O dilema de um acadêmico: prestígio... ou a verdade científica?
Enviado: Seg, 09 Janeiro 2023 - 19:46 pm
É uma pedra no sapato de Maria Borge.
Tinha um curriculo invejável, impecável.
- Grau máximo no Consejo Superior de Investigaciones Cientificas (CSIC) em Madrid.
- Lider do ISOLDE no CERN na Suiça
- Membro da Real Academia de las Ciencias e do European Organization for Nuclear Research de 1984 a 1986.
- Editora-Chefe do European Physial Journal A, especializado em fisica nuclear.
Até que em 2018, um belo dia (para mim, pra ela péssimo) submeti um artigo para publicação no European Physical Journal A.
Ela rejeitou meu artigo citando um artigo publicado em 2015 pelo Physical Review Letters (PRL), no qual os autores publicaram um cálculo que invalidava meus argumentos expostos no meu artigo.
Li o artigo do PRL, e descobri um erro no procedimento de cálculo. Os autores tinham usado uma tabela nuclear de 2001. Naquela época os fisicos nucleares consideravam que nucleos, com quantidades pares de protons e neutrons, tem formato esférico.
No meu livro Quantum Ring Theory, publicado em 2006, era proposto um novo modelo nuclear, e segundo esse modelo os nucleos com quantidades pares de protons e neutrons tem formato elipsoidal.
Portanto, a tabela nuclear de 2001 foi elaborada considerando-se que tais nucleos são esféricos.
Mas em 2012 uma experiencia publicada no jornal Nature tinha detectado que tais núcleos na verdade são elipsoidais (conforme previsto no meu livro, em 2006).
How atomic nuclei cluster
https://www.nature.com/articles/nature11246
Assim, a tabela nuclear de 2001 não podia mais ser usada. E o calculo exposto na Physical Review Letters, publicado em 2015, estava errado.
Escrevi um novo artigo, mostrando o erro publicado no PRL, e submeti ao European Physical Journal A.
Maria Borge deve ter levado um bruta susto. Mas rejeitou meu artigo.
Em 2019 o artigo foi publicado no jornal Physics Essays:
Wrong math procedure used in nuclear physics for the calculation of magnetic moments of excited Z=N even–even nuclei
https://physicsessays.org/browse-journa ... uclei.html
Esse erro publicado no Physical Review Letters tornou-se uma pedra no sapato dos fisicos nucleares. Sabem daqueles tabus que não eram admitidos pela Igreja Católica na época da Inquisição? Pois é... para um físico hoje é um tabu comentar sobre esse erro publicado por um dos mais afamados jornais de física da atualidade. Assim como também são tabus comentar o fato de que no livro Quantum Ring Theory foi previsto, em 2006, que os nucleos com quantidades pares de protons e neutrons não são esféricos, assim como também a previsão de que os nucleos atômicos tem um eixo Z, que divide o núcleo em duas partes, que uma experiencia de 2013 corroborou.
Esse episódio tornou-se também a pedra no sapato de Maria Borge.
Lá se foi sua carreira brilhante e impecável.
No futuro ela será lembrada como a Editora-Chefe que rejeitou um artigo demonstrando um erro de cálculo usado na fisica nuclear, publicado num dos mais importantes jornais de fisica.
Será uma lembrança inglória. Comparável ao que costumamos ler sobre acadêmicos que tentaram boicotar pesquisadores como Copérnico e Galileu. Lembram-se do acadêmico Cremonini, que recusou o contive de Galileu, para ir observar os satélites de Júpiter, que provavam que a Terra não é o centro do Universo? E lembram do que ele respondeu a Galileu? Disse que as lentes do telescópio estavam com manchas, ou eram os olhos de Galileu que estavam com as manchas...
Eu poderia até sugerir que Maria Borge fosse chamada, no futuro, de A Cremonina do Século 21. Mas seria uma injustiça. O meio acadêmico da física está repleto de Cremoninis Seria extremamente difícil decidir qual deles deve ser agraciado com o Prêmio Cremonini da Física.
Para obter a redenção no futuro, Maria Borge teria que admitir, hoje, que agiu errado ao rejeitar a publicação do meu artigo no European Physical Journal A. E que também agiu errado não admitindo que o erro, apontado por mim, exige uma investigação profunda que pode invalidar a fisica nuclear vigente.
Mas admitir esse erro seria um suicídio acadêmico para Maria Borge. Ela seria banida da comunidade científica. Sua reputação seria posta em cheque..
Entretanto, o que é preferível?
- Manter a reputação enquanto se vive... e ser lembrada no futuro como uma pseudocientista que boicotou o método cientifico...
- Ou conquistar uma reputação no futuro, de ser lembrada como uma cientista séria, imparcial, fiel à verdade científica, que sacrificou sua carreira acadêmica para defender a prevelência da verdade científica?
Dilema colossal. Um escolha extremamente dolorosa e difícil.
E que depende do quanto mais pesa na balança de cada um: o prestígio ou a prevalência da verdade científica.
Tinha um curriculo invejável, impecável.
- Grau máximo no Consejo Superior de Investigaciones Cientificas (CSIC) em Madrid.
- Lider do ISOLDE no CERN na Suiça
- Membro da Real Academia de las Ciencias e do European Organization for Nuclear Research de 1984 a 1986.
- Editora-Chefe do European Physial Journal A, especializado em fisica nuclear.
Até que em 2018, um belo dia (para mim, pra ela péssimo) submeti um artigo para publicação no European Physical Journal A.
Ela rejeitou meu artigo citando um artigo publicado em 2015 pelo Physical Review Letters (PRL), no qual os autores publicaram um cálculo que invalidava meus argumentos expostos no meu artigo.
Li o artigo do PRL, e descobri um erro no procedimento de cálculo. Os autores tinham usado uma tabela nuclear de 2001. Naquela época os fisicos nucleares consideravam que nucleos, com quantidades pares de protons e neutrons, tem formato esférico.
No meu livro Quantum Ring Theory, publicado em 2006, era proposto um novo modelo nuclear, e segundo esse modelo os nucleos com quantidades pares de protons e neutrons tem formato elipsoidal.
Portanto, a tabela nuclear de 2001 foi elaborada considerando-se que tais nucleos são esféricos.
Mas em 2012 uma experiencia publicada no jornal Nature tinha detectado que tais núcleos na verdade são elipsoidais (conforme previsto no meu livro, em 2006).
How atomic nuclei cluster
https://www.nature.com/articles/nature11246
Assim, a tabela nuclear de 2001 não podia mais ser usada. E o calculo exposto na Physical Review Letters, publicado em 2015, estava errado.
Escrevi um novo artigo, mostrando o erro publicado no PRL, e submeti ao European Physical Journal A.
Maria Borge deve ter levado um bruta susto. Mas rejeitou meu artigo.
Em 2019 o artigo foi publicado no jornal Physics Essays:
Wrong math procedure used in nuclear physics for the calculation of magnetic moments of excited Z=N even–even nuclei
https://physicsessays.org/browse-journa ... uclei.html
Esse erro publicado no Physical Review Letters tornou-se uma pedra no sapato dos fisicos nucleares. Sabem daqueles tabus que não eram admitidos pela Igreja Católica na época da Inquisição? Pois é... para um físico hoje é um tabu comentar sobre esse erro publicado por um dos mais afamados jornais de física da atualidade. Assim como também são tabus comentar o fato de que no livro Quantum Ring Theory foi previsto, em 2006, que os nucleos com quantidades pares de protons e neutrons não são esféricos, assim como também a previsão de que os nucleos atômicos tem um eixo Z, que divide o núcleo em duas partes, que uma experiencia de 2013 corroborou.
Esse episódio tornou-se também a pedra no sapato de Maria Borge.
Lá se foi sua carreira brilhante e impecável.
No futuro ela será lembrada como a Editora-Chefe que rejeitou um artigo demonstrando um erro de cálculo usado na fisica nuclear, publicado num dos mais importantes jornais de fisica.
Será uma lembrança inglória. Comparável ao que costumamos ler sobre acadêmicos que tentaram boicotar pesquisadores como Copérnico e Galileu. Lembram-se do acadêmico Cremonini, que recusou o contive de Galileu, para ir observar os satélites de Júpiter, que provavam que a Terra não é o centro do Universo? E lembram do que ele respondeu a Galileu? Disse que as lentes do telescópio estavam com manchas, ou eram os olhos de Galileu que estavam com as manchas...
Eu poderia até sugerir que Maria Borge fosse chamada, no futuro, de A Cremonina do Século 21. Mas seria uma injustiça. O meio acadêmico da física está repleto de Cremoninis Seria extremamente difícil decidir qual deles deve ser agraciado com o Prêmio Cremonini da Física.
Para obter a redenção no futuro, Maria Borge teria que admitir, hoje, que agiu errado ao rejeitar a publicação do meu artigo no European Physical Journal A. E que também agiu errado não admitindo que o erro, apontado por mim, exige uma investigação profunda que pode invalidar a fisica nuclear vigente.
Mas admitir esse erro seria um suicídio acadêmico para Maria Borge. Ela seria banida da comunidade científica. Sua reputação seria posta em cheque..
Entretanto, o que é preferível?
- Manter a reputação enquanto se vive... e ser lembrada no futuro como uma pseudocientista que boicotou o método cientifico...
- Ou conquistar uma reputação no futuro, de ser lembrada como uma cientista séria, imparcial, fiel à verdade científica, que sacrificou sua carreira acadêmica para defender a prevelência da verdade científica?
Dilema colossal. Um escolha extremamente dolorosa e difícil.
E que depende do quanto mais pesa na balança de cada um: o prestígio ou a prevalência da verdade científica.