Cultura e seleção sexual

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Cultura e seleção sexual

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f0rest
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O psicólogo evolutivo Geoffrey Miller diz que a cultura humana surgiu da nossa necessidade de atrair parceiros sexuais

O que há em comum no desejo de ganhar um salário maior ou de escrever uma poesia? Para Geoffrey Miller, especialista em psicologia evolutiva e autor do livro A Mente Seletiva (Editora Campus), a resposta está no sexo. Isso mesmo. A necessidade de tornar-se mais atrativo sexualmente seria a chave para compreender até o surgimento da sofisticada cultura humana.

Partindo do princípio de que a reprodução é o instinto básico em todos os seres, Miller acredita que a mente desenvolveu, durante a evolução, diferentes “estratégias reprodutivas”. Se os homens pré-históricos precisavam caçar animais para atrair suas parceiras, os modernos Homo sapiens compram iates ou escrevem sinfonias. A evolução também explicaria, por exemplo, por que os homens seriam mais promíscuos que as mulheres quanto ao sexo. “São diferentes estratégias reprodutivas”, diz Miller. “Enquanto as mulheres normalmente estão mais interessadas na qualidade de seus parceiros (segundo ele, pela necessidade de criar seus filhos), os homens geralmente são menos exigentes na escolha de quem levar para cama.” Antes de ser acusado de usar a ciência em prol do machismo, ele diz que essa situação muda quando o homem escolhe a mãe de seus filhos. “Aí ele se torna tão exigente quanto as mulheres”, diz Miller, que conversou com a Super sobre seu trabalho.

— Superinteressante — O que é a psicologia evolutiva?

— Ela tenta entender a natureza humana perguntando como nossos ancestrais sobreviveram e se reproduziram. Quanto melhor nós entendermos nossa evolução, melhor nós entenderemos nossos cérebros, nossas mentes e o comportamento moderno. A psicologia evolutiva procura compreender, por exemplo, por que buscamos status, achamos alguém sexualmente atraente, fazemos amigos, fofocamos e outras respostas para perguntas que tradicionalmente foram negligenciadas pela psicologia. O que estamos compreendendo agora é que boa parte do nosso comportamento é produzido por circuitos do cérebro que evoluíram, originalmente, para que os nossos ancestrais se tornassem sexualmente atrativos.

— Ou seja, tudo tem uma base sexual?

— Os comportamentos humanos evoluíram, sim, devido ao sexo. Mas isso não significa que hoje eles tenham uma conotação sexual. Os pássaros não cantam apenas para o acasalamento, mesmo que essa habilidade tenha tido originalmente essa função. Não deve ser à toa que nos interessamos por música, dança e humor depois da puberdade, no momento exato em que começamos a estar predispostos a atrair parceiros sexuais.

— Em seu livro A Mente Seletiva, o senhor também trata das diferenças entre homens e mulheres quanto ao comportamento sexual.

— Enfoco as semelhanças entre homens e mulheres, enquanto outros psicólogos evolucionistas normalmente prestam atenção nas diferenças. As diferenças são importantes, mas podem ser exageradas. Homens podem potencialmente ter muitos filhos com muitas mulheres. Mulheres podem somente ter, no máximo, cerca de uma dezena de filhos. Isso faria, portanto, que elas sejam mais interessadas na qualidade dos seus parceiros que na quantidade. Mas apesar de os homens, em geral, serem menos exigentes na escolha de suas parceiras, isso muda quando ele tem que escolher alguém com quem viver por muito tempo. Tornam-se quase tão exigentes quanto as mulheres. Isso não é comum na natureza, onde apenas a fêmea costuma ser exigente e o macho acasala com todas as fêmeas que pode conseguir.

— O que torna uma pessoa interessante ou sexualmente atrativa?

— Quando se trata de apaixonar-se, há muitas evidências de que nós nos importamos muito com a inteligência, a amabilidade, a criatividade e o senso de humor. Enquanto os animais focam basicamente a aparência física e um ritual de cortejo mais simples, estamos interessados também nos pensamentos e sentimentos dos nossos parceiros. É por isso que a seleção sexual gerou os pensamentos e sentimentos humanos. Preocupa-nos muito, por exemplo, se alguém é interessante para conversar. A maioria do cortejo humano é verbal, e eu calculo que os amantes trocam, em média, cerca de 1 milhão de palavras antes de manter relações sexuais que acabem em gravidez. Isso deu à seleção sexual enorme poder para formar a linguagem humana e qualquer outro meio para expressar emoções.

— Além da linguagem, a “seleção sexual” também teria importante papel no desenvolvimento das artes plásticas, da música e da literatura?

— Foi por isso que escrevi A Mente Seletiva. Acho que é importante reconhecer que todas essas manifestações do comportamento humano são relacionadas com exibir-se, como formas de conquistar status social e de atrair parceiros. Daí meu argumento de que tudo isso evoluiu, em parte, por conta da seleção sexual. Isso parece razoável porque a maioria das características mais bonitas e impressionantes dos seres vivos — as flores, a cauda do pavão, o som dos rouxinóis — é também fruto da seleção sexual. A teoria da seleção sexual diz que somos atraídos pelos trabalhos artísticos mais difíceis e custosos de fazer, em termos de tempo, energia e capacidade. Acredito que isso define boa parte das nossas preferências estéticas. Nosso senso de belo na arte evoluiu para que pudéssemos escolher os artistas mais talentosos como parceiros sexuais. Há exemplos disso acontecendo em outras espécies. Há pássaros na Austrália que constroem ninhos com pedras e conchas. As fêmeas passam, fazem uma inspeção de cada ninho e acasalam com o macho que construiu o ninho mais bonito. Assim, os genes para construir ninhos bonitos espalharam-se através dessa espécie de pássaros. Meu livro tenta entender como algumas das aptidões que mais valorizamos, como a arte, surgiram de maneira similar.

— O que, no comportamento humano, poderia ser determinado pela seleção sexual?

— A seleção sexual determinou nossa necessidade de status, prestígio e respeito social. Status não é tão útil para a sobrevivência, mas é muito importante para a reprodução. Quando competimos no local de trabalho, nós estamos buscando status do mesmo jeito que nossos ancestrais tentaram alcançar status sendo bons caçadores ou contadores de histórias. Ou seja: estamos sempre atuando para impressionar e atrair parceiros sexuais. Nossa cultura não está separada da nossa evolução biológica.

— O senhor acredita que sua teoria poderia ajudar outras ciências humanas. Para a economia, por exemplo, qual seria a contribuição dela?

— Muitos aspectos importantes da economia não são explicados muito bem pelos economistas. Eles não conseguiram explicar, por exemplo, por que compramos artigos de luxo ou por que trabalhamos para ganhar mais do que precisamos para sobreviver. Todos esses fenômenos são resultado da seleção sexual. Em economias modernas, nós não adquirimos status caçando animais ou alegando ter poderes espirituais, mas por meio da ascensão profissional. Isso explica, também, por que os homens são mais ambiciosos financeiramente que as mulheres — afinal, eles são propensos a ter mais parceiras. Nós não somos conscientes de tudo isso, claro, mas a maioria de nós se comporta exatamente de acordo com a teoria de Darwin.

Re: Cultura e seleção sexual

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Tutu
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Antes de ser acusado de usar a ciência em prol do machismo

Nossa cultura não está separada da nossa evolução biológica.
Por isso tenho aversão à ideologia de gênero e ao feminismo. A natureza psicológica humana é assim e a cultura é consequência disso.
— O que torna uma pessoa interessante ou sexualmente atrativa?
Homem gosta de mulher jovem, magra e cabelos longos. São atributos bons para a gravidez. Cabelos longos significam boa presença de estrógeno. Pele conservada também indica que não vive em situação de difícil sobrevivência numa sociedade tribal/nômade.

Homem tem interesse em espalhar os genes e não tem encargo (antes das leis modernas) sobre os filhos. Mulher tem encargo com gravidez e precisa verificar se o pai do filho tem genes de boa qualidade.

Mulher é muito mais complicada. Ela gosta de homem com grande valor social. Na sociedade capitalista é o dinheiro, embora não esteja interessada no dinheiro. Outra forma de medir isso é pela fama e status social, sendo de grande respeito num grupo ou sendo chefia. Entre os pobres, os atributos que elas gostam é coragem, serenidade e determinação. Tudo isso é característica de sobrevivência. Por esse motivo, elas gostam de cafajeste e bandido, porque eles tem esses atributos. Muitas tem um ex-amor assim que a abandonou e marcou a vida dela.

A aparência do homem tem peso mínimo. A única coisa que tem efeito é corpo forte (por isso os caras malham). Barba tem algum valor, mas isso é anulado quando a cultura diz que isso é falta de senso de moda. Um cabelo de batom espantava as mulheres 20 anos atrás, mas hoje é moda visto como coisa boa por causa da lacração.

Por outro lado, homem chorão, afeminado, medroso, sensível, fraco, preguiçoso e pisado pelos outros é visto por uma mulher da mesma forma que um homem enxerga uma mulher gorda. Se o cara for assim, a atração criada pela riqueza ou fama desaba.
isso muda quando ele tem que escolher alguém com quem viver por muito tempo
Isso é consequência de cultura monogâmica e se torna mais comum após os 35 anos. A expectativa de vida humana antes da revolução industrial era no máximo 40.


Quando o assunto é relacionamento sério, homem não tolera mulher promíscua e não tem interesse em mãe solteira. Igual ao ditado: "Passado de mulher é igual cozinha de restaurante, quando vemos, não queremos mais comer". O motivo é que o homem é o provedor da família e não vai querer desperdiçar energia cuidando de filhos que não herdarão seus genes.

A mulher não gosta de traição por causa de uma mistura de fatores culturais e do medo do homem abandoná-la, mas ela costuma perdoar. Por outro lado, traição é fatal para o homem porque ele tem o risco de cuidar de filho dos outros. Esse é o motivo dos homens enlouquecerem no caso de traição. As mulheres inconscientemente são boas em esconder o amante, assim engravidam de homem com genes bons e usam um provedor otário para sustentar (por isso de 3% a 4% das crianças não são filhos de quem se acha o pai).
— Além da linguagem, a “seleção sexual” também teria importante papel no desenvolvimento das artes plásticas, da música e da literatura?
Por isso homens são mais competitivos e gostam de fazer coisas mais aventureiras.
Status não é tão útil para a sobrevivência, mas é muito importante para a reprodução.
Não entendi. Em tempos antigos, status significava uma posição de liderança ou mais alta na hierarquia. São as pessoas que teriam mais prioridade em recursos para sobrevivência, como comida e abrigo seguro.
O senhor acredita que sua teoria poderia ajudar outras ciências humanas.
Precisa ajudar a sociologia urgentemente. Muitos alunos acreditam que gênero e orientação sexual são construção social da nossa sociedade "machista".

Re: Cultura e seleção sexual

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f0rest
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Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
Por isso tenho aversão à ideologia de gênero e ao feminismo. A natureza psicológica humana é assim e a cultura é consequência disso.
A cultura e a civilização são aparatos de repressão da biologia em sentido estrito, o controle do animalesco. Existe o ponto certo para isso na propoção em que dá e conserva a liberdade e o direito civil, mas quando ultrapassa o seu escopo e vira um discurso sem coesão temos esse 'mimi-mismo' chato demais. De qualquer forma, faz parte da cultura exercer o biopoder em todas as extensões.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
Mulher é muito mais complicada. Ela gosta de homem com grande valor social. Na sociedade capitalista é o dinheiro, embora não esteja interessada no dinheiro. Outra forma de medir isso é pela fama e status social, sendo de grande respeito num grupo ou sendo chefia. Entre os pobres, os atributos que elas gostam é coragem, serenidade e determinação. Tudo isso é característica de sobrevivência. Por esse motivo, elas gostam de cafajeste e bandido, porque eles tem esses atributos. Muitas tem um ex-amor assim que a abandonou e marcou a vida dela.
A aparência do homem tem peso mínimo. A única coisa que tem efeito é corpo forte (por isso os caras malham). Barba tem algum valor, mas isso é anulado quando a cultura diz que isso é falta de senso de moda. Um cabelo de batom espantava as mulheres 20 anos atrás, mas hoje é moda visto como coisa boa por causa da lacração.
Por outro lado, homem chorão, afeminado, medroso, sensível, fraco, preguiçoso e pisado pelos outros é visto por uma mulher da mesma forma que um homem enxerga uma mulher gorda. Se o cara for assim, a atração criada pela riqueza ou fama desaba.
Apreciação social, status, beleza, coragem, criatividade, elegância, ser divertido, inteligência, etc. são critérios universalizados em conexões de curto e longo prazo. Eles variam em grau de frequência, mas se pode dizer que são universais pois estão presentes em padrões. Um pilar sustenta o outro. Ninguém gosta de verdade de se envolver com um ser vazio. No caso de envolvimento com um ou uma cafajeste, a conexão é forte por conta das descargas de energia que uma pessoa totalmente atípica, louca, imprevisível oferece, mas a longo prazo vai resultar em um desastre.
Um livro bom sobre o assunto é "Os homens preferem mesmo as loiras?" de Jena Pincott.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
Quando o assunto é relacionamento sério, homem não tolera mulher promíscua e não tem interesse em mãe solteira. Igual ao ditado: "Passado de mulher é igual cozinha de restaurante, quando vemos, não queremos mais comer". O motivo é que o homem é o provedor da família e não vai querer desperdiçar energia cuidando de filhos que não herdarão seus genes.
Existem nichos que preenchem mães solteiras e pais solteiros, ninguém fica sozinho se consegue se conectar com outra pessoa. E na atração, no sexo casual, relacionamento de ficante ou de longo prazo, idade, filhos e status podem não significar muito para algumas pessoas e para outras sim. Eu considero uma autossabotagem não querer ficar com uma mulher só por ser um pouco mais velha ou ter filhos.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
A mulher não gosta de traição por causa de uma mistura de fatores culturais e do medo do homem abandoná-la, mas ela costuma perdoar. Por outro lado, traição é fatal para o homem porque ele tem o risco de cuidar de filho dos outros. Esse é o motivo dos homens enlouquecerem no caso de traição. As mulheres inconscientemente são boas em esconder o amante, assim engravidam de homem com genes bons e usam um provedor otário para sustentar (por isso de 3% a 4% das crianças não são filhos de quem se acha o pai).
A traição é grave por conta da sociedade embasada na monogamia, é puramente cultural. Significa violar a confiança, e exerce a mesma fúria em ambos os sexos.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
Por isso homens são mais competitivos e gostam de fazer coisas mais aventureiras.
Nem todos os homens são aventureiros e competitivos e muitas mulheres são aventureiras e competitivas. Existe uma diversidade de personalidade que não cabe em um texto.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
Status não é tão útil para a sobrevivência, mas é muito importante para a reprodução.
Não entendi. Em tempos antigos, status significava uma posição de liderança ou mais alta na hierarquia. São as pessoas que teriam mais prioridade em recursos para sobrevivência, como comida e abrigo seguro.
Status é importante, mas existe todo um alicerce. Status sem carisma, sem inteligência, sem nada, faz uma pessoa ser vazia e desinteressante.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 16:15 pm
Precisa ajudar a sociologia urgentemente. Muitos alunos acreditam que gênero e orientação sexual são construção social da nossa sociedade "machista".
O desejo entre as pessoas LGBTQ+ vem de uma atividade cerebral anterior, eu não concordo que seja algo da civilização. A pessoa sente o desejo e quer aquilo, transforma aquilo em seu objeto de desejo, invertendo o objeto do desejo cisgênero.

Re: Cultura e seleção sexual

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

f0rest escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 17:24 pm
Eu considero uma autossabotagem não querer ficar com uma mulher só por ser um pouco mais velha ou ter filhos.
Aparentemente o cérebro humano não associa sexo com filhos. O cérebro só quer o sexo. O filho é só um efeito colateral.
O homem não pensa "esta mulher é jovem e pode engravidar" nem "esta mulher é coroa e por isso não engravida". Ele escolhe pelo instinto.

Seria uma autossabotagem se o assunto for só sexo. Mas o desejo de ter ou não ter filhos é uma escolha racional ou cultural. Hoje existem métodos médicos para gravidez após os 40 anos, mas o instinto masculino não sabe disso.

Uma jovem com laqueadura não vai ser mais ou menos desejada pelo homem. O cérebro racional terá que ver a vantagem de não precisar de anticoncepcional com ela.
Um pilar sustenta o outro.
...
Status é importante, mas existe todo um alicerce. Status sem carisma, sem inteligência, sem nada, faz uma pessoa ser vazia e desinteressante.
Entendo. Status só atrai, mas não segura o casal e nem leva à gravidez.
Nem todos os homens são aventureiros e competitivos e muitas mulheres são aventureiras e competitivas. Existe uma diversidade de personalidade que não cabe em um texto.
Me referi ao mais comum estatisticamente, que ocorre com 90% das pessoas. Sempre há exceções.

Essas características aparecem de formas mais diferentes possíveis e em casos diferentes. As mulheres são muito mais competitivas em se destacar para um homem em alguma habilidade ou se destacar socialmente pela aparência, por exemplo. Um homem que é ruim no esporte não é competitivo nessa área, mas pode ser competitivo em outra em que tem habilidade (ex: poesia).

Com "Aventureiro" eu quis dizer algo de risco, como alpinismo. Em relação a viagem turística, tenho a impressão de que mulheres gostam mais disso do que homem. Mulheres focam em emoção e homens na conquista ou desafio.
O desejo entre as pessoas LGBTQ+ vem de uma atividade cerebral anterior, eu não concordo que seja algo da civilização. A pessoa sente o desejo e quer aquilo, transforma aquilo em seu objeto de desejo, invertendo o objeto do desejo cisgênero.
Me referi apenas a héteros. Os idiotas dizem que todos nascem sem gênero e orientação sexual. Para eles, os termos homem, mulher, gay e lésbica são apenas construções culturais e ninguém nasce como parte de um desses grupos listados.

Re: Cultura e seleção sexual

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f0rest
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Mensagem por f0rest »

Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 18:32 pm
Aparentemente o cérebro humano não associa sexo com filhos. O cérebro só quer o sexo. O filho é só um efeito colateral.
O homem não pensa "esta mulher é jovem e pode engravidar" nem "esta mulher é coroa e por isso não engravida". Ele escolhe pelo instinto.
Eu disse que é uma autossabotagem não querer ficar com uma mulher porque ela é mãe solteira ou com uma mulher coroa. Mas isso é opinião, nesse caso não existe consenso.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 18:32 pm
Essas características aparecem de formas mais diferentes possíveis e em casos diferentes. As mulheres são muito mais competitivas em se destacar para um homem em alguma habilidade ou se destacar socialmente pela aparência, por exemplo. Um homem que é ruim no esporte não é competitivo nessa área, mas pode ser competitivo em outra em que tem habilidade (ex: poesia).
Estamos o tempo todo em competição por todo o tipo de coisa, abstrata e material, o sistema capitalista é uma apropriação econômica da competição evolutiva e social. Competimos internamente até, e a depressão vem quando se perde essa batalha: a pessoa não consegue mais competir com ninguém, nem consigo mesma.
Tutu escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 18:32 pm
Me referi apenas a héteros. Os idiotas dizem que todos nascem sem gênero e orientação sexual. Para eles, os termos homem, mulher, gay e lésbica são apenas construções culturais e ninguém nasce como parte de um desses grupos listados.
Nesse caso, discurso sem fundo deles. O sexo já é sabido no ultrassom.

Re: Cultura e seleção sexual

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

O que estamos compreendendo agora é que boa parte do nosso comportamento é produzido por circuitos do cérebro que evoluíram, originalmente, para que os nossos ancestrais se tornassem sexualmente atrativos.
Acho que a situação "sexualmente atrativos" é uma justificativa a posteriori de um processo mais básico. Além disso parece sugerir uma conotação estética. Talvez os nossos cérebros evoluíram para facilitar a procriação através de processos bioquímicos. A linguagem não verbal dos feromônios é provavelmente a melhor explicação para os nossos instintos, com potencial para modelar nos humanos culturas de comportamentos, inclusive justificar a existência da própria psicologia evolutiva.

Re: Cultura e seleção sexual

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f0rest
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Mensagem por f0rest »

Gigaview escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 20:59 pm
Acho que a situação "sexualmente atrativos" é uma justificativa a posteriori de um processo mais básico.
Eu considero o atributo de ser atraente a priori, pois a atração é o estímulo que levará a reprodução, repetindo o processo para as futuras gerações. No entanto, em alguns casos a atração pode ser mais fraca que uma necessidade ou impulso. Isso falando em um ambiente selvagem. Na cultura moderna 'líquida' ou pós-moderna, o processo dos relacionamentos levam em conta mais atributos e desejos mais sofisticados.
Gigaview escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 20:59 pm
A linguagem não verbal dos feromônios é provavelmente a melhor explicação para os nossos instintos, com potencial para modelar nos humanos culturas de comportamentos, inclusive justificar a existência da própria psicologia evolutiva.
Existem estudos sobre os feromônios em humanos mas não é nada conclusivo, assim como os estudos sobre a percepção de genes com imunidade mais alta e saudável. Os feromônios nos humanos são a linguagem corporal e o desejo intrínseco. Existe o período de maior fertilidade da mulher, que pode ser perceptível, mas nunca existe o período em que não se faz sexo. O desejo nos humanos é constante.
A psicologia evolutiva estuda esse e outros fatores com base na teoria da evolução, traçando paralelos.

Re: Cultura e seleção sexual

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

f0rest escreveu:
Ter, 07 Dezembro 2021 - 09:54 am
Gigaview escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 20:59 pm
Acho que a situação "sexualmente atrativos" é uma justificativa a posteriori de um processo mais básico.
Eu considero o atributo de ser atraente a priori, pois a atração é o estímulo que levará a reprodução, repetindo o processo para as futuras gerações. No entanto, em alguns casos a atração pode ser mais fraca que uma necessidade ou impulso. Isso falando em um ambiente selvagem. Na cultura moderna 'líquida' ou pós-moderna, o processo dos relacionamentos levam em conta mais atributos e desejos mais sofisticados.
O atributo de ser atraente não é a atração, como você mesmo disse, é o estímulo. Acho que a chave fundamental da atração é instintiva, com base bioquímica que acontece no cérebro. A atração é consequência desses processos. Os atributos e desejos mais sofisticados envolvidos na atração surgem desses processos mais básicos assumindo dimensões sociais e culturais. É a química do cérebro evolutivamente orientada para a sobrevivência e procriação que cria os instintos básicos que a posteriori, intelectualizados como motivos, são identificados como atributos de atração. Basicamente, como se diz, "o amor é cego" e irracional diante dos impulsos dos instintos.
Gigaview escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 20:59 pm
A linguagem não verbal dos feromônios é provavelmente a melhor explicação para os nossos instintos, com potencial para modelar nos humanos culturas de comportamentos, inclusive justificar a existência da própria psicologia evolutiva.
Existem estudos sobre os feromônios em humanos mas não é nada conclusivo, assim como os estudos sobre a percepção de genes com imunidade mais alta e saudável. Os feromônios nos humanos são a linguagem corporal e o desejo intrínseco. Existe o período de maior fertilidade da mulher, que pode ser perceptível, mas nunca existe o período em que não se faz sexo. O desejo nos humanos é constante.
A psicologia evolutiva estuda esse e outros fatores com base na teoria da evolução, traçando paralelos.
O meu ponto de vista é fisicalista, isto é, tudo acontece prioritariamente no cérebro, então a linguagem corporal e o próprio desejo intrínseco decorrem de processos evolutivos que são físicos e que comandam a consciência e consequentemente o comportamento.

Re: Cultura e seleção sexual

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Tutu
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Mensagem por Tutu »

Outro fator são os feromônios e interpretação sobre "o ser vazio". A diferença imunológica (os feromônios MHC) torna mais atraente. Semelhanças no estilo de vida aumenta a afinidade.

youtu.be/i2rjEKru-GA
Gigaview escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 20:59 pm
Acho que a situação "sexualmente atrativos" é uma justificativa a posteriori de um processo mais básico.
O que vejo como a posteriori é o viés de confirmação. A pessoa apaixona e passar a enxergar os atributos bons e ficar cego aos ruins.
Gigaview escreveu:
Seg, 06 Dezembro 2021 - 20:59 pm
Além disso parece sugerir uma conotação estética.
Existe o aspecto cultural, mas ele tem menos peso do que o fator que o fator natural.
Para exemplificar, no ocidente, corpo bronzeado é visto como bonito, mas no oriente é o bonito é corpo branco. Elegância é um fator cultural também. São coisas construídas pela cultura, mas continuam sendo a priori.

Re: Cultura e seleção sexual

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

O instinto, na minha opinião, é determinístico e sobrepõe a preferência estética, que é cultural. Existe uma ilusão da escolha do parceiro. Para os apaixonados o amor é sempre cego.

Re: Cultura e seleção sexual

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f0rest
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Mensagem por f0rest »

Existe um detalhe, nascemos em uma sociedade pré-determinada culturalmente. Aprendemos gestos, idiomas e expressões. O instinto na cultura se condiciona dinamicamente com ela. E muitos comportamentos, como apreciação social e status, estão presentes nos comportamentos em estado de natureza só mudam a forma. O ponto chave da cultura é a linguagem e os valores -- subjetivos ou materiais. Os valores materiais são tão apreciados quanto os valores subjetivos, em alguns casos a ênfase no status a apreciação social por conta da determinação do modo de vida, e de outro o carisma, a inteligência e a beleza que trazem a satisfação emocional em estar com alguém.
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