Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Registrado em: Sáb, 23 Outubro 2021 - 17:19 pm

Mensagem por nuker »

Eu já tinha feito um tópico sobre um modelo dimensional que desenvolvi, mas aqui vou tratar sobre o corpo filosófico por detrás disso, os conceitos dos quais meu modelo se baseou.

Como se trata de um modelo que apesar de metafísico e filosófico envolve muito questões científicas, decidi colocar aqui, porque também pretendo discutir questões científicas aqui.

Vou expor em partes um modelo metafísico que desenvolvi lentamente com o passar dos anos. Trata-se de uma tentativa em achar uma conexão coerente entre o mundo material e o espiritual, usando de conhecimentos científicos e conteúdos espíritas e espiritualistas no geral, além de modelos não espiritualistas que fui descobrindo. Peguei tais conhecimentos e modelos e tentei fazer uma síntese, de forma que isso resultasse num monismo filosófico, ou seja, em um modelo aonde não haja aquela tradicional dualidade entre espírito e matéria, material e espiritual, assim como em relação aos fenômenos da natureza, que existe em tantas filosofias e religiões por aí. A ideia é conseguir conceber uma essência ou mecanismo que teria dado origem a tudo o que conhecemos, assim como um modelo que consiga explicar tanto o mundo material quanto o espiritual.

Foi aí que criei o Naturalismo Transcendente. Ele se baseia em alguns conceitos sólidos como:

Objetivo central: Ser uma alternativa ao paradigma materialista e ao paradigma religioso tradicional, como uma terceira alternativa central. Questionar a fundo a natureza da realidade e do porque as coisas são como são, sem estar preso a certos paradigmas estabelecidos como o materialismo ou então como os dogmas religiosos. Em permitir que a mente humana esteja mais liberta para questionar e investigar a natureza das coisas, sem medo de castigo divino, sem pudor, como faria um verdadeiro cientista ou filósofo audacioso. Em não cair em armadilhas de controle social por causa de teorias da realidade, assim como em quem sabe através de uma busca pela unidade das coisas em isso resultar, algum dia, em uma nova concepção ética de união e unidade entre diferentes povos e culturas, a fim de amenizar as guerras e preconceitos.

Naturalismo: A concepção de que a causa de tudo teria que ser natural, e não sobrenatural (criacionista). A ideia central é de que tudo o que existe não é fruto de uma vontade divina, mas de mecanismos materiais e imateriais. Isso não significa, porém, que tudo o que existe é ao acaso, isto é, tudo o que existe teria um propósito natural ao invés de um criado por alguém. Digamos que o propósito da vida é simplesmente experimentar o mundo, as situações, desenvolver habilidades, amadurecer emocionalmente, aprender e criar coisas. No aspecto material, o propósito da vida é sobreviver. No aspecto espiritual, é experimentar, aprender e amadurecer. O propósito do universo é sua própria manifestação no cosmos e como recipiente para a consciência se manifestar nele, seja no material ou no astral. Não existe um propósito ou plano final, mas sim um natural e orgânico que é constante e eterno. Esse propósito não é fruto de uma idealização, mas sim com base em como o universo e a vida funcionam.

Transcendência: A concepção de que o universo não se limita a apenas aquilo que observamos e medimos, de que existe uma realidade oculta a nós. A ideia central é que existem vários planos existenciais e cada um deles teria uma região material e astral. Nosso universo seria a contraparte material do que os espíritas chamam de Umbral ou os católicos chamam de Purgatório, onde a matéria é densa, porém existiriam outros em que a matéria é mais ou menos densa. A parte astral ainda seria física, mas invisível a nós. A parte astral poderia ser feita de antimatéria em um estado natural mais acelerado ou de partículas supersimétricas (apesar destas serem uma hipótese científica), enquanto o méson ainda estou investigando. Todos os planos teriam a mesma física, mas constantes universais distintas, resultando em variáveis diferentes que se compensam entre si. Pode ser que a matéria astral tenha um comportamento mais holográfico ou holístico em relação à de nossos corpos, cujo comportamento é ontológico ou local.

Mecanicismo: Tudo, tanto matéria, espaço, tempo e consciência, são baseados em mecanismos e têm uma mesma origem em comum. Ao invés de uma abordagem mística e que apela ao mágico, aqui é o contrário, aqui não há essa concepção de magia como existe nas religiões e ordens esotéricas. Aqui existe, filosoficamente falando, uma maior aproximação com a maneira como a ciência explica as coisas, apesar desta não ser uma abordagem materialista, no sentido niilista ou ateísta. Me atrevo a dizer que magia nada mais é do que fenômenos naturais relacionados com manipulações paranormais, ou melhor dizendo, manipulações que envolvem fenômenos que não estão adequados dentro da concepção científica tradicional, como fenômenos relacionados ao corpo astral, como é a mediunidade, telepatia, telecinese, clarividência, incorporação, materialização, entre outros. Aqui faço um esforço em compreender tais fenômenos por um prisma mais voltado à linguagem científica do que mística.

Espiritualidade: A concepção de que a Consciência é parte da natureza, não como produto de um cérebro, mas como um organismo independente, imaterial e cuja origem é desconhecida. Ela poderia ser resultado de interações da própria natureza e com o tempo se tornaria cada vez mais individual, até conquistar a condição de indivíduo e desenvolver uma mente pensante com personalidade própria. Ela faria isso através de vários ciclos de nascimento e morte em corpos biológicos, a tal da reencarnação. A experiência no mundo material é necessária ao amadurecimento da consciência, visto que é em tal mundo em que se aprende a arte da sobrevivência e a consciência se expõe a situações que a fazem amadurecer de fato, assim como em desenvolver habilidades. A consciência nada mais é do que uma manifestação orgânica viva oriunda da própria natureza e de caráter incorpóreo. A Consciência Cósmica em si é como uma mente divina, de onde a consciência origina e retorna. É como uma colmeia formada por mentes individuais e não individuais.

Tipos de consciências: A concepção de que, assim como os organismos biológicos, existiriam diversos tipos de consciências, de acordo com o tipo de experiência e assimilação que tiveram assim como de acordo com sua própria natureza. O tipo principal é a Consciência propriamente dita, que é aquela que se individualiza e se desenvolve, até retornar à sua origem em termos de assimilação. Outros tipos são as formas-pensamento, que não são consciências, mas projeções temporárias delas, que dependem da consciência para existir. Destas formas-pensamento existem aquelas que são ativas ou inativas. As inativas são como objetos, enquanto que as ativas são como robôs ou organismos. Estes são os tipos primários. Os tipos secundários são os diferentes níveis de desenvolvimento. O primeiro tipo secundário é aquela que ainda não se ligou a um corpo astral. O segundo é aquela que ainda não se individualizou. O terceiro é a "humanizada". O quarto é o angelical. O quinto é quando a Consciência retorna à sua origem.

Moral: Aqui o conceito de moral é relativo, visto que cada sociedade e religião tem um sistema moral e ético distinto. Aqui o que vai diferenciar se uma consciência individual é mais desenvolvida que outra é primeiramente sua capacidade de assimilação, relacionamento e habilidades adquiridas. Com relação à assimilação, a capacidade em absorver e compreender conhecimento. Com relação ao relacionamento, a capacidade em ela influenciar as outras ao redor assim como em relação à manifestação de ego e empatia. Com relação às habilidades, a capacidade em manifestar habilidades excepcionais e paranormalidade. Estas seriam as principais referências em saber se uma consciência individual é mais ou menos desenvolvida. Aqui o conceito de moral não está atrelado ao cristianismo ou a alguma religião ou sociedade específica, mas sim a uma compreensão cósmica das coisas, em como os fenômenos do comportamento humano estão relacionados aos mecanismos da natureza. O que seria realmente amor, medo e ódio? Padrões naturais manifestados como comportamentos? O que seria realmente o amor incondicional? Seria por acaso a capacidade ilimitada em manifestar empatia? Questões desta natureza.

Dimensionalidade: A concepção de que tudo o que existe está organizado em dimensões. As 3 primeiras são espaciais (largura, altura e comprimento), que é onde o universo material e astral se manifesta e a matéria dentro de tais. Já o espaço estaria dentro de 3 dimensões temporais (tempo linear, tempo paralelo e plano temporal). Tempo linear é a 4D, o tempo como é conhecido. Tempo paralelo é a 5D, cada linha temporal paralela é como diferentes versões independentes de um mesmo universo, todas elas tendo exatamente as mesmas constantes físicas do plano temporal onde se encontram. O plano temporal é a 6D, a origem do tempo e do Big Bang. Nosso universo estaria no plano temporal umbralino. Um plano temporal é um plano espiritual. A 7D é um portal que liga os diferentes planos temporais. A 8D é o conjunto de planos temporais que se distinguem em teor vibracional e diferentes constantes físicas (os planos espirituais). A 9D é a sede da informação, seja ela manifestada através da luz, como as ondas de rádio, como está relacionada com a Consciência Cósmica. A consciência nunca sai desta dimensão e se manifesta na matéria através do corpo astral. É através do corpo astral que ela se manifesta nos planos, tempo e espaço. A 10D é a Fonte (Deus), o mecanismo supremo que origina todas as demais dimensões e sub-dimensões. A 11D é apenas um conceito abstrato, onde todas as dimensões são resumidas num só ponto. A 0D é a Singularidade, origem da matéria (Vácuo Quântico) e é a dimensão mais densa, como uma espécie de buraco negro hiper-espacial ou hiper-temporal que faz a matéria surgir no espaço quando uma nova linha temporal surge no plano temporal através de um fenômeno como o Big Bang.

Sub-dimensionalidade: Além das dimensões, existiriam ainda as sub-dimensões. Estas seriam as tais dimensões ocultas concebidas por físicos teóricos que estudam Teoria das Cordas. Para mim só se deve chamar de dimensão se ela envolver todas as escalas de tamanho. Caso contrário seria uma sub-dimensão. As sub-dimensões são essenciais no sentido de que definem as próprias dimensões. Para ser mais específico, cada sub-dimensão seria responsável por alguma característica seja do espaço, do tempo e da matéria, como as constantes universais que definem constante gravitacional, velocidade da luz, carga elétrica, etc. Na 9D, por exemplo, as sub-dimensões definiriam as características da Consciência Cósmica, assim como das consciências individuais. Coisas como individualização, percepção, assimilação, manifestação na matéria, homeostase, reparo (carma), entre outros possíveis. Até mesmo "Deus", a 10D, também seria feito de inúmeros mecanismos que configuram todas as demais dimensões e sub-dimensões.

Deus natural: A Fonte não é um deus no sentido teológico, mas um conjunto de mecanismos primordiais e imateriais que originam todo o resto a partir dela. Todas as demais dimensões estão dentro da Fonte, não fora dela. Assim sendo, ela permeia todas as demais dimensões, o que significa que ela, assim como a Consciência Cósmica, estão presentes em todos os universos, porque os definem. A razão de sua existência nada mais seria do que a manifestação da própria existência em seu sentido essencial. A existência existe porque sim, caso contrário nada existiria. É como perguntar porque o universo existe, ao invés do contrário. Se existe, é porque existe alguma boa razão para isso e como isso é auto evidente, então é porque a existência tende a existir. Assim sendo, o nada absoluto não existe e é tão somente uma abstração filosófica. Então, o universo não veio do nada, assim como a Fonte não foi criada por outra anterior a ela, porque é constante e está além da linha do tempo, porque é ela que define o próprio tempo e espaço.

Relatividade temporal: A concepção de que o tempo se passa em velocidades distintas entre os planos temporais. Como cada plano temporal tem constantes universais distintas em relação ao outro, isso teria um impacto na maneira como o tempo se passa em cada plano. Digamos que em cada plano os cronômetros passam em uma velocidade distinta em relação aos demais. A ideia é de que como nos planos onde a matéria é mais densa a entropia é mais acelerada, o tempo se passaria mais rapidamente do que em planos onde a matéria seja menos densa e a entropia mais lenta. Digamos que se você estivesse vendo daqui da Terra, através de um portal um plano mais denso, você veria tudo se passar como num filme acelerado, enquanto que se visse um mais sutil, veria tudo passar em câmera lenta. Quanto mais sutil é um plano, mais ele estaria próximo do Eterno Presente e estaria menos afetado pelo tempo linear. Pode ser que se a mecânica quântica operar em escala macroscópica nos mais sutis, talvez isso compense a menor densidade do tempo.

Quântico, newtoniano e astral: A concepção de que em planos distintos a maneira como a física newtoniana e quântica operam são distintas. Nos planos mais sutis, há uma maior predominância da física quântica sobre a newtoniana e nos planos mais densos, uma maior predominância da física newtoniana sobre a quântica, como é o caso do plano e que nosso universo está. Em nosso plano, fenômenos paranormais são mais raros e difíceis de ocorrer, visto que a maior predominância da física newtoniana e da matéria densa dificulta uma maior intervenção do corpo astral sobre o material. Nos planos mais sutis seria o contrário, haveria maior intervenção do corpo astral e da consciência sobre a matéria física, de forma que espera-se que em tais planos mais sutis a paranormalidade seja tão comum quanto é para nós a respiração e a alimentação. Ou seja, a vida nos pareceria ser mais astral do que material propriamente dita. Quanto mais sutil o plano, menor seria a diferença entre você viver dentro e fora de um corpo biológico. Nos planos mais densos, a vida é mais material e nos mais sutis, é mais espiritual, ainda que em se falando de corpos biológicos.

Causalidade: Existem duas correntes principais, a de que tudo surgiu do nada ou a de que algo ou alguém criou tudo o que conhecemos, mas que este algo ou alguém foi criado por algo anterior ad infinitum. Aqui, estas duas correntes não me parecem racionais, uma vez que não respondem adequadamente a origem do tempo. Ao invés destas correntes, aqui afirma-se que a essência que origina tudo, a Fonte, ela não é eterna em um sentido temporal linear (passado e futuro), mas que esta opera de forma distinta, que seria o Eterno Presente. Isso quer dizer que o "tempo" ou "hiper-tempo" além da 4D não é linear. Estaria na verdade em um estado de eterno presente, ou seja, todos os fenômenos que estão além da 4D são constantes, não mudam com o tempo, são eternamente constantes. Caso contrário, tudo seria muito instável e é provável que o universo nem viesse a existir. Digamos que da 6D para baixo a natureza seja impermanente (o universo varia com o tempo), enquanto que da 6D para cima, permanente e estável (não há sentido de passado e futuro). Até mesmo a própria Consciência Cósmica é permanente e estável. O que muda nela não é o que a forma, sua natureza intrínseca, e sim o conteúdo, como a personalidade, habilidade, etc. O que muda na consciência é o que está atrelado ao tempo e ao espaço, como as experiências de vida, enquanto que ela mesma, por nunca de fato sair da 9D, é eterna e constante. Não confundir porém consciência com corpo astral ou físico.

Evolução: A concepção de que a evolução é algo que está somente atrelado ao que é impermanente, que envolve tempo, espaço, matéria e a mente. A Consciência em si é permanente, porque está além do tempo, mas a mente dela, por estar associada às dimensões temporais, muda com o tempo. A mente da consciência evolui e se aperfeiçoa com o tempo. É como em um cérebro. O cérebro é o mesmo, a maneira como ele funciona é a mesma, mas o conteúdo que há nos neurônios muda com o tempo. A única diferença aqui é que com o tempo o cérebro envelhece, enquanto que a Consciência não, porque sua estrutura é permanente, constante e estável. A mente da Consciência Cósmica quando se individualiza começa simples e ignorante, e com o tempo ela vai se aperfeiçoando. Já em relação à matéria, ao universo, seja ele material ou astral, é em um sentido diferente. Começa compacto e simples, mas com o tempo se expande e fica cada vez mais complexo, até chegar ao ponto em que haverá uma ruptura do tecido espacial e toda matéria se desintegrará algum dia. Quando isso ocorrer, toda a matéria e energia em nosso universo será reabsorvida pela 6D, dando origem a um novo universo ou linha temporal. Matéria e energia é reciclada. Nada se perde no todo, no grande esquema das coisas.

Absoluto = Fonte { ( Consciência ) [ Planos Temporais ( Espaço e matéria ) ] }: Uma simples fórmula que elaborei, como tentativa em descrever matematicamente todo esse conjunto de dimensões. Como não sou muito bom com matemática e equações, então tive que fazer algo bem simples, baseado em conjuntos. O que esta fórmula tenta dizer é que o Absoluto é equivalente à Fonte que caracteriza a Consciência, esta que pode caracterizar e influencia os planos temporais, tais que caracterizam a matéria e o espaço neles, assim como a Consciência se manifesta no espaço e na matéria. Ao passo que a Fonte também está presente em todos estes aspectos, porque tudo está dentro dela e também em função dela, sem ela nada existe. Se existe alguma matemática no modelo do Naturalismo Transcendente, aqui está ela. Agora se esta fórmula é a melhor maneira em explicar tudo isso, aí neste caso eu realmente não sei, mas foi a melhor aproximação que consegui.

Unidade e Monismo: A concepção de que a dualidade é apenas aparente e que tudo o que é dual se baseia em uma unidade essencial. A ideia é de que tudo o que existe se baseia em mecanismos imateriais, como os que definem as sub-dimensões, a consciência e a Fonte. Pode ser que as cordas, teorizadas pela teoria das cordas, sejam tais mecanismos imateriais agindo (como vibrações unidimensionais), caracterizando as partículas. A maneira como estas cordas vão se manifestar vai depender das constantes universais em cada plano temporal. A ideia máxima é de que tudo, absolutamente tudo, é feito de mecanismos imateriais essenciais, que dão origem a todos os fenômenos. Tanto a matéria quanto a consciência seriam feitas essencialmente de mecanismos que apesar de distintos teriam uma mesma origem. Ou seja, essencialmente a origem da matéria e da consciência é a Fonte. Aparentam ser coisas separadas, mas são essencialmente similares. Digamos que a matéria nada mais é do que uma versão densa e compactada da consciência, uma parte da Consciência Cósmica que não pensa e age por conta própria, mas que serve de recipiente à consciência. É como as cordas que formam as partículas. A essência é a mesma, o que muda é a forma como as cordas vibram, que é o que vai determinar cada uma das várias partículas. É como o átomo que forma os elementos. Todos os elementos são átomos, mas com números de partículas diferenciados. A realidade é toda estratificada, mas baseada na mesma essência.

Aspecto filosófico: O Naturalismo Transcendente não é dogmático, cético ou relativista, mas baseia-se no perspectivismo, isto é, a ideia de que a realidade é como um quebra-cabeça a ser montado, através de várias vertentes distintas, como a filosófica, científica e espiritualista unidas num modelo. Usa de filosofia, ciência e espiritualismo. Sem um ou outro, você acaba limitado em algum aspecto. Se você ignora o espiritualismo, a espiritualidade se fechará para ti e você não será capaz de compreender esse tipo de contexto e estará limitado a uma perspectiva materialista de mundo. Se você ignora a ciência, ficará sem compreender o sentido mecânico de como as coisas funcionam e acabará tendo uma compreensão de mundo mais irracional. Já para a filosofia se você a ignora, então você está deixando de lado várias indagações importantes sobre a investigação lógica da realidade e poderá acabar também adotando uma compreensão de mundo mais irracional. A religião aqui como doutrina é descartável, uma vez que o NT não se limita a dogmas religiosos, porque ele está além de todas as religiões conhecidas, em termos de assimilação de conhecimento teórico e prático. Ainda que um dogma seja útil, o NT não se limita a tal.

Não é Ativismo Quântico: Ao contrário do Ativismo Quântico que afirma que tudo é consciência, aqui não é bem assim. Ela pode interferir ou definir as constantes físicas dos planos temporais ou espirituais, mas ainda é um produto, não a causa de tudo. Digamos que a causa de tudo (Deus), não seria em si uma consciência, mas algo superior a esta condição, não uma entidade, uma mente, mas um conjunto complexo de mecanismos cósmicos que dariam origem à consciência, plano, tempo, espaço e matéria. Aqui a mecânica quântica, ao menos no plano temporal em que nosso universo está, se limita entre as escalas subatômica e molecular. Pode ser que em outro plano temporal, onde a matéria seja mais sutil e a velocidade da luz maior (astral superior), a escala quântica seja macroscópica, quem sabe? A vida em planos mais sutis nos pareceria ser mais mágica, pois fenômenos quânticos estariam em escala macroscópica, enquanto que a física newtoniana seria menos relevante, em comparação ao nosso universo. Pode ser que universos mais sutis também tenham maior quantidade de elementos atômicos, pois seriam mais estáveis que em planos mais densos. Apesar de tratar a consciência e matéria como tendo mesma essência comum, é diferente de dizer que tudo o que acontece no universo está em função de nossa observação ou da ausência dela e não apela para valores e simbolismos relacionados à Nova Era ou ao ocultismo. O Naturalismo Transcendente tem seu próprio estilo.

Não é doutrina religiosa: Ao contrário de uma doutrina religiosa, o Naturalismo Transcendente não tem propósito em educar comportamentos, mas sim em tentar explicar de forma coesa e conexa o mundo material e espiritual, de uma forma inspiradora e que talvez isso traga alguma inspiração em sentido ético como consequência no máximo, no sentido em isso trazer talvez algum senso ético de unidade e união entre as pessoas, por causa da ideia de unidade e monismo acerca das coisas, talvez como uma vaga esperança em através disso o mundo abraçar menos a dualidade e se aventurar na busca de uma unidade essencial ou de um ideal unitário. Não há aqui faz isso ou faz aquilo... A moral vai depender de cada indivíduo, da maneira como ele foi educado e encara a vida e não há nada que doutrina alguma possa fazer para determinar como o indivíduo vai se comportar ao longo da vida. Afinal de contas, o NT não é religião, mas sim fruto de meu intelecto e uma ferramenta de investigação da realidade. É racional, não sentimentalista!

Versátil: O Naturalismo Transcendente foi elaborado para ser versátil, no sentido em permitir explorar conhecimentos de diversas modalidades filosóficas, científicas e espiritualistas, em tais conhecimentos poderem moldar as concepções e modelos construídos com base em tais concepções. Além de não ser religião também não se limita ao método científico, apesar de o conhecimento obtido através de tal poder ser incorporado e isso ser desejável, já que o NT se baseia primeiramente na realidade observável e experimentável, para a partir daí fazer conjecturas sobre a espiritualidade. Não é como certas pseudociências como o Design Inteligente e o Criacionismo que simplesmente ignoram o arcabouço do conhecimento científico. Não, aqui a ciência é a base mestra para as elocubrações metafísicas. Aqui, a cada nova descoberta científica relevante ao modelo, esta nova descoberta deverá ser levada em conta. Por exemplo, o corpo astral não seria feito de mésons, porque tais são comprovadamente instáveis.

Aberto a mudanças: Repare que o conteúdo tem muito "se", "seria", "poderia", "teria"... É que aqui se trata de um modelo construído de forma que permita espaço para indagações e mudanças futuras, caso haja alguma nova revelação seja ela científica ou espiritual. Quando eu digo que alguma coisa "é", é porque foi uma conclusão que cheguei e da qual não poderia haver outra alternativa, mas pode ser que eu ainda esteja enganado pois não tenho bola de cristal para saber tudo. Os riscos em eu estar enganado existem, mas é melhor isso do que simplesmente obedecer às cegas aquilo que nos é imposto pelas religiões e materialismo acadêmico. Ao menos tenho humildade suficiente para afirmar isso. Afinal de contas, o NT, como qualquer outro modelo intelectual, está sujeito a erros e enganos. O NT está aberto à falseabilidade, não só no sentido da investigação científica como no sentido da investigação filosófica ou lógica das coisas. O modelo que construí com base nas premissas do NT não é perfeito e está sujeito a erros e mudanças.

Intuição > Razão > Emoção: A base de pensamento por detrás desse modelo. A chave mestra. A simples ideia de que a melhor forma de pensar é colocando a intuição em primeiro plano, depois a razão e por último a emoção. É assim... A intuição age de forma espontânea, como quando você tem um insight ou uma ideia repentina que lhe vem em mente (e que é justamente o que aconteceu com muitos cientistas e artistas ao longo do tempo). Ao invés de simplesmente ignorar isso, esta passa a ser analisada e filtrada através da razão, a qual dá um sentido intelectual a esta ideia ou intuição. Por último, quando feita a análise racional, faz-se uma análise emocional ou melhor, ética, de forma a dar um sentido ético ou moral a esta ideia, se tal ideia tiver algum teor nesse sentido. Se a ordem for diferente, haverá problemas pois um vai acabar resultando em um fluxo não ideal do pensamento que vai resultar em algum embotamento ou recalque mental. Primeiro a inspiração, depois a análise e por último o comportamento.

O Naturalismo Transcendente não é uma doutrina religiosa, ordem esotérica ou ativismo místico, mas um mero modelo metafísico de investigação da realidade.

A ideia é trazer toda uma nova perspectiva de realidade de mundo.

Depois vou ver se posto mais aspectos detalhados e imagens relacionados a este modelo e corpo metafísico que desenvolvi, o Naturalismo Transcendente.

Mas a discussão não precisa se limitar a este modelo, ele é só para dar um sentido ao tópico, ok?

Obs: Estou elaborando um livro de ficção científica focado em worldbuilding e incluo o NT nele, como assunto de introdução sobre metafísica e espiritualidade. Publicar este modelo em um livro de ficção científica me dará maiores liberdades do que se fosse como um livro espiritualista ou científico, já que eu não estarei limitado a determinadas regras associadas ao método científico ou ritualismos esotéricos.

Obs 2: Tive que abandonar certas concepções religiosas e de senso comum aprendidas para poder me aventurar em investigar a realidade. Comecei com isso desde os meus 22 anos. Hoje tenho 36.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Registrado em: Sáb, 23 Outubro 2021 - 17:19 pm

Mensagem por nuker »

O Naturalismo Transcendente é meramente resultado de minha busca sobre o sentido da realidade das coisas. Foi a maneira em que eu consegui em conciliar a compreensão científica com a espiritualista, mas deixando de lado o formato das religiões e esoterismo, pois percebi que se considerasse tais formatos, estaria me limitando em certos tradicionalismos que ofuscariam uma compreensão mais cósmica da realidade, que me fariam ficar preso ao contexto humano. É basicamente uma forma mais naturalista e mecanicista em compreender a realidade material e espiritual, pois tem como um dos focos em compreender como as coisas funcionam. Do ponto de vista epistemológico, ele não segue uma linha baseada em ceticismo e reducionismo, porque acabaria limitado ao paradigma materialista e já temos a ciência moderna para isso. Não segue uma linha baseada em dogmatismo religioso, pois isso também me limitaria bastante, sobretudo em relação ao mundo natural. Em relação ao relativismo, há certo relativismo no sentido em eu estar aberto a certas possibilidades, o tal do "se", "poderia", "teria", etc, mas também não chega a ser ao ponto em não haver nenhuma verdade sobre nada, que é o ponto do relativismo. Por isso escolhi o perspectivismo, porque tal me permite unificar conceitos e conhecimentos de vertentes distintas em uma compreensão maior das coisas. Foi o que me permitiu uma expansão do conhecimento, ao contrário do reducionismo científico ou religioso ou de um relativismo absoluto.

O perspectivismo é uma chave mestra do NT!

A respeito do aspecto da espiritualidade do NT, de fato em maior parte me baseio no conhecimento espírita, não falo de magnetismo animal ou coisas assim, das quais eu também tenho certo ceticismo (até porque considero o fenômeno espírita como de origem espiritual e que envolve o corpo astral e não como um fenômeno do corpo biológico), mas em relação aos conteúdos revelados por entidades espirituais no pentateuco espírita (pois acredito na manifestação espiritual em tais obras e na boa fé dos médiuns) e em diversos outros livros do arcabouço espírita, a meu entender o conteúdo de tais livros me parece em grande parte satisfatório no sentido em me fazer compreender como é a realidade espiritual de fato, apesar de considerar em parte o budismo e a teosofia como tendo algum fundamento real sobre a espiritualidade. Considero o budismo porque parte do arcabouço espírita se baseia nos conhecimentos budistas, e como o budismo é bem mais antigo e envolve práticas espirituais, então considero como uma fonte de saber válida. No caso da teosofia é mais por uma questão em ter mais opções de conhecimento espiritualista, pra não ficar só limitado no espiritismo. Além destes também me baseei em outros modelos não necessariamente espiritualistas, mas dos quais percebi que me ajudariam a construir um modelo que me permitiria conciliar o mundo material com o espiritual.

Depois pretendo falar sobre minha opinião a respeito do aspecto científico do espiritismo, que por sinal está atrasado, preso a conceitos do século 19. O NT visa atualizar tais conceitos, mas sem ativismos!

Muita coisa me baseei em conhecimentos existentes para incorporar no NT, enquanto que em grande parte se baseia em uma construção intelectual minha.

A seleção do que considerei sobre o que deveria ser ou não incorporado se baseia em uma compreensão lógica e subjetiva da minha parte.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

nuker escreveu:
Qui, 16 Novembro 2023 - 14:02 pm
A respeito do aspecto da espiritualidade do NT, de fato em maior parte me baseio no conhecimento espírita, não falo de magnetismo animal ou coisas assim, das quais eu também tenho certo ceticismo (até porque considero o fenômeno espírita como de origem espiritual e que envolve o corpo astral e não como um fenômeno do corpo biológico), mas em relação aos conteúdos revelados por entidades espirituais no pentateuco espírita (pois acredito na manifestação espiritual em tais obras e na boa fé dos médiuns) e em diversos outros livros do arcabouço espírita, a meu entender o conteúdo de tais livros me parece em grande parte satisfatório no sentido em me fazer compreender como é a realidade espiritual de fato, apesar de considerar em parte o budismo e a teosofia como tendo algum fundamento real sobre a espiritualidade.
Pelo que eu entendi, suas hipóteses se baseiam na premissa de que há entidades espirituais e que elas se comunicam conosco.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Registrado em: Sáb, 23 Outubro 2021 - 17:19 pm

Mensagem por nuker »

Isso é só uma consequência da premissa de que a consciência é independente do corpo biológico (como um fenômeno cósmico) e de que o mundo não se limita a uma concepção materialista do mesmo. Fora os estudos feitos com relação à experiência quase morte e descrições das quais seriam fisicamente impossíveis de serem observadas por aqueles que relataram tais.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Registrado em: Sáb, 23 Outubro 2021 - 17:19 pm

Mensagem por nuker »

Vou mostrar algumas curiosidades sobre como entendo a relação física entre os planos espirituais.

Em nosso universo, o elemento natural radioativo mais pesado é o urânio, de número atômico 92. Digamos que existem no total 92 elementos naturais, apesar de alguns poucos serem instáveis. Nosso universo (e plano espiritual) tem constantes físicas que permitem esse arranjo de elementos atômicos. Mas pode ser que outros universos, em outros planos espirituais, tenham um arranjo distinto, porque as constantes físicas serão diferentes. Vamos considerar que o plano em que estamos é o Umbral, para fins práticos, onde a velocidade da luz é de 300.000 km/s e a massa atômica é equivalente a 1, assim como a velocidade do tempo.

Trevas: No caso do plano imediatamente inferior ao nosso em vibração, Trevas, como as constantes físicas serão diferentes, o arranjo dos elementos atômicos também será diferente. Se trata de um plano em que a massa das partículas é maior, assim como consequentemente a constante gravitacional e a velocidade da luz no vácuo será menor, digamos que metade, em torno de 150.000 km/s. Como reduzi o valor pela metade, supomos que a quantidade máxima de elementos naturais seja de 46 elementos, ao invés de 92, assim como que a massa das partículas seja o dobro. O carbono, por exemplo, teria massa não de 12, mas de 24. O número de elementos seria menor, porque aqui temos átomos formados por partículas mais pesadas e átomos mais pesados tendem a ser menos estáveis do que átomos de massa menor. Elementos como urânio, ouro e tungstênio seriam totalmente instáveis e outros como paládio, molibdênio e nióbio seriam radioativos, como o urânio ou rádio.

Os átomos também seriam menos eletronegativos no geral (as ligações inter-atômicas seriam mais fracas). Estrelas mais massivas emitiriam muito mais infravermelho do que ultravioleta e os raios-x emitidos por discos de acreção seriam bem menos energéticos. A frequência média de energia gerada pela matéria seria menor. Mais calor e menos ionização. O infravermelho próximo (700 nm a 3000 nm) seria para os organismos como nossa luz visível e a luz visível (400 nm a 700 nm) seria como o ultravioleta para certas espécies. Muita coisa seria diferente e a vida seria mais limitada em certos aspectos, inclusive processos cognitivos. A resistência elétrica também seria maior e aparelhos eletrônicos teriam maior chance em causar curtos circuitos. A física quântica operaria em escalas ainda menores, estando totalmente limitada às partículas subatômicas enquanto que a física newtoniana operaria em nível atômico e subatômico até certo ponto.

A entropia seria mais acelerada assim como o tempo. A energia e os recursos são mais escassos e tudo é mais pesado, denso e metálico.

Abismo: Este seria o plano espiritual mais denso em que haveria a possibilidade da existência de matéria atômica. Tudo seria muito mais pesado, denso e metálico. Seguindo o raciocínio do anterior, haveriam 23 elementos atômicos naturais, pois a massa das partículas seria ainda maior e a velocidade da luz no vácuo poderia ser de 75.000 km/s. Os átomos seriam ainda menos eletronegativos e as ligações atômicas seriam ainda mais fracas. Aqui o carbono teria massa de 48. Aqui o ferro seria instável e elementos como vanádio, titânio e cálcio seriam radioativos, provavelmente incluindo outros do 3º período da tabela periódica, como o enxofre e fósforo. As estrelas praticamente não emitiriam ultravioleta enquanto que a luz visível seria emitida em pouca quantidade, sendo que a maior parte da luz seria emitida no infravermelho ou mesmo micro-ondas, mesmo em estrelas mais massivas. Processos cognitivos seriam extremamente limitados.

A resistência elétrica seria muito mais alta. A física quântica só operaria na escala das menores partículas como o elétron, neutrino e fóton. A entropia seria muito mais acelerada, assim como a passagem do tempo. Em função disso, a vida dos organismos e estrelas seria consequentemente menor, assim como a capacidade da vida se tornar complexa. Ainda que possam existir organismos multicelulares, a complexidade molecular seria menor e menos diversificada em comparação com a vida em nosso plano. Seria tudo muito primitivo. O Abismo é o plano em que a vida biológica poderia minimamente se manifestar, limitada a poucos elementos e teria que ser tolerante à radiação. É provável que no Abismo todos os elementos atômicos sejam metais, sem exceção, como o hidrogênio e o carbono. A resistência elétrica seria maior, mas como todos os elementos ou quase todos seriam metais, isso meio que compensaria essa maior resistência elétrica.

Tudo teria aspecto metálico ou semi-metálico e a vida usaria eletricidade e radioatividade como fonte de energia.

Astral superior: Consideremos um plano imediatamente superior ao nosso em vibração, Éden, Nosso Lar, o que for. Aqui é tudo o contrário! Como estamos falando de um plano em que a matéria seria menos densa e mais energética, no sentido de produzir radiações mais energéticas, o número de elementos seria consideravelmente maior. Seguindo a lógica dos demais, aqui teríamos 184 elementos naturais, com alguns menos estáveis. Aqui o rádio,urânio e nem o seabórgio seriam radioativos, mas elementos estáveis, mais ou menos abundantes e alguns até poderiam ser usados por organismos até! Aqui a massa dos elementos cairia pela metade, sendo que a massa do carbono seria de 6 ao invés de 12. Os astros e organismos seriam mais leves e menos densos. Aqui as estrelas teriam que ter maior massa para poder fazer a fusão nuclear e durariam mais tempo do que nos planos inferiores. Aqui uma estrela com massa similar ao Sol brilharia mais fracamente, mas duraria mais tempo, como uma anã vermelha. Mas em compensação a matéria no geral tenderia a emitir radiações de maior frequência.

Por exemplo, em nosso universo 5500°C, a temperatura da superfície do Sol, equivale a um pico de emissão de luz verde (branca aos nossos olhos). No Astral Superior, poderia equivaler a um pico de radiação entre o violeta e ultravioleta. Assim estas diferenças também afetariam a radiação emitida pela temperatura do corpo negro, incluindo os planos inferiores. Aqui os planetas teriam que ter maior massa para terem gravidade equivalente à da Terra ou Júpiter. Isso significa que aqui poderiam existir imensos planetas rochosos, com massa similar a de Netuno ou mais que isso. Já planetas como a Terra teriam baixa gravidade e atmosferas mais rarefeitas. Aqui uma estrela mais massiva que brilhasse intensamente como nosso Sol emitiria ainda mais radiação ultravioleta, mas como os átomos seriam mais eletronegativos, a força atômica entre átomos seria maior e assim a vida seria mais resistente à radiação iônica, mas a fotossíntese necessitaria de luz ultravioleta para ocorrer, pois a luz visível seria muito fraca para quebrar moléculas de alta energia (mais eletronegativas), exceto talvez a luz azul.

Aqui as estrelas mais massivas emitiriam ainda mais luz ultravioleta e luz visível que infravermelho no geral. A velocidade da luz aqui poderia ser de 600.000 km/s. Aqui a eletronegatividade do carbono poderia ser de 4,4, comparado a 2,2 que é do carbono daqui, maior que a do flúor daqui neste caso. Isso teria grandes implicações na maneira como os átomos e moléculas se comportariam em temperaturas e radiações distintas. Lá a vida seria mais complexa ainda, os processos cognitivos poderiam ser ainda mais sofisticados e como haveria uma quantidade muito maior de elementos atômicos disponíveis na natureza, isso facilitaria essa maior complexidade. Os organismos em um mundo similar à Terra veriam o mundo predominantemente no ultravioleta, já que a fotossíntese envolveria esse tipo de radiação. Como a água seria menos densa, esta seria mais transparente ao UV, LV e IV, permitindo o desenvolvimento da visão em tais frequências. A vida seria mais resistente ao tempo e os organismos poderiam viver mais tempo, como "humanos" vivendo por séculos, talvez uns 300 anos, por exemplo.

A resistência elétrica é menor, o que quer dizer que há menos chance em circuitos elétricos incendiarem, assim como permitiria maior eficiência em aparelhos eletrônicos, em relação ao fluxo de elétrons que passa pelos fios. Com relação à temperatura, pode ser que a água ainda estivesse líquida à temperatura ambiente, pois apesar de as pontes de hidrogênio neste caso serem mais fortes, pela maior eletronegatividade, o que faria a água precisar estar mais quente para ficar líquida e ainda mais quente para evaporar, pelo fato de neste caso ela ser mais leve, tendo metade ou menos da massa da água daqui, isso ainda faria a água ser líquida à temperatura ambiente, mas a temperatura de fusão e ebulição ainda seria diferente e pode ser que a 1 atmosfera esse intervalo seja ainda maior. Com relação à passagem do tempo, ela seria mais lenta, pois a entropia seria mais lenta também, a densidade do tempo é menor, talvez por causa da menor constante gravitacional.

Aqui também poderiam existir outras classificações dos elementos atômicos, desconhecidas a nós, algo além de metal, semi-metal, não metal, etc.

Em relação à física quântica e newtoniana, a quântica operaria em escalas maiores, da subatômica até talvez a escala microscópica, enquanto que a newtoniana seria um pouco menos dominante mesmo no mundo macroscópico. Por causa disso, o universo e a vida seriam bem distintos em aspecto e funcionalidade. Aqui é como se o mundo fosse um lugar mais mágico, visto que há maior influência dos mecanismos quânticos em escalas de tamanho maiores. Mágico no sentido da mente ou consciência ter maior capacidade em interferir nos processos químicos e físicos, no sentido disso permitir fenômenos paranormais em maior abundância e de fato isso seria tão comum lá quanto é para nós a respiração e a alimentação. Lá a maneira como os organismos se comportariam seria bem diferente, dado que tais seriam capazes de manifestar fenômenos quânticos ou paranormais de forma evidente. Lá os organismos poderiam se comunicar por telepatia e mover objetos através de telecinese.

Pode até talvez ser possível que o teletransporte seja viável, mas isso talvez ainda esteja mais limitado em escalas microscópicas.

Planos ainda mais etéreos: Aqui as coisas começam a ficar mais radicais... A matéria atômica equivalente aos elementos conhecidos seria muito leve, os mundos seriam ainda maiores em tamanho, assim como as estrelas, dependendo do plano espiritual poderiam existir mais de 1000 elementos atômicos, a eletronegatividade dos átomos seria ainda maior, de forma que para haver fotossíntese ou mesmo a visão seja necessária a presença de algo equivalente aos raios-x ou raios gama em termos de energia luminosa e a radiação máxima seria muito mais energética que os raios gama. Lá um corpo que emita temperatura similar ao Sol emitiria raios-x. Os organismos poderiam durar milênios, o tempo seria ainda mais lento em relação a nós, como um filme passando muito devagar, o teletransporte seria viável em grandes escalas e tudo pareceria ser ainda mais mágico ou espiritual, já que a física newtoniana seria muito menos dominante em relação à quântica e tudo funcionaria de uma forma da qual nosso cérebro é incapaz de compreender, pela maneira como as coisas seriam radicalmente diferentes lá. Lá a resistência elétrica seria tão baixa que a supercondutividade seria possível mesmo em temperaturas muito elevadas.

A paranormalidade em tais planos ainda mais etéreos seria tão absurda que é como se os organismos tivessem super poderes.

Tudo isso o que falei não me refiro à matéria astral, mas à física mesmo, à contraparte material dos diversos planos espirituais.

Eis aqui o tipo de compreensão que pode ser obtida através da maneira como desenvolvi o NT.

Melhor que o Deus das lacunas...

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

nuker escreveu:
Qui, 16 Novembro 2023 - 16:50 pm
Isso é só uma consequência da premissa de que a consciência é independente do corpo biológico (como um fenômeno cósmico) e de que o mundo não se limita a uma concepção materialista do mesmo. Fora os estudos feitos com relação à experiência quase morte e descrições das quais seriam fisicamente impossíveis de serem observadas por aqueles que relataram tais.
Fisicamente impossíveis ou resultado de fenômenos naturais que ainda não conseguimos explicar?

É preciso provar a afirmação "fisicamente impossíveis". Provar que a ciência nunca explicará.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Fisicamente impossível no sentido da atual compreensão científica, no sentido de que um paciente durante uma cirurgia sob efeito de anestesia geral, com os olhos vedados e sem poder se mexer se vê fora do próprio corpo, se deslocou para fora da sala de cirurgia, vendo coisas que aconteceu fora dali, e depois que acorda, ao relatar, os demais ao redor dele ficarem surpreendidos com as coisas que ele disse, de forma que o que tal falou realmente aconteceu.

Para uma pessoa se ver fora do próprio corpo, por causa de um alteração no cérebro, ela deveria estar acordada, e não inconsciente, ainda mais quando se trata de não só ver seu corpo de cima como também o que acontece ao redor numa sala e fora dela. Esse é só um exemplo de relato que vi, de experiência quase morte. Fora experimentos em que alguns pacientes relataram ter visto um objeto que estava por cima deles enquanto seus corpos estavam inconscientes, desacordados.

Fisicamente, de acordo com a atual compreensão científica, não tem como um corpo desacordado perceber o que se passa ao redor e depois que acorda relatar isso. Como isso é possível, se teoricamente o cérebro não está respondendo a impulsos visuais ou auditivos, quando o cérebro fica inativo por um tempo? Esses relatos ACONTECERAM e não posso ignorar tais só porque é considerado anedota ou porque contraria a atual compreensão científica das coisas.

Como a ciência não consegue explicar tais feitos, então o que aconteceu seria resultado de algum fenômeno ainda não compreendido pelo arcabouço científico.

O termo "arcabouço científico" significa todo conhecimento científico válido resultado de experimentos e comprovações.

Como esse fenômeno está diretamente relacionado à consciência de tais pacientes, então isso seria uma evidência clara de que a consciência não morre junto com o corpo. Já que durante tais eventos, não havia atividade cerebral ou cardíaca em tais pacientes ou se havia não era suficiente para permitir tais percepções. E como tais percepções só poderiam acontecer quando o cérebro está consciente do que se passa ao redor e respondendo aos estímulos, isso seria uma evidência.

A ciência ainda não avançou muito em relação a esse tipo de fenômeno, mas a tendência é que enquanto tais relatos e experimentos continuarem, a tendência é que cada vez mais chegará à conclusão de que de alguma forma a consciência é capaz de perambular pelo ambiente ao redor mesmo quando o corpo está temporariamente morto, isto é, sem atividade cardíaca e cerebral. Um exemplo disso é durante delicadas cirurgias no cérebro para evitar aneurismas.

Durante tais, há necessidade em temporariamente o coração parar de bater, o que faz o cérebro temporariamente se desligar dos estímulos ambientais.

E é aí que está o grande ponto. Como conseguem perceber as coisas ao redor, se o cérebro não está respondendo?

A experiência depende de pessoa para pessoa. Algumas nada percebem, outras percebem apenas um túnel, outras já percebem tudo ao redor. É incrível!

Existem vários casos por aí de experiências quase morte que mudaram a vida de muitas pessoas. Muitas deixaram de temer a morte por causa disso.

Se isso tudo é mesmo verdade, então é porque a ciência ainda não mapeou toda a realidade dos cosmos.

O problema é como vai ficar o paradigma materialista e a epistemologia do ceticismo cientificista diante disso.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Se a ciência algum dia comprovar que a consciência de fato não necessita do corpo físico para sobreviver, isso não vai afetar muita coisa não. As leis naturais continuarão as mesmas, a compreensão da química, física e biologia continuarão as mesmas. O que vai mudar são alguns paradigmas a respeito da vida e da consciência e em como a sociedade, governos e a economia vai se portar diante disso. O impacto será muito mais social do que científico. Isso não quer dizer necessariamente que as religiões vão passar a ter razão total em tudo, apenas a ideia da sobrevivência após a morte do corpo é que passará a ser uma realidade comprovada. O resto ainda continuará sendo resto e objeto de estudo.

É o mesmo caso algum dia a vida alienígena seja comprovada e aceita como uma realidade oficial. O impacto será social, mas a ciência ainda continuará basicamente a mesma, só algumas coisas é que vão mudar, no sentido de que certas hipóteses serão confirmadas e outras serão refutadas, neste caso a hipótese de que estamos sós no universo. É o mesmo caso algum dia a matéria escura seja considerada como real, e não mera especulação matemática entre físicos. Isso vai mudar algumas coisas, mas não necessariamente a base da própria ciência, ou seja, o método científico. A não ser se no futuro for construído um novo método ainda mais eficaz do que o atual método científico, neste caso aí muita coisa poderá mudar de fato.

A prova da consciência como um organismo independente não mudará a base da ciência, mas poderá mudar paradigmas filosóficos e hipóteses.

Assim como a maneira como a sociedade encara a vida.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Não existe essa coisa de "Se a ciência algum dia comprovar que a consciência de fato não necessita do corpo físico para sobreviver". Se há absolutamente nenhum corpo físico envolvido na consciência, então como o fenômeno seria observável? Não existe "ciência do inobservável". Agora, se as ondas eletromagnéticas associadas à consciência operassem temporariamente uma mente sem cérebro ativo, então isso seria potencialmente passível de investigação científica. Porém, ondas eletromagnéticas também são corpos físicos.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Sáb, 18 Novembro 2023 - 12:15 pm
Não existe essa coisa de "Se a ciência algum dia comprovar que a consciência de fato não necessita do corpo físico para sobreviver". Se há absolutamente nenhum corpo físico envolvido na consciência, então como o fenômeno seria observável? Não existe "ciência do inobservável". Agora, se as ondas eletromagnéticas associadas à consciência operassem temporariamente uma mente sem cérebro ativo, então isso seria potencialmente passível de investigação científica. Porém, ondas eletromagnéticas também são corpos físicos.
Exatamente. Uma realidade espiritual fora do alcance da ciência nunca poderá ser comprovada. Por definição.
Se pode ser comprovada, não é espiritual.

A realidade não passa de sinais eletroquímicos dentro de nosso cérebro depois de interpretada a informação dos 5 sentidos, ajudados ou não por instrumentos.

Não há um sexto sentido imaterial. Não há instrumentos espirituais.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Não existe essa coisa de "Se a ciência algum dia comprovar que a consciência de fato não necessita do corpo físico para sobreviver". Se há absolutamente nenhum corpo físico envolvido na consciência, então como o fenômeno seria observável? Não existe "ciência do inobservável". Agora, se as ondas eletromagnéticas associadas à consciência operassem temporariamente uma mente sem cérebro ativo, então isso seria potencialmente passível de investigação científica. Porém, ondas eletromagnéticas também são corpos físicos. Exatamente. Uma realidade espiritual fora do alcance da ciência nunca poderá ser comprovada. Por definição. Se pode ser comprovada, não é espiritual. A realidade não passa de sinais eletroquímicos dentro de nosso cérebro depois de interpretada a informação dos 5 sentidos, ajudados ou não por instrumentos. Não há um sexto sentido imaterial. Não há instrumentos espirituais.
Isso é meramente uma concepção materialista e redutível da realidade, uma concepção filosófica travestida de "ciência". Esse tal do "não é isso ou é aquilo por definição" é só uma conclusão lógica baseada nesse tipo de concepção... Mas dentro de minhas concepções isso já tem outro sentido. Aliás, isso é justamente o tal do cientificismo. Mas acontece que rompi com o cientificismo ou qualquer ativismo de natureza combativa seja contra a ciência ou à espiritualidade. Existe toda uma epistemologia por detrás do cientificismo e do pensamento científico moderno. E é esta epistemologia que vejo como problemática, não o método científico em si ou a investigação do mundo natural.

Vocês se equivocaram na interpretação sobre o que falei. Eu disse que o corpo astral é físico e que a consciência se manifesta através dele. Quando o corpo humano morre, a consciência sai dele, mas ainda está manifestada no corpo astral, que percebe as coisas ao redor, sem o corpo físico. O corpo astral tem sentidos como os nossos, mas que funcionam de uma forma diferenciada. A região material em que vivemos é a parte mais interna das realidades dimensionais, é a parte mais densa do espaço-tempo. Quando o corpo morre, a consciência migra para a parte externa do espaço-tempo, junto ao corpo astral que se desprende do material, já que tal está inoperante, mais especificamente o sistema nervoso que é onde o corpo astral fica mais vinculado ao corpo biológico (mais denso).

O corpo astral, quando ligado ao biológico, se liga através de um monte de algo que se assemelha a fios, em várias regiões pelo corpo, onde há maior quantidade de nervos e neurônios (encéfalo, medula espinhal e diversos plexos nervosos como o solar, o cardíaco e o sacral). É através dos impulsos nervosos que o corpo astral recebe a informação (eletroquímica) que vem do mundo biológico. Sem tais, esse vínculo acaba e o corpo astral perde a conexão com o biológico, pois não há mais energia elétrica no sistema nervoso para manter esta conexão. Mas aí é que está a grande questão...

Se o corpo astral ainda é físico, e não algo totalmente etéreo (no sentido de ser imaterial como a consciência) então é plausível que mesmo fora do corpo a consciência ainda consiga perceber o mundo, pois ainda estaria havendo uma interação de natureza física. E isso poderia envolver o que o Huxley disse sobre ondas eletromagnéticas associadas à consciência operarem uma mente sem cérebro ativo...

O desprendimento total acontece quando o sistema nervoso não tem mais como ser religado, quando as células neuronais param de funcionar completamente (mecanismos celulares). E quando o sistema nervoso do corpo biológico é reativado, a consciência, que esta sob processo de desprendimento, volta a se prender ao corpo e a consciência retorna ao corpo e ao cérebro, e neste caso de forma agressiva, abrupta. E então o paciente acorda e relata tudo o que vivenciou durante o breve momento em que ele estava clinicamente morto. É assim que funciona, segundo o que se entende por EQM e segundo os vários relatos de pacientes.

Considerar relatos de pacientes é muito importante em uma pesquisa científica, ainda mais quando envolve pesquisas sobre a mente humana.

O grande problema nisso tudo é porque o corpo astral está numa região do espaço que não pode ser observada ou experimentada diretamente, é como se o espaço-tempo tivesse uma parte interna e externa. Estamos na parte interna dele, feita de partículas mais densas e lentas, enquanto a parte externa do espaço-tempo é feita de partículas mais leves e aceleradas. Como nós e nossos instrumentos são feitos destas partículas mais pesadas e menos aceleradas e como os próprios instrumentos são projetados para perceber partículas de natureza do que eles mesmos são feitos, então realmente é complicada qualquer investigação científica nesse sentido, envolvendo instumentos.

Se algum dia, quem sabe, instrumentos feitos para ao menos tentarem observar matéria acelerada e etérea forem feitos, talvez a ciência consiga investigar mais diretamente essa parte externa da realidade, ainda que de início envolvam apenas partículas e não o corpo astral e a consciência manifestada nele. De certa forma isso existe, pois existem instrumentos usados por investigadores paranormais voltados a isso, mas acontece que esse tipo de investigação ainda não é considerada científica por ser experimental, não envolver método científico e por romper com a epistemologia materialista que há por detrás do movimento científico, acadêmico, enfim, acho que vocês entenderam.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Investigação experimental pode ser científica.
Se não usa o método científico, não é científica.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Gostaria de deixar claro que quando falei sobre as relações entre os planos espirituais, aqueles valores que pus sobre velocidade da luz, eletronegatividade, número de elementos e outras coisas não são os valores reais ou exatos, pois ainda não há como mensurar constantes físicas de outros universos. Aquilo foi só para servir como referência e ideia de comparação, não como valores absolutos. Para mostrar a ideia que tenho sobre a diferença de propriedades entre universos em níveis vibracionais distintos.
Investigação experimental pode ser científica. Se não usa o método científico, não é científica.
Sim, isso é verdade. A questão é que será que o método científico é a única maneira possível em desvendar o mundo natural?

Será que não poderia existir alguma alternativa de experimentação de viés naturalista e falseável, mas em que não houvesse o reducionismo materialista? Digo isso no sentido em haver uma investigação em que permita de fato investigações para além da realidade material em si, no sentido de que uma suposta realidade oculta, ainda que tivesse propriedades distintas da realidade material conhecida, que ainda fosse concebida como parte do mundo natural (que é justamente o que estou fazendo), e não algo fora do mundo natural ou sobrenatural, no sentido religioso da palavra. A ideia de que o mundo natural não se resume a uma concepção materialista. Sim, é verdade que outros métodos existentes não são tão eficientes quanto o método científico ao ponto em determinar de forma certeira o que é verdade ou não no mundo natural, mas por outro lado tal não nos permite ir muito além do contexto materialista de mundo, não responde tudo não e nem se prontifica a desvendar, por exemplo, o que teria existido antes do universo. O método científico se preocupa apenas em entender como as coisas funcionam, e não o porque, esse último que acaba ficando relegado à filosofia. Ele é ótimo em explicar como as coisas funcionam no contexto material, mas fora isso, falha. Pois não é perfeito.

O que estou fazendo é justamente isso, um outro tipo de investigação que trata o que nos está oculto como parte integral do mundo natural, e não como uma coisa fora dele. Por isso o nome Naturalismo Transcendente, que significa uma concepção naturalista mas que não chega a descartar uma realidade oculta ainda a ser desvendada. Ela usa três vertentes principais, a filosófica (perspectivismo, um certo relativismo e até um certo ceticismo também), a científica (arcabouço científico no geral, envolvendo hipóteses comprovadas e outras ainda em investigação) e espiritualista (conhecimentos obtidos através de práticas mediúnicas e meditativas). O arcabouço espiritualista que uso é uma soma de certos arcabouços como o espiritismo e outros (aqueles que detalham sobre como seria o mundo espiritual). Tais arcabouços são usados porque não há nada ainda no método científico relacionado ao oculto, porque a ciência tradicional falha nesse aspecto e é deficiente em tal, por isso tenho que usar de tais arcabouços como fundamento. O melhor que posso fazer é adaptar o arcabouço espiritualista de forma a estar conforme o conhecimento científico, como forma em melhor aproximar o conhecimento espiritualista da concepção naturalista de mundo, que é um dos objetivos do NT.

Ao fazer isso, eu estou criando modelos que me permitem ter uma breve ideia em como seriam as coisas fora do nosso universo observável.

O grande problema nisso tudo é que essa adaptação em si carece de modelos matemáticos, exceto aquela fórmula que fiz que é apenas uma vaga tentativa em fazer isso, dada a minha inabilidade em lidar com equações matemáticas complexas. Então tenho que arranjar uma forma em estabelecer um sentido matemático vago que ligue o conhecimento funcional do universo com o arcabouço espiritualista, de forma que acaba que o arcabouço espiritualista fica em função do conhecimento científico atual, seja em relação a hipóteses comprovadas ou à hipóteses ainda em investigação (universos paralelos e teoria das cordas, por exemplo). É por isso que quase tudo o que falei sobre o aspecto da espiritualidade está numa linguagem científica, porque é esta a maneira que consegui em fazer tal aproximação. Se eu fizesse o contrário, se explicasse o arcabouço tanto científico quanto espiritualista em um sentido místico e sobrenatural, ficaria tudo sem pé nem cabeça. Digamos que no NT, o arcabouço espiritualista é uma extensão, uma abstração fundamentada do arcabouço científico e o arcabouço espiritualista apenas é usado porque, como disse, não há esse tipo de contexto no arcabouço científico e uma adaptação é necessária para ligar os pontos.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Como detectar algo que não é detectável?

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Bem, é que nem há alguns séculos atrás quando ainda não existiam instrumentos para detectar várias coisas, como bactérias, raios-x, ultrassom e mesmo exoplanetas. A medida que a ciência avança, junto com a tecnologia, se torna cada vez mais capaz em detectar coisas. Energia escura e matéria escura, assim como universos paralelos e partículas supersimétricas ainda são hipóteses válidas e em investigação e só com o avanço tecnológico é que poderemos validar ou refutar tais hipóteses. Tem coisas das quais só vamos poder confirmar ou refutar com o avanço da tecnologia. Até lá, permanecerá como hipótese. Ainda não há meios para confirmar ou refutar coisas como universos paralelos, mas isso não quer dizer que isso não seja científico, já que é baseado em modelos matemáticos, em previsões matemáticas por assim dizer. Essas hipóteses só têm suporte porque tem embasamento matemático, portanto ainda continuam como sendo científicas, ainda que não tenham sido provadas, como a energia escura também e as tais cordas que formam as partículas. Ou seja, se há previsão matemática, ainda que não esteja provada, continuará podendo ser aceita até que seja refutada.

No caso da consciência, como ela envolve diretamente a mente humana, seriam necessárias pesquisas ainda mais aprofundadas sobre a experiência quase morte (EQM), envolvendo experimentos de percepção, de se os pacientes neste estado são capazes de perceber objetos ou situações na sala ou em locais próximos quando o corpo está inativo, e os relatos seriam a prova de que tais seriam capazes disso. Se um paciente está desacordado e você coloca um objeto em um local facilmente visível, e depois o paciente acorda e relatar que viu tal objeto enquanto seu corpo ainda estava desacordado, é uma evidência de que a consciência fica ativa mesmo após o desligamento temporário do cérebro ou dos impulsos nervosos envolvendo sentidos como visão e audição. Mas isso vai depender de cada um, pois cada pessoa tem uma experiência diferente em como ela vai "acordar" do outro lado. Algumas percebem tudo, outras não percebem nada, já outras apenas se vêm entrando numa espécie de túnel. Tem que ser em relação aquelas que conseguem perceber o ambiente durante o breve desligamento do corpo, pois não há como fazer tal experimento sem que a consciência perceba o ambiente. O problema é que não tem como controlar isso, vai depender de cada paciente.

Lembrando que quando isso acontece, é porque a consciência está ainda ligada ao corpo astral e há ainda algum vínculo com o corpo biológico, há ainda alguma interação física com o ambiente.

O próximo passo seria detectar a consciência próxima ao ambiente usando os aparelhos que os investigadores paranormais usam.

O problema é como fazer isso.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

A respeito do arcabouço científico, existem algumas poucas coisas das quais tenho certo ceticismo. Por exemplo, a força nuclear fraca, a tal da radioatividade.

Esta força nuclear fraca ela realmente existe ou é só uma projeção matemática? Quero dizer, ela realmente existe como uma força própria ou será que a radioatividade nada mais é do que uma mera consequência de núcleos atômicos com isótopos instáveis ou quando elementos pesados demais ultrapassam o limite da estabilidade e acabam emitindo partículas alfa, beta ou gama? Se a força nuclear fraca não existe, a radioatividade ela ocorreria apenas em função de haver uma relação entre massa atômica e limite de estabilidade nuclear, em que a partir de determinada massa, o núcleo atômico se torna instável. Isso tem correlação direta com partículas pesadas como o múon e o tau (versões mais pesadas do elétron) que são massivas demais para serem estáveis e se quebram em partículas menores, da mesma forma que elementos muito pesados (após o chumbo), que decaem para elementos mais leves. Ou seja, existiria um limite de massa para que a matéria, seja ela qual for, seja estável ao longo prazo.

Neste caso a força nuclear fraca não precisaria existir, apesar da radioatividade ocorrer como ocorrência de instabilidade do núcleo atômico ou de partículas demasiadamente pesadas. A radioatividade não seria, neste caso, fruto de uma força fraca, mas sim consequência de em núcleos atômicos muito pesados a força nuclear forte não seria suficiente para manter átomos mais pesados que chumbo íntegros por bilhões de anos. Existe um elemento que é meio que uma exceção, que é o bismuto, que tem um isótopo que lhe dá uma meia vida tão longa que praticamente a emissão de partículas radioativas não é perceptível, apesar deste tender a decair para o chumbo. Outros elementos com grande meia vida são o tório e urânio, apesar de a emissão de radiação em tais ser bastante evidente. Existe uma hipótese de que podem haver elementos ainda mais pesados e com certa estabilidade, as chamadas ilhas de estabilidade nos elementos transurânicos.

Outra coisa da qual tenho minhas dúvidas é com a linearidade do tempo. Para nós o tempo parece caminhar em linha reta do passado ao futuro, mas a verdade é que a natureza é toda cheia de ciclos. Ao contrário da ideia de certos povos de que o tempo é fechado ou circular, eu tenho a ideia de que o tempo pode ser uma espiral ascendente. A espiral do tempo teria tido início no Big Bang e desde então o tempo estaria caminhando numa espiral, já que tudo na natureza tem ciclos, incluindo o universo num contexto astronômico. O universo em si seria a espiral maior, o ciclo existencial maior, e dentro deste outras espirais, as estrelas e planetas, cada uma delas tendo seus próprios ciclos naturais. E dentro de planetas e luas capazes de suportar vida, outras espirais, os organismos, desde bactérias aos grandes animais e plantas. Cada um tendo seus próprios ciclos de nascimento à morte, incluindo os ciclos fisiológicos, como a reprodução das células, impulsos nervosos e o caminho que o sangue percorre pelo corpo, assim como as experiências de vida também.

De fato os planetas não se movem num sentido circular fechado, mas em uma espiral ao redor das estrelas do ponto de vista de que tais orbitam o centro da galáxia. Da perspectiva de que os planetas somente orbitam estrelas, é como uma elipse fechada, mas quando se trata de levar em conta que tais também orbitam o centro da galáxia, aí neste caso, levando em conta o movimento das estrelas no espaço, a representação das órbitas passa a ser algo como uma espiral. Outro fato é que as estrelas não orbitam o centro da galáxia como fazem os planetas, elas orbitam como se estivessem se movendo em ondas, pra cima e pra baixo. Então se levarmos em conta o movimento de planetas e estrelas do ponto de vista não de sistemas solares, mas do universo como um todo, então veremos várias espirais em movimento. E como esse movimento em espiral é real, esta já seria uma evidência de que o tempo não é bem linear.

Aliás, o próprio espaço não é linear, mas curvo, por causa da gravidade que existe nele, por causa dos corpos celestes que distorcem o espaço e o tempo.

O próprio tempo seria então uma espiral e ele é todo estratificado, do tempo em escala cósmica até a subatômica.

Obs: Entre a espiral do tempo planetária e orgânica, haveria uma espiral maior para a vida orgânica, que é a evolução das espécies.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Gostaria de esclarecer que o objetivo disso tudo não se trata em tentar convencer as pessoas nem sobre os fenômenos físicos ou ligados à espiritualidade, mas sim em o NT ser usado como uma ferramenta de investigação da realidade de mundo, como uma alternativa à ciência tradicional, no sentido dela não ser muito competente com as questões ocultas ou espirituais da vida e como uma alternativa às religiões que tendem a negar a ciência tradicional. Unir a ciência com a espiritualidade de uma forma coesa, baseada numa perspectiva naturalista e mecanicista de entendimento da realidade, ao invés de um viés místico e preso à realidade humana, sem ativismos da Nova Era ou coisa do tipo.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

nuker escreveu:
Sáb, 25 Novembro 2023 - 23:35 pm
Gostaria de esclarecer que o objetivo disso tudo não se trata em tentar convencer as pessoas nem sobre os fenômenos físicos ou ligados à espiritualidade, mas sim em o NT ser usado como uma ferramenta de investigação da realidade de mundo, como uma alternativa à ciência tradicional, no sentido dela não ser muito competente com as questões ocultas ou espirituais da vida e como uma alternativa às religiões que tendem a negar a ciência tradicional. Unir a ciência com a espiritualidade de uma forma coesa, baseada numa perspectiva naturalista e mecanicista de entendimento da realidade, ao invés de um viés místico e preso à realidade humana, sem ativismos da Nova Era ou coisa do tipo.
O problema é que, ao se afirmar que "a ciência tradicional não é muito competente com as questões ocultas ou espirituais", está se afirmando que tais "questões ocultas ou espirituais" comprovadamente existem e podem ser investigadas.

E que estão fora do alcance da ciência tradicional.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

Huxley
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Mensagem por Huxley »

O Dragão Invisível de Carl Sagan também era detectável por instrumento paranormal. A gente tinha o testemunho de Carl Sagan, por exemplo. Porém, o Dragão não era detectável por instrumentos empíricos tradicionais. Ele era invisível, incorpóreo, flutuante e cospia fogo atérmico.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

O problema é que, ao se afirmar que "a ciência tradicional não é muito competente com as questões ocultas ou espirituais", está se afirmando que tais "questões ocultas ou espirituais" comprovadamente existem e podem ser investigadas.
O que quero dizer é que não é da alçada da ciência investigar esse tipo de fenômeno, visto que a própria ciência não almeja esse tipo de investigação, seja lá se isso realmente existe ou não. Tudo o que importa no método científico é o que pode ser imediatamente mensurado e calculado. O resto é como se não existisse, e esse é o problema de tal método, ele se autolimita por causa disso, é míope. Além do mais, desde que o método científico surgiu, logo de começo tudo ligado ao oculto ou à espiritualidade foi descartado como algo limitante para a própria investigação da realidade, a partir que os cientistas passaram a usar tal método e sob influência de alguns filósofos, sobretudo por causa de Popper. Mas isso não se passa de um reducionismo filosófico forçado, para validar o método científico. O problema não é usar o método científico em si como uma coisa prática. O problema é mais uma questão epistemológica da realidade. É o viés materialista e reducionista que molda a atual visão de realidade.

Digamos que não é o método em si, porque ele funciona para investigar a realidade MATERIAL e OBSERVÁVEL do mundo mas a filosofia por detrás dele, ou parte dela é que pode estar equivocada. É como simplesmente dizer que não existe vida alienígena ou mundos paralelos, sem antes ter havido uma séria investigação a respeito disso, só por conveniência filosófica. Ou seja, o problema não é a ciência em si, mas parte daquilo que a moldou no passado, uma parte filosófica dela que é o paradigma reducionista e materialista de mundo. Não é a investigação de mundo em si que é o problema, como testar e falsear hipóteses, porque isso é parte da própria investigação (como faria um detetive), mas certas ideias fixas no meio acadêmico que são como que doutrinas filosóficas indiretas (ainda que a ciência em si não seja uma doutrina), e é justamente isso o que está limitando a própria ciência a respeito do mundo real. A ciência até agora só desvendou um aspecto da realidade.

Mas não vai além, porque muitos intelectuais reducionistas a limitam, em nome da reputação deles mesmos.

Assim como em nome da reputação das instituições acadêmicas, elas temem se arriscar quebrando certas normas ou tabus indiretos, como as que exemplifiquei.

Um viés cético rigoroso e não perspectivista da realidade também é parte do problema, do que está nos desconectando com a essência humana e orgânica do universo.

Não estou dizendo que é inerentemente ruim ser cético, mas não permitir que ocorram investigações por causa disso, isso sim é insanidade, em nome de uma descrença, militância ou algo assim.

Investigar de verdade não é sair obedecendo doutrinas filosóficas, e sim arriscar, testar doutrinas, sair da caixa.

É justamente por isso que idealizei o NT, para não ficar preso a estas amarras e armadilhas filosóficas e institucionais.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Esqueci de dizer que o NT não está preso ao espiritismo... Nele você poderia investigar, sem esse reducionismo materialista arrogante, afirmações de qualquer doutrina religiosa ou tradicional, seja ela qual for, mas claro ainda dentro de uma concepção naturalista e mecanicista dos fenômenos, e estando de acordo com o arcabouço científico comprovado até hoje. Essa investigação poderia ser teórica (envolvendo elaboração de fórmulas matemáticas) ou mesmo empírica, como através de aparelhos (criados especificamente para monitorar fenômenos associados ao paranormal). E nele você até pode investigar a própria natureza material de fato, não só coisas espirituais. O NT não o impede de investigar o mundo material, só não se limita a isso. Ele acaba com essa dicotomia entre ciência e religião, no sentido da investigação em si apenas, não no sentido doutrinário.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Nosso corpo é físico, material. Nossos 5 sentidos são físicos. Só podemos captar a realidade através deles ou de instrumentos (físicos) cujos resultados nos chegarão através dos 5 sentidos.

Se existe uma realidade não detectável por meios físicos, então, até prova em contrário, nunca teremos acesso a ela e qualquer especulação a respeito é sem sentido.

Aliás, qual seria essa prova em contrário?

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Se existe uma realidade não detectável por meios físicos, então, até prova em contrário, nunca teremos acesso a ela e qualquer especulação a respeito é sem sentido.
Esse é um dos grandes problemas em que a epistemologia da atualidade limita nossa percepção, esse cientificismo reducionista... dizer que esse tipo de especulação é sem sentido, uma vez que sua percepção de realidade está totalmente limitada por causa de uma série de doutrinações acadêmicas forjadas por parte de intelectuais arrogantes que se acham os donos da verdade e que fez você acabar se tornando um papagaio deles nesse sentido. A meu ver, o cientificismo (que seria um tipo de epistemologia) é ruim, comparado ao dogmatismo (mas em um sentido contrário ao dogmatismo religioso), no sentido de que ele limita nosso entendimento de mundo a apenas aquilo que a própria ciência consegue desvendar, ignorando toda e qualquer outra natureza de investigação do mundo natural, como se o método científico (como se concebe hoje) fosse o monopólio da verdade. Tal método é eficiente e reconheço isso, mas dizer que ele é a única forma em permitir que se chegue a uma determinada verdade é insano, é como dizer que só existe uma única filosofia que serve para a vida e todas as demais são descartáveis. Não sei se você percebe isso, mas é assim mesmo nesse sentido em alegoria. Pessoas mais céticas vão tratar o método científico como um monopólio da verdade, mas nem todas pensam assim.

A grande questão é... Será que somente os céticos têm a razão sobre o mundo natural? Eu mesmo sou cético em várias coisas, mas será que por isso estou automaticamente com a razão?
Aliás, qual seria essa prova em contrário?
Ao que você está se referindo em específico?


Mais curiosidades sobre o NT...

O NT tem várias diferenças em relação ao Design Inteligente. O DI nega e distorce as evidências científicas como forma em validar a si mesmo, como faz aquele tal de Eberlin no youtube (veja Universo Astronômico e entenderá), o que significa que é intelectualmente desonesto e nocivo (que nem terra plana). Mas aqui é diferente, porque aqui não se negam as evidências, aqui se há uma construção teórica, ela deverá se adaptar caso haja uma nova descoberta relevante a tal teoria. O que não acontece apenas é um reducionismo rigoroso, o tal do materialismo cientificista porque aqui isso é nocivo, da mesma forma que muitos dogmas religiosos absurdos. Tenha em mente que o NT não se baseia no ceticismo, mas no perspectivismo, que é um viés epistemológico diferente. O ceticismo é uma forma de investigar a realidade sim, mas o perspectivismo é outra, com outra proposta, que também permite a investigação da realidade, ao contrário do relativismo, em que nele tudo é relativo e não existe uma verdade absoluta.

No ceticismo se investiga através da constante dúvida e métodos de falseabilidade com base em evidências anteriores. No perspectivismo, através de comparar e selecionar diferentes vertentes do conhecimento humano, teorias, crenças, etc.

Aqui no NT, o perspectivismo não é uma mera comparação e seleção, aqui se seleciona o que realmente faz algum sentido funcional, o que permite questionar as coisas num sentido mais natural e mecânico. Por exemplo, as penas eternas não fazem nenhum sentido, porque é claramente artificial e foi criada para controle social e impor o medo. Já a ideia da reencarnação é muito mais antiga e fluida, permitindo um senso de continuidade, metamorfose e impermanência, assim como é a própria natureza que observamos, ela é cíclica e muda com o tempo. Mas aqui toda a ideia de casta é descartada, já que isso não se passa de uma construção de controle social hindu. Quanto aos mundos espirituais, é só pensar no multiverso, mas em um sentido vertical e não horizontal, no sentido deles se diferenciarem em suas constantes e níveis de energia. A natureza é comprovadamente impermanente e cíclica, logo faz sentido investigar filosofias e metafísicas que tratam o mundo desta maneira, ainda que se trate do que seja oculto.

No modelo que construí, descartei a ideia de universos bolha, apesar de existirem vertentes espiritualistas que tratam nosso universo como uma bolha. O modelo que elaborei me é mais elegante e menos caótico e porque na ideia de universos bolha ainda está bastante imatura, não é considerada uma lei científica. Enquanto essas coisas mais abstratas ainda não forem confirmadas ou tratadas como verdades, ainda há espaço para investigação e especulações de diversos tipos. A mesma coisa a própria espiritualidade, que aqui no modelo que construí não trato isso como uma coisa totalmente inquestionável, mas como uma ideia metafísica alvo de investigação e elocubração, fruto de minhas suspeitas acerca da realidade do mundo que nos cerca. Mas como disse, só aceito coisas metafísicas que tenham um sentido que me permita uma construção naturalista e mecânica. Caso contrário, eu já descarto, refuto, no sentido daquilo que não me permite fazer esse tipo de construção metafísica (como a ideia de um deus humanizado eterno).

Com relação às evidências científicas, eu não preciso distorcer nada, veja porque. Por exemplo... tanto faz se partículas são cordas ou pontos, isso não interfere o contexto metafísico geral. Tanto faz se o universo tem bilhões ou trilhões de anos e tanto faz se espécies levam de milhares a milhões de anos para fazer surgir uma nova espécie, isso também não interfere. A evolução darwiniana não é um problema em si, pois é óbvia a possibilidade de que as espécies sejam mesmo produto do meio ambiente em que vivem, e não como projetos elaborados por uma inteligência superior, isso também não interfere nem a metafísica e nem a ideia da espiritualidade, não é suficiente para refutar tais coisas. A Terra seria apenas especial no sentido de que se trata de um mundo que permitiu que consciências tivessem desenvolvido uma forma mais avançada de inteligência, como a humana, fruto de processos naturais, e não fruto de uma criação intencionada, assim como podem existir outros mundos especiais nesse sentido. Tanto o Big Bang, o Big Crunch ou o Big Rip não interferem no sentido metafísico e até permitem uma explicação cíclica sobre o início e fim do universo. Não há porque distorcer ou negar tais hipóteses ou evidências.

Eu até entendo que a consciência (espírito) surge de uma forma natural não intencionada e que se desenvolve de forma bem gradativa e lenta, de forma mais ou menos similar às mudanças genéticas. Mas essas mudanças não afetam a composição da própria consciência, e sim a mente ou a personalidade dela, que é mutável, assim como o corpo astral, que nada mais seria do que uma adaptação da própria consciência a partir do momento em que ela se liga à matéria e esse corpo vai se transformando com o tempo, influenciado por corpos biológicos. Espécies não seriam intencionalmente projetadas por espíritos, mas pode ser que de alguma forma a presença de algum espírito alterado cause alguma mutação no corpo de uma espécie em formação no útero, e isso pode causar o surgimento de uma mutação que em gerações levará ao surgimento de novas espécies. Esta seria uma explicação alternativa a tal ideia de que mutações ocorrem ao puro acaso ou somente em função do meio ambiente em si. Aqui eu levo em conta esta influência que é o que realmente faria a vida funcionar. Veja que eu não cheguei a negar a evolução ou seleção natural, apenas adicionei um elemento oculto que pode interferir no processo, mas de forma não intencionada.

No espiritismo existe a ideia de que existe um planejamento de como será o corpo ao reencarnar. Mas eu tenho dúvidas sobre isso. Será que não é meramente uma combinação da genética do corpo ao qual se reencarnará, junto com o estado do corpo astral que poderá causar alguma mutação benéfica ou deletéria ao corpo? Será mesmo que é tudo tão planejado assim ou será que nascer com um corpo saudável ou doente é mais uma combinação de sorte, ambiente e estado do corpo astral? Pode até existir algum planejamento antes de se nascer, mas entendo que o processo pode ser limitado. Caso contrário, o mundo seria muito mais perfeito e menos caótico. Como pode ver, eu até testo afirmações da religião a qual tenho mais simpatia. Fora que uma das coisas que me levou a tal religião foram questionamentos anteriores em relação à doutrina e dogmas católicos. Mas a investigação de verdade só começou depois que comecei a elaborar o NT. Antes disso era mais questão de crença do que de investigar.

O que disse sobre reencarnação também põe em cheque a ideia de que espíritos mais evoluídos têm alguma relação com raça ou etnia. O que define tal evolução é o caráter e o estado do corpo, não a raça. Se usarmos a figura de Jesus como modelo para uma consciência evoluída, temos o caráter dócil porém firme assim como um corpo que emana vitalidade (por causa das curas que ele fez usando sua própria energia). Então se você presenciar alguém que tenha um comportamento de santidade, você se sentir um tanto acuado como se tal fosse uma grande autoridade espiritual e ao passo que tem um corpo que visivelmente esbanja vitalidade e saúde, com certeza será um espírito mais evoluído num corpo humano.

Aliás, o NT não é o método científico em si e muito menos cientificismo, mas ele usa as evidências baseadas no método científico para se fazer as construções teóricas, o que pode inclusive poder permitir novas descobertas relacionadas ao mundo natural, no sentido em como as coisas funcionam no universo, já que aqui também podem ser forjados modelos matemáticos afim de se investigar algum fenômeno, da mesma forma que cientistas fazem. O método é diferente, porque é algo mais voltado ao pensamento teórico e abstrato, ao contrário do científico que é algo mais voltado ao pensamento concreto e prático. Mas não se engane porque mesmo que o NT tenha um viés mais voltado a uma investigação metafísica do mundo, ele não deixa de ser científico por causa disso, no sentido em que se permite haver a investigação da realidade, ao contrário do dogma e do relativismo. Digamos que o método científico está mais para ceticismo, enquanto aqui está mais para perspectivismo, no sentido epistemológico das coisas.

O que diferencia o NT do Design Inteligente de fato? Muita coisa...

O Design Inteligente não é científico, no sentido de que não se passa de uma construção religiosa arquitetada para validar a bíblia como verdade científica. Aqui, tem muita coisa do meio espiritualista que descartei de cara. E aqui não estou tentando validar seja o Livro dos Espíritos ou o Livro dos Mortos como verdades absolutas, porque o sentido é investigar e questionar, e não fazer como faz o Design Inteligente. O sentido é investigar o sentido naturalista e mecanicista das coisas seja do mundo material ou do metafísico, e não impor dogmas. Mas para isso eu vou ter que levar em consideração coisas que estão além do escopo da ciência tradicional. Ao contrário de místicos espiritualistas que saem misturando tudo, coisas como Nibiru, reptilianos e outros elementos do movimento Nova Era, aqui não, de jeito nenhum. Pois como disse, aqui as teorias são moldadas de acordo com o conhecimento científico, e não de acordo com lendas urbanas ou coisas do tipo (ou que claramente não se passa de superstição).

E o que diferencia o NT daquilo concebido por Amit Goswami e Deepak Chopra? Simples, eu sei que a física quântica se limita a pequenas escalas e não se aplica ao mundo macroscópico, isso em nosso universo...

Sei que para você e a maioria daqui a espiritualidade é também uma superstição, mas acontece que no NT isso não deve ser tratado de forma mística, mas sim como uma construção teórica baseada nos modelos científicos e baseada em coisas que as religiões afirmam, no sentido de se investigar se tais fenômenos são realmente possíveis ou não ou então em como seria essa espiritualidade partindo do entendimento científico, e não do místico ou centrado na realidade humana. E aí está a diferença. Ainda que estejamos tratando do invisível, ao menos podemos fazer elocubrações que façam algum sentido, pois estariam baseadas em um entendimento científico concreto. Se bem que hoje em dia a própria ciência também investiga coisas invisíveis como matéria escura, energia escura, multiverso, partículas supersimétricas e espaço-tempo. No passado foi com o infravermelho e microrganismos, quando não haviam aparelhos designados a nos permitir observar e investigar tais coisas, quando a tecnologia era muito mais atrasada.

Então, se você pede a mim a prova de que a espiritualidade existe é similar a quando me pede a prova de que o multiverso existe. Provar tais coisas só é possível através de investigações práticas destinadas a investigar e testar hipóteses de natureza mais abstrata ou que soa como metafísica. É igual quando antigamente, quando ainda não se concebiam as ondas de rádio ou mesmo várias partículas. Se você chegasse a mim e quisesse que eu provasse que partículas existem (concebidas por Demócrito), numa época em que métodos químicos ou físicos modernos ainda nem existiam (sei lá, século 15), eu não teria como poder fazer isso. Ou pode ser que há séculos me perguntasse para provar que existe algo que permitisse comunicação à distância caso eu sugestionasse isso (ondas de rádio ou "radiação telepática"). Ou da mesma forma se você quer que eu prove que a dobra espacial é realmente possível apesar disso ser apenas ainda uma teoria e não poder ser posta em prática.

O que ainda não foi certeiramente refutado (em que é possível dizer por A mais B que é inviável) deve ser alvo de investigação.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

O método científico junto com o cientificismo só levam em conta o aspecto imediato e material do universo, porque estes se baseiam em uma combinação de ceticismo e reducionismo. Isso faz com que a ciência fique alienada em relação a diversos outros aspectos do conhecimento humano. Então ela acaba se isolando em si mesma, baseada somente em hipóteses atrás de hipóteses às cegas como um cão que corre atrás do próprio rabo. Ela se isolou tanto em si mesma que isso deu origem ao cientificismo e toda uma série de doutrinas ou tabus acadêmicos que são tidos como inquestionáveis, quase como dogmas. E quem não obedece isso passa a ter menos crédito e na maioria das vezes acaba tachado de pseudocientista ou algo do gênero, ainda que realmente muitos ditos pesquisadores façam pseudociência (no sentido de tendenciosidades em suas pesquisas ou em negar ou distorcer evidências plausíveis).

O Naturalismo Transcendente, por se basear no perspectivismo, na lógica e na intuição, ele tem uma abordagem mais aberta e inclusiva a outros contextos do conhecimento humano. Apesar destas diferenças, em ambos é possível a falseabilidade de hipóteses, a possibilidade de elaborar modelos matemáticos para os fenômenos e a construção de um esqueleto de hipóteses válidas. Isso tanto num quanto noutro é possível de fazer. O Naturalismo Transcendente inclui tanto o aspecto material quanto oculto do universo. O termo espiritualidade que eu uso nada mais é do que a ideia em explorar este aspecto oculto, o que quer que ele seja, se não através de experimentos práticos em laboratório, através de deduções lógicas e que sejam compatíveis com um entendimento mecanicista e naturalista do mundo. Ou seja, neste caso, uma investigação filosófica. Aqui não há somente a investigação objetiva, mas também subjetiva.

O que acontece é que a tal ciência só utiliza modelos matemáticos e experimentos práticos. No NT isso também é possível, mas há espaço para deduções lógicas e elocubrações filosóficas, como faço.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Eu também acho que o materialismo arrogante erradamente não admite que podemos afirmar a existência do Dragão Invisível do Sagan. Nele, também é possível a falseabilidade de hipóteses, a possibilidade de elaborar modelos matemáticos para os fenômenos e a construção de um esqueleto de hipóteses válidas.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

nuker escreveu:
Seg, 11 Dezembro 2023 - 20:57 pm
O método científico junto com o cientificismo só levam em conta o aspecto imediato e material do universo, porque estes se baseiam em uma combinação de ceticismo e reducionismo. Isso faz com que a ciência fique alienada em relação a diversos outros aspectos do conhecimento humano. Então ela acaba se isolando em si mesma, baseada somente em hipóteses atrás de hipóteses às cegas como um cão que corre atrás do próprio rabo.
Basear-se em algo que não pode ser comprovado é o quê?

Alienar-se em relação a coisas que só existem em nossa imaginação?

"Outros aspectos do conhecimento humano" ?
Se não podem ser vistos ou, de alguma forma, detectados, não fazem parte do "conhecimento humano".

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Mensagem por nuker »

Eu também acho que o materialismo arrogante erradamente não admite que podemos afirmar a existência do Dragão Invisível do Sagan. Nele, também é possível a falseabilidade de hipóteses, a possibilidade de elaborar modelos matemáticos para os fenômenos e a construção de um esqueleto de hipóteses válidas.
Não se trata de afirmar a existência do "Dragão Invisível de Sagan", mas de submeter-se a certos tabus e doutrinas filosóficas do meio acadêmico. Eu não estou afirmando que espíritos ou o mundo espiritual existe ou qualquer coisa do tipo, mas estou especulando a existência disso. A questão é que o meio acadêmico tradicional não permite esse tipo de investigação, não lhe dá esse tipo de liberdade em investigar esse tipo de coisa (sobretudo em publicar estudos desse tipo em revistas científicas), ainda que usando de hipóteses totalmente baseadas em conhecimento científico. O problema é que existe sim uma espécie de militância no movimento científico que proíbe qualquer tipo de estudo ou publicação que não esteja submetida a um viés reducionista ou materialista. E não estou defendendo criacionistas aqui, porque em momento algum estou defendendo o Design Inteligente ou a bíblia, porque entendo que criacionistas são tendenciosos e falsificam resultados. A questão é mais em um sentido filosófico. É na questão em você poder investigar e publicar estudos que não estejam em função de reducionismo e materialismo. Desde que tais estudos tenham métodos como duplo cego e revisão em pares, não vejo problema em tais estudos serem publicados, mesmo que haja um viés distinto do tradicional. Não sou defensor do criacionismo bíblico ou do design inteligente, mas acho que a ciência, ou melhor, as academias científicas, deveriam ampliar seus conceitos sobre a realidade do mundo, é isso.

A questão é que vejo dois grandes problemas no mundo atual nesse sentido. De um lado temos as doutrinas religiosas que limitam ou impedem a investigação da realidade, por outro lado, temos as academias científicas que apesar de permitirem a investigação da realidade, não permitem que determinados contextos sejam alvo de investigação ou discussão, porque estaria indo contra toda uma série de regras inquestionáveis, o que no fim das contas, em essência, acaba não sendo muito diferente do que as religiões já fazem. É disso que estou tratando aqui. Dessa dicotomia entre ciência e religião e se há uma forma em transcender isso.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

nuker
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Registrado em: Sáb, 23 Outubro 2021 - 17:19 pm

Mensagem por nuker »

Alienar-se em relação a coisas que só existem em nossa imaginação?
Depende, qual seria a diferença entre você intuir e imaginar, entre sentir e imaginar ou entre vivenciar e imaginar?
Se não podem ser vistos ou, de alguma forma, detectados, não fazem parte do "conhecimento humano".
Se é assim, então a própria filosofia como um todo não é conhecimento humano, que a lógica não é conhecimento humano e que experiências místicas não é conhecimento humano, porque não pode ser detectada? A própria ciência como conhecemos hoje é fruto de atributos filosóficos de grandes conhecedores e investigadores do passado, como Galileu e Descartes. Se tais atributos não são detectáveis, porque eles todos são subjetivos porque são frutos da mente humana, logo a ciência não é detectável, e portanto, não pode ser considerada conhecimento humano também, porque é fruto de idealizações, pensamentos, imaginações e intuições dos próprios pais da ciência, porque tais não podem ser detectados. E outra, quem me garante que o que é hoje cientificamente válido amanhã pode ser refutado e deixar de ser conhecimento? Será que o que você sabe hoje é realmente real?

O conhecimento humano é o que a mente humana pode conceber como uma realidade plausível (seja ela tangível ou não). Esta realidade pode ser em sentido filosófico ou mensurável. O conhecimento humano ele pode ser fruto de uma convenção humana relacionada ao pensamento ou fenômeno tangível ou pode também ser a nível individual, em relação ao que o indivíduo vivencia e percebe. A realidade e o conhecimento não é algo que deva ser limitado pela aprovação de um grupo de pessoas. Você pode ter um grande número de pessoas que conceituam algo como verdadeiro mas que na verdade pode ser falso, enquanto determinado indivíduo entende que aquela convenção se baseia numa mentira, porque ele, de alguma forma, teve alguma percepção ou experiência que o leva a entender que tal convenção sobre determinado "fato" está equivocada.

O que hoje pode ser considerado uma verdade amanhã pode passar a ser considerado um equívoco de nossa época.

Portanto, conhecimento não é algo que se limita a uma ideia de ser detectado ou não. O conhecimento ele é tanto objetivo quanto subjetivo.

O que seria a ciência (de caráter objetivo) hoje se não fosse pela filosofia (de caráter subjetivo) que veio antes?

O conhecimento subjetivo é aquilo do qual a mente humana pode conceber e experimentar, são as sensações da vida e dos sentidos que nos permitem investigar o mundo objetivamente ou subjetivamente.

Eu mesmo não sei se espíritos existem, mas posso dizer que existem pessoas que experimentam isso. O que posso tentar fazer é investigar e tentar entender o que são esses fenômenos e entidades sob um ponto de vista científico, não materialista ou reducionista, mas em entender como são tais fenômenos e entidades através de um viés naturalista e mecanicista, ainda que tais não sejam propriamente materiais e nos pareçam ser subjetivos. O que eu não posso fazer é simplesmente negar tudo isso apenas porque eu não tenho esse tipo de experiência. Se os outros tem e eu não, é porque me falta algo para ter tais experiências, alguma deficiência minha.

É que nem a luz ou as cores para um cego de nascença. Para ele, a luz e as cores não existem, portanto mesmo que ele refute a luz, porque não experimenta isso, ela ainda existe para os que enxergam.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

Huxley
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Mensagem por Huxley »

X(
nuker escreveu:
Ter, 12 Dezembro 2023 - 16:01 pm
Eu também acho que o materialismo arrogante erradamente não admite que podemos afirmar a existência do Dragão Invisível do Sagan. Nele, também é possível a falseabilidade de hipóteses, a possibilidade de elaborar modelos matemáticos para os fenômenos e a construção de um esqueleto de hipóteses válidas.
Não se trata de afirmar a existência do "Dragão Invisível de Sagan", mas de submeter-se a certos tabus e doutrinas filosóficas do meio acadêmico. Eu não estou afirmando que espíritos ou o mundo espiritual existe ou qualquer coisa do tipo, mas estou especulando a existência disso. A questão é que o meio acadêmico tradicional não permite esse tipo de investigação, não lhe dá esse tipo de liberdade em investigar esse tipo de coisa (sobretudo em publicar estudos desse tipo em revistas científicas), ainda que usando de hipóteses totalmente baseadas em conhecimento científico. O problema é que existe sim uma espécie de militância no movimento científico que proíbe qualquer tipo de estudo ou publicação que não esteja submetida a um viés reducionista ou materialista. E não estou defendendo criacionistas aqui, porque em momento algum estou defendendo o Design Inteligente ou a bíblia, porque entendo que criacionistas são tendenciosos e falsificam resultados. A questão é mais em um sentido filosófico. É na questão em você poder investigar e publicar estudos que não estejam em função de reducionismo e materialismo. Desde que tais estudos tenham métodos como duplo cego e revisão em pares, não vejo problema em tais estudos serem publicados, mesmo que haja um viés distinto do tradicional. Não sou defensor do criacionismo bíblico ou do design inteligente, mas acho que a ciência, ou melhor, as academias científicas, deveriam ampliar seus conceitos sobre a realidade do mundo, é isso.

A questão é que vejo dois grandes problemas no mundo atual nesse sentido. De um lado temos as doutrinas religiosas que limitam ou impedem a investigação da realidade, por outro lado, temos as academias científicas que apesar de permitirem a investigação da realidade, não permitem que determinados contextos sejam alvo de investigação ou discussão, porque estaria indo contra toda uma série de regras inquestionáveis, o que no fim das contas, em essência, acaba não sendo muito diferente do que as religiões já fazem. É disso que estou tratando aqui. Dessa dicotomia entre ciência e religião e se há uma forma em transcender isso.
Mas eu fico revoltado com o fato de que não permitem nem uma investigação do Dragão Invisível do Sagan que não esteja submetida a um viés de materialismo. Que absurdo! X( Onde já se viu fazer isso? X(
Editado pela última vez por Huxley em Ter, 12 Dezembro 2023 - 22:31 pm, em um total de 1 vez.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

nuker escreveu:
Ter, 12 Dezembro 2023 - 16:01 pm

Não se trata de afirmar a existência do "Dragão Invisível de Sagan", mas de submeter-se a certos tabus e doutrinas filosóficas do meio acadêmico. Eu não estou afirmando que espíritos ou o mundo espiritual existe ou qualquer coisa do tipo, mas estou especulando a existência disso. A questão é que o meio acadêmico tradicional não permite esse tipo de investigação, não lhe dá esse tipo de liberdade em investigar esse tipo de coisa (sobretudo em publicar estudos desse tipo em revistas científicas), ainda que usando de hipóteses totalmente baseadas em conhecimento científico. O problema é que existe sim uma espécie de militância no movimento científico que proíbe qualquer tipo de estudo ou publicação que não esteja submetida a um viés reducionista ou materialista. E não estou defendendo criacionistas aqui, porque em momento algum estou defendendo o Design Inteligente ou a bíblia, porque entendo que criacionistas são tendenciosos e falsificam resultados. A questão é mais em um sentido filosófico. É na questão em você poder investigar e publicar estudos que não estejam em função de reducionismo e materialismo. Desde que tais estudos tenham métodos como duplo cego e revisão em pares, não vejo problema em tais estudos serem publicados, mesmo que haja um viés distinto do tradicional. Não sou defensor do criacionismo bíblico ou do design inteligente, mas acho que a ciência, ou melhor, as academias científicas, deveriam ampliar seus conceitos sobre a realidade do mundo, é isso.

A questão é que vejo dois grandes problemas no mundo atual nesse sentido. De um lado temos as doutrinas religiosas que limitam ou impedem a investigação da realidade, por outro lado, temos as academias científicas que apesar de permitirem a investigação da realidade, não permitem que determinados contextos sejam alvo de investigação ou discussão, porque estaria indo contra toda uma série de regras inquestionáveis, o que no fim das contas, em essência, acaba não sendo muito diferente do que as religiões já fazem. É disso que estou tratando aqui. Dessa dicotomia entre ciência e religião e se há uma forma em transcender isso.

Nuker, você está propondo exercícios de imaginação. Nada mais que isso.

E está equivocado ao afirmar que a Ciência ou a Academia proíbe investigações no campo do intangível, esotérico ou espiritual.
Ninguém proíbe nada. Apenas, não se despende recursos onde não há nada que se possa detectar.
Se não dá para detectar, só sobra a imaginação.

É isso!
O seu Naturalismo Transcendente é um mero exercício de imaginação.
Tudo bem. Nada contra.
Dá para se imaginar bastante coisa.

Mas é o mesmo que o Dragão na Garagem. É igualzinho. Você mesmo admite que nesse campo não há detecção ou medição por instrumentos.
Fim da linha.

Não há preconceito quanto a isso. Só que essas coisas estão em uma outra "ala do hospício".

Na Ciência, é fundamental detectar os fenômenos, medi-los, estudar o comportamento da Natureza.
Isso é uma pedra fundamental, uma "certidão de nascimento", um "marco zero".
Sem isso, nada feito.

E sobre a Filosofia e o pensamento abstrato, a Lógica, a Matemática e o mundo da Psicologia, tudo isso pode ser testado, aferido, mensurado, investigado com outros parâmetros.
Ou seja, está valendo, está dentro das regras do jogo.

Mas espíritos, universos paralelos, telepatia, telecinese, vidas passadas,... etc, nada disso tem como ser confirmado.
Exceto por relatos e testemunhos. Que não valem. Pode ser tudo fraudulento. Está fora do escopo.

Mas se for para exercitar a imaginação, ôpa, o horizonte é imenso! Dá para fazer muita coisa.
Só que, como eu disse, a ala do hospício é outra. As regras lá são diferentes.
E, repetindo: não existe preconceito ou proibição.

No dia em que houver comprovação dessas coisas, tudo quanto é cientista vai mergulhar de cabeça para medir as variáveis, parâmetros e estabelecer leis e teorias.

Por enquanto, nuker, temos a riqueza da imaginação para usar como play ground.
E não passa disso.

Re: Naturalismo Transcendente, uma alternativa aos paradigmas tradicionais

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

A Ciência ou a Academia proíbem investigar a existência de elfos, duendes, sacis, dragões?

Não é "viés distinto" e sim "soltar a imaginação".

A Filosofia parte do que se sabe para especular sobre o que ainda não se sabe. Procura explicações para o que existe, para o que é real, mesmo que sejam explicações fantasiosas.

O que é diferente de criar mundos de ficção cuja existência não temos, assumidamente, como comprovar ou detectar.
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