A resposta da militância antivacina será a previsível. Alegar "falta prova de inexistência de nexo causal" e apelar à teoria da conspiração.Fernando Silva escreveu: ↑Seg, 24 Janeiro 2022 - 08:22 amhttps://blogs.oglobo.globo.com/a-hora-d ... rasil.htmlImunização - Efeitos adversos das vacinas não causaram 4 mil mortes no Brasil
Por Natalia Pasternak 24/01/2022
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No caso das vacinas de Covid-19, nenhum efeito adverso sério chega nem perto desse número. As mortes possivelmente associadas a vacinas de Covid-19 — ou seja, aquelas que foram investigadas pelos órgãos competentes e em que a hipótese de relação entre vacina e óbito foi tida como plausível — somam 11 no Brasil, com mais de 140 milhões de pessoas vacinadas, e 9 nos EUA, com mais de 200 milhões.
O ministro Marcelo Queiroga distorceu esse número e citou a cifra de quatro mil mortes relacionadas à vacina. Estes são os casos reportados e, à semelhança do Vaers, ali entra tudo. Agora cabe ao sistema de farmacovigilância analisar cada evento. Até agora, após investigação, restam 11 onde tem alguma lógica ligar a vacina ao óbito — não quatro mil. Um erro de “apenas” 36.000%. É compreensível que grande parte da população não esteja familiarizada com os sistemas de comunicação de efeitos adversos. É inaceitável que o Ministro da Saúde não esteja.
Tecnicamente, não existe prova de inexistência de algo. O que há é detectar a ausência de evidência positiva sobre determinado nexo causal. Em medicina, é usado o conceito de probabilidade condicionada. Sendo assim, você não deve calcular a chance de efeito colateral letal de um fármaco em uma pessoa já doente como se aquilo fosse um evento ao acaso, mas sim levando em conta que certo conjunto de eventos determinantes já aconteceram. Sendo assim, se a hipótese para explicar o evento adverso por meio da aplicação da vacina não é necessária, então detecta-se ausência de evidência, mesmo que isso não seja "prova de inexistência". O caso ocorrido recentemente em Lençóis Paulista pode perfeitamente ter se enquadrado nisso.
Outro subterfúgio é o conspiracionismo. Nem há como dizer racionalmente que a metodologia seria ruim, pois a metodologia seria ruim também para detectar efeitos colaterais letais de Paracetamol e AINES. Curiosamente, o número de casos de mortes por esses dois fármacos é várias vezes maior do que o das vacinas anti-COVID, a despeito da metodologia supostamente ruim: https://www.twitter.com/hoc111/status/1 ... 2MhZkpAAAA
Detecta-se razoavelmente a frequência de uma classe de eventos adversos, mas não de outra? Então, a desculpa tem que ser que estão criando uma metodologia exclusivamente para encobrir os casos de mortes por vacina.