Gabriel Guerrer

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Gabriel Guerrer

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Larissah
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Alguém conhece esse físico? O que acham do experimento dele?

Re: Gabriel Guerrer

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Gabarito
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Mensagem por Gabarito »

Larissah escreveu:
Ter, 04 Agosto 2020 - 12:25 pm
Alguém conhece esse físico? O que acham do experimento dele?

Seja bem-vinda, Larissah.

Seria interessante e enriquecedor para o tópico que você abriu, que você mesma fizesse uma apresentação dele e de seu trabalho.
Dessa forma, todos se sentiriam mais interessados em dar opiniões sobre ele.

Re: Gabriel Guerrer

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Larissah
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Mensagem por Larissah »

Olá. Vou fazer sim. Obrigada pela dica.

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Larissah escreveu:
Ter, 04 Agosto 2020 - 12:25 pm
Alguém conhece esse físico? O que acham do experimento dele?

É a 1° vez que vi o nome dele. Pesquisando no Google tem isso aqui:


Gabriel Guerrer é doutor em física pelo CBPF. Estudou a física de partículas elementares e participou do experimento LHCb no acelerador de partículas do laboratório CERN. Atualmente faz pós-doutorado pesquisando experimentalmente a possibilidade da mente influenciar a matéria à distância.

Formação Acadêmica

Pós-Doutorado no Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR); Rio de Janeiro, início em março de 2018. Em andamento.
Pós-Doutorado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP); São Paulo, julho de 2015 `a fevereiro de 2018.
Doutor e Mestre em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) ; Rio de Janeiro, outubro de 2009 e maio de 2007
Bacharel em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) ; Curitiba, dezembro de 2004

https://gabrielguerrer.com/gabriel


Mas, isso é a própria página dele. Tem que ver o que tem dele em fontes acadêmicas.

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Editado pela última vez por JJ_JJ em Ter, 04 Agosto 2020 - 19:09 pm, em um total de 1 vez.

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Isso aqui é meio estranho:

Masterclass: Mente-Matéria com Gabriel Guerrer
Nex Coworking - Curitiba, PR


DESCRIÇÃO DO EVENTO

Nesta masterclass o pesquisador apresentará o antigo problema da relação entre mente e matéria, o panorama atual da física sobre as possibilidades de troca de informação e experimentos que investigam outras formas de conexão entre ambos. Após a teoria, todos participarão de um experimento tentando afetar o comportamento de um equipamento eletrônico com as suas mentes apenas - o resultado será apresentado no final.

Gabriel Guerrer é doutor em física pelo CBPF. Estudou a física de partículas elementares e participou do experimento LHCb no acelerador de partículas do laboratório CERN. Atualmente faz pós-doutorado pesquisando experimentalmente a possibilidade da mente influenciar a matéria à distância.

08 de agosto de 2019, 19h30>22h
Inscrição
Inscrição
R$ 70,00 (+ R$ 7,00 taxa)
em até 12x R$ 7,96
Inscrições até 08/08/2019 Encerrado
Passaporte
R$ 95,00 (+ R$ 9,50 taxa)
em até 12x R$ 10,81
Inscrições até 08/08/2019 Encerrado


https://www.sympla.com.br/masterclass-m ... er__586241

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Isso aí não é atividade acadêmica convencional. Aliás, nem é atividade acadêmica .


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Re: Gabriel Guerrer

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Finalmente surgiu um cientista alternativo que não trabalhou na NASA.

Uri Geller era bom nessa coisa de influenciar matéria à distância; consertava até relógios com o poder da mente.

Re: Gabriel Guerrer

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Fiz o básico: procurei na plataforma Lattes e ele tem currículo.

Re: Gabriel Guerrer

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Larissah
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Mensagem por Larissah »

Pois é. Ele pesquisa uma "coisa" chamada mente-matéria. Eu fico um pouco ressabiada com quem tenta misturar mecânica quântica e estudos da consciência.
Passei o paper do resultado do primeiro pós-doutorado dele para um amigo físico e uma amiga estatística e ambos avaliaram inconclusivos os resultados. Fiquei curiosa por ouvir mais opiniões. Ser de de humanas é ^$#%^##

Re: Gabriel Guerrer

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Larissah
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Mensagem por Larissah »

Eu consigo adicionar um pdf aqui? Posso subir o paper dele.

Re: Gabriel Guerrer

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Oi Larissah! Bem-vinda ao nosso clube! Temos um tópico de apresentações onde você contar um pouco sobre você, como descobriu o clube e comentar os assuntos que gostaria de discutir aqui no fórum. Fique a vontade.

viewtopic.php?f=11&t=56

O fórum não armazena documentos mas você pode postar o link de acesso ao documento na internet. Se precisar de ajuda, pergunte na nossa Área de Testes.

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Pedro Reis escreveu:
Ter, 04 Agosto 2020 - 23:33 pm
Fiz o básico: procurei na plataforma Lattes e ele tem currículo.

Na própria página dele tem o link para o Lattes e tem o https://scholar.google.com.br/citations ... wAAAAJ&hl= que mostra 6 publicações de 2007 a 2010, sendo a última em 2010. E em termos profissionais ele trabalhou no mercado financeiro de 2010 a 2011. De modo que se a questão é avaliar a carreira dele como cientista no meio científico de física, então temos que é bem pouca. Ele até pode ser um cara bastante inteligente, pois é óbvio que fazer um doutorado em física no CBPF é algo muito difícil, e que está bem acima das possibilidades de uns ~ 97% da população. Entretanto, em termos de atuação científica como físico, após 2010 podemos dizer que ele praticamente não tem.




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Editado pela última vez por JJ_JJ em Qua, 05 Agosto 2020 - 10:28 am, em um total de 1 vez.

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Larissah escreveu:
Qua, 05 Agosto 2020 - 07:51 am
Pois é. Ele pesquisa uma "coisa" chamada mente-matéria. Eu fico um pouco ressabiada com quem tenta misturar mecânica quântica e estudos da consciência.
Passei o paper do resultado do primeiro pós-doutorado dele para um amigo físico e uma amiga estatística e ambos avaliaram inconclusivos os resultados. Fiquei curiosa por ouvir mais opiniões. Ser de de humanas é ^$#%^##

Como hobby ou como forma de ganhar dinheiro fazendo cursos e palestras pode ser bem válido (dependendo da habilidade de comunicação que ele tenha, ele até poderá ganhar um bom dinheiro), mas como área válida de pesquisa e atuação em pesquisa na física mainstream, certamente que não tem validade. Veja que sequer ele está atuando em algum centro de pesquisa em física minimamente conceituado. Ele não está sequer atuando em alguma universidade federal do Brasil, nem mesmo numa estadual.



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Re: Gabriel Guerrer

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Larissah
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Mensagem por Larissah »

Eu tenho im paper dele de 2017, resultado do tal experimento mente-matéria. Queria que ouvir especialistas.

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Outra coisa interessante é isso aqui:

2011 - 2012: Ano sabático, viagem de 1 ano pelo Brasil.

Aparentemente ele estava de boa em termos de dinheiro, será que ele foi financiado ( e ainda é) por algum pai judeu rico ?


:mrgreen:
Editado pela última vez por JJ_JJ em Qua, 05 Agosto 2020 - 10:46 am, em um total de 1 vez.

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Larissah escreveu:
Qua, 05 Agosto 2020 - 10:41 am
Eu tenho im paper dele de 2017, resultado do tal experimento mente-matéria. Queria que ouvir especialistas.

Que tipo de especialista ? Um doutor em física que atua numa instituição de pesquisa mainstream de física ou um especialista do tipo Lair Ribeiro ?


:mrgreen:

Re: Gabriel Guerrer

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JJ_JJ
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Mensagem por JJ_JJ »

Por mim isso está me parecendo mais uma nova face do tipo ciência alternativa, algo semelhante a isso aqui:


Laboratório dos EUA pesquisou fenômenos paranormais por 60 anos


RAFAEL GARCIA
DA FOLHA DE S.PAULO
01/11/2009 20h09


Em uma de suas frases de efeito mais conhecidas, Albert Einstein teria dito, segundo sua secretária: "Eu jamais acreditaria em fantasmas, mesmo que eu visse um". Vinda de um físico, essa atitude pode parecer brusca, já que a física sempre se inspirou em observações de fenômenos aparentemente estranhos. Em se tratando mesmo de eventos fantasmagóricos, porém, a ciência parece não ter chegado a um consenso sobre como tratá-los, seja para prová-los, seja para simplesmente descartá-los.

Em parte, a crença em coisas como telepatia e psicocinese ainda existe porque poucos acham hoje que vale a pena gastar tempo (e queimar a reputação) tentando estudá-las. Pelo menos um homem sério, porém, já teve a coragem (ou a imprudência) de embarcar na empreitada de tentar levar a parapsicologia para um laboratório. Sua história é contada no recém-lançado "Unbelievable" ("Inacreditável"), da jornalista americana Stacy Horn.

O aventureiro em questão foi o botânico Joseph Banks Rhine, que decidiu mudar de área e conseguiu apoio para montar um laboratório de parapsicologia na prestigiosa Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), em 1935. Eram outros tempos.

Na época, a comunidade científica não era tão avessa a questões espirituais, e Rhine tinha certa reputação, ainda. Interessado num problema que era considerado aberto, antes de ter seu laboratório o cientista ganhou reputação ao desmascarar falsos médiuns.

Intrigado com relatos em que não parecia haver fraude, porém, Rhine decidiu usar o laboratório para verificar se, em experimentos controlados, coisas como telepatia e clarividência de fato apareciam. E apareceram. Mas, como esperado, a interpretação dos resultados não é bem algo que se possa chamar de consenso.

Por décadas, Rhine e seus colegas foram à caça de médiuns para testá-los em um engenhoso experimento bolado em seu laboratório na Duke: adivinhação de cartas.

Ao longo dos anos, cientistas testaram laboriosamente a habilidade de voluntários repetidas vezes até formar, com cada um deles, um corpo de dados que tivesse alguma significância estatística.

Outro teste era feito com dados. Pessoas com suposta habilidade de telecinese eram avaliadas enquanto tentavam influenciar os resultados obtidos movendo os cubos de resina com a força da mente. Clarividência O acervo do laboratório registra mais de 10 mil sessões de testes, a maioria deles decepcionantes. Alguns poucos voluntários, porém, conseguiam adivinhar cartas com taxa de acerto maior do que se esperaria por puro acaso. E lá estava a prova de que a clarividência existiria: planilhas mostrando que alguns poucos voluntários tinham obtido sucesso que não é explicável apenas pela sorte. Qualquer pessoa com um mínimo de ceticismo, claro, torce o nariz. Quem garante
que o próprio Rhine não estava trapaceando? Horn dedica boa parte do livro a mostrar como o cientista conseguiu proteger razoavelmente bem os seus dados de críticas de manipulação.

Sem uma teoria minimamente plausível para explicar seus experimentos, porém, o laboratório da Duke também não conseguiu convencer grupos sérios de outras universidades a tentarem reproduzir os experimentos. E, mesmo que o
bombardeio dos céticos nunca tenha cessado, o laboratório acabou sendo mais vítima da descrença de amigos.

Planilhas cheias de números, claro, não são tão interessantes quanto relatos anedóticos de "poltergeists" e histórias de fantasmas. O laboratório até chegou a investir um pouco em "pesquisa de campo", investigando casos supostamente reais que inspiraram os filmes "Poltergeist" e "O Exorcista", mas Rhine rejeitou levar ao periódico "Journal of Parapsychology" estudos que não tivessem um corpo de provas rígido.

Muitos dos filantropos que bancavam o laboratório, porém, estavam interessados mesmo era em contatar entes queridos no além. Não queriam saber de dados e baralhos. E financiadores mais benevolentes, como a Fundação Rockefeller, também acabaram se vendo com reputação ameaçada.

Na década de 1960, Rhine fez algumas tentativas de reavivar o laboratório, entre elas a de receber o psicólogo Timothy Leary para testar se o LSD poderia dar habilidades de clarividência a pessoas normais. Aparentemente, foi divertido, e só.

O dinheiro para pesquisa em parapsicologia foi aos poucos indo embora. A Duke nunca fechou oficialmente o laboratório, hoje batizado de Centro Rhine. A Associação Americana para o Avanço da Ciência, apesar de não dar mais crédito ao tema, nunca desfiliou a Associação de Parapsicologia de Rhine. O físico John Wheeler, na década de 1970, defendeu isso, mas não foi atendido.

O livro de Horn, porém, talvez seja condescendente demais com Rhine ao descrever o debate de parapsicólogos contra céticos como um "empate". Aí talvez valha uma velha regra: alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias. Acredite quem quiser que as planilhas de Rhine são a prova da clarividência.

Em se tratando de jornalismo, porém, um cético de mente mais fechada dificilmente levantaria a história fascinante que Horn esquadrinhou. "Unbelievable" ("Inacreditável") de Stacy Horn; Ecco, 294 págs., US$ 24


https://m.folha.uol.com.br/ciencia/2009 ... anos.shtml


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Re: Gabriel Guerrer

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

JJ_JJ escreveu:
Ter, 04 Agosto 2020 - 19:00 pm
Isso aqui é meio estranho:

Masterclass: Mente-Matéria com Gabriel Guerrer
Nex Coworking - Curitiba, PR


DESCRIÇÃO DO EVENTO

Nesta masterclass o pesquisador apresentará o antigo problema da relação entre mente e matéria, o panorama atual da física sobre as possibilidades de troca de informação e experimentos que investigam outras formas de conexão entre ambos. Após a teoria, todos participarão de um experimento tentando afetar o comportamento de um equipamento eletrônico com as suas mentes apenas - o resultado será apresentado no final.

Gabriel Guerrer é doutor em física pelo CBPF. Estudou a física de partículas elementares e participou do experimento LHCb no acelerador de partículas do laboratório CERN. Atualmente faz pós-doutorado pesquisando experimentalmente a possibilidade da mente influenciar a matéria à distância.

08 de agosto de 2019, 19h30>22h
Inscrição
Inscrição
R$ 70,00 (+ R$ 7,00 taxa)
em até 12x R$ 7,96
Inscrições até 08/08/2019 Encerrado
Passaporte
R$ 95,00 (+ R$ 9,50 taxa)
em até 12x R$ 10,81
Inscrições até 08/08/2019 Encerrado


https://www.sympla.com.br/masterclass-m ... er__586241

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Isso aí não é atividade acadêmica convencional. Aliás, nem é atividade acadêmica .


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Isso é bem característico de um charlatão. A gente não vê muitos cientistas de verdade ministrando cursos ou palestras pagas, workshops, coachings e coisa que o valha para leigos.

Assim por alto, tá parecendo alguma coisa naquela linha de "O Segredo". Uma tremenda bobagem que rendeu muito dinheiro em livros e até um filme. O pretexto que "embasava" tudo era um suposto experimento em que o estado mental das pessoas pareceria alterar a forma como cristais de gelo se formavam. Era mais ou menos isso, mas esse experimento nunca foi reproduzido de maneira independente com os mesmos resultados.

O princípio de tudo e que faz a Física Quântica ser tão conveniente para construir estes tipos de discurso é o famoso experimento da dupla-fenda, que no meio esotérico acaba recebendo a interpretação de controle da mente sobre a matéria. E a partir disso se constrói a agradável tese de que qualquer pessoa pode moldar o mundo à sua vontade só com o seu desejo ou o seu pensamento.

De fato essa picaretagem já é bem antiga e remonta a antigos best-sellers de auto-ajuda como "O Poder do Pensamento Positivo" e similares. Paulo Coelho mesmo já foi meio que por essa linha. A diferença é que agora estão usando a Física Quântica como justificativa, o que é super conveniente já que ninguém entende nada de MQ mesmo.

O grande atrativo nessa ideia, e que fisga tão facilmente as pessoas é que ela é... atrativa. É algo em que ser quer crer: uma maneira fácil de fazer as coisas acontecerem do jeito que gostaríamos que acontecessem. Bastando para isso querer e querer do jeito certo.

Mas eu, particularmente, acho que pode existir um fundo de verdade nesse tipo de expectativa só que não tem nada a ver com a física nem com nenhum fenômeno externo à nossa própria mente, mas pensamentos e desejos focados podem muito bem ajudar a conquistar objetivos devido às características intrínsecas do funcionamento do cérebro.

Vou até falar um pouco mais sobre isso... Porém não sei se vou concluir agora, vamos ver...

Muita gente já experimentou algo semelhante a isso: um sujeito entra em uma concessionária e compra um carro 0km verde abacate. Por algum motivo ele queria ter um carro com ujma cor original e não se lembrava de ninguém que tivesse um automóvel verde abacate. Mas ao sair dirigindo da concessionária, já de carro novo, ele se espanta ao descobrir que a cidade parece estar repleta de carros verde abacate. Logo ele vê um estacionado na esquina, outro emparelha com seu veículo no sinal fechado, de repente ele vê até um caminhão verde abacate passando...

O que é isso? Coincidências, o universo mandando uma mensagem, a tal da sincronicidade Junguiana?

Não. Uma explicação mais simples e mais lógica está no fato de termos uma estrutura no nosso cérebro responsável por filtar as informações que são apresentadas à nossa mente consciente. O cérebro é responsável por lidar com zilhões de informações simultâneas, não apenas pensamentos, imaginação e memórias, mas dados sensoriais e boa parte da regulação fisiológica do organismo. Sem dúvida a interação mente-corpo existe, e o que você pensa e sente pode muito bem afetar a forma como você digere o seu almôço. A azia que o diga!

Mas se toda essa massa de informações passasse pelo escrutínio da consciência, ficaríamos tão sobrecarregados que estaríamos incapacitados de tomar aquelas decisões úteis do dia a dia. E é aparentemente para isso que a parte consciente do cérebro existe. Portanto há providencialmente uma estrutura no cérebro responsável por filtrar informações e nos faz focar naquilo que é importante.

Antes de comprar um carro verde abacate, carros verde abacate não tinham a menor importãncia para aquele motorista e eram virtualmente invisíveis nas ruas engarrafadas com carros de todas as cores. Mas no momento em que essa informação em particular assume alguma relevãncia específica para o cérebro, você começa a reparar nestes automóveis por toda a parte.

Eu até tenho várias experiências pessoais assim, mas uma é particularmente interessante. Uma vez li algo sobre o sistema de "reservas fracionadas", algo do qual nunca tinha ouvido falar antes e que me impressionou bastante. Poucos dias depois ( poucos dias mesmo ) estava eu andando pelo calçadão da praia e eis que vejo escrito com letras toscas - possivelmente com um pedaço de carvão - em um poste: "Todo o mal do mundo é o sistema de reservas fracionadas".

Coincidência? Em parte sim. Mas o fato é que aquilo jamais teria captado minha atenção consciente se poucos dias antes eu não tivesse aprendido pela primeira vez sobre reservas fracionadas e o assunto não tivesse me interessado como interessou. Possivelmente eu já tivesse esbarrado em referências anteriores dezenas ou centenas de vezes e simplesmente não chamaram minha atenção. Assim como automóveis verde-abacate.

Mas o que isso tem a ver com o poder do pensamento positivo?

Quando lemos a biografia de homens de sucesso como Onassis ou Bill Gates, notamos que vários "acasos" foram determinantes. Parece que o universo conspirou a favor desses caras!

Mas isso tem duas explicações simples: a primeira é a de que você nunca vai ler a biografia de um fracassado, de alguém que não teve sorte. Acasos, por serem acaso, vão ocorrer contra e a favor, mas só os acasos felizes fazem parte de histórias de sucesso.

Mas a segunda explicação está no fato de que estas pessoas eram obcecadas e monomaníacas. Onassis por ficar rico e Bill Gates em popularizar a computação pessoal. Assim como eu quando notei aquela frase escrita no poste, seus cérebros estavam ajustados e direcionados para perceber (e aproveitar) qualquer mínima oportunidade de atingir seus objetivos. O famoso "ele só pensa naquilo".

Quando a IBM resolveu lançar seu PC, eles precisaram de um sistema operacional e de um interpretador de BASIC. Porque naquela época todos os computadores pessoais vinham com um interpretador de BASIC embutido. Depois de alguma pesquisa se interessaram por um cara na costa oeste que tinha um S.O. e por uma pequena empresa, a Microsoft, que oferecia um interpretador de Basic.

Primeiramente os executivos da IBM pegaram um avião e partiram para a reunião marcada com o sujeito ia negociar o S.O. Só que esse cara, meio hippie, tinha o hobby de voar no seu aviãzinho e aquele era um dia lindo. Ele simplesmente esqueceu da reunião e partiu para o seu aeroclube. Os caras de IBM deram com o nariz na porta!

No dia seguinte estariam reunidos com um jovem chamado Bill Gates e casualmente comentariam sobre o aborrecimento que tiveram no dia anterior. Quando Billzinho acabou de ouvir a história, imediatamente já traçou um plano: a Microsoft não tinha um S.O. mas ele sabia quem tinha. Então disse aos caras da IBM que ELE tinha o S.O. perfeito e mais: licenciaria de graça, desde que sua empresa mantivesse a propriedade do software. E assim ele pegou o dinheiro da venda do BASIC, comprou o DOS por 50 mil dólares e se tornou uma das maiores fortunas do mundo!

Mas esse era o cara que no início dos anos 70 era obcecado por computadores e só pensava no que os computadores poderiam fazer. Era o cara que dizia "em cada casa um computador" quando essa pretensão soava mais como "em cada casa um reator de fusão nuclear"...

Bill só pensava em computadores pessoais, nesse mercado e suas potencialidades. Logo, ele imediatamente enxergou o tamanho da oportunidade: viu que o mercado de clones de IBM-PCs superaria até mesmo os originais e que o sistema operacional, muito mais difícil de ser clonado, era o que determinaria quais programas alguém poderia rodar na sua máquina. Aquilo que pareceu um negócio da China para os distraídos executivos da IMB (pegar o DOS de graça) na verdade era o negócio da China da Microsoft, que usou a IBM para tornar seu S.O. ubíquo em todo o mundo.

Por outro lado o outro cara, aquele programador meio hippie, talvez até mais inteligente que o Bill e que talvez tivesse até um sistema bem melhor ( o que era fácil, já que o DOS era um bosta! ) foi escolhido inicialmente pela IBM mas não era um monomaníaco, tinha outros interesses, outras prioridades. Seu cérebro não reconheceu a natureza da oportunidade que lhe estava sendo oferecida.

Não se trata de simplesmente sorte: a realidade está repleta de oportundiades mas elas surgem muitas vezes embrulhadas em eventos sutis que só os obcecados enxergam.

Portanto muitos destes métodos de auto-ajuda, como o método Silva de controle mental, ou o poder do pensamento positivo, nada mais são do que técnicas de tornar a pessoa obcecada, totalmente focada em algum objetivo à sua escolha. De forma que seu cérebro de fato se torna mais apto para reconhecer e melhor aproveitar as oportunidades que sempre, mas eventualmente, irão surgir.

Re: Gabriel Guerrer

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Pedro Reis escreveu:.
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Coincidência? Em parte sim. Mas o fato é que aquilo jamais teria captado minha atenção consciente se poucos dias antes eu não tivesse aprendido pela primeira vez sobre reservas fracionadas e o assunto não tivesse me interessado como interessou. Possivelmente eu já tivesse esbarrado em referências anteriores dezenas ou centenas de vezes e simplesmente não chamaram minha atenção. Assim como automóveis verde-abacate.

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Essa "filtragem" mencionada em psicologia se chama de "atenção seletiva" e explica de fato muitas coincidências significativas.

E é mais comum do que parece. Tente procurar uma porca para um parafuso num pote cheio de porcas de diversos tamanhos e observe como você vai quase instintivamente na direção da porca certa. Existe também um autoengano misticóide que diz que o "mestre invisível" sempre aponta o "caminho" quando o discípulo precisa da solução para um problema. É fácil também perceber o quanto nossos problemas se alinham com as palavras do oráculo que aponta a solução. O I-Ching sempre funciona porque a nossa atenção seletiva percebe relações objetivas com o sentido metafórico do que é sorteado.

Nos tempos da minha fase misticóide sempre usava um sebo (loja de livros usados) para resolver problemas ou buscar aconselhamento. O procedimento era simples. Primeiro, definia bem o problema (de qualquer tipo, até de geometria por exemplo) e depois tentava resolver a questão de todas as formas até esgotar todas as possibilidades de solução e então partia para a livraria para folhear livros antigos com a certeza que iria achar uma resposta...e quase sempre achava. A variedade de assuntos na loja (que já conhecia de outras visitas) era filtrada para me conduzir com a mesma precisão de quem procura uma porca num pote de porcas até o livro que poderia dar o gatilho para um processo criativo para solução do problema. Era como se o meu "mestre", "anjo da guarda" ou qualquer outra entidade fantasmagórica estivesse me ajudando. Muito tempo depois descobri que sorteando palavras num dicionário e buscando relações entre elas fornecia o mesmo terreno para buscar insights e que tudo vinha do meu próprio fantasma que habita a minha máquina.

Re: Gabriel Guerrer

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Larissah
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Mensagem por Larissah »

JJ_JJ escreveu:
Qua, 05 Agosto 2020 - 10:45 am
Larissah escreveu:
Qua, 05 Agosto 2020 - 10:41 am
Eu tenho im paper dele de 2017, resultado do tal experimento mente-matéria. Queria que ouvir especialistas.

Que tipo de especialista ? Um doutor em física que atua numa instituição de pesquisa mainstream de física ou um especialista do tipo Lair Ribeiro ?


:mrgreen:

Fīsicos, matemáticos, estatísticos e afins. Gente que possa analisar o resultado e o método científico empregado.
Prefiro minha opinião a do LB. :lol:

Re: Gabriel Guerrer

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Larissah
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Mensagem por Larissah »

Re: Gabriel Guerrer

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Mensagem por Larissah »

Os resultados do experimento.

Re: Gabriel Guerrer

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Só vi o abstract.

Minhas impressões leigas:

Parece que o alegado resultado estatístico aponta para a possibilidade de pessoas poderem desviar a trajetória da luz por influência do pensamento e/ou vontade.

É um experimento estatístico. É preciso que outras pessoas reúnam voluntários, reproduzam o experimento e verifiquem ou não os resultados.

Para a minha mente preconceituosa cheira a picaretagem. O experimento demanda um certo custo, complexidade e trabalho que naturalmente desestimulam pesquisadores sérios, até pelo desinteresse e ceticismo natural que o tema da pesquisa suscita. E um picareta estaria bem consciente disso. Mas se o fenômeno existe e pode ser objetivamente detectado, é uma questão de tempo para que outras pessoas reproduzem este e também façam outros experimentos semelhantes.

É assim que funciona a Ciência: o estranho de hoje pode ser facilmente o consenso de amanhã. Uma vez que toda alegação genuinamente científica pode e tem que ser falseável, alegações estranhas mas testáveis tendem a ser consideradas.

Mas há algumas coisas a observar: vamos supor que o experimento foi devidamente controlado e realmente indicou um desvio estatístico para as sessões em que os voluntários tentaram mudar a trajetória da luz por meio da "força do pensamento ou vontade". Nesse caso a hipótese principal, parece que a única, que o "pesquisador" considera, é que a trajetória da luz pode obedecer ao desejo humano. Um cérebro produzindo a experiência subjetiva de desejar altera a forma como um raio de luz se refrata poderia fazer com que o fenômeno tenuamente ocorresse.

Cara, isso é muito esquisto! Porque é mágico. A princípio é autêntico poder mágico. É tipo olhar para o nada, desejar que do nada surja um universo X, e aí (talvez em um prazo de sete dias) surge o universo X. Então, ao que parece, estamos vivendo em uma realidade mágica. O que pode ser muito divertido mas a luz é uma onda eletromagnética, um fenômeno físico. Como a luz percebe o desejo do voluntário desejando e por quais meios o desejo se realiza? Alguém mais cuidadoso percebe que não se trata apenas de interação mente-matéria, mas a alegação é a de que o experimento sugere uma interação entre desejo e matéria. Ocorre a experiência subjetiva de desejar algo e os fenômenos físicos de alguma forma "perceberem" este desejo e são moldados por ele.

Acho que esta não seria a primeira hipótese que um físico consideraria. A luz é uma onda eletromagnética e de fato pode ser desviada por um campo eletromagnético. Quanto mais intenso o campo, maior o desvio. O cérebro, por sua vez, produz campos eletromagnéticos. Estaria o processo de pensar intensamente sobre algo aumentando a atividade cerebral e por consequência a intensidade do campo eletromagnético,e este alterando tenuamente a trajetória de um fóton? Eu até acho improvável, mas ainda assim infinitamente mais provável que o sugerido pelo "pesquisador".

Um simples experimento de controle poderia descartar essa possibilidade. Os voluntários poderiam ser solicitados a desejarem que não houvessem desvios significativos nos padrões de refração da luz. Mas se os resultados ainda assim fossem semelhantes, a interação cérebro-luz poderia continuar a ser investigada, mas a hipótese de uma interação desejo-luz estaria descartada.

Só que o físico nem considera possibilidades como esta, propondo anti-cientificamente hipóteses mais improváveis antes de outras mais prováveis. Ainda restariam hipóteses melhores antes de imaginar que o desejo de alguém pode ser realizar da mesma forma que os desejos do gênio da garrafa. Por exemplo: haveria algum fenômeno físico, talvez alinda desconhecido, produzido pela atividade cerebral e que pode de alguma forma interagir com uma onda eletromagnética de forma semelhante a de um campo eltromagnético?

Existiriam hipóteses não mágicas antes de se considerar possibilidades mágicas e normalmente estas seriam investigadas primeiro por um físico de verdade.

Mas há alguns experimentos estatísticos que são realizados há muito tempo. Na verdade são realizados há séculos e repetidos milhões e milhões de vezes com zilhões de voluntários em todo o mundo. Agora mesmo está sendo realizado este experimento.

Em cassinos e loterias, casas de bingo, etc, milhões de voluntários desejam com toda a força do seu pensamento influenciar a bolinha da roleta pra cair na casa preto 27, ou número que vai ser sorteado na mega-sena, a carta que será entreque pelo crupiê do cassino e vai por aí. Mas não são encontrados desvios estatísticos de longo prazo quando se registram os resultados de jogos de azar.

Os dadinhos sempre se comportam como se os seus resultados fossem aleatórios apesar dos desejos dos apostadores.

Re: Gabriel Guerrer

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Li rapidamente e pulei a maior parte da discussão estatística porque já esqueci muita coisa necessária para entender.

Fiz algumas anotações. Se o assunto render voltarei a ler.
After the session’s end, the participant meets the experimenter in the next room. An automatic timer triggers a control session that starts 10 minutes later, running on the exact same computer code but with no person present in the experimental room
.

Por que não realizar a sessão de controle antes da sessão com o participante? Se a intenção é medir a conexão mente-matéria, o que garante que o participante não pode estar mentalmente conectado com o experimento após a sessão influenciando os resultados caso exista de fato esse fenômeno?
A possible objection would be that the control and participant data cannot be equally classified because of the participant’s bodily presence in the experimental room; hence heat,vibrations, and electromagnetic radiation could explain the larger effect sizes. While the body may slightly affect the measurements, it must be noted that the variables have their trends corrected with an 8th order polynomial, and that the measured effect translates to a consistent difference between the detrended values obtained in the 40 alternated intention and relax epochs.
Falha no controle. Corrigir problemas matematicamente após o experimento é inaceitável apesar de toda a precisão da correção.
In contrast, the post hoc meta-analysis results may be indicative of an anomalous interaction.The word meta is emphasized in the sense that it simply implements a different way of combining the experiments’ global scores, where all the session scores are unaltered.
A posthoc combination of the formal experiments’ scores using sign independent statistics, however, provided statistically significant results favoring the existence of anomalous interactions between conscious agents and a physical system.
Existe muita crítica no emprego da meta-análise em experimentos "parapsicológicos" pelo risco do "efeito gaveta" (file-drawer effect) na manipulação/uso de dados favoráveis à hipótese que está sendo testada. A "anomalia" parece ser o resultado da combinação dos resultados dos experimentos e não de evidência do fenômeno.

De qualquer modo o experimento não detectou nada objetivamente e é bem típico da "escola" do Dean Radin.

O Vitor Moura poderia aparecer aqui para dar uma opinião e tirar algumas dúvidas.

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Pedro Reis escreveu:
Qua, 05 Agosto 2020 - 23:34 pm
Só vi o abstract.

Minhas impressões leigas:

Parece que o alegado resultado estatístico aponta para a possibilidade de pessoas poderem desviar a trajetória da luz por influência do pensamento e/ou vontade.

É um experimento estatístico. É preciso que outras pessoas reúnam voluntários, reproduzam o experimento e verifiquem ou não os resultados.

Para a minha mente preconceituosa cheira a picaretagem. O experimento demanda um certo custo, complexidade e trabalho que naturalmente desestimulam pesquisadores sérios, até pelo desinteresse e ceticismo natural que o tema da pesquisa suscita. E um picareta estaria bem consciente disso. Mas se o fenômeno existe e pode ser objetivamente detectado, é uma questão de tempo para que outras pessoas reproduzem este e também façam outros experimentos semelhantes.

É assim que funciona a Ciência: o estranho de hoje pode ser facilmente o consenso de amanhã. Uma vez que toda alegação genuinamente científica pode e tem que ser falseável, alegações estranhas mas testáveis tendem a ser consideradas.

Mas há algumas coisas a observar: vamos supor que o experimento foi devidamente controlado e realmente indicou um desvio estatístico para as sessões em que os voluntários tentaram mudar a trajetória da luz por meio da "força do pensamento ou vontade". Nesse caso a hipótese principal, parece que a única, que o "pesquisador" considera, é que a trajetória da luz pode obedecer ao desejo humano. Um cérebro produzindo a experiência subjetiva de desejar altera a forma como um raio de luz se refrata poderia fazer com que o fenômeno tenuamente ocorresse.

Cara, isso é muito esquisto! Porque é mágico. A princípio é autêntico poder mágico. É tipo olhar para o nada, desejar que do nada surja um universo X, e aí (talvez em um prazo de sete dias) surge o universo X. Então, ao que parece, estamos vivendo em uma realidade mágica. O que pode ser muito divertido mas a luz é uma onda eletromagnética, um fenômeno físico. Como a luz percebe o desejo do voluntário desejando e por quais meios o desejo se realiza? Alguém mais cuidadoso percebe que não se trata apenas de interação mente-matéria, mas a alegação é a de que o experimento sugere uma interação entre desejo e matéria. Ocorre a experiência subjetiva de desejar algo e os fenômenos físicos de alguma forma "perceberem" este desejo e são moldados por ele.

Acho que esta não seria a primeira hipótese que um físico consideraria. A luz é uma onda eletromagnética e de fato pode ser desviada por um campo eletromagnético. Quanto mais intenso o campo, maior o desvio. O cérebro, por sua vez, produz campos eletromagnéticos. Estaria o processo de pensar intensamente sobre algo aumentando a atividade cerebral e por consequência a intensidade do campo eletromagnético,e este alterando tenuamente a trajetória de um fóton? Eu até acho improvável, mas ainda assim infinitamente mais provável que o sugerido pelo "pesquisador".

Um simples experimento de controle poderia descartar essa possibilidade. Os voluntários poderiam ser solicitados a desejarem que não houvessem desvios significativos nos padrões de refração da luz. Mas se os resultados ainda assim fossem semelhantes, a interação cérebro-luz poderia continuar a ser investigada, mas a hipótese de uma interação desejo-luz estaria descartada.

Só que o físico nem considera possibilidades como esta, propondo anti-cientificamente hipóteses mais improváveis antes de outras mais prováveis. Ainda restariam hipóteses melhores antes de imaginar que o desejo de alguém pode ser realizar da mesma forma que os desejos do gênio da garrafa. Por exemplo: haveria algum fenômeno físico, talvez alinda desconhecido, produzido pela atividade cerebral e que pode de alguma forma interagir com uma onda eletromagnética de forma semelhante a de um campo eltromagnético?

Existiriam hipóteses não mágicas antes de se considerar possibilidades mágicas e normalmente estas seriam investigadas primeiro por um físico de verdade.

Mas há alguns experimentos estatísticos que são realizados há muito tempo. Na verdade são realizados há séculos e repetidos milhões e milhões de vezes com zilhões de voluntários em todo o mundo. Agora mesmo está sendo realizado este experimento.

Em cassinos e loterias, casas de bingo, etc, milhões de voluntários desejam com toda a força do seu pensamento influenciar a bolinha da roleta pra cair na casa preto 27, ou número que vai ser sorteado na mega-sena, a carta que será entreque pelo crupiê do cassino e vai por aí. Mas não são encontrados desvios estatísticos de longo prazo quando se registram os resultados de jogos de azar.

Os dadinhos sempre se comportam como se os seus resultados fossem aleatórios apesar dos desejos dos apostadores.
O fenômeno que se pretende medir não é a mudança de trajetória dos fótons, mas a influência da mente no "colapso da função de onda", que faz parte da interpretação de Copenhague, que prevê a superposição de estados fundamentais, nesse caso, dos fótons que se comportam com características de ondas e de partículas e de acordo com a equação de Schrödinger.

A hipótese parece legítima porque já é constatado que o observador ao fazer a medição colapsa a função da onda. A mudança da luminosidade das franjas pode de fato sugerir a possibilidade de algum tipo de influência "spooky" que faz parte da hipótese como provocada por algum tipo de intenção mental (pensamento) do observador.

Ninguém está falando de telecinésia no experimento. É um fenômeno quântico do mesmo tipo que convenceu Einstein que ele estava errado ao negar o lado "fantasmagórico" apontado por Bohr.

Assista o vídeo abaixo para perceber que o "pensamento" pode ser o ponto na "von Neumann's chain" em que a função de onda do fóton se colapsa. Apesar da aparência misticóide desse conceito, é bom lembrar que quase todos os cientistas que desenvolveram a mecânica quântica, com excessão de Einstein e mais alguns no início, abordaram essa hipótese com seriedade. Então por que não fazer um experimento para investiga-la?


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Re: Gabriel Guerrer

Pedro Reis
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Mensagem por Pedro Reis »

Ok. Entendi mal então.

Re: Gabriel Guerrer

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Inspired by Radin et al’s challenges to the present scientific world view, the current experiment tried to replicate their first four findings using a similar protocol and a modified setup/analysis as described below.
The four pre-registered experiments combined resulted in a statistically null difference between the data collected in intention and relax conditions.
Daqui conclui-se que aqueles resultados prévios referidos não foram replicados, certo :?:
A post hoc combination of the formal experiments’ scores using sign independent statistics, however, provided statistically significant results favoring the existence of anomalous interactions between conscious agents and a physical system. Further studies are warranted to formally test the post hoc hypothesis.
Será então outra série de experimentos a partir de bases diferentes quanto ao que se espera possa ser observável, certo :?:

Re: Gabriel Guerrer

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

Pedro Reis escreveu:
Qui, 06 Agosto 2020 - 01:23 am
Ok. Entendi mal então.
Rhine fez o experimento com dados e os resultados causaram muitos debates e a desmoralização da parapsicologia.

Veja em 1´13´´


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Re: Gabriel Guerrer

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

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