eu disse que as diferenças existem e são óbvias.

Mas o que eu defendi é que não dá para extrapolar a diferença que se observa no esporte de alto rendimento para as pessoas comuns.

Quando foi a útima vez que um caucasiano quebrou o recorde mundial nos 100m rasos? Não sei, talvez há mais de 50 anos. E provavelmente nos próximos 50 anos só vamos ver gente como Usain Bolt ganhando.

Mas a desproporção dessa hegemonia não deve ser a mesma se avaliarmos os desempenhos atléticos, na média, de duas populações de dois diferentes grupos étnicos. Quer dizer, se você usar o esporte de alto nível como parâmetro, as diferenças entre as raças podem parecer maiores do que realmente são.

Pra usar uma analogia meio estranha: entre 2 carros de F1 em pista seca, se um está com pneus de chuva não tem chance. Nesse nível qualquer pequeno detalhe é determinante. Mas não é mesma coisa entre motoristas irresponsáveis disputando um pega pelas ruas da cidade com automóveis comuns.

Ou, colocando de outra forma, se um cara tem 2,10 de altura, isso pra jogar volei na pelada com os amigos faz enorme diferença. Mesmo que ele seja ruim pra cacete. Só que no alto nível você nunca vai ver essas discrepâncias: todos os atletas serão muito altos, super condicionados, super treinados e ninguém será ruim pra cacete, mas todos nascidos com talento especial pra jogar volei e tudo mais...

Então, logicamente, as vantagens e desvantagens estarão nos detalhes.

É tipo assim: nos Jogos Olímpicos, em uma raia da prova de 100m, todos aqueles cara ali serão seres humanos super hiper otimizados para fazer aquilo. Serão praticamente homens perfeitos como velocistas, portanto é o detalhe que decide. Mas esse nível de otimização certamente vai decrescendo proporcionalmente à importância da competição, daí eu presumo que a supremacia de velocistas negros seja menor em campeonatos estaduais do que nos Jogos. E ainda menor em simples campeonatos escolares e assim por diante.

Como se poderia obter dados para fazer esse tipo de comparação? Seria interessante fazer.
Pedro Reis escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 20:40 pm

Obviamente não deveria fazer o menor sentido.
Gabarito escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 22:46 pm
Ora, faz todo o sentido.
Aquele fenótipo de um genótipo típico do grupo étnico em estudo é a vantagem que se observa no atletismo.
O que eu disse que não faz sentido é classificar os grupos étnicos em negros, brancos, amarelos e vermelhos.

Seria como determinar a raça do cão pela cor da pelagem. Dobermann e pinscher seriam a mesma raça?


Por exemplo: estas características que alguns pesquisadores apontam com vantajosas para velocistas, elas não estão presentes em todas as populações africanas. Então obviamente é errado dizer que os afro-descendentes levam vantagem nisso ou desvantagem naquilo. É preciso se saber de que tipo de afro-descendente se está falando.

Pode ser desses caras aqui:

Imagem

Ou desses aqui:

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Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Pedro Reis escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 22:48 pm

Pelo contrário, eu disse que as diferenças existem e são óbvias.

Mas o que eu defendi é que não dá para extrapolar a diferença que se observa no esporte de alto rendimento para as pessoas comuns.

Quando foi a útima vez que um caucasiano quebrou o recorde mundial nos 100m rasos? Não sei, talvez há mais de 50 anos. E provavelmente nos próximos 50 anos só vamos ver gente como Usain Bolt ganhando.
Acho que estamos falando quase a mesma coisa, mas com palavras diferentes.
Sim, há diferenças e você as reconhece.
O esporte de alto rendimento é a melhor amostra de cada universo.
E é aqui onde o debate se concentra.
No supra-sumo de cada etnia.
Afinal, estamos debatendo quem é MELHOR do que quem e em qual especialidade.
Se o homem com pele negra também costuma ter o biotipo balanceado para corridas de explosão, isso define sua etnia como mais bem adaptada para isso.
Não tem o que negar aqui.


Pedro Reis escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 22:48 pm

Mas a desproporção dessa hegemonia não deve ser a mesma se avaliarmos os desempenhos atléticos, na média, de duas populações de dois diferentes grupos étnicos. Quer dizer, se você usar o esporte de alto nível como parâmetro, as diferenças entre as raças podem parecer maiores do que realmente são.
Mas é isso que eu quero. Que elas se mostrem no seu melhor, na sua melhor amostra.
Eu não vou querer que meu time de basquete formado por rapazes de 1,50m ganhem partidas contra outro time com rapazes de 1,90m de altura.
Por que isso não vai ocorrer?
Porque aqueles rapazes de 1,9m são visivelmente melhor adaptados para partidas de basquetebol.

É esse o debate.


Pedro Reis escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 22:48 pm

Ou, colocando de outra forma, se um cara tem 2,10 de altura, isso pra jogar volei na pelada com os amigos faz enorme diferença. Mesmo que ele seja ruim pra cacete. Só que no alto nível você nunca vai ver essas discrepâncias: todos os atletas serão muito altos, super condicionados, super treinados e ninguém será ruim pra cacete, mas todos nascidos com talento especial pra jogar volei e tudo mais...

Então, logicamente, as vantagens e desvantagens estarão nos detalhes.
Mas a estatísta tem provado que esses detalhes não são tão desprezíveis assim porque a representação de vitória de um determinado tipo tem prevalecido.

Pedro Reis escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 22:48 pm

É tipo assim: nos Jogos Olímpicos, em uma raia da prova de 100m, todos aqueles cara ali serão seres humanos super hiper otimizados para fazer aquilo. Serão praticamente homens perfeitos como velocistas, portanto é o detalhe que decide. Mas esse nível de otimização certamente vai decrescendo proporcionalmente à importância da competição, daí eu presumo que a supremacia de velocistas negros seja menor em campeonatos estaduais do que nos Jogos. E ainda menor em simples campeonatos escolares e assim por diante.

Como se poderia obter dados para fazer esse tipo de comparação? Seria interessante fazer.
Concordo que seria muito interessante ter esse dado.

Mas ele não está no nosso debate.
Pelo menos EU estou à procura das melhores amostras, da nata de cada etnia para decretar que essa ou aquela é melhor adaptada para essa ou aquela atividade.


Pedro Reis escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 22:48 pm

O que eu disse que não faz sentido é classificar os grupos étnicos em negros, brancos, amarelos e vermelhos.

Seria como determinar a raça do cão pela cor da pelagem. Dobermann e pinscher seriam a mesma raça?
Vamos colocar gordos para provas de maratona?
A "etnia" gorda está adaptada para correr 42 quilômetros?
Claro que não está.


Pedro Reis escreveu:
Seg, 13 Abril 2020 - 22:48 pm

Por exemplo: estas características que alguns pesquisadores apontam com vantajosas para velocistas, elas não estão presentes em todas as populações africanas. Então obviamente é errado dizer que os afro-descendentes levam vantagem nisso ou desvantagem naquilo. É preciso se saber de que tipo de afro-descendente se está falando.

Pode ser desses caras aqui:
Não cabem todos os africanos dentro do mesmo balde.
Como não cabem todos os caucasianos na mesma bacia.
Há que se separar características específicas para cada atividade.
Somente os africanos altos se prestam para o basquete, e aí vai entrar o filtro da habilidade também para selecionar o melhor.
Somente o caucasiano franzino se presta para a maratona, e aí vai entrar também o filtro da resistência e capacidade pulmonar.

No fim, eu entendi o seu ponto.
Você quer uma visão média entre todos os seres humanos.
Eu quero uma visão específica para determinado biotipo.

Mas o debate está centrado na habilidade de uma dada etnia melhor se performar em certa atividade.
E para saber isso, eu tenho que estudar as amostras que me tragam os melhores indivíduos dela.

É quando chegamos ao esporte de alto desempenho.
E mesmo que sejam detalhes que definam quem é melhor, a estatística já desempatou isso pra mim.
Alguns biotipos presentes em certas etnias possuem vantagens "evolutivas" (tá, nem tão evolutivas assim, mas de constituição física característica de seu grupo).
E eles são mais desenvoltos, têm mais facilidade e, o mais importante, costumam ganhar bem mais do que os de outros grupos.
E isso responde a pergunta: há diferenças entre grupos étnicos que os favoreça em alguma atividade?
Resposta: sim.

É isso que está em jogo aqui.


Um lutador de sumô não pode ser um sujeito assim:

magrelo.jpg
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Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Gabarito escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 16:00 pm

Um lutador de sumô não pode ser um sujeito assim:


magrelo.jpg
Mas não é esse o caso. Essa (ser magro) é uma característica deste indivíduo. Já uma característica do grupo étnico a que ele pertence seria ter olhos puxados.

Aí, se nós estamos querendo comparar grupos étnicos e suas características, e como estes atributos podem eventualmente favorecer ou desfavorecer alguma habilidade específica, o que importa é somente considerar aquelas características predominantes de cada raça ou grupo étnico. E ninguém é identificado como descendente de japoneses por ser magro ou gordo; magreza não faz parte daquele conjunto de semelhanças que identificamos como sendo próprias dos nipônicos.


Voltando ao exemplo anterior, uma característica dos Masays é serem muito altos. Já a dos pigmeus é a estatura média muito baixa.

Daí se vê que delimitar os grupos étnicos simplesmente em brancos, negros, amarelos... não delimita realmente nada.

Porque quando se fala em raça negra, por exemplo, mesmo se pensarmos só naqueles indivíduos em cuja ascendência jamais existiu miscigenação com genes de fora do continente africano, nós já constatamos uma variação muito grande. Não entre indivíduos, mas entre grupos étnicos.

Se alguém disser que "as características da raça negra favorecem os atletas velocistas" essa frase não faz sentido pra mim e demonstra como a ideia de existir tal coisa como uma "raça negra" é equivocada. Porque é menos difícil você imaginar um alemão batendo o Usain Bolt do que um pigmeu africano. A probabilidade de você tirar um velocista de uma população com estatura média inferior a 1,50m (fonte: wikipedia) é mínima.

Note que as populações africanas são muito antigas; enquanto acredita-se que os ameríndios estejam se adaptando aos seus ambientes no máximo há 50 mil anos, os povos africanos estão se adaptando à grande variedade de ambientes daquele continente há cerca de 200 mil anos. Os pigmeus são povos da floresta que talvez tenham se ramificado dos hotentotes há quase tanto tempo quanto os povos autóctones da Índia.

Logo, a única generalização honesta que se pode atribuir a "negros" é a pele escura. Esta sim, é uma característica que todos os diferentes grupos étnicos colocados no balaio "negro" têm em comum. Uma característica que nem mesmo é uma indicação de origem geográfica. Um indivíduo com uma aparência semelhante a estes da foto abaixo, circulando pelas ruas de São Paulo, seria identificado como um "afro-descendente" e até se candidataria sem problemas a uma cota na USP se fizesse a inscrição do ENEM.

Imagem

Mas estes são aborígenes de Papua-Nova Guiné e seus antepassados asiáticos estão muito mais próximos que os antepassados africanos. Em termos de mutações, esta população é tão distante dos grupos étnicos do sudoeste da África quanto os povos eslavos.

O mesmo se dá para "brancos", "amarelos"... são generalizações de senso comum que na verdade não dizem muito sobre as semelhanças e diferenças dos vários diversos grupos étnicos a que se atribuem estes rótulos.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Pedro Reis escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 21:00 pm

Mas não é esse o caso. Essa (ser magro) é uma característica deste indivíduo. Já uma característica do grupo étnico a que ele pertence seria ter olhos puxados.

Aí, se nós estamos querendo comparar grupos étnicos e suas características, e como estes atributos podem eventualmente favorecer ou desfavorecer alguma habilidade específica, o que importa é somente considerar aquelas características predominantes de cada raça ou grupo étnico. E ninguém é identificado como descendente de japoneses por ser magro ou gordo; magreza não faz parte daquele conjunto de semelhanças que identificamos como sendo próprias dos nipônicos.
Ah, você não entendeu.
Eu coloquei o magrelo como uma piada.
Da mesma forma que chamei a "etnia" gorda para correr a maratona.

Claro que são indivíduos, mas é uma ilustração do que eu quero chamar a atenção: características corpóreas que são comuns em determinados grupos étnicos.
Como você mesmo descreve abaixo ao falar dos Masays e dos pigmeus.
Cada grupo tem suas características predominantes.
E são essas características que se sobressaem em certas atividades.


Pedro Reis escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 21:00 pm

Voltando ao exemplo anterior, uma característica dos Masays é serem muito altos. Já a dos pigmeus é a estatura média muito baixa.

Daí se vê que delimitar os grupos étnicos simplesmente em brancos, negros, amarelos... não delimita realmente nada.
Ué, você acabou de descrever os Masays e pigmeus.
Como é que eu não delimito nada?
Não posso falar em brancos, negros e amarelos de uma maneira geral porque o espectro de variações corpóreas entre esses grupos é gigantesca e essa generalização iria destruir qualquer agrupamento que eu tentasse delimitar. Nem digo as variações entre os grupos, mas dentro de cada um deles mesmo.
Não é essa a pegada.


Pedro Reis escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 21:00 pm

Se alguém disser que "as características da raça negra favorecem os atletas velocistas" essa frase não faz sentido pra mim e demonstra como a ideia de existir tal coisa como uma "raça negra" é equivocada. Porque é menos difícil você imaginar um alemão batendo o Usain Bolt do que um pigmeu africano. A probabilidade de você tirar um velocista de uma população com estatura média inferior a 1,50m (fonte: wikipedia) é mínima.
Vou me esforçar para explicar "dinovo":
Raça negra não existe.
Acho que nisso, nós concordamos.

Mas entre indivíduos com pele escura, há uma homogeneidade entre requisitos físicos de um determinado fenótipo que são gritantemente semelhantes.
E a prova dos 100 metros rasos não me permite mentir.
Aquele outro cientista mostrou isso ao descrever o comprimento dos braços, o equilíbrio em certas dimensões do corpo, etc.
Isso, nós vamos encontrar melhor distribuído e projetado para corridas de explosão entre um certo grupo de indivíduos de pele escura, mas não em todos eles.
Porque os pigmeus estão, logicamente, de fora.
Entre outros também.


Pedro Reis escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 21:00 pm

Note que as populações africanas são muito antigas; enquanto acredita-se que os ameríndios estejam se adaptando aos seus ambientes no máximo há 50 mil anos, os povos africanos estão se adaptando à grande variedade de ambientes daquele continente há cerca de 200 mil anos. Os pigmeus são povos da floresta que talvez tenham se ramificado dos hotentotes há quase tanto tempo quanto os povos autóctones da Índia.

Logo, a única generalização honesta que se pode atribuir a "negros" é a pele escura. Esta sim, é uma característica que todos os diferentes grupos étnicos colocados no balaio "negro" têm em comum. Uma característica que nem mesmo é uma indicação de origem geográfica. Um indivíduo com uma aparência semelhante a estes da foto abaixo, circulando pelas ruas de São Paulo, seria identificado como um "afro-descendente" e até se candidataria sem problemas a uma cota na USP se fizesse a inscrição do ENEM.
Pois é.
Não cabem todos os negros dentro do mesmo balaio.
Como eu já disse em postagem anterior.
Mas há mais características que podem ser atribuídas ao indivíduo de pele escura além da cor.
Grosseiramente falando, é comum a largura das narinas e textura do cabelo serem comum entre eles e semelhantes entre si.
Que ninguém me entenda mal, eu não sou especialista, mas dizem, veja bem, dizem por aí que o comprimento do bilau também é um fator diferencial.
Imagem

Quem sabe, o caucasiano franzino tem algum aproveitamento ótimo nos pulmões que o leva melhor em provas de longas distâncias da mesma forma que o pé avantajado do sub-saariano o conduz melhor em provas de raso?

Ora, se já listei esse monte de características, no seu dizer, "honestas", por que não haveria outras diferenças também honestas que os empurrassem para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar?

Percebe?

Não dá para generalizar e dizer "negros", "brancos", "amarelos", "orientais", etc.
Não dá.
Mas nesses grupos, há uma certa padronização de biotipo que sim, dá para estudar e emparelhar análises e, disso tudo, tirar conclusões.


Pedro Reis escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 21:00 pm

Mas estes são aborígenes de Papua-Nova Guiné e seus antepassados asiáticos estão muito mais próximos que os antepassados africanos. Em termos de mutações, esta população é tão distante dos grupos étnicos do sudoeste da África quanto os povos eslavos.

O mesmo se dá para "brancos", "amarelos"... são generalizações de senso comum que na verdade não dizem muito sobre as semelhanças e diferenças dos vários diversos grupos étnicos a que se atribuem estes rótulos.
Como eu disse, a pegada é outra.
Não é a generalização nua e crua, mas um apanhado de características semelhantes que ocorrem em grupos étnicos entre si.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Acho que encontrei um exemplo bem claro e fácil de entender todo esse esticado debate que vamos arrastando até aqui.
Apelando bastante e puxando muito a corda, ofereço o exemplo abaixo como outra ilustração da questão, que não deve ser considerada ao pé da letra.

Considere as "etnias" masculino e feminino.
Os esportes masculinos possuem sempre uma marca acima das marcas femininas.
Isso em qualquer esporte.
Porque a "etnia" masculina tem mais aptidão para força, desempenho, velocidade, tudo no campo físico.
Essa "etnia" está mais bem adaptada aos esportes ligados à perfomance física. Ficam de fora xadrez, ginástica artística e outros mais refinados, que não estão nesse lado físico da coisa.

Então é isso que eu quero dizer.
Há diferenças que podem ser agrupadas, mesmo que não existam raças.
Mas existem grupos semelhantes fisicamente que vieram de uma determinada cultura e civilização delimitada, como a descrição de etnia.
Por isso que no título do tópico eu falo nela e coloco "raça" entre aspas e parêntesis.

É com todo esse malabarismo que eu me esforço para entender por que os recordistas dos 100 metros rasos, da década de 60 até hoje, são todos de pele escura.
E a grande maioria dos vencedores maratonistas têm a pele clara.

Só isso.
Nenhuma pretensão para discorrer sobre razões que separem as pessoas em "raças".
Que, repetindo, não existem.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Gabarito escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 22:28 pm
É com todo esse malabarismo que eu me esforço para entender por que os recordistas dos 100 metros rasos, da década de 60 até hoje, são todos de pele escura.
E a grande maioria dos vencedores maratonistas têm a pele clara.
Uma possibilidade é que os 100m rasos requerem um esforço concentrado durante um tempo muito curto. Um africano muito magro e de pernas compridas leva vantagem. Se o percurso for maior, arrisca de ele cair esgotado.

Já a maratona é uma corrida de resistência. Um sujeito com uma reserva maior de calorias consegue manter um esforço menor por mais tempo.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Fernando Silva escreveu:
Qua, 15 Abril 2020 - 09:36 am
Gabarito escreveu:
Ter, 14 Abril 2020 - 22:28 pm
É com todo esse malabarismo que eu me esforço para entender por que os recordistas dos 100 metros rasos, da década de 60 até hoje, são todos de pele escura.
E a grande maioria dos vencedores maratonistas têm a pele clara.
Uma possibilidade é que os 100m rasos requerem um esforço concentrado durante um tempo muito curto. Um africano muito magro e de pernas compridas leva vantagem. Se o percurso for maior, arrisca de ele cair esgotado.

Já a maratona é uma corrida de resistência. Um sujeito com uma reserva maior de calorias consegue manter um esforço menor por mais tempo.
Por que um sujeito de pele clara, magro e com pernas compridas nunca leva essa vantagem?
Tudo bem uma ou duas vezes dar o africano.
Mas todas?

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

fenrir
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Mensagem por fenrir »

Li em algum lugar que os negros tem mais fibras musculares do tipo II, rápidas, que seriam vantajosas para, por exemplo, corridas de curtas distancias que exigem força e rapidez e brancos teriam mais fibras do tipo I, lentas, que seriam vantajosas para corridas de longas distancias, que exigem resistencia.
Mas não sei se isto é fato 100% comprovado.
Pesquisas envovendo raças não raro desbancam em polemica, apresentam vieses e ate mesmo servem a agendas..

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

fenrir escreveu:
Qua, 15 Abril 2020 - 23:19 pm
Li em algum lugar que os negros tem mais fibras musculares do tipo II, rápidas, que seriam vantajosas para, por exemplo, corridas de curtas distancias que exigem força e rapidez e brancos teriam mais fibras do tipo I, lentas, que seriam vantajosas para corridas de longas distancias, que exigem resistencia.
Mas não sei se isto é fato 100% comprovado.
Pesquisas envovendo raças não raro desbancam em polemica, apresentam vieses e ate mesmo servem a agendas..
Exatamente porque não temos essa coisa de "raça".
O termo vem de outra época em que se acreditava que havia uma subespécie baseada em algumas características, entre elas a cor da pele.
Estudo Prático escreveu:O homo sapiens sapiens é, na verdade, uma subespécie do homo sapiens. Além disso, pertence ao reino animalia, do filo chordata e subfilo vertebrata. É da classe mammalia, de ordem primata e subordem antropoidea. Sua superfamília é a hominoidea e a família hominidea, sendo do gênero homo. O significado do nome dado a essa subespécie é “homem que sabe o que sabe”, o que faz referência a principal características desses seres: o pensamento.
Homo sapiens sapiens (Taxonomia).jpg
(Clique para ampliar)

Nos tempos em que vivemos, o debate ideológico invadiu violentamente todas as áreas de atividade e do pensamento humano de forma a inibir estudos e debates e afugentar quem pretenda ter um debate sério e isento, baseado somente na Ciência e nos fatos. Infelizmente.

Diante de algumas estatísticas no esporte, eu abri o tópico para tentar expor o que eu ACHO que pode explicar esse quadro e ouvir opiniões.
Pelo que vimos até aqui, esse dado que você nos traz joga um pouco mais de luz no que eu desconfio que ocorra.
Pessoas de pele clara dotados também de outras características de biotipo possuem um pouco mais de desenvoltura e habilidade em certas atividades do que outras pessoas.
E pessoas de pele escura, também dotados de outras características de biotipo possuem um pouco mais de desenvoltura e habilidade em outras atividades, apresentando assim melhor ou pior desempenho de acordo.
Assim como, pessoas com outras características não tão evidentes também devem ter características que as favoreçam em outras coisas.
Não fui ver, mas, se não me engano, é alto o índice de bons mesatenistas orientais nos pódiuns de competições e torneios internacionais de ponta.

Não sou eu que estou dizendo que podemos agrupar esses tipos físicos com suas atividades correspondentes, mas são as estatísticas das tabelas de vitória em alguns esportes.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

fenrir
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Mensagem por fenrir »

ué, de onde tirou que raça = subespécie e que raças nao existem?
um dobermann e um chihuahua são obviamente distintos entre si, porem são ambos canis familiaris, assim como negros, brancos, asiaticos são todos homo sapiens sapiens e tem todos caracteristicas proprias, ainda que superficiais, mas que os fazem classificar conforme as mesmas.
Evidente que essas variacoes ocorrem em todo um espectro, nao sendo portanto "disjuntas" e tendo nuances, por falta de palavra melhor, mas a natureza é assim e isso serve até para planetas (vide a controversia sobre Plutao e planetas anoes): a natureza nao poe tudo em caixinhas isoladas e bem-definidas. Mas isso nao quer dizer que nao existam, racas assim como planetas, planetas anões, planemos, anãs marroms, etc, etc
Portanto, nao me parece certo nem um extremo, nem outro:
raças nao existem X raça = subespécie

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Gabarito escreveu:
Qua, 15 Abril 2020 - 19:33 pm
Por que um sujeito de pele clara, magro e com pernas compridas nunca leva essa vantagem?
Tudo bem uma ou duas vezes dar o africano.
Mas todas?
Os etíopes têm uma cultura voltada para isto. Começam a treinar desde pequenos.
Diferente de um ocidental que, a certa altura da vida, decide participar de corridas.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

fenrir escreveu:
Qui, 16 Abril 2020 - 08:57 am
ué, de onde tirou que raça = subespécie e que raças nao existem?
um dobermann e um chihuahua são obviamente distintos entre si, porem são ambos canis familiaris, assim como negros, brancos, asiaticos são todos homo sapiens sapiens e tem todos caracteristicas proprias, ainda que superficiais, mas que os fazem classificar conforme as mesmas.
Evidente que essas variacoes ocorrem em todo um espectro, nao sendo portanto "disjuntas" e tendo nuances, por falta de palavra melhor, mas a natureza é assim e isso serve até para planetas (vide a controversia sobre Plutao e planetas anoes): a natureza nao poe tudo em caixinhas isoladas e bem-definidas. Mas isso nao quer dizer que nao existam, racas assim como planetas, planetas anões, planemos, anãs marroms, etc, etc
Portanto, nao me parece certo nem um extremo, nem outro:
raças nao existem X raça = subespécie
Raças humanas... raças humanas...

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

fenrir
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Mensagem por fenrir »

Bom, troque por
"raças humanas não existem X raças humanas são subespécies distintas"
Creio que se possa falar em raças humanas, ainda que isso provavelmente se resuma a um nome ou rótulo dado a conjuntos ou classes particulares de características superficiais (traços faciais, cor da pele, etc).
O erro está em tentar estabelecer correlação e causação entre a presença, ausência ou nuances dessas características que definem o rótulo com outras características que estão fora dessa definição.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

O problema hoje de fazer pesquisa séria é o politicamente correto. As pesquisas antigas sofrem de limitações e preconceitos do passado. Em teste de inteligência, pessoas que tiveram uma infância com nutrição ruim tendem a desenvolver menos a inteligência. No caso dos esportes, países com muita pobreza dificultam que as melhores pessoas desejem se dedicar a esportes e tenham recursos para isso.

Primeiro raça e grupo étnico são conceitos diferentes. Raça é o conjunto de características biológicas enquanto etnia já é a cultura, incluindo tradições, o idioma e a religião do grupo.

Vou dizer o que sei sobre Orientais (japas e chineses), Caucasianos e Afros sem me importar com o politicamente correto. :lol:

Orientais tem pouca propensão a engordar.
Orientais são os mais baixinhos e afros são os mais altos tanto em estatura quanto em tamanho do bilau.
Mulheres orientais são tábuas, enquanto as mulheres e homens afros são mais popozudos e as mulheres nórdicas são as mais peitudas.
Afros tem mais glândulas de transpiração enquanto orientais transpiram tão pouco que muitos nem usam desodorante.
Orientais tem pouco pêlo no rosto.

Afros são os melhores em força física e velocidade enquanto orientais são os piores.
Afros são mais sociais enquanto orientais são mais reservados.
Afros tem mais testosterona enquanto orientais são mais enrustidos.
Agora a maior polêmica, orientais são mais inteligentes, em termos de raciocínio lógico, do que caucasianos. Porém, se não for por causa da má nutrição, caucasianos são mais inteligentes do que afros.

Por fim, a cor da pele é uma consequência da zona climática, antes da globalização. Quanto mais perto do equador, mais escura é a cor da pele. A cor da pele influencia a facilidade de se adaptar ao clima.

Existem também a raça Ameríndio, de que li pouco a respeito e que é descendente dos orientais, e várias outras minoritárias espalhadas pelo mundo, como aborígenes australianos.

Os caucasianos ainda se subdividem em mediterrâneos, nórdicos, árabes e vários outros, e muitas diferenças são perdidas com a miscigenação. Existia a raça céltica e os cabelos ruivos foram a herança que deixaram. Também percebo um padrão em homens eslávicos que não sei explicar bem.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Tutu escreveu:
Qua, 29 Abril 2020 - 23:44 pm
Resumo bem objetivo e didático, Tutu.

Eu também acho que o politicamente correto está sufocando uma área de estudo.
Depois que ele surgiu e passou a patrulhar tudo, desde o comportamento social a trabalhos científicos, muitas áreas foram travadas e assim se encontram até não se sabe quando.
São poucos os pesquisadores que resolvem enfrentar correntes ideológicas, perder o sossego e, possivelmente a reputação junto.
A maioria fica na moita, assistindo passivamente o controle de pensamento e o amordaçamento de novas hipóteses.
No mundo polarizado em que atualmente vivemos, é bem mais fácil assumir o papel de espectador e ver se isso vai passar um dia para botar a cara na janela de novo.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Timidamente, vemos que se começa a combater algo impensável há alguns anos, a invasão de homens nos esportes femininos.
Em nome do "direito" de se "sentir" mulheres, muitos marmanjos, fisicamente bem mais fortes e ágeis, entraram nas arenas para disputar com o sexo mais frágil de igual para igual.
O exemplo mais covarde e gritante se vê no boxe, MMA, luta livre, etc.
O que tem lá é homem batendo em mulher publicamente, em eventos prestigiados e transmitidos mundialmente.
Uma vergonha, uma covardia sem tamanho.

Ainda vou abrir um tópico aqui sobre isso, como fiz no finado fCC.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Esqueci de dizer algumas coisas ontem.
Orientais demoraram mais tempo para ter uma aparência de velho enquanto os nórdicos tem a aparência envelhecida mais cedo.

Os mais altos hoje são os países germânicos e eslavos (Holanda, Bósnia, etc) e os menores são os orientais tropicais (Indonésia, etc). Considerando que na idade média, a maioria dos humanos eram pequenos, hoje a estatura é por causa de boa alimentação? Existe tanto o fator raça quanto o fator alimentação.

Na medicina, tem doenças que são mais comuns em algumas raças. Por exemplo, negros tem mais propensão a desenvolverem glaucoma. Pelo menos nesta parte o politicamente correto não atrapalhou.

Já ouvi dizer que o conceito de raça não deve ser considerado, porque a diferença genética é ínfima e existe muita miscigenação esculhambando tudo. Mas não devemos deixar de ser realistas nos casos sem miscigenação, porque tem muitas diferenças que são visíveis na prática.

Algumas ilustrações que achei:
https://external-preview.redd.it/c3hnBs ... 164fe8ff15
https://external-preview.redd.it/ZF1gVP ... aa791db330
Gabarito escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 19:26 pm
O branco é mais apto em provas de resistência, maratona.
Vejo muitos quenianos indo bem em maratonas.

A história que ouvi dizer é que os humanos perderam os pêlos para poder caminhar mais. Os primeiros humanos tinham pele negra e se tornaram clara ao chegar na Europa, onde tem menos sol e menos produção de vitamina D. No sudoeste da Ásia a pele é escura. Os orientais do norte e do sul são de mesma raça (ou super-raça, como preferir), mas qual das duas cores de pele vieram primeiro? O ecossistema da Europa é mais difícil para nômades do que o da África tropical? São várias perguntas que seriam bons temas de pesquisa.
Gabarito escreveu:
Qui, 30 Abril 2020 - 10:12 am
Eu também acho que o politicamente correto está sufocando uma área de estudo.
Depois que ele surgiu e passou a patrulhar tudo, desde o comportamento social a trabalhos científicos, muitas áreas foram travadas e assim se encontram até não se sabe quando.
A coisa está difícil. Já conversei com sociólogo e ele defende o politicamente correto com os mesmos argumentos que um militante leigo em sociologia. Como não sou das áreas de humanas, eu não tenho como mostrar os equívocos. Algo que não faz sentido é falar de racismo e eles acrescentarem o resto da trindade deles (machismo e homofobia) e ignorarem que idosos, prostitutas, catador de lixo, índios e mendigos sofrem preconceito e tem uma vida pior do que homossexuais.

A militância atrapalha a causa por se desviar da origem do problema. A militância diz que violência doméstica é culpa do "patriarcado", o erro é que o problema não está na cultura e sim na psicologia humana, que é violenta e gosta de dominar. Se eles querem criar uma cultura feminista para o homem ser submisso e não cometer violência, eles estarão criando um problema para resolver outro.

Re: Diferenças entre grupos étnicos humanos ("raças")

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Tutu escreveu:
Qui, 30 Abril 2020 - 11:13 am
Na medicina, tem doenças que são mais comuns em algumas raças. Por exemplo, negros tem mais propensão a desenvolverem glaucoma. Pelo menos nesta parte o politicamente correto não atrapalhou.
Os negros também são mais propensos a desenvolver câncer de próstata.
Tanto é assim que a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda começar os exames a partir dos 45 anos para os negros e 50 para outras etnias.
E considera ser fator de risco:
Fatores de risco:

– Histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio
– Raça: homens negros
– Obesidade
– Sedentarismo

Tutu escreveu:
Qui, 30 Abril 2020 - 11:13 am
Gabarito escreveu:
Dom, 12 Abril 2020 - 19:26 pm
O branco é mais apto em provas de resistência, maratona.
Vejo muitos quenianos indo bem em maratonas.
De fato, isso também acontece.
Mas o domínio das provas de raso dos negros é incontestável.


Tutu escreveu:
Qui, 30 Abril 2020 - 11:13 am
Gabarito escreveu:
Qui, 30 Abril 2020 - 10:12 am
Eu também acho que o politicamente correto está sufocando uma área de estudo.
Depois que ele surgiu e passou a patrulhar tudo, desde o comportamento social a trabalhos científicos, muitas áreas foram travadas e assim se encontram até não se sabe quando.
A coisa está difícil. Já conversei com sociólogo e ele defende o politicamente correto com os mesmos argumentos que um militante leigo em sociologia. Como não sou das áreas de humanas, eu não tenho como mostrar os equívocos. Algo que não faz sentido é falar de racismo e eles acrescentarem o resto da trindade deles (machismo e homofobia) e ignorarem que idosos, prostitutas, catador de lixo, índios e mendigos sofrem preconceito e tem uma vida pior do que homossexuais.
Já se apropriaram da defesa dos direitos dos índios.
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