Ditadura Militar de 1964

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Re: Ditadura Militar de 1964

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Paulo Freire defende que os oprimidos que não queiram ser "libertados" devem ser mortos.
Paulo Freire e a Execução Libertadora

Publicado em junho 16, 2020 por Cesar

Em Pedagogia do Oprimido, ao comentar as memórias de Che Guevara sobre a revolução cubana, Paulo Freire justifica o tratamento dado pelos guerrilheiros a desertores do movimento revolucionário ou aos populares que não se submetessem, o que rotineiramente significava sua execução.

Na visão de Freire, não se pode confiar plenamente nem mesmo naqueles em nome de quem se pretende fazer a revolução. “Desconfiar dos homens oprimidos,” diz Freire, “não é, propriamente, desconfiar deles enquanto homens, mas desconfiar do opressor ‘hospedado’ neles.” O temor de Freire é de que alguns dos ‘oprimidos’ não apenas não aceitem juntar-se à luta revolucionária, mas a rejeitem, e que “seu medo natural à liberdade pode levá-los à denúncia, não da realidade opressora, mas da liderança revolucionária.” Freire diz que no relato de Guevara sobre a guerrilha em Sierra Maestra “se comprovam estas possibilidades, não apenas em deserções da luta, mas na traição mesma à causa.”

Ao desconfiar dos homens que afirma defender, o revolucionário “não está rompendo a condição fundamental da teoria da ação dialógica. Está sendo, apenas, realista.” Por essas razões, Paulo Freire exonera Guevara de responsabilidade por determinar a execução de seus próprios companheiros, pois é preciso “manter a coesão e a disciplina do grupo,” e que coube a Che Guevara apenas “reconhecer a necessidade de punição” do desertor.

Freire prossegue em sua justificativa dos crimes dos revolucionários, cujas vítimas são, na verdade, culpadas, e afirma que Guevara “reconhece também certas razões explicativas da deserção. Uma delas, diremos nós, talvez a mais importante, é a ambiguidade do ser do desertor.” Freire explica essa “ambiguidade” afirmando que o oprimido “hospeda” o opressor dentro de si. Justifica-se assim a execução do “oprimido” que não se submete ao jugo do revolucionário, pois é, ele também, um “opressor”.

Para Paulo Freire, as atrocidades dos guerrilheiros são fruto do amor pelos oprimidos, e “o que não expressou Guevara, talvez por sua humildade, é que foram exatamente esta humildade e a sua capacidade de amar que possibilitaram a sua ‘comunhão’ com o povo”.
https://defesadoreal.com/2020/06/16/pau ... bertadora/

Re: Ditadura Militar de 1964

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Fernando Silva escreveu:
Sex, 06 Novembro 2020 - 13:32 pm
Paulo Freire defende que os oprimidos que não queiram ser "libertados" devem ser mortos.
Paulo Freire e a Execução Libertadora

Publicado em junho 16, 2020 por Cesar

Em Pedagogia do Oprimido, ao comentar as memórias de Che Guevara sobre a revolução cubana, Paulo Freire justifica o tratamento dado pelos guerrilheiros a desertores do movimento revolucionário ou aos populares que não se submetessem, o que rotineiramente significava sua execução.

Na visão de Freire, não se pode confiar plenamente nem mesmo naqueles em nome de quem se pretende fazer a revolução. “Desconfiar dos homens oprimidos,” diz Freire, “não é, propriamente, desconfiar deles enquanto homens, mas desconfiar do opressor ‘hospedado’ neles.” O temor de Freire é de que alguns dos ‘oprimidos’ não apenas não aceitem juntar-se à luta revolucionária, mas a rejeitem, e que “seu medo natural à liberdade pode levá-los à denúncia, não da realidade opressora, mas da liderança revolucionária.” Freire diz que no relato de Guevara sobre a guerrilha em Sierra Maestra “se comprovam estas possibilidades, não apenas em deserções da luta, mas na traição mesma à causa.”

Ao desconfiar dos homens que afirma defender, o revolucionário “não está rompendo a condição fundamental da teoria da ação dialógica. Está sendo, apenas, realista.” Por essas razões, Paulo Freire exonera Guevara de responsabilidade por determinar a execução de seus próprios companheiros, pois é preciso “manter a coesão e a disciplina do grupo,” e que coube a Che Guevara apenas “reconhecer a necessidade de punição” do desertor.

Freire prossegue em sua justificativa dos crimes dos revolucionários, cujas vítimas são, na verdade, culpadas, e afirma que Guevara “reconhece também certas razões explicativas da deserção. Uma delas, diremos nós, talvez a mais importante, é a ambiguidade do ser do desertor.” Freire explica essa “ambiguidade” afirmando que o oprimido “hospeda” o opressor dentro de si. Justifica-se assim a execução do “oprimido” que não se submete ao jugo do revolucionário, pois é, ele também, um “opressor”.

Para Paulo Freire, as atrocidades dos guerrilheiros são fruto do amor pelos oprimidos, e “o que não expressou Guevara, talvez por sua humildade, é que foram exatamente esta humildade e a sua capacidade de amar que possibilitaram a sua ‘comunhão’ com o povo”.
https://defesadoreal.com/2020/06/16/pau ... bertadora/
Não é que eu seja adepto das ideias políticas de Paulo Freire, mas a gente não pode deixar passar um artigo desses sem pontuar algumas coisas...

1 - Se estas palavras tivessem sido escritas por Albert Einstein (que era meio esquerdista também), isso, de alguma forma, invalidaria a Teoria da Relatividade? Se tivesse sido Charles Darwin, refutaria a Teoria da Evolução?

Porque atacar a visão política de Paulo Freire não diz nada sobre seu trabalho em Pedagogia. E a gente ainda pode apostar que 99,99% dos críticos do pedagogo Paulo Freire nunca leram uma linha sequer do trabalho dele. Assim como você e eu.

Ao contrário de pessoas que realmente se interessam por Pedagogia. Porque, no mundo inteiro, Paulo Freire é uma das principais referências na área. Se não for a principal.

Em tópico do antigo CC mostrei que uma escola pública americana que foi premiada por ter o melhor desempenho nacional naquele ano, adota a metodologia Paulo Freire. Aqui no Brasil Paulo Freire é empregado em escolas particulares para filhos de ricos. Também na França, Suécia, Finlândia, em vários países, adotam a pedagogia de Paulo Freire.

O artigo abaixo é reproduzido do Portal R7, pertencente à rede Record que apóia o governo Bolsonaro. Portanto insuspeito:

https://noticias.r7.com/brasil/paulo-fr ... o-12012019
Tratado pelo governo Bolsonaro como bode expiatório da má qualidade do ensino público brasileiro, a obra do educador Paulo Freire (1921-1997) pode ser controversa. Mas o trabalho do pedagogo e filósofo, nomeado em 2012 patrono da educação brasileira e autor de um método de alfabetização que completou 50 anos em 2013, não deixa de ser bastante relevante nas discussões mundiais sobre pedagogia.

Freire é estudado em universidades americanas, homenageado com escultura na Suécia, nome de centro de estudos na Finlândia e inspiração para cientistas em Kosovo. De acordo com levantamento do pesquisador Elliott Green, professor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, na Inglaterra, o livro fundamental da obra do educador, 'Pedagogia do Oprimido', escrito em 1968, é o terceiro mais citado em trabalhos acadêmicos na área de humanidades em todo o mundo.

Pedagogia do Oprimido é o terceiro mais citado trabalho na área de pedagogia NO MUNDO. Se a culpa é de Paulo Freire, era pra educação no mundo estar uma bosta, né?

Para especialistas em educação ouvidos pela BBC News Brasil, entretanto, a raiz da controvérsia em torno da pedagogia de Paulo Freire não é sua aplicação em si - mas o uso político-partidário que foi feito dela, historicamente e, mais do que nunca, nos dias atuais. "Li a maior parte dos livros dele. Minha tese de doutorado foi amplamente baseada em seus ensinamentos. Tenho aplicado seu método de várias maneiras em minha carreira profissional, na prática e na pesquisa", afirmou a pedagoga Eeva Anttila, professora da Universidade de Artes de Helsinque, na Finlândia.

"A maior vantagem de sua metodologia é a abordagem anti-opressiva e não autoritária, a pedagogia dialógica e respeitosa que ele promoveu. O problema é que suas ideias têm sido usadas para fins políticos - o que, em meu entendimento, nunca foi seu propósito inicial", disse a finlandesa.

Freire tornou-se conhecido a partir do início dos anos 1960. Ele desenvolveu um método de alfabetização de adultos baseado nos contextos e saberes de cada comunidade, respeitando as experiências de vida próprias do indivíduo. Aplicou o modelo pela primeira vez em um grupo de 300 trabalhadores de canaviais em Angicos, no Rio Grande do Norte. De acordo com os registros da época, a alfabetização ocorreu em tempo recorde: 45 dias.


Homenagens pelo mundo

Referência mundial em qualidade do ensino, a Finlândia conta, desde 2007, com um espaço dedicado a discutir a obra do educador brasileiro. O Centro Paulo Freire Finlândia fica na cidade de Tampere. "É um hub para os interessados em Paulo Freire e em seu legado para tornar o mundo mais igualitário e justo", de acordo com a definição da própria instituição. Eles publicaram, online, três livros com artigos - em finlandês - analisando a obra do brasileiro. O material teve 17 mil downloads.

[...]


Há instituições de ensino que seguem o método Paulo Freire em diversos países. É o caso da Revere High School, escola em Massachusetts que em 2014 foi avaliada como a melhor instituição pública de Ensino Médio nos Estados Unidos. Em Kosovo, um grupo de jovens acadêmicos criou um projeto de ciência cidadã inspirado na pedagogia crítica do brasileiro. Os participantes recebem um kit para monitorar as condições ambientais e, assim, juntos, pressionar o governo por melhorias na área.

"Acredito que seria ótimo que a pedagogia em qualquer escola de qualquer país partisse do pensamento de Freire", comentou a pedagoga finlandesa Anttila. "Especialmente no Brasil, dada a atual situação política e a história do país." Ela diz que um método de ensino, para funcionar bem, precisa levar em conta as situações de vida dos alunos. "Não acredito em pedagogia autoritária. As aulas não precisam ser autoritárias. É preciso diálogo, discussão, negociação, exploração. Construir conhecimento para que haja capacidade de expressar ideias e ouvir os outros. Eis a chave para a democracia. E a educação democrática é a única maneira de salvaguardar uma sociedade democrática", declarou.


Na Alemanha, em Berlim, há um instituto que leva o nome de Paulo Freire. Seu método foi utilizado para ensinar alemão a refugiados de vários paíseis com resultados impressionantes.
Com sedes em Berlim, o Instituto Paulo Freire e a Sociedade Paulo Freire mantêm projetos educacionais na Alemanha e em países da América Latina, guiados pelos ideais do brasileiro de que a educação é um ato político, humanizador e de mudança social.

Também difusora do legado de Freire, a Cooperação Paulo Freire, no norte da Alemanha, se define como uma associação internacional de pessoas guiadas pelas ideias de Freire e que querem seguir o caminho de uma sociedade orientada para o diálogo.

Na Alemanha, o método Paulo Freire também é usado atualmente na integração de refugiados ao país, na orientação de pessoas que trabalham com pacientes com Alzheimer e serviu de inspiração para um modelo de aprendizagem empregado em jardins de infância.

Há, ainda, uma escola primária, na cidade de Parchim, e uma escola profissionalizante em Berlim, que levam o nome do educador brasileiro. E em novembro do passado, o Congresso Paulo Freire reuniu pesquisadores na Universidade de Hamburgo.

"A influência de Paulo Freire na Alemanha é muito grande. Ele é visto como um dos grandes nomes da pedagogia, ao lado de Immanuel Kant, Jean-Jacques Rousseau, Rudolf Steiner e Maria Montessori. Ainda hoje os livros dele são muito usados em universidades, há inúmeros trabalhos universitários que utilizam as obras dele", afirma o professor Heinz-Peter Gerhardt, doutor em Educação pela Universidade de Frankfurt e professor visitante da Universidade Católica de Macao, na China.

Aqui, em meio a 10 mil problemas estruturais na Educação, querem culpar Paulo Freire enquanto nos Estados Unidos a escola pública de ensino médio premiada por ter o melhor desempenho nacional em 2014 adota Paulo Freire!

2 - A segunda coisa que chama atenção nesse artigo enviesado são os dois pesos e duas medidas. Qualquer força de combate no mundo condena à morte seus desertores. Incluindo o exército dos Estados Unidos.

Por que o autor só vê esse procedimento como um grave problema moral em relação a Che Guevara?

3 - Por fim, a esta altura do campeonato, a gente já deveria ter aprendido a desconfiar deste tipo de fonte. Em 2 minutos de busca encontrei o livro na internet e baixei o PDF. Fiz uma busca por "Guevara" e o trecho das citações do artigo é este:
Esta confiança nas massas populares oprimidas, porém, não pode ser uma ingênua confiança.
A liderança há de confiar nas potencialidades das massas a quem não pode tratar como objetos
de sua ação. Há de confiar em que elas são capazes de se empenhar na busca de sua libertação,
mas há de desconfiar, sempre desconfiar, da ambigüidade dos homens oprimidos.
Desconfiar dos homens oprimidos, não é, propriamente, desconfiar deles enquanto homens, mos
desconfiar do opressor “hospedado" neles.
Desta maneira, quando Guevara {127} chama a atenção ao revolucionário para a “necessidade
de desconfiar sempre – desconfiar do camponês que adere, do guia que indica os caminhos,
desconfiar até de sua sombra”, não está rompendo a condição fundamental da teoria da ação
dialógica. Está sendo, apenas, realista.
É que a confiança, ainda que básica ao diálogo, não é um a priori deste, mas uma resultante do
encontro em que os homens se tornam sujeitos da denúncia do mundo, para a sua transformação.
Daí que, enquanto os oprimidos sejam mais o opressor “dentro” deles que eles mesmos, seu
medo natural à liberdade pode levá-los à denúncia, não da realidade opressora, mas da liderança
revolucionária. Por isto mesmo, esta liderança, não podendo ser ingênua, tem de estar atenta Quanto a estas
possibilidades.
Como se vê, o autor do artigo não foi exatamente honesto.

Paulo Freire não fala nada para justificar execução de camponeses que não se submetem. O que ele tenta justificar são os
procedimentos que qualquer força de combate toma para evitar que informações sejam passadas ao inimigo.

Re: Ditadura Militar de 1964

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Pedro Reis escreveu:
Sex, 06 Novembro 2020 - 16:21 pm
Porque atacar a visão política de Paulo Freire não diz nada sobre seu trabalho em Pedagogia. E a gente ainda pode apostar que 99,99% dos críticos do pedagogo Paulo Freire nunca leram uma linha sequer do trabalho dele. Assim como você e eu.

Ao contrário de pessoas que realmente se interessam por Pedagogia. Porque, no mundo inteiro, Paulo Freire é uma das principais referências na área. Se não for a principal.
O método Paulo Freire funciona. O problema é que ele é usado para doutrinar os alunos.
Seria igualmente eficiente nas mãos da esquerda ou da direita.
Acontece que ele era de esquerda e foi ela que usou o método.
Pedro Reis escreveu:
Sex, 06 Novembro 2020 - 16:21 pm
Paulo Freire não fala nada para justificar execução de camponeses que não se submetem. O que ele tenta justificar são os
procedimentos que qualquer força de combate toma para evitar que informações sejam passadas ao inimigo.
Minha interpretação deste texto:
O temor de Freire é de que alguns dos ‘oprimidos’ não apenas não aceitem juntar-se à luta revolucionária, mas a rejeitem, e que “seu medo natural à liberdade pode levá-los à denúncia, não da realidade opressora, mas da liderança revolucionária.” Freire diz que no relato de Guevara sobre a guerrilha em Sierra Maestra “se comprovam estas possibilidades, não apenas em deserções da luta, mas na traição mesma à causa.”
"Quem não é por nós, quem não apoia a revolução, é contra nós e deve ser executado".

Re: Ditadura Militar de 1964

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

O que revelam os 'documentos secretos' da ditadura levados por Biden ao Brasil


youtu.be/zLj7OG8ER_k

Re: Ditadura Militar de 1964

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Titoff
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Mensagem por Titoff »

Amanhã, dia da mentira, é aniversário do golpe da bandidagem contra o país. Claro que bozoasnistas foram para a rua zurrar:

Manifestantes pedem intervenção militar em atos esvaziados

Nas mídias sociais, manifestações em defesa da democracia se destacam


Manifestantes se aglomeraram para pedir intervenção militar em São Paulo e no Rio de Janeiro em atos esvaziados nesta quarta, 31 de março, aniversário de 57 anos do golpe que instaurou a ditadura militar do Brasil. Bate-boca, insultos e até tapas foram registrados durante aos atos. Nos últimos dias, mensagens de grupos bolsonaristas convocando atos em todo o País circularam nas redes sociais, mas, até o início da tarde desta quarta, não houve registro de grandes manifestações.

Imagem
Membros da Polícia Militar do Pará dispersaram manifestantes bolsonaristas que se concentravam na manhã desta quarta-feira, 31 de março de 2021, na Praça da Bandeira, em frente ao Quartel-General, na cidade de Belém (PA).

Em São Paulo, o ato ocorreu na frente do Comando Militar do Sudeste, ao lado da Assembleia Legislativa do Estado. Um grupo de manifestantes tentou forçar a entrada dentro do quartel e foi contido pelos militares. O ato começou por volta das 9h e reuniu cerca de 100 manifestantes, muitos sem máscara e sem respeitar o distanciamento social recomendado para evitar a propagação do coronavírus. Eles defendiam intervenção militar com Bolsonaro no poder e gritavam palavras de ordem contra o comunismo.

O grupo ainda questionou a eficácia das vacinas contra a covid-19 e defenderam o uso de medicamentos sem eficácia comprovada. Um segundo grupo de manifestantes que se identificou como ligado à igreja católica puxou um minuto de silêncio em respeito à morte do policial militar baiano que foi morto durante um surto no qual tentou atirar contra seus próprios colegas. Um dos manifestantes afirmou que ele "seu sua vida pelo povo".

No Rio, o ato aconteceu na orla de Copacabana. Defensores de uma nova intervenção insultaram e agrediram um jovem que contestava a manifestação. Ele foi cercado e empurrado, chegou a levar tapas aos gritos de "vai pra Cuba", "maconheiro" e outras ofensas de caráter homofóbico. Uma das faixas no ato, que reuniu cerca de 100 pessoas no fim da manhã, pedia que Bolsonaro acionasse as Forças Armadas para "auxiliar o povo na defesa da liberdade e das garantias constitucionais". Apesar de motoristas buzinarem em apoio aos manifestantes, muitas pessoas o contestaram. Bolsonaro foi chamado de "genocida", e gritos pró-democracia foram ouvidos.

Outras capitais, como Belém, Palmas e Curitiba, também registraram atos esvaziados. Em Belém, a Polícia Militar dispersou os manifestantes que se aglomeravam em frente ao Quartel-General. Em Palmas, sete apoiadores de Bolsonaro compareceram em frente ao 22º Batalhão de Infantaria, na zona rural.

No Twitter, críticas à ditadura são maioria
Apesar de a hasthtag #Viva31demarco e o termo "Viva 64" aparecerem desde o início desta quarta, 31, nos trending topics do Twitter, críticas à ditadura e a celebrações do aniversário do golpe foram maioria. Até 13h, cerca de 170 mil tweets com a hashtag #DitaduraNuncaMais foram publicados, segundo números da própria plataforma. Menos de 90 mil publicaram a tag que celebra o golpe. Ulysses Guimarães e trechos de seu discurso na promulgação da Constituição em 1988 também estão entre os temas mais comentados desta quarta.

Lideranças políticas aproveitaram o debate na rede social para se manifestar a favor da democracia. "O dia 31/03 não comporta a exaltação de um golpe que lançou o país em anos de uma ditadura violenta e autoritária", escreveu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. "É momento de exaltar o valor da nossa democracia conquistada com suor e sangue. Viva o Estado de Direito."

Presidenciáveis como Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e Luciano Huck (Sem partido) também fizeram questão de se pronunciar. "Rupturas institucionais, como o golpe de 64, são retrocessos inaceitáveis", escreveu Huck. Partidos de espectros diferentes destacaram que o autoritarismo pós-1964 foi resultado das decisões dos militares. "O movimento militar de 1964 foi um golpe de Estado e assim está registrado na história", publicou o PSDB. "Os que negam o autoritarismo instalado pela ditadura são os que hoje negam a catástrofe do combate à pandemia", escreveu o PT.

Um dos perfis no Twitter que mais tem movimentado a hashtag que celebra o 31 de março é o do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), aliado do presidente Jair Bolsonaro. "Você quer conhecer o futuro? Então olhe para o passado. Veja se não são parecidas as táticas de hoje para desestabilização do País com as que eram usadas em 1964", escreveu o ex-deputado, pivô do escândalo do mensalão.

https://www.terra.com.br/noticias/manif ... p041b.html

Re: Ditadura Militar de 1964

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Não, não é verdade que estava todo mundo feliz e, de repente, os militares malvados tomaram o poder.
Ditadura militar - Guerrilheiros não eram escoteiros

Por Marco Aurélio Vieira 11/06/2022
*General de Exército, foi comandante da Brigada de Operações Especiais e da Brigada Paraquedista


“O guerrilheiro urbano tem que se fazer mais agressivo e violento, girando em torno da sabotagem, do terrorismo, das expropriações, dos assaltos, dos sequestros, das execuções etc.”

Carlos Marighella, em “Manual do guerrilheiro urbano”


O debate sobre os direitos dos que “lutaram contra a ditadura militar” precisa sair do campo emocional para a realidade. Principalmente visando a esclarecer jovens que não viveram aqueles tempos, mas, convencidos a analisar os acontecimentos pela lente dos argumentos ideológicos, insistem em defender teses inverídicas.

Na década de 1960 e no começo dos anos 1970, o mundo assistiu a três fenômenos: o apogeu da Guerra Fria, a expansão do comunismo e a opção pela luta armada para a tomada do poder pelos movimentos de esquerda.

Em fevereiro de 1956, o jornal O Estado de S. Paulo publicou na íntegra o relatório secreto de Nikita Kruschev, então premiê da União Soviética, na conclusão do XX Congresso do Partido Comunista, trazendo à tona as atrocidades do stalinismo. A confissão dos 20 milhões de mortes causadas por um regime que se dizia defensor dos operários e a mudança radical em sua estratégia — deixando de pregar o conflito mundial e passando a defender uma coexistência pacífica — caíram como uma granada na trincheira do Partido Comunista Brasileiro. O PCB entrou em crise. De um lado, membros que se sentiram traídos em seus ideais desertaram. De outro, faltou convicção para defender a causa, por descrença nos novos métodos propostos.

Em 1962, os dissidentes Maurício Grabois e João Amazonas fundaram o Partido Comunista do Brasil, defendendo “a luta decisiva e ações revolucionárias de envergadura” a ser desencadeadas pelas massas progressistas.

Diante do quadro internacional e da convulsão política interna, as Forças Armadas brasileiras vislumbraram três cenários em 1964: autoritarismo de esquerda, prosseguimento da anarquia sindicalista com subsequente radicalização ou guerra civil de motivação ideológica. Ninguém acreditava ser possível um desenlace democrático.

É, portanto, coisa de politólogos românticos pensar que o movimento de 1964 foi um “golpe” que interrompeu um processo normal de sucessão democrática. A opção, na época, nunca foi entre duas formas de democracia: a social e a liberal. Na verdade, deu-se o embate entre dois autoritarismos que se valiam da violência a seu modo: o de esquerda, ideológico, ofensivo e raivoso; e o de direita, salvacionista, defensivo e conservador.

Inconformada, a ala radical dos partidos de esquerda, que pregava a tomada do poder pela luta armada, atomizou-se em inúmeras siglas —PCBR, ALN, MR-8, VPR, VAR ... —, e uma sangrenta guerrilha contra o governo se alastrou.

É nesse contexto que se deve analisar a luta armada no Brasil. Os guerrilheiros dos “Anos de Chumbo” não eram escoteiros. Escolheram por vontade própria combater de armas na mão um governo instituído.

A sociedade brasileira superou esse trauma numa transição civilizada do autoritarismo para a democracia, com exaustiva discussão entre o Estado, antigos guerrilheiros, partidos políticos, operadores do Direito e a própria sociedade. O Brasil encontrou um caminho para que se pacificassem os ânimos, num ato jurídico perfeito: a Lei da Anistia.

Lembrando que anistia não é justiça, nem perdão e nem esquecimento, mas sim um instituto legal que, de forma inteligente e com a aquiescência de todos os envolvidos em atos de violência — reconhecidos e não resolvidos —, visa a relevar o passado e a fazer os antigos contendores olhar para o futuro.

Propor revisão da Lei da Anistia é desprezar o enorme esforço político e o gigantesco passo que a sociedade brasileira deu na direção da paz e do desenvolvimento seguro. Afinal, vingança não cabe em anistia, passado não tem preço, e ainda temos um Brasil por fazer.
https://blogs.oglobo.globo.com/opiniao/ ... eiros.html

Re: Ditadura Militar de 1964

Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Fernando Silva escreveu:
Sex, 06 Novembro 2020 - 16:54 pm
O método Paulo Freire funciona. O problema é que ele é usado para doutrinar os alunos.
Seria igualmente eficiente nas mãos da esquerda ou da direita.
Acontece que ele era de esquerda e foi ela que usou o método.
O método Paulo Freire nunca foi adotado na prática no Brasil. No máximo algumas experiências pontuais. Dizer que o método é usado para doutrinar alunos chega a ser risível.

https://www.bbc.com/portuguese/noticias ... ofreire_cc

Re: Ditadura Militar de 1964

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Tem um tal de Chavoso da USP que teria feito crítica a um filme ("Ainda Estou Aqui"), inspirado no romance autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, por não ter tratado sobre negros e pobres. Aí parece que essa crítica


Marcelo Rubens Paiva responde à críticas contra “Ainda Estou Aqui”: “É sobre a minha mãe”
Marcelo Rubens Paiva comenta as críticas ao filme "Ainda Estou Aqui", que retrata a história de sua família durante a ditadura militar no Brasil.

A produção aborda a luta de Rubens Paiva e Eunice Paiva, que mesmo pertencendo a uma classe privilegiada, enfrentaram o regime autoritário.

Marcelo enfatiza que o filme é uma homenagem à sua mãe, Eunice, destacando sua coragem e persistência em buscar justiça. Ele ressalta que sua família, apesar das condições para se acomodar, escolheu o caminho da resistência e da defesa da democracia e das minorias.

Para Marcelo, as críticas são reflexões válidas, mas ele reforça que a história de sua família é uma narrativa de resistência e inspiração.
TRANSCRIÇÃO
Spoiler:

Depois dessa depois dessa provocação
toda feita aí sobre os sobre os machos
né é isso Eh vamos falar vamos voltar um
pouco aquele tema esse tema tão
recorrente no Brasil que é a ditadura né
E aí você tava falando um pouco das
reformas de base do do João Gular né ali
na 64 né final de 63 para 64 e eu me
lembro que a Carolina Maria de Jesus
escreveu pro última hora um um texto
onde ela dizia que a reforma de base do
Jong G lá era era a nova abolição do
Brasil e é tão emblemático porque o Jão
Gá é logo caçado e a Carolina é
perseguida tanto que ela sai da cidade
de São Paulo e vai para paredos assim
numa uma situação bastante emblemática
né o Brasil não tem reforma agrária o
Brasil nunca teve reforma agrária né
estava com sobre a queima dos
arquivos da época da escravidão no
Brasil mas assim quando a gente olha o
filme A gente também fica percebendo que
há Apenas Um recorte da realidade do
período da ditadura no Brasil como Se só
tivesse perseguição ou seja né movimento
político na zona sul no Lebron né isso
não deixa um filme um pouco parcial eh
com relação a essa visão geral embora
agora seria um um filme real baseado na
sua na história da sua família né Não só
no novo livro no livro ainda estamos
estou aqui mais também num um pouco do
Feliz Ano Velho enfim pego ali um remix
né dessas coisas todas mas eh Há uma
outra movimento eh social ou movimento
clandestino estudantil e tudo isso e
parece que o filme ainda não não traz
certo vamos Lógico é um filme sobre o o
a sua família sentado na sua mãe mas
acho que uma memória Nacional também
seria seria legal se fosse abarcado ou
não não caberia no filme né é um filme
sobre a minha mãe é um filme sobre
aquele fato eh Aquele caso no livro Até
eu abordo um pouco mais né Eh porque
tinha favela do pinto eu jogava a bola
com com a garotada da favela do pinto na
cruzada eh tinham mais questões
debatidas ali o livro era sobre minha
mãe sobre aquele aquele período aquele
fato
eh mas o que é o que é importante no no
filme é que
eh mostra uma família burguesa que
poderia se acomodar como quase todas as
famílias burguesas brasileiras poderia
se aproveitar da ditadura para se
enriquecer como a maioria das famílias
paulistanas eh fizeram
eh Só que não né meu pai ele com 32 anos
ele lutou pela reforma de base que é
exatamente para tirar os negros da
posição em que eles estavam os negros e
vulneráveis e pobres
eh reforma agrária nas Beiras das na
beira das estradas o que seria
fantástico Imagine se você tem nas
estradas fazendas né Eh de de pequenas
fazendas de Agricultura Familiar que faz
eh cria porco Leite alface e e vende
pras cidades né Marcel só um cumprimento
se fosse uma uma família de classe média
baixa ou negra Você acha que a ditadura
teria o mesmo comportamento ou seja
chega na sua casa senta dá bom dia boa
noite Almoça com a família joga cartas
ou sairia arrombando portas arrombando
matando torturando como foi com a como
foi com a família do Amarildo né como
foi com a Mari não tem menor dúvida e ol
aliás tá presente no livro né Marcelo o
o o três os três grandes organizações de
luta armada eram lideradas por três
negros né o PC do B na Guerrilha do
Araguaia era liberado pelo osvaldão o a
Elene pelo Mariguela e a e a VPR pelo
anofre pinto que então podia contar as
histórias dessas pessoas podia contar a
história da Ana Dias Ana Dias é uma
personagem Negra uma mulher fantástica
que perdeu o marido nos anos 70
torturado marido Operário Sindicalista
Do PCB Que que foi morto e ela não se
entregou ela tá viva eu conheci ela é
uma pessoa fantástica e tem que fazer um
livro sobre ela então eu acho que esse
filme eh Tomara que abra a É acho que
ele abre para outros filmes abre as abre
as p incentive outros personagens que
fale dessa Periferia né do Brasil
periférico que a gente não consegue
abordar no meu no meu filme porque não é
a nossa a história a nossa história da
minha da família burguesa a minha mãe
poderia também ter foi que eu falei
poderia ter se acomodado ela foi lutar
pelos direitos indígenas poderia também
ter um filme sobre os direitos indígenas
sobre alguém que lute pelos direitos
indígenas né então Eh eu concordo com
você né é um assunto fundamental
prioritário e o Brasil tá sofrendo com
isso ainda mais hoje em dia né Eh você
sabe que esse cidadão que eh jogou
o o rapaz para debaixo da ponte para
fora da ponte aquele policial militar
aquele policial militar era segurança da
escola dos meus filhos eh eu vivia
ele vi ele via ficava paisana todo dia
na porta e eu nunca eu dava batal Bom
dia todo dia para aquele cara era e de
repente quando eu viio aquela cena o
pessoal da escola falou olha é ele nunca
imaginei que ali tinha um verdadeiro
psicopata e o garoto ficou paraplégico
né o rapaz ficou para plé aparentemente


youtu.be/Mmsjyx80ZBk


CHAVOSO CRITICA "AINDA ESTOU AQUI" E PASSA VERGONHA...
TRANSCRIÇÃO
Spoiler:

hoje de manhã eu vi que eh estão
circulando aí alguns comentários e
críticas a umaem vamos dizer análise mas
não análise mas há um vídeo publicado
pelo xavoso da USP sobre o filme ainda
estou aqui e aí é por um lado pessoas
apoiando a visão do xavoso mas outras
pessoas bastante revoltadas com a
crítica que ele fez ao filme E aí eu
quero eh pegar né alguns trechos desse
desse vídeo né desse desse comentário
feito pelo xavo
para entendermos algumas coisas né
porque assim eh o que eu percebo é que
pessoas que não e consomem arte ou que
não consomem cinema ou que não são
interessadas em aspectos culturais e
muitas vezes se sentem legitimadas a
fazer comentários sobre isso sem
qualquer tipo de cuidado e sem qualquer
tipo de qualificação às vezes né Por
exemplo eu não sou alguém que estuda
economia eu não sou alguém que sabe tem
grandes conhecimentos de Economia Embora
tenha feito cursos lido alguma coisa ou
outra
então eu jamais ousaria vir aqui e fazer
uma análise da conjuntura econômica do
Brasil ou do mundo porque não é da minha
competência não é aquilo que eu estudei
mas por outro lado quando se trata de
cultura de arte qualquer pessoa se sente
qualificada a fazer isso mesmo eh
fornecendo né mesmo apresentando uma
análise tosca como fez o chavoso então
eu quero aproveitar essa oportunidade
para pensarmos algumas coisas sobre o
que ele disse eh Começando por aquilo
que eu acho que ele tem razão né E aí a
primeira coisa é que ele põe no título
al do vídeo porque ele não gostou do
filme né E aí é o gosto é individual o
gosto subjetivo né Qualquer um de nós
tem direito a não gostar de alguma coisa
gostar de alguma coisa sem precisar
inclusive racionalizar sobre isso sem
precisar justificar isso ah eu não curto
chocolate eu não curto pizza eu não
gosto de e funk eu não gosto de música
clássica e não tem por você explicar
você pode justificar você pode tentar
argumentar mas o gosto é muito
particular e Ninguém é obrigado a gostar
do filme ainda estou que ou não gostar
então assim isso é muito subjetivo e
muito individual embora também haja
aspectos que não são subjetivos né então
assim há aspectos do nosso gosto
aspectos da nossa apreciação artística
que são conjunturais que são Sabe
decorrentes eh do cenário sócioeconômico
e que são decorrentes da época Histórica
no qual a gente nasce também do país
então assim há aspectos culturais que
nos dizem respeito porque nós tivemos
contato com isso quando éramos criança
nossos pais nos estimularam a ter
contato algum professor nos estimulou eh
ou sei lá colegas amigos e assim por
diante Então você curtir certo tipo de
manifestação cultural ou certo estilo de
obra artística ou certa temática isso
também tem a ver com o contato essa
semana eu vi um vídeo é de um professor
de música tentando explicar porque que
as pessoas não gostam de ópera E aí ele
apresenta alguns argumentos ali e a
gente debateu aqui em casa né e o Carol
falando sobre isso né E aí chegamos
conclusão que muita gente não curte
certos tipos de música sei lá Jazz ou
música clássica porque não tiveram
contato com isso não tiveram sabe eh
esse tipo de estímulo que faz com que
você se habitue com aquela linguagem
porque não é uma linguagem contemporânea
não é uma linguagem sabe atual moderna
que a gente esteja ouvindo no dia a dia
então assim o fato de você não ter eh
internalizado aquelas aqueles padrões
faz com que seja estranho pra gente e
faz com que nos cause repúdio às vezes
então uma pessoa que não costuma
consumir cinema por exemplo ou um cinema
ou um tipo de linguagem de cinema que é
feito no Brasil quando se depara com
certas obras culturais e sei lá
artísticas né ou fora de um padrão
hollywoodiano né sei lá da Marvel da
Disney quando se depara com o filme
europeu dos anos 70 ou mesmo quando se
depara com o filme mais antigo mesmo de
Hollywood dos anos 30 ela ela sabe tem
certos obstáculos porque a falta de
familiaridade com aquela linguagem então
e não consegue assimilar não consegue
apreciar aquilo ali do mesmo modo que
outra pessoa que teve essa formação
Então e o gosto é isso né o gosto como
eu falei embora seja subjetivo também
Depende de certos fatores que são Extra
individuais né De qualquer maneira todo
direito de Não Gostar de nenhum filme de
Não Gostar do ainda estou aqui de Não
Gostar sei lá do filme da Marvel de Não
Gostar sei lá e de um livro qualquer de
Umo de um estilo musical de um
compositor e assim por diante então
primeiro ponto Pacífico né pode gostar
ou não gostar e nem sequer como eu falei
precisa explicar isso E aí o segundo
ponto é que ele tece críticas A partir
dessa dessa dessa análise que ele faz do
filme ele passa a ter críticas eh a
violência policial no Brasil e a entre
aspas democracia burguesa que é o teor
geral né é o monoton eh dos canais
marxistas eles só falam sobre isso né
democracia burguesa e e basicamente é o
enfrentamento a instituições
democráticas como há no mundo
contemporâneo em muitos país pelo mundo
não apenas do Brasil e é claro que a
gente sabe que existem e muitos
problemas nas democracias contemporâneas
é muitos problemas que são às vezes
insoluveis em alguns casos e aí isso
também tem gerado uma onda de
insatisfação da população da classe
trabalhadora dos mais pobres que não tem
levado eh geralmente a uma radicalização
no sentido de uma revolução comunista
mas tem levado a uma adesão ao discurso
populista de extrema direita falamos
muito sobre isso ao longo dos anos e
falei recentemente sobre isso também eh
O que leva a vitória do bolsonaro que o
que leva a vitória do trump O que leva a
vitória de partidos extrema direita pelo
mundo aqui na Europa também é a
insatisfação em relação à democracia ao
processo democrático e eh quando
canaliza essa insatisfação em torno do
ódio em torno da intolerância em torno
da singularização de potenciais inimigos
né Imigrantes eh homossexuais Eh sei lá
feministas e assim por diante você
singulariza os os inimigos da sociedade
e você canaliza esse ódio para tentar eh
ter ganhos eleitorais E é isso que tem
sido feito então sim também não é
novidade Há uma grande insatisfação
dasas democracias contemporâneas E isso
tem sido usado sim para um discurso que
é antis sistêmico em Essência mas que na
prática leva a Extrema direita então é o
que tem sido feito tudo bem concordo com
ele nesse sentido não concordo com a
conclusão dele né que a resposta seria
uma revolução ou sei lá uma sociedade
comunista mas essa crítica que ele faz à
polícia ou a brutalidade policial a
gente pode entender como válida até
porque é um cenário é que muitos
brasileiros né os mais pobres enfrentam
diariamente Porém quando entra na
crítica o filme aí eu quero começar com
uma fala do próprio chavoso né ele
falando que ele não gosta de cinema não
gosta de ver filmes ou seja aqui já
reforço o meu ponto inicial que é uma
pessoa que eh sabe pelas pela conjuntura
pela sua história individual por sei lá
por vários fatores não é alguém que
Aprecia cinema Então já pode imaginar
que não é alguém habituado a assistir
filmes brasileiros por exemplo e não é
alguém habituado a essa linguagem
cinematográfica e nem sequer as
histórias contadas no cinema Tudo bem
acontece tem pessoas que são assim não
gostam de música não gostam de
literatura não gostam de ler e assim por
diante talvez nem sequer seja muito
excepcional e essa fala do xavoso O
problema não é esse o problema é alguém
que não curte cinema que não entende
Possivelmente cinema porque não tem essa
formação e de repertório de assistir
filmes vir comentar cinema como se fosse
se qualificado para isso não é nesse
caso aqui ele tá emitindo uma opinião
direito dele mas é uma opinião na minha
visão bem pouco esclarecida e aí que
passa uma impressão de grotesco até né
que alguém que estudioso alguém que está
aí formando jovens a pensarem a
sociedade vir com uma opinião tão tosca
assim sem qualquer tipo de respaldo E aí
entra na questão das histórias né porque
ele critica ali que essa história desse
filme é não representa a história do
povo como se fosse uma obrigação das
histórias contar a história do povo não
é uma obrigação nenhuma mas não conta a
história do povo e representa uma classe
média eh sabe Branca brasileira ou seja
seria um recorte ali um ponto de vista
que não dialoga com o brasileiro
trabalhador mais pobre
B bem a gente pode aqui eh entrar um
pouco na fala da shim Amanda né que é
uma escritora Negra feminista que fala
sobre o perigo da história única né Tem
um ted Talk dela sobre isso no qual ela
ela conta né ela eh sabe uma criança
negra e ela lendo história da Branca de
Neve ela lendo história el lendo ela
lendo dos contos de fada europeus com
neve com personagens brancos e como ela
não se identificava com aquela história
e assim por diante a gente pode pensar
que há um grande problema de
representação nas histórias e de fato há
e de fato há E aí nesse caso serve o
convite para que se o chavoso está
incomodado com representação de pessoas
de classe média branca no cinema que
eles reúna com os seus camaradas e
produzam cultura produzam cinema
produzam literatura que reflitam suas
preocupações e o seu mundo é um convite
aqui é um convite qualquer pess pessa
pode fazer isso qualquer pessoa você aí
pode estar assistindo o meu canal aqui
você pode escrever um livro publicar na
Amazon sem precisar passar por Editora
inclusive publicar na Amazon e é
transmitir a sua visão de mundo e
transmitir os seus valores e transmitir
a sua perspectiva e seu ponto de vista
partir e das suas vivências do mundo no
qual você vive das suas sabe do seu
círculo de relações é daquilo que você
presenciou e daquilo que você ouviu
falar Então se você pode fazer isso
chavoso pode fazer isso ele pode
escrever um texto pode escrever um livro
pode fazer um sucesso com esse livro
pode entrar inclusive num projeto de
incentiva a cultura da sociedade para
produzir um filme e contar a perspectiva
desde aquilo que ele entenda que seja
valoroso para ser contado no cinema nada
impede que ele faça isso então assim se
ele está incomodado e com a falta de
representação é do segmento que ele
representa ou do que ele pensa
representar no cinema na cultura na
literatura não há nada que eu impeça de
atuar nesse setor e produzir cultura e
produzir literatura produzir cinema
produzir arte desde a perspectiva desde
o ponto de vista que ele acha que seja
relevante a tá não há nada que eu impea
de fazer isso por exemplo já falei
anteriormente aqui inclusive entrevistei
no canal O ferrez que é um autor
periférico que traz esse cenário né que
mostra a vida na periferia inclusive o
ferrez ele é sabotado pelos comunistas
né Os Comunistas tentaram destruir o
trabalho dele tempos atrás aí é um autor
que está falando desse cenário aí que o
xavoso é diz que não é representado é
sub representado é alguém que está
fazendo isso e ele foi atacado ele foi
atacado cruelmente pelos marxistas
tempos atrás aí que tentaram destruir a
ONG dele tentaram destruir o trabalho
dele então assim eh tem gente fazendo
isso tem gente fazendo isso E
aparentemente não é tão valorizado assim
o que o ferz faz por esse grupo que diz
que é a obra de arte tem que representar
o trabalhador e o mais pobre então sim
tem gente fazendo isso tem gente fazendo
isso e tem diretores fazendo isso né
depois ele entra na questão da biografia
do Walter Salles que é um baita diretor
de cinema um baita diretor mesmo
premiado já esteve indicado pro Oscar em
outras circunstâncias é um diretor
respeitado e aí e o o chavoso traz a
biografia familiar do ses né ou seja ele
parte por um ataque a omin aqui para
tentar desqualificar a produção
cinematográfica do Valter ses como se
ele fosse um representante da Elite e o
trabalho dele artístico fosse
determinado pela classe social e pelo
sei lá pelo contexto familiar dele essa
é uma leitura muito pobre é muito
maniqueísta inclusive né Ainda mais se a
gente levar em consideração a história
do engels né O engels que é sabe um dos
expoentes do Marxismo é Talvez um um dos
maiores propagadores da obra do Marx
um grande autor também ele mesmo né um
grande autor um grande crítico do
capitalismo e ele de uma família
burguesa de uma família de industriais
passou boa parte da sua vida trabalhando
na indústria do pai dele que ajudou a
financiar inclusive abra do Marx né ele
pegava dinheiro da indústria do pai dele
lá e mandava uma graninha pro Marx para
bancar o Marx enquanto ele escrevia
quando o pai dele morre ele recebe uma
herança coisa que o Marx e o engels se
opõem né o direito à herança no
Manifesto Comunista ou seja recebe uma
herança boa ali se aposenta com a
herança e passa o resto da sua vida
tentando promover a obra do Marx Ou seja
você tem um cara lá um Industrial um
burguês Branco europeu né Alemão um um
branco europeu alemão que usou a riqueza
dele para fazer um trabalho de
esclarecimento da classe trabalhadora de
engajamento de sabe no sentido da
revolução então assim a leitura
determinista em relação a Walter Sales é
como eu falei é pobre é pobre e me
parece simplória simplória porque basta
pensar né Walter ses anos atrás 4 lançou
um filme que foi também um sucesso
tremendo que representava dois eh jovens
brancos eh de classe média Argentina que
pegavam uma moto e viajavam pela América
Latina para conhecer as mazelas da
América Latina era a história do
cheguevara e do amigo dele ou seja eh
contou a história de dois brancos dois
brancos que estavam tentando conhecer a
América Latina chevara chevara e seu
amigo ou seja esse mesmo diretor que
supostamente representa a sabe a
mentalidade da elite brasileira de
banqueiros brasileiros fez um filme
sobre chevara não representava o ponto
de vista dos mais pobres não
representava era era o ponto de vista de
de dois brancos argentinos de classe
média representar a visão deles mas
mostrando as mazelas e mostrando a
transformação mental que se passa no t
Guevara né Na época era só o Ernesto
Guevara do Ernesto Guevara ao longo
daquela viagem que o transforma nessa
pessoa crítica em relação à desigualdade
da América Latina da pobreza da América
Latina e que o estimula a um tipo de
ativismo um tipo de militância para
tentar mudar essa situação então assim
Walter Salles o mesmo diretor desse
filme aqui contando a história né Eh da
ditadura contando a história da família
Paiva esse mesmo diretor já fez um filme
sobre um dos grandes Ídolos eh dos
marxistas leninistas então aqui é falta
de conhecimento sobre cinema é falta de
conhecimento sobre o diretor é falta de
conhecimento sobre cultura no geral né
me parece meio triste meio triste e meio
grotesco como eu falei e aí entra um
último aspecto que também vale mencionar
que acho que é uma coisa que muito
escritor e muito produtor cultural eh
tem dificuldade de conciliar que é a
perspectiva de que o trabalho cultural
ele é um produto ele pode ser artístico
ele pode visar ser artístico ele pode
sabe eh visar ser sabe eh revolucionário
em termos eh de forma de temática ele
pode tentar sabe não se encaixar no numa
lógica de mercado mas aquilo que a gente
produz né como literatura como cinema
como música e assim por diante isso é um
produto cultural é um produto cultural
que está inserido no sistema capitalista
Então quando você pensa numa obra se
você pretende que alguém Leia aquele teu
trabalho né se você pretende que alguém
se interesse por aquilo que você faz um
dia e e vá lá conferir seu livro vá
comprar seu livro na livraria que vá ao
cinema que saia de casa e vai até ao
cinema assistir seu filme você tem que
pensar num público alvo porque é assim
que os produtos são comercializados você
pensa quem é esse público quem é a
pessoa com o qual estou falando quem é
que vai ter sabe essa disposição de
consumir esse produto que eu criei E aí
é eu entendo né que quando você fala de
cinema né de sala de cinema num espaço
no qual e as pessoas se reúnem eh para
assistir um filme e aí Compra pipoca
compra refrigerante e o preço não é
barato eu não sei quant tá no Brasil
agora mas a gente foi assistir
recentemente o Wicked Deu ali para duas
pessoas eh sei lá R 30€ para assistir r$
50 para assistir um filme um pouquinho
mais então assim não é barato eh o
público alvo é a classe média é classe
média o público alvo do cinema é classe
média é o público com o qual o cinema
Via de regras está dialogando que é
também o público que tem o hábito de
consumo de cultura que tem o hábito de
consumo de cinema Por muitas razões
também razões que são bastante desiguais
bastante injustas que tem a ver com esse
contato com a obra de arte né que tem a
ver com a apreciação do que Art que tem
a ver com o desejo de estar inserido
nesse universo de sentir esclarecido
inclusive Através disso quem fala sobre
essa relação né da classe média com a a
a cultura com a obra de arte é o gess
Souza que fala isso a partir do bordier
inclusive que fala né Desse capital
cultural que é que aquilo que a classe
média se arroga ter a classe média não
tem o dinheiro da Elite a classe média
tem o capital cultural que é esse
conhecimento que tem a ver com educação
formal que tem a ver com acesso à
cultura e assim por diante então é a
classe média o público alvo do cinema é
classe média o público alvo da
literatura então é óbvio que boa parte
da produção eh pensando nessa Ótica de
mercado inclusive eh de produto cultural
é óbvio que essas obras serão produzidas
visando esse público se eu escrevo um
texto eu estou pensando aqui quem vai
ler depois e outra coisa também que já é
decorrente disso né pensando que a
classe média é aquela classe que detém o
capital cultural também é a classe que
vai produzir cultura então acaba sendo
um círculo vicioso de certo modo é é
Quem produz cultura e é quem consome
cultura claro que isso pode ser rompido
de algum modo você poderia sabe seria
desejável ampliar e o público alvo de
cinema o público alvo de literatura mas
daí passa por programas educacionais e
programas de acesso à cultura também de
modo que outras classes sociais se
sintam instigadas a adentrar ISO
universo produzir também cultura
produzir também arte produzir literatura
produzir cinema e consumir essas obras
artísticas mas é claro que o cenário
atual Não é esse nem no Brasil nem em
muitos outros países qu tem justamente
essa classe que é a classe que transmite
os seus valores aí reforçar esses
valores através da cultura e assim por
diante essa é uma crítica feita
inclusive pelo auser né o autor francês
marxista mas acaba sendo círculo vicioso
então assim o que ele está pedindo o que
ele está sabe cobrando dessa produção
artística é algo como eu falei que
deveria ser feito eh talvez em esfera
institucional né com programas
educacionais programas de Cultura mas
também pelos produtores culturais se ele
está inquieto com isso também caberia ao
grupo dele ou A sei lá a comunidade dele
produzir cultura de modo que isso vá
sabe gerando eh um outro tipo de
linguagem outro tipo de perspectiva para
ampliar a nossa interpretação do mundo
mas isso não quer dizer que dentro dessa
perspectiva de classe média também não
possa haver obras críticas também não
possa haver obras reflexivas sobre a
sociedade de modo a tentar transformá-la
de algum modo Assim como fez Walter
Sales anos atrás com o filme dele sobre
o chevara viajando de moto pela América
Latina ou seja ali você tem um diretor
de uma família de bilionários é
mostrando um revolucionário naquele caso
ali pré-revolucionário né um
pré-revolucionário se deparando com os
problemas da América Latina então assim
não pode fazer isso agora não pode
contar essa história ou contar essa
história é muito melhor do que contar a
história da família Paiva não sei Aí não
sei se é o critério que eu quero adotar
né ah não contar histórias do povo são
melhores do que contar histórias de
classe média ou contar histórias do povo
é melhor do que contar histórias da
monarquia do século XVII ou contar
história do povo é melhor do que contar
história de uma família de mulheres
britânicas no interior sabe da
Inglaterra assim por diante então assim
depende de outros aspectos que são
aspectos daí estéticos né como a
história é contada o modo como ela é
representada eh Que tipo de tema são
propostos quais artifícios o criador
está utilizando para transformar aquela
história numa história mais interessante
ou seja a muitos recursos narrativos eh
visuais no cinema né ou mesmo sonoros
para que a gente Mergulhe nessa história
e experiência seja uma experiência
agradável e essa experiência seja uma
experiência que mexa com a gente porque
aqui entra no ponto fundamental eh a
arte ela tem muitos objetivos né ela não
tem um objetivo só o objetivo da arte
não é conscientizar ninguém não é ser um
panfleto político ideológico não é sabe
convencer ninguém de nada há muitas
propostas no interior de uma obra de
arte você tem obras de arte que visam
simplesmente causar uma sensação de
sublime tem obras de arte que sabe visam
nos comover outras causar medo né filme
de terror por exemplo outra suscitar
ideias sobre futuros Eh sei lá possíveis
né distópicos e assim por diante Há
muitas propostas para obra de arte aqui
Eu mencionei só poucas mas ser um
panfleto ideológico não é uma delas
necessariamente pelo menos houve
momentos no qual isso aconteceu no qual
regimes transformaram a obra de arte
numa propaganda do governo numa
propaganda daquilo que foi feito pelo
governo mas não me parece que isso
sequer seja desejável o ideal mesmo é um
mundo no qual eh qualquer criador possa
através de suas experiências de ponto de
vista expressar suas inquietações
estéticas com uma audiência possível né
com o público alvo possível só para
concluir aqui o chavoso tem todo o
direito de não ter gostado desse filme
ou de qualquer outro filme que ele tem
assistido ou seja ele tem esse direito o
gosto é muito particular mesmo mas a
crítica que ele fez ainda estou aqui é
como eu falei de uma pobreza grotesca é
é uma incompreensão do que é narrativa
cinematográfica é uma incompreensão do
que é o papel da arte na sociedade uma
incompreensão do que se propõe a
linguagem artística e isso aqui só
acontece porque aparentemente como eu
falei ele é alguém que tem Pouco contato
com eh obra de arte e cinema então assim
me parece que aqui eh faltou o
repertório mesmo repertório e um pouco
de conhecimento teórico sobre expressões
artísticas cinematográficas e o papel da
cultura num sociedade então bem é isso

youtu.be/2Zj6JGZ-u_0


"CRÍTICA" DO CHAVOSO FOI PARAR NO RODA VIVA!

TRANSCRIÇÃO
Spoiler:

nessa última segunda-feira o escritor
Marcelo Rubens Paiva que escreveu o
livro que depois virou filme né que é um
sucesso no Brasil agora ainda estou aqui
esteve no Roda Viva E aí eu quero aqui
eh analisar duas perguntas que foram
feitas para ele porque a crítica entre
aspas aqui que o chavoso da USP fez ao
filme acabou parando no Roda Viva eu
quero assistir com vocês porque a
resposta que o Marcelo ren spiva dá é
excepcional e ela poderia ser resumida
basicamente o seguinte olha por que que
você escreveu né com esse recorte de
classe essa história e ele poderia ter
dito simplesmente o filme sobre a minha
mãe e acabou acabou falar isso porque
por que que você resolveu is a história
da sua mãe tipo cara tipo aí você está
sabe tentando interferir na própria
decisão criativa de um escritor aqui
sobre o que que ele vai abordar mas vou
falar um pouquinho sobre isso mais
adiante porque houve essa pergunta e
depois uma outra jornalista também
perguntou algo parecido pro Marcelo rens
spiva Vamos assistir juntos aqui
primeira a primeira pergunta e depois a
gente vê a segunda então assistam aqui a
gente também fica percebendo que há
Apenas Um recorte da realidade do
período da ditadura no Brasil como Se só
tivesse perseguição ou seja né movimento
político na zona sul no Lebron né isso
não deixa um filme um pouco parcial eh
com relação a essa visão geral embora
seja um filme real baseado na sua na
história da sua família né Não só no
novo livro num livro ainda estamos estou
aqui mas também no pouco do Feliz Ano
Velho enfim pego ali um remix né dessas
coisas todas mas eh Há uma outra
movimento eh social o movimento
clandestino estudantil e tudo isso que
parece que o filme ainda não não traz
certo Lógico é um filme sobre o o a sua
família sentado na sua mãe mas acho que
uma memória Nacional também seria seria
legal se fosse abarcada ou não não
caberia no filme né o filme sobre a
minha mãe é um filme sobre aquele fato
eh Aquele caso no livro Até eu abordo um
pouco mais né E porque tinha favela do
pinto eu jogava a bola com com a
garotada da fava do pinto na cruzada eh
tinha maisas questões debatidas ali o
livro era sobre a minha mãe sobre aquele
aquele período aquele fato eh
mas o que é o que é importante no no
filme é que
eh mostra uma família burguesa que
poderia se acomodar como quase todas as
famílias burguesas brasileiras poderia
se aproveitar da ditadura para se
enriquecer como a maioria das famílias
paulistanas eh fizeram
eh só que não e depois uma outra
jornalista também vai nesse sentido né
traz a crítica do chavoso queria pegar
pela perspectiva das reações então pegar
uma das críticas que foi Acho que mais
viralizou que foi a do Thiago Torres que
é o aquele youtuber professor que é
conhecido como chavoso da USP como o quê
o chavoso da USP é um jovem youtuber ele
foi uma das pessoas que fez uma crítica
ao filme no nas redes sociais é e e e
viralizou por uma questão de classe
enfim mas ele foi eh as a as respostas
para ele foram muito violentas e a
violência vinha principalmente do campo
do campo Progressista então foram
Principalmente as pessoas progressistas
quem atacaram eh a crítica que ele fez
do caso era uma era uma crítica com
relação de classe e também racial com o
recorte racial E aí eu queria te ouvir
como uma pessoa que é ativista que é
trabalha com cultura H tanto tempo
escritor a gente eh Às vezes a gente tem
essa sensação de você não pode fazer
críticas porque senão você vai ser eh eh
cancelado por todos os lados e a gente
sabe que não adianta ficar sem Anistia
no show do caitar da Betânia é porque a
gente tá falando com somente a nossa
turma então eu queria eh eh te ouvir a
partir eh disso do seu papel mesmo como
criador como ativista Olha o cistia foi
hoje saiu a pesquisa n que Anistia é
mais de 60% é contra Anistia 62% 6% é e
no foi no Aliens não foi num numa bolha
foi no alians Park que foi gritado se
Anistia né e
Eu acho que eu não sei qual foi a
crítica dele não tô por dentro
eh o tem que ficar uma coisa bem clara o
Tom e quem que é o inimigo aí o inimigo
é unici piv ou a ditadura né então a
gente tem que escolher os nossos
inimigos tem que definir nossos inimigos
eu acho que a a a militância os
ativistas às vezes eles começa a brigar
entre si e percebem que estão brigando
entre si mas o inimigo é o fascismo o
inimigo é a Extrema direita e não é
porque um ou outro não gostou do filme
de um ou outro esse esse ponto que ele
diz aqui é que a gente tem que parar e
pensar Quem é o inimigo Quem é aquele
que tem que ser enfrentado E aí É nesse
ponto que talvez é muita gente
Progressista Não se dê conta eh de qual
é a dinâmica que se dá eh entre os
grupos ideológicos né entre as Vertentes
ideológicas porque para quem é esquerda
radical pelo menos um segmento da
esquerda radical nós somos os inimigos
também porque se você não faz parte
parte da Visão limitada deles sobre o
que é a realidade sobre o que é o mundo
sobre o que é o capitalismo sobre o que
sobre o que é democracia se você não
compartilha daquela visão limitada deles
de realidade você é inimigo você é
inimigo isso já foi dito inúmeras vezes
por YouTubers eh comunistas então assim
se você não compartilha daquilo que eles
entendem que é o correto você ou é o
inimigo ou você compactua com o inimigo
e você é tratado como inimigo então Eh
nesse caso aqui acho que esse tipo de
crítica feita né ao Marcelo Rubens Paiva
ao filme parte dessa perspectiva se não
está trabalhando sob os meus termos se
não está sabe operando sobre aquilo que
eu entendo que é o correto você não é um
aliado primeiro ponto e aí eu quero
entrar né P eu peguei esses dois trechos
aqui porque são importantes para
entender primeiro a resposta que ele dá
né pra primeira pergunta né E sobre Por
que ele escolheu esse recorte ele diz a
história da minha mãe é do meu pai né da
minha família então assim ele escolheu a
história que a próxima dele eu quero
pensar um pouquinho sobre a perspectiva
eh da criação da criação literária da
criação artística né porque que as
pessoas escolhem certos temas para
trabalhar e eu quero falar sobre isso
porque eu trabalho muito esse tema eh
nas minhas oficinas literárias né quando
a gente vai trabalhar né quando a gente
vai reúne uma galera para poder produzir
textos eh tem pessoas que querem contar
uma história que querem saber produzir
um texto que querem sabe dividir suas
experiências com o mundo mas não sabem
como escolher o tema não sabem como é
sabe eh o que eu falo o que eu falo tem
pessoas que T sabe muitas ideias e aí
são difíceis e E aí é outro problema Às
vezes a dificuldade é fazer uma triagem
daquilo que ela quer contar mas tem
pessoas que não sabem o que contar e aí
tem um conselho que é dado né isso nos
Estados Unidos em muitas oficinas
literárias pelo mundo que eu acho um
conselho horroroso né que que diz em
inglês write What You Know que é Escreva
aquilo que você sabe isso é péssimo Por
muitas razões mas a principal razão é
porque isso também é muito limitador né
se você escreve apenas aquilo que você
sabe eh você você eh tira a
possibilidade de trazer diferentes
perspectivas então assim nesse caso aqui
eu nem tô criticando aqui o Marcelo rens
Paiva porque é uma escolha que ele fez e
que faz sentido para ele porque escrever
sobre aquilo que você sabe ele é
reconfortante em certos pontos né assim
Evita o tempo de pesquisa Evita o tempo
de e de você tentar sabe e dar
verossimilhança aquele mundo que você
não conhece Possivelmente porque você
vai ter que descobrir mas também te põe
em desconforto porque você tem que lidar
com próprias emoções muitas vezes se
vocês escreve sobre você mesmo vamos
supor que você escreve um romance em
primeira pessoa e o personagem é muito
parecido com você você vai ter que
acessar emoções e que não são muito
agradáveis muitas vezes nesse caso da
história pessoal dele da história da
família dele Possivelmente Ele entrou em
contato com muitas histórias que são
horrendas e que eh machucam e que são
dolorosas e que contar essas histórias
traz uma tremenda dose de sofrimento e
de Catarse ou seja uma Purificação pela
dor né então Eh escrever sobre aquilo
que você sabe de certo modo é mais
simples mas também traz os seus desafios
então quando ele decide né escrever
sobre a família dele ele está ali é se
munindo de histórias pessoais de
histórias de pessoas próximas que ele
pode acessar pode perguntar e aí isso é
facilita bastante a vida de quem escreve
agora imagine o contrário Imagine que se
ele tivesse escrito a história de uma
pessoa periférica de uma pessoa negra
periférica uma mulher negra periférica
as críticas continuariam vindo só que de
outro modo as pessoas estariam
porque um homem branco de classe média
alta ou da elite brasileira está sabe
sem lugar de fala escrevendo a
experiência de uma pessoa periférica E
aí critica veria de outro modo porque no
passado recente inclusive os autores
poderam escrever sobre o que quisessem
sem qualquer tipo de preocupação e você
poderia pegar um autor europeu lá um
autor britânico Branco escrevendo sobre
um personagem negro que ninguém falaria
nada até porque poderia alegar né estou
dando visibilidade a grupos
marginalizados ou Estou trazendo uma
perspectiva diferente sobre o mundo que
não é vista tradicionalmente então Eh
até muito recentemente eh qualquer autor
Branco europeu heterossexual sabe eh
ocidental poderia escrever sobre
qualquer tema que não haveria problema
hoje em dia já não é tão fácil assim
hoje em dia ainda mais com a ascensão de
certos grupos identitários e com a
possibilidade de que essas vozes sejam
ouvidas em primeira mão é de mau Tom
fazer isso então assim não acho que o
marchelo Rubens spiva tinha muita
liberdade para escrever sob uma
perspectiva diferente não acho que ele
tinha essa liberdade eu acho que se ele
escrevesse sobre um outro tipo de classe
social que as críticas viriam de outro
modo de outro modo as pessoas estariam
massacrando o autor porque ele está
falando aquilo que ele não entende e aí
entra o segundo modo de contar histórias
né que fala aquilo que você não sabe
aquilo que você não sabe e que você vai
aprender para contar e eu acho
fascinante isso porque é justamente é um
modo como você eh Pode se pôr na posição
de outras pessoas de outros tempos de
outros planetas sei lá eh o mais
fascinante na arte né e eu acho que isso
também vale para escritores mas vale
para atores é é justamente você poder eh
sabe adentrar a alma de outras pessoas
adentrar adentrar o universo de outras
pessoas de outras culturas de outras
sociedades de outras civilizações e
assim por diante por exemplo eu escrevo
muito romance histórico eu tenho alguns
romances históricos né e para mim sempre
foi muito fascinante justamente para
aprender sobre aquele período né então
meu primeiro romance foi sobre Curitiba
no século XIX então assim eu tive que e
pesquisar e pegar mapas e fotos
históricas e Relatos históricos de
migrantes e de sabe eh de locais e
outras coisas para poder conhecer aquele
mundo para poder adentrar aquele mundo e
trazer pro leitor é algum tipo de senso
de Realismo de veloc liança porque a
ficção tem que parecer real né
geralmente né quando você quer Eh sabe
que que crie uma sensação de imersão no
seu leitor você quer que a pessoa sinta
aquilo ali tem um tipo de Realismo
suficiente para que ela Aceite as regras
do jogo ficcional então e escrever super
CL que você não sabe é também fascinante
E é desafiador porque te permite eh
adentrar novas perspectivas e também te
permite descobrir que coisas novas se
vamos vamos pensar num intelectual né
aqui não nem nem ficção Vamos pensar
aqui escrita de não ficção Vamos pensar
sei lá e na filosofia ou sei lá na
ciência e se alguém se alguém só escreve
sobre aquilo que sabe você de certo modo
veta a possibilidade de adentrar o
desconhecido e de descobrir coisas novas
então muitas vezes a própria escrita é
uma jornada de investigação de
descobrimento eu não sei eu proponho uma
pergunta proponho uma pergunta que eu
não sei resposta e ao longo eh da
escrita ao longo da especulação
filosófica vamos supor não texto de
filosofia ao longo da especulação
filosófica ao longo dessa jornada que
você empreende eh de reflexão e de e de
análise você vai descortinando uma nova
perspectiva sobre as coisas então
escrever sobre aquilo que você sabe é é
bom é tranquilizante é é mais fácil Em
certos elementos pelo menos né Eh dá
Realismo também dá uma uma caraga
emocional profunda eh sabe como faz ali
o Marcelo rens fiva a contar a história
da família dele eh é é um modo de
preservar também aquela história é um
modo de você eh registrar paraa
posteridade né olha só o que aconteceu é
que isso nunca se repita o inimigo é o
fascismo né o inimigo é extrema direita
o inimigo é ditadura serve serve como
Alerta serve como sabe uma mensagem pro
mundo e e você como eu falei preserva
essa memória você e grava isso aqui para
que isso Não se perca Mas por outro lado
escrever sobre aquilo que você não sabe
eh vamos supor alguém que não viveu a
ditadura resolve investigar isso para
escrever aquela história isso te dá eh
eh essa possibilidade de eh primeiro
aprender sobre aquilo de você eh
pessoalmente crescer como escritor e
como investigador e como teórico sei lá
qual Campo que você escreva Mas também
de Através Dessa descoberta você
aprimorar ae próprio e aos seus leitores
então assim e todos nós vamos
coletivamente aprender alguma coisa com
aquilo é para mim esse trabalho de você
escrever sobre aquilo que não sabe é
muito interessante e como eu falei no
passado eh era mais simples era menos
problemático que um autor Branco sabe
escrevesse sobre certos temas e há há
pontos positivos e negativos nisso né
mas era menos problemático um autor como
Marcelo rub Paivas escrevesse sobre uma
mulher negra periférica sendo perseguida
pela ditadura ele seria achincalhado ele
seria Detonado porque ele não tem lugar
de fala e isso não é permitido hoje
talvez até seja permitido mas não é bem
visto não é bem visto então não acho que
ele tinha muita saída nessa história não
acho que ele foi para um caminho Seguro
eh um caminho que resultados porque aí
ele pode trazer muitas vivências eh
bastante realistas sobre o que aconteceu
mas eh não há muita saída gente o fato é
esse não não há muita saída eh esse tipo
de crítica de classe por exemplo esse
recorte classe faz sentido na cabeça de
quem tá criticando porque também é uma
questão de representatividade mas na
prática mesmo como eu falei
anteriormente aqui se você não tá
contente com a representação da sua
classe social da sua etnia do seu gênero
da sei lá da da sua orientação sexual há
espaço para você fazer isso sim e basta
você escrever um livro Um para escrever
um livro gente não precisa de muita
coisa não basta papel e caneta isso não
precisa nem computador você papel e
caneta você escreve um livro Claro você
tem que compreender as técnicas
compreender eh como contar uma boa
história como usar sabe a língua
portuguesa para fazer isso né Se for
escrever em português mas e não tem
muitos Segredos então assim você não
precisa de dinheiro para isso eh tem
muita gente muito escritor que fica
conhecido que começou com papel e caneta
e foi lá mandou pra editora no passado
isso né hoje em dia é mais difícil mas
mandou mandou para uma editora e foi
publicado hoje em dia você você tem
outros caminhos né tem as redes sociais
tem Amazon e tem sei lá blog e assim por
diante você pode publicar e fazer
sucesso sem passar pelos gargalos
tradicionais Mas é isso e se você não tá
feliz com o recorte vai lá e Produza é o
caminho mais simples mas a resposta que
ele deu no rodava foi excelente né então
assim primeiro entender quem é o inimigo
nessa história por estão indo atrás de
mim ou indo atrás de certas figuras
progressistas sendo que o problema não é
esse e depois é bem contei a história da
minha família contei a história da minha
mãe né que que você quer que eu faça que
que você quer que eu faça bem


@BFpro156
há 8 horas
Ele tá tipo "quem?chavoso da onde,?" E ela falando de uma polêmica de Twitter como se fosse um evento marcante na história brasileira kkkkkkkk

@martimvcs
há 8 horas
Um porre isso.
Mas o próprio Felipe Neto foi entrevistado aí como se fosse uma sumidade da ciência política


@SantanaAde
há 8 horas
Ele não é menos importante do que qualquer outra pessoa. Pra mim, pela história dele é até mais valoroso que muitos por aí. Mania de querer diminuir as pessoas pelo nome ou porque não tem relevância dentro do que consideram ser de valor. Preconceito sem noção


@Tentaculoso
há 7 horas
​ @SantanaAde ele é obrigado a conhecer td mundo ? Kaka


@BFpro156
há 7 horas (editado)
@SantanaAde o problema é que a crítica do chavoso não foi boa, ele errou numas paradas blz concordo que não precisa pesar no mlk, muita gente do próprio lado dele falou que ele se embora tivesse chamando atenção pra um aspecto importante o jeito não era aquele. Blz. Então deixa pra lá, não precisava retornar isso ai
Mas olha como surge essa questão de maneira rasa de novo, com todo o respeito, o rapaz foi muito rasa, é burro vc esperar que o filme dele aborde todas as multiplicidades de realidade que existe, isso é impossível pq o filme vem de um lugar individual, isso é burro, todos enxergamos que a problemática é que as pessoas negras, pobres, migrantes tem realmente mais dificuldade contar o seu ponto de vista. Mas aí vc tá trazendo uma questão estrutural importante, só acho que se vc quiser trazer essa questão numa entrevista como essa, tem que vir mais elaborado, pq se não a crítica fica realmente ruim e vira oportunidade pra direita ficar fazendo chacota


@SantanaAde
há 7 horas
@Tentaculoso não é essa a questão. Ele não é obrigado a conhecer todo mundo. O meu comentário está respondendo a forma debochada como foi falada no comentário acima. De alguma forma deu a entender que é alguém irrelevante sem valor.


@eugenioeoscomedia
há 7 horas
​ @SantanaAde o Marcelo Rubens Paiva, pra falar do possível atentado contra o presidente o vice e o Moraes, classifica Allkimin como "santo", o mesmo que quando governador de SP, roubou merenda da escola que o Chavoso estudou. Ele já falou disso em vídeos dele.


@SantanaAde
há 6 horas
@BFpro156 o meu comentário foi com relação a forma jocosa que você comentou. "Quem é ele? Chavoso de onde?" Eu entendi a crítica do Henry com relação ao chavoso e até concordo. Outra coisa é querer zoar com o nome ou a relevância do rapaz de forma preconceituosa.


@ruthlopes1561
há 6 horas
​ @SantanaAde Chavoso que escreva sobre pessoas que o representam, é muito fácil criticar...


@RafhisaAssunção-n4g
há 8 horas
Nem eu sabia da existência desse tal de Chavoso.


@wilwjsilva
há 8 horas
Eu vi o filme e achei muito bom, entendi que a ideia era mostrar como as familia, e mais especificamente a família dele foi impactada por aquilo, é uma visão pessoal e não um documentário sobre todos os desaparecidos, sem menosprezar de forma alguma o horror que foi a ditadura


@eugenioeoscomedia
há 10 horas (editado)
Mas por exemplo, a mãe dele militou em.prol dos direitos dos indígenas que tb foram mortos e desaparecidos na ditadura e perdemos uma chance de falar disso.
Ou o Walter Salles ou o João aproveitarem e fazer um documentário sobre o assunto.
Ia aproveitar o momento, seria importante pro país, pro cinema, pra eles que iam lucrar em dobro.


@guilhermesobrinho9244
há 3 horas
MInha crítica, acho que até do chavoso, é que o filme esta sendo posto como o default de experiencia na ditadura na periferia o Estado sumir ou matar um parente é mais uma segunda-feira.


@brenobutcher
há 2 horas
@guilhermesobrinho9244 Quem disse isso? Mostre onde está escrito? E dizer isso aí é minimizar a ditadura. Uma coisa não anula a outra, não é porque há sofrimento na periferia que ela tem o monopólio do sofrimento. Aquela é apenas UMA história, de infinitas que podem ser escritas.

@ewertonmsg
há 7 horas
As militâncias precisam de autocrítica e bom senso...


@eugenioeoscomedia
há 10 horas
Mas ele fez a autocrítica. Vc viu???


@DigoMuller
há 8 horas
Mas ele fez autocrítica, muito mais autocrítica do que o Henry já fez de si próprio.


@oisoumarco
há 7 horas
​ @eugenioeoscomedia mas a autocrítica dele foi fundamentalmente dobrar a aposta, dizendo que todos que o criticaram eram brancos playboys, e daí separou um pedacinho final para reconhecer a crítica do Jones e de mais outros canais do YouTube. Enfim, não pareceu bem uma autocrítica. 95% do vídeo foi mais como: nenhum dos que me criticaram importam pra mim ou são dignos de me criticar, excetuando meus parceiros de YouTube.
Enfim, eu gosto dele. Embora eu não tenha twitter e não saiba se tem muita gente que passou do ponto, não dá pra acreditar que todo mundo que criticou ele é branco playboy, né? A própria crítica do Jones já meio que é uma prova disso. Enfim, isso não é fazer auto crítica, é bater o pé e fazer ad hominem sobre quem criticou.
@marcosalmeida5911
há 7 horas
As pessoas com a intenção de lacrar estão emburrecendo. Eu teria vergonha de fazer uma pergunta dessa.


@dirceumelo
há 5 horas
Acho engraçado a crítica por ele ter escolhido o recorte da família dele, branca, classe média, burguesa, sendo que se ele escolhesse o recorte que as pessoas que estavam perguntando gostariam ele claramente seria acusado de não ter lugar de fala. A crítica só pela crítica, que não se sustenta com um mínimo de raciocínio.


@alebarros8468
há 8 horas
O mundo está insanamente insuportável. Por mais inclusivo, tolerante e empático que eu tente ser, a militância do chamado "campo progressista" é simplesmente enlouquecedora.


@msobralb
há 8 horas
Se eu não me engano, o Marcelo Rubens Paiva escreve muito sobre aspectos biográficos da vida dele. É como se cobrasse a um chef japonês especializado em confeitaria japonesa, que ele fizesse uma feijoada baiana. Não entendo o sentido dessa cobrança. Talvez o Chavoso pudesse escrever um roteiro de um filme biográfico que retratasse o que ele sentiu falta no filme do Walter Salles.


@guilhermeconsumidor6709
há 8 horas
Esquerda Identitária em vez de unir, faz é separar.


@91adadad
há 11 horas
Na verdade, a crítica do Chavoso foi sob uma perspectiva de classe, não identitária. Se foi uma crítica pertinente ou não, devido ao contexto, é outra história.


@thiagorpmendes9617
há 11 horas
Foi completamente identitária a crítica dele.


@eugenioeoscomedia
há 10 horas (editado)
​​ @91adadad exato. Ele nao acredita em esquerda X direita mas sim em "manos" X "playboys"


@LucasGabriel-dq8xz
há 10 horas
Esse é a ideia.


@guilhermeconsumidor6709
há 10 horas
@eugenioeoscomedia então ele não pode se dizer comunista


@guilhermeconsumidor6709
há 10 horas
@LucasGabriel-dq8xz só fortalece a extrema-direita


@enrizes
há 10 horas
Esquerda identitaria kkkkkkkkk meu deus, o galera vcs tao virando de diteita e nem sabem


@guilhermeconsumidor6709
há 10 horas
@enrizes vocês que estão fortalecendo a extrema-direita, fragmentando a esquerda e transformando aliados em inimigos


@robertochaves9305
há 10 horas
Se é identitária, não é esquerda.


@eugenioeoscomedia
há 9 horas
​ @guilhermeconsumidor6709 bem, não sei, Marx e Engels terminam o manifesto comunista clamando a união dos proletários(manos) e não das esquerdas


@RodneiX
há 8 horas
​ @guilhermeconsumidor6709 , acabei de fazer essa crítica.
A falta de união da esquerda será o ingrediente perfeito para entregar o Brasil nas mãos da extrema direita nas próximas eleições.
O Lula ganhou essa por muito pouco.
Talvez esse pouquinho não seja suficiente na próxima.
Parabéns a esquerda. 😅

youtu.be/wm-L9tjMqy4

Re: Ditadura Militar de 1964

Huxley
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Registrado em: Sáb, 07 Março 2020 - 20:48 pm

Mensagem por Huxley »

Post publicado ontem... E ainda tem idiota que chamam os responsáveis pela longa e sangrenta ditadura de "heróis":
Hoje completamos 61 anos de uma ditadura que matou milhares de pessoas, prendeu e torturou crianças e adultos e estuprou outras centenas de mulheres.

Pra além destas atrocidades ainda terminou levando o país a falência e a uma inflação que jogou dezenas de milhões na pobreza.

Uma ditadura que levou o país a um endividamento externo, legou uma desigualdade de renda sem igual, uma desordem urbana e tornou o Brasil um dos países mais desiguais e violentos do mundo.

Uma ditadura incapaz que nos legou uma burocracia sem igual, um manicômio tributário que atrasa o país até hoje. E que serviu apenas para alavancar figuras das mais estúpidas na política nacional.

Uma ditadura que nos legou um aumento da violência urbana, um país sem saneamento básico e 300 estatais. Nos legou um mar de corrupção e problemas que ainda hoje não conseguimos nos livrar.
(Felippe Hermes)

Fonte: https://x.com/Felippe_Hermes/status/1907183957541577069
Não tinha violência urbana na ditadura.

Confia

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(Felippe Hermes)

Fonte: https://x.com/Felippe_Hermes/status/1907254083372671043

Re: Ditadura Militar de 1964

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Fernando Silva
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Registrado em: Ter, 11 Fevereiro 2020 - 08:20 am

Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Qua, 02 Abril 2025 - 11:53 am
Post publicado ontem... E ainda tem idiota que chamam os responsáveis pela longa e sangrenta ditadura de "heróis":
Hoje completamos 61 anos de uma ditadura que matou milhares de pessoas, prendeu e torturou crianças e adultos e estuprou outras centenas de mulheres.

Pra além destas atrocidades ainda terminou levando o país a falência e a uma inflação que jogou dezenas de milhões na pobreza.

Uma ditadura que levou o país a um endividamento externo, legou uma desigualdade de renda sem igual, uma desordem urbana e tornou o Brasil um dos países mais desiguais e violentos do mundo.

Uma ditadura incapaz que nos legou uma burocracia sem igual, um manicômio tributário que atrasa o país até hoje. E que serviu apenas para alavancar figuras das mais estúpidas na política nacional.

Uma ditadura que nos legou um aumento da violência urbana, um país sem saneamento básico e 300 estatais. Nos legou um mar de corrupção e problemas que ainda hoje não conseguimos nos livrar.
(Felippe Hermes)

Fonte: https://x.com/Felippe_Hermes/status/1907183957541577069
Não tinha violência urbana na ditadura.

Confia

Imagem
(Felippe Hermes)

Fonte: https://x.com/Felippe_Hermes/status/1907254083372671043
A ditadura foi longa e sangrenta. Tive parentes presos e alguns exilados.
Mas não foi a causa de todos os males do Brasil atual. Eles já existiam, só que eram menos visíveis numa população bem menor.
Não creio que as coisas fossem hoje uma maravilha se ela não tivesse acontecido.
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