Explicação Fisicalista da Consciência

Área destinada à discussão sobre Ciência e os avanços científicos e tecnológicos da humanidade.

Abordagem fisicalista da consciência

Gigaview
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youtu.be/N9klMTHGcw0
Mente redutível ao Cérebro?
Joel Pinheiro / 21 de dezembro de 2012

Se você coloca um pedaço de chocolate em sua boca, você sente um gosto. Ao mesmo tempo, uma reação ocorre no seu cérebro; uma reação que se iniciou nas papilas gustativas da sua língua e mandou sinais elétricos crânio adentro.

Se um neurocientista, com conhecimento perfeito do cérebro, observar seu cérebro enquanto você prova este chocolate, ele saberá dizer, apenas observando suas sinapses, que você está agora experimentando o gosto do chocolate. E mais: se ele, em seu laboratório, abrir sua cabeça e reproduzir essa mesma exata reação que seu cérebro teve quando você provou o chocolate, ele produzirá, em você, a mesma exata sensação.

No entanto, nessa história toda, há algo a que esse neurocientista, ainda que dotado de pleno conhecimento sobre o cérebro, não tem acesso: a sua experiência enquanto tal. Ele sabe que você está sentindo o gosto de chocolate; ele sabe como produzir em você a sensação do gosto de chocolate; mas ele não experimenta esse gosto. Há algo nesse processo que é restrito apenas a você e à sua subjetividade.

É esse dado básico e irrefutável – explorado por exemplo por Thomas Nagel no clássico ensaio “What is it like to be a bat” -, essa distinção incontornável entre processo físico cerebral (observável) e experiência subjetiva (não-observável), que embasa a tese de que, embora intimamente ligados, não dá para falar em uma identidade forte, plena, entre mente e cérebro. O gosto que você sente ao comer o chocolate não é as sinapses neurológicas que acompanham, ou até mesmo produzem, esse gosto em sua consciência (no sentido de tudo aquilo de que estamos conscientes, e não no de “consciência moral”); gosto que não está no cérebro (assim como a cor vermelha que está em sua consciência quando você olha uma maçã não está, de maneira alguma, no seu cérebro). Se fossem, então conhecendo um, conheceríamos o outro. Não é o caso.

É possível traçar uma forte correlação, talvez perfeita, entre o processo físico e a sensação subjetiva, mas não é possível identificá-los; afinal, há coisas que se predicam de um que não se predicam do outro. E se aceitarmos que um causa o outro, ainda ficamos com o problema: como poderia tal causalidade se dar?
http://www.dicta.com.br/mente-redutivel-ao-cerebro/

Re: Abordagem fisicalista da consciência

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

O Teste de Turing


youtu.be/zIZ-FmmEWyw

Uma máquina precisa de consciência para ter mente?

Re: Abordagem fisicalista da consciência

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Gigaview escreveu:
Qua, 04 Março 2020 - 22:12 pm
Mente redutível ao Cérebro?
No entanto, nessa história toda, há algo a que esse neurocientista, ainda que dotado de pleno conhecimento sobre o cérebro, não tem acesso: a sua experiência enquanto tal. Ele sabe que você está sentindo o gosto de chocolate; ele sabe como produzir em você a sensação do gosto de chocolate; mas ele não experimenta esse gosto. Há algo nesse processo que é restrito apenas a você e à sua subjetividade.

É esse dado básico e irrefutável – explorado por exemplo por Thomas Nagel no clássico ensaio “What is it like to be a bat” -, essa distinção incontornável entre processo físico cerebral (observável) e experiência subjetiva (não-observável), que embasa a tese de que, embora intimamente ligados, não dá para falar em uma identidade forte, plena, entre mente e cérebro. O gosto que você sente ao comer o chocolate não é as sinapses neurológicas que acompanham, ou até mesmo produzem, esse gosto em sua consciência (no sentido de tudo aquilo de que estamos conscientes, e não no de “consciência moral”); gosto que não está no cérebro (assim como a cor vermelha que está em sua consciência quando você olha uma maçã não está, de maneira alguma, no seu cérebro). Se fossem, então conhecendo um, conheceríamos o outro. Não é o caso.
O cientista talvez um dia consiga sentir o gosto do que você está comendo se conseguir conectar o cérebro dele ao seu.

O fato de ele AINDA não conseguir isto não permite deduzir que "a mente não é o cérebro".

Será que dá para afirmar o mesmo de um veículo automático que consegue enfrentar o trânsito com base nas informações fornecidas por seus sensores?
Se ele viu que o sinal estava vermelho e parou, podemos falar em "consciência"?
Ou trata-se apenas de um sensor que identificou a cor vermelha e um processador que tomou a decisão de parar?

Explicação Fisicalista da Consciência

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criso
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Mensagem por criso »

Apresentem hipóteses.

youtu.be/3SJROTXnmus

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

criso escreveu:
Ter, 24 Novembro 2020 - 02:18 am
Apresentem hipóteses.
Mais blá-blá-blá. Só tem utilidade como uma sistematização das hipóteses já criadas, mas não prova nenhuma delas.

O que Descartes provou a respeito do cérebro com "Penso, logo existo"? Nada. E nem poderia. Seus conhecimentos sobre neurônios, sinapses e as funções das diferentes partes do cérebro eram nulos.

Dualismo é simplesmente dizer que o software que roda num computador é uma entidade diferente do hardware onde ele roda.

Não há absolutamente nenhuma evidência em favor de haver algo externo ao nosso cérebro físico.

A única resposta honesta continua sendo: "Não sabemos se existe uma consciência independente dos neurônios".

E a única atitude sensata, até que surjam evidências em contrário, é considerar que a consciência resulta da atividade do cérebro físico e morre com ele.

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

[4:54] Claro, quando ela saiu do quarto foi a 1ªx que os sensores do equipamento orgânico dela alimentaram o "software" dela com as cores outras.
¿Y qué?
:think:

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Nós podemos copiar todos os bits de um computador para outro e então trabalhar nele como se ainda estivessemos no computador original, ainda que prejudicados ou favorecidos pelas diferenças do hardware.

Podemos imaginar que seja possível, por hipótese, copiar a configuração das sinapses de um cérebro para outro, fazendo que uma pessoa passa a habitar o corpo de outra.

Afinal, isto já acontece quando lemos um livro ou assistimos a um vídeo: as ideias de outras pessoas são copiadas em nosso cérebro.

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Vi um vídeo do canal "Ciência todo dia" que fala sobre o "O paradoxo de Teseu", onde se faz analogia entre a consciência permanecer no corpo mesmo que células cerebrais mudem, assim como um barco seria considerado o mesmo, mesmo se trocando todas tábuas dele trocadas.
Isso abre margem pra alguns pensarem que, se a consciência seria destacável do corpo em si, apesar de se manifestar nele, logo poderia ser extrafísico / transcendental - argumento que crentes religiosos, espiritualistas, etc, já tão usando.



youtu.be/2LqqyxmEWnY

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Agnoscetico escreveu:
Qua, 02 Dezembro 2020 - 13:04 pm
Vi um vídeo do canal "Ciência todo dia" que fala sobre o "O paradoxo de Teseu", onde se faz analogia entre a consciência permanecer no corpo mesmo que células cerebrais mudem, assim como um barco seria considerado o mesmo, mesmo se trocando todas tábuas dele trocadas.
Isso abre margem pra alguns pensarem que, se a consciência seria destacável do corpo em si, apesar de se manifestar nele, logo poderia ser extrafísico / transcendental - argumento que crentes religiosos, espiritualistas, etc, já tão usando.
Um software que pode ser copiado para outro computador é algo transcendental?

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Gorducho
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Mensagem por Gorducho »

Aliás essa questão da substância e/ou essência dentro da lógica aristotélica, ou da metafísica, é bastante complexa e a meu ver irresoluta. O barco cujo mudaram o casco; remotorizaram; instalaram navegação GPS... é "o mesmo" :?:
Sim se definido porque o veículo manteve a mesma matrícula; nunca desapareceu completamente só se metamorfoseando, sem perder a qualidade essencial de ser um "navio".
Então, por analogia, um humano... passa o tempo, ¿nós somos "o mesmo" que 40+ anos atrás?
Eu sinceramente mais me acho "outro" que "o mesmo" infante e depois adolescente. Quem diz que minha "consciência" é a mesma do jovem Gorducho :think:

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

Gigaview
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Mensagem por Gigaview »

O corpo humano vivo tem a mesma situação do barco de Teseu, muda cada segundo à medida que envelhece e apesar disso temos a ilusão de sermos sempre o que imaginamos ser.

Temos um tópico para discutir esse assunto.
viewtopic.php?f=17&t=44

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Mensagem por Agnoscetico »

Meta-Continuidade da Mente - LIVE 18


youtu.be/Si0B6x3w-B4

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Mensagem por Agnoscetico »

Kurzgesagt – In a Nutshell
Sources – Consciousness
– Main Source: the book Minimal Selfhood and the Origins of Consciousness by Rupert Glasgow, and discussions with the Author :


https://sites.google.com/view/sources-consciousness


A origem da consciência – Como coisas inconscientes se tornaram conscientes?


youtu.be/ImDXtSXL3fo

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

Cal Kestis
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Mensagem por Cal Kestis »

Críticas ao experimento de Libet no artigo-alvo (1985)

Autor --------------------- Principais problemas encontrados no experimento de Libet

Breitmeyer (1985) - Critica a extrapolação de uma ação simples (levantar um dedo) para profundas implicações filosóficas; rechaça o conceito de “intenção” libetiano; sugere que Libet pode ter contaminado o inconsciente dos sujeitos; diz que Libet desconsiderou questões como a natureza do controle consciente ou poder de veto.

Bridgeman (1985) - Sugere contaminação do inconsciente e do foco de atenção dos indivíduos; critica a generalização das conclusões para o campo filosófico.

Danto (1985) - A tese do poder de veto seria inconsistente com os achados de Libet sobre RP.

Doty (1985) - Diz que processos inconscientes não podem ser considerados de modo independente de um possível controle consciente mais amplo; alega que o poder de veto não foi satisfatoriamente explicado.

Jung (1985) - Lembra que pode haver ações que tenham um forte componente consciente em uma fase de aprendizado e que se tornam automáticas com o passar do tempo, como no caso do ato de escrever. As conclusões de Libet, portanto, não provariam que qualquer tipo de ato teria uma iniciação inconsciente.

Latto (1985) - Desconfia dos relatos subjetivos, especialmente em curtos intervalos de tempo; sugere a contaminação dos atos realizados, citando um verdadeiro “adestramento dos sujeitos”; coloca em dúvida o poder de veto.

MacKay (1985) - Alega que o modelo adotado é falho; entende que a vontade consciente estaria integrada em um processo cerebral estocástico.

Nelson (1985) - Encontra contradições na formulação do poder de veto.

Wasserman (1985) - Diz que o tempo W não é confiável, pois subjetivo. Diz que o intervalo entre W e RP não poderia ser aceito para admitir processos inconscientes antes do agir.

Wood (1985) - Afirma que Libet, ao partir da premissa de que não se deveria esperar atividade cerebral que precedesse a ação, caiu num “dualismo radical”.
2 Replicações e interpretações contemporâneas

----------------------------------


Na verdade, se esse experimento fosse incontestável, ele provaria que existe algo "fora" do cérebro tomando a decisão.

Se a atividade cerebral que inicia o movimento ocorre centenas de milissegundos antes que a decisão consciente seja relatada, isso sugere que algo muito mais rápido que o cérebro (o espírito) toma a decisão e o cérebro tem um atraso de milissegundos para processar a informação. É semelhante a pressionar uma tecla no teclado e o processador demorar alguns milissegundos para executar. A tecla já foi pressionada, mas o processador, ou seja, o cérebro, leva alguns milissegundos para responder.

Isso é evidente, quando se trata que somos um espírito, um ser pensante, num corpo material que decodifica e obedece aos nossos comandos.


'

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Agnoscetico
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Mensagem por Agnoscetico »

Spoiler:
Cal Kestis escreveu:
Sáb, 03 Fevereiro 2024 - 12:23 pm
Críticas ao experimento de Libet no artigo-alvo (1985)

Autor --------------------- Principais problemas encontrados no experimento de Libet

Breitmeyer (1985) - Critica a extrapolação de uma ação simples (levantar um dedo) para profundas implicações filosóficas; rechaça o conceito de “intenção” libetiano; sugere que Libet pode ter contaminado o inconsciente dos sujeitos; diz que Libet desconsiderou questões como a natureza do controle consciente ou poder de veto.

Bridgeman (1985) - Sugere contaminação do inconsciente e do foco de atenção dos indivíduos; critica a generalização das conclusões para o campo filosófico.

Danto (1985) - A tese do poder de veto seria inconsistente com os achados de Libet sobre RP.

Doty (1985) - Diz que processos inconscientes não podem ser considerados de modo independente de um possível controle consciente mais amplo; alega que o poder de veto não foi satisfatoriamente explicado.

Jung (1985) - Lembra que pode haver ações que tenham um forte componente consciente em uma fase de aprendizado e que se tornam automáticas com o passar do tempo, como no caso do ato de escrever. As conclusões de Libet, portanto, não provariam que qualquer tipo de ato teria uma iniciação inconsciente.

Latto (1985) - Desconfia dos relatos subjetivos, especialmente em curtos intervalos de tempo; sugere a contaminação dos atos realizados, citando um verdadeiro “adestramento dos sujeitos”; coloca em dúvida o poder de veto.

MacKay (1985) - Alega que o modelo adotado é falho; entende que a vontade consciente estaria integrada em um processo cerebral estocástico.

Nelson (1985) - Encontra contradições na formulação do poder de veto.

Wasserman (1985) - Diz que o tempo W não é confiável, pois subjetivo. Diz que o intervalo entre W e RP não poderia ser aceito para admitir processos inconscientes antes do agir.

Wood (1985) - Afirma que Libet, ao partir da premissa de que não se deveria esperar atividade cerebral que precedesse a ação, caiu num “dualismo radical”.
2 Replicações e interpretações contemporâneas

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Na verdade, se esse experimento fosse incontestável, ele provaria que existe algo "fora" do cérebro tomando a decisão.

Se a atividade cerebral que inicia o movimento ocorre centenas de milissegundos antes que a decisão consciente seja relatada, isso sugere que algo muito mais rápido que o cérebro (o espírito) toma a decisão e o cérebro tem um atraso de milissegundos para processar a informação. É semelhante a pressionar uma tecla no teclado e o processador demorar alguns milissegundos para executar. A tecla já foi pressionada, mas o processador, ou seja, o cérebro, leva alguns milissegundos para responder.

Isso é evidente, quando se trata que somos um espírito, um ser pensante, num corpo material que decodifica e obedece aos nossos comandos.


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Não conhecia sobre esse experimento e fui pesquisar no Bing chat:
Spoiler:
O experimento de Libet é um estudo famoso conduzido pelo neurologista Benjamin Libet que questiona a existência do livre arbítrio. O experimento envolveu o monitoramento da atividade cerebral de participantes enquanto eles realizavam movimentos voluntários simples, como a flexão dos dedos ou do pulso⁵.

Os participantes foram orientados a realizar um movimento quando sentissem vontade, enquanto sua atividade cerebral era monitorada por um eletroencefalograma (EEG)³. Além disso, eles tinham que lembrar o momento exato em que tiveram a sensação consciente de executar o movimento¹.

Os resultados do experimento mostraram que a atividade cerebral precedia a sensação consciente de realizar o movimento. Isso levou à conclusão de que movimentos simples e aparentemente voluntários poderiam ser desencadeados não pela consciência, mas por processos cerebrais pré-conscientes ou aleatórios².

Esses achados tiveram amplas repercussões no meio acadêmico e científico, desencadeando extensas discussões entre neurocientistas, filósofos e juristas². No entanto, as conclusões de Libet não foram isentas de críticas e o experimento ainda é objeto de debate¹².

Origem: conversa com o Bing, 03/02/2024
(1) LIVRE RBÍTRIO E A RELAÇÃO MENTE E CÉREBRO EM BENJAMIM LIBET - Unesp. https://repositorio.unesp.br/bitstream/ ... sequence=1.
(2) Uma interpretação alternativa e kantiana do experimento de Libet | Kant .... https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/i ... ew/8673618.
(3) Experiência de Libet: existe liberdade humana?. https://maestrovirtuale.com/experiencia ... de-humana/.
(4) REVISITANDO O EXPERIMENTO DE LIBET: CONTRIBUIÇÕES ATUAIS DA ... - SciELO. https://www.scielo.br/j/kr/a/XYq3QNNbMkYbWY69C7P8cZC/.
(5) Benjamin Libet - Wikipedia, la enciclopedia libre. https://es.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Libet.
(6) undefined. https://doi.org/10.1590/0100-512X2023n15506oma.
Resumindo: Pelo que deu a entender, segundo esse experimento, o ato como mexer os dedos, por exemplo, não seria livre-arbítrio, pois, a atividade cerebral pra se fazer o movimento precedia a tomada de consciência do ato.
Mas a pessoa antes do ato, já foi informada antes do que seria pra fazer, refletindo e memorizando antes do ato. Como ela faria o ato sem antes ficar ciente do que era pra fazer?

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Agnoscetico escreveu:
Sáb, 03 Fevereiro 2024 - 15:45 pm
Spoiler:
Cal Kestis escreveu:
Sáb, 03 Fevereiro 2024 - 12:23 pm
Críticas ao experimento de Libet no artigo-alvo (1985)

Autor --------------------- Principais problemas encontrados no experimento de Libet

Breitmeyer (1985) - Critica a extrapolação de uma ação simples (levantar um dedo) para profundas implicações filosóficas; rechaça o conceito de “intenção” libetiano; sugere que Libet pode ter contaminado o inconsciente dos sujeitos; diz que Libet desconsiderou questões como a natureza do controle consciente ou poder de veto.

Bridgeman (1985) - Sugere contaminação do inconsciente e do foco de atenção dos indivíduos; critica a generalização das conclusões para o campo filosófico.

Danto (1985) - A tese do poder de veto seria inconsistente com os achados de Libet sobre RP.

Doty (1985) - Diz que processos inconscientes não podem ser considerados de modo independente de um possível controle consciente mais amplo; alega que o poder de veto não foi satisfatoriamente explicado.

Jung (1985) - Lembra que pode haver ações que tenham um forte componente consciente em uma fase de aprendizado e que se tornam automáticas com o passar do tempo, como no caso do ato de escrever. As conclusões de Libet, portanto, não provariam que qualquer tipo de ato teria uma iniciação inconsciente.

Latto (1985) - Desconfia dos relatos subjetivos, especialmente em curtos intervalos de tempo; sugere a contaminação dos atos realizados, citando um verdadeiro “adestramento dos sujeitos”; coloca em dúvida o poder de veto.

MacKay (1985) - Alega que o modelo adotado é falho; entende que a vontade consciente estaria integrada em um processo cerebral estocástico.

Nelson (1985) - Encontra contradições na formulação do poder de veto.

Wasserman (1985) - Diz que o tempo W não é confiável, pois subjetivo. Diz que o intervalo entre W e RP não poderia ser aceito para admitir processos inconscientes antes do agir.

Wood (1985) - Afirma que Libet, ao partir da premissa de que não se deveria esperar atividade cerebral que precedesse a ação, caiu num “dualismo radical”.
2 Replicações e interpretações contemporâneas

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Na verdade, se esse experimento fosse incontestável, ele provaria que existe algo "fora" do cérebro tomando a decisão.

Se a atividade cerebral que inicia o movimento ocorre centenas de milissegundos antes que a decisão consciente seja relatada, isso sugere que algo muito mais rápido que o cérebro (o espírito) toma a decisão e o cérebro tem um atraso de milissegundos para processar a informação. É semelhante a pressionar uma tecla no teclado e o processador demorar alguns milissegundos para executar. A tecla já foi pressionada, mas o processador, ou seja, o cérebro, leva alguns milissegundos para responder.

Isso é evidente, quando se trata que somos um espírito, um ser pensante, num corpo material que decodifica e obedece aos nossos comandos.
Não conhecia sobre esse experimento e fui pesquisar no Bing chat:
Spoiler:
O experimento de Libet é um estudo famoso conduzido pelo neurologista Benjamin Libet que questiona a existência do livre arbítrio. O experimento envolveu o monitoramento da atividade cerebral de participantes enquanto eles realizavam movimentos voluntários simples, como a flexão dos dedos ou do pulso⁵.

Os participantes foram orientados a realizar um movimento quando sentissem vontade, enquanto sua atividade cerebral era monitorada por um eletroencefalograma (EEG)³. Além disso, eles tinham que lembrar o momento exato em que tiveram a sensação consciente de executar o movimento¹.

Os resultados do experimento mostraram que a atividade cerebral precedia a sensação consciente de realizar o movimento. Isso levou à conclusão de que movimentos simples e aparentemente voluntários poderiam ser desencadeados não pela consciência, mas por processos cerebrais pré-conscientes ou aleatórios².

Esses achados tiveram amplas repercussões no meio acadêmico e científico, desencadeando extensas discussões entre neurocientistas, filósofos e juristas². No entanto, as conclusões de Libet não foram isentas de críticas e o experimento ainda é objeto de debate¹².

Origem: conversa com o Bing, 03/02/2024
(1) LIVRE RBÍTRIO E A RELAÇÃO MENTE E CÉREBRO EM BENJAMIM LIBET - Unesp. https://repositorio.unesp.br/bitstream/ ... sequence=1.
(2) Uma interpretação alternativa e kantiana do experimento de Libet | Kant .... https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/i ... ew/8673618.
(3) Experiência de Libet: existe liberdade humana?. https://maestrovirtuale.com/experiencia ... de-humana/.
(4) REVISITANDO O EXPERIMENTO DE LIBET: CONTRIBUIÇÕES ATUAIS DA ... - SciELO. https://www.scielo.br/j/kr/a/XYq3QNNbMkYbWY69C7P8cZC/.
(5) Benjamin Libet - Wikipedia, la enciclopedia libre. https://es.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Libet.
(6) undefined. https://doi.org/10.1590/0100-512X2023n15506oma.
Resumindo: Pelo que deu a entender, segundo esse experimento, o ato como mexer os dedos, por exemplo, não seria livre-arbítrio, pois, a atividade cerebral pra se fazer o movimento precedia a tomada de consciência do ato.
Mas a pessoa antes do ato, já foi informada antes do que seria pra fazer, refletindo e memorizando antes do ato. Como ela faria o ato sem antes ficar ciente do que era pra fazer?
Eu diria que o subconsciente, que se calcula ocupe 90% do cérebro, toma uma decisão com base nos dados disponíveis e só então os outros 10% tomam consciência disto.
Quanto ao poder de veto, acho que é parcial, já que muitas de nossas reações são automáticas e não resultado de uma decisão consciente.

Seria como um carro com direção automática, mas com o motorista podendo interferir se achar necessário.

Não vejo por que botar "espírito" no meio.

Re: Explicação Fisicalista da Consciência

Huxley
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Mensagem por Huxley »

Agnoscetico escreveu:
Sáb, 03 Fevereiro 2024 - 15:45 pm
Spoiler:
Cal Kestis escreveu:
Sáb, 03 Fevereiro 2024 - 12:23 pm
Críticas ao experimento de Libet no artigo-alvo (1985)

Autor --------------------- Principais problemas encontrados no experimento de Libet

Breitmeyer (1985) - Critica a extrapolação de uma ação simples (levantar um dedo) para profundas implicações filosóficas; rechaça o conceito de “intenção” libetiano; sugere que Libet pode ter contaminado o inconsciente dos sujeitos; diz que Libet desconsiderou questões como a natureza do controle consciente ou poder de veto.

Bridgeman (1985) - Sugere contaminação do inconsciente e do foco de atenção dos indivíduos; critica a generalização das conclusões para o campo filosófico.

Danto (1985) - A tese do poder de veto seria inconsistente com os achados de Libet sobre RP.

Doty (1985) - Diz que processos inconscientes não podem ser considerados de modo independente de um possível controle consciente mais amplo; alega que o poder de veto não foi satisfatoriamente explicado.

Jung (1985) - Lembra que pode haver ações que tenham um forte componente consciente em uma fase de aprendizado e que se tornam automáticas com o passar do tempo, como no caso do ato de escrever. As conclusões de Libet, portanto, não provariam que qualquer tipo de ato teria uma iniciação inconsciente.

Latto (1985) - Desconfia dos relatos subjetivos, especialmente em curtos intervalos de tempo; sugere a contaminação dos atos realizados, citando um verdadeiro “adestramento dos sujeitos”; coloca em dúvida o poder de veto.

MacKay (1985) - Alega que o modelo adotado é falho; entende que a vontade consciente estaria integrada em um processo cerebral estocástico.

Nelson (1985) - Encontra contradições na formulação do poder de veto.

Wasserman (1985) - Diz que o tempo W não é confiável, pois subjetivo. Diz que o intervalo entre W e RP não poderia ser aceito para admitir processos inconscientes antes do agir.

Wood (1985) - Afirma que Libet, ao partir da premissa de que não se deveria esperar atividade cerebral que precedesse a ação, caiu num “dualismo radical”.
2 Replicações e interpretações contemporâneas

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Na verdade, se esse experimento fosse incontestável, ele provaria que existe algo "fora" do cérebro tomando a decisão.

Se a atividade cerebral que inicia o movimento ocorre centenas de milissegundos antes que a decisão consciente seja relatada, isso sugere que algo muito mais rápido que o cérebro (o espírito) toma a decisão e o cérebro tem um atraso de milissegundos para processar a informação. É semelhante a pressionar uma tecla no teclado e o processador demorar alguns milissegundos para executar. A tecla já foi pressionada, mas o processador, ou seja, o cérebro, leva alguns milissegundos para responder.

Isso é evidente, quando se trata que somos um espírito, um ser pensante, num corpo material que decodifica e obedece aos nossos comandos.


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Não conhecia sobre esse experimento e fui pesquisar no Bing chat:
Spoiler:
O experimento de Libet é um estudo famoso conduzido pelo neurologista Benjamin Libet que questiona a existência do livre arbítrio. O experimento envolveu o monitoramento da atividade cerebral de participantes enquanto eles realizavam movimentos voluntários simples, como a flexão dos dedos ou do pulso⁵.

Os participantes foram orientados a realizar um movimento quando sentissem vontade, enquanto sua atividade cerebral era monitorada por um eletroencefalograma (EEG)³. Além disso, eles tinham que lembrar o momento exato em que tiveram a sensação consciente de executar o movimento¹.

Os resultados do experimento mostraram que a atividade cerebral precedia a sensação consciente de realizar o movimento. Isso levou à conclusão de que movimentos simples e aparentemente voluntários poderiam ser desencadeados não pela consciência, mas por processos cerebrais pré-conscientes ou aleatórios².

Esses achados tiveram amplas repercussões no meio acadêmico e científico, desencadeando extensas discussões entre neurocientistas, filósofos e juristas². No entanto, as conclusões de Libet não foram isentas de críticas e o experimento ainda é objeto de debate¹².

Origem: conversa com o Bing, 03/02/2024
(1) LIVRE RBÍTRIO E A RELAÇÃO MENTE E CÉREBRO EM BENJAMIM LIBET - Unesp. https://repositorio.unesp.br/bitstream/ ... sequence=1.
(2) Uma interpretação alternativa e kantiana do experimento de Libet | Kant .... https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/i ... ew/8673618.
(3) Experiência de Libet: existe liberdade humana?. https://maestrovirtuale.com/experiencia ... de-humana/.
(4) REVISITANDO O EXPERIMENTO DE LIBET: CONTRIBUIÇÕES ATUAIS DA ... - SciELO. https://www.scielo.br/j/kr/a/XYq3QNNbMkYbWY69C7P8cZC/.
(5) Benjamin Libet - Wikipedia, la enciclopedia libre. https://es.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Libet.
(6) undefined. https://doi.org/10.1590/0100-512X2023n15506oma.
Resumindo: Pelo que deu a entender, segundo esse experimento, o ato como mexer os dedos, por exemplo, não seria livre-arbítrio, pois, a atividade cerebral pra se fazer o movimento precedia a tomada de consciência do ato.
Mas a pessoa antes do ato, já foi informada antes do que seria pra fazer, refletindo e memorizando antes do ato. Como ela faria o ato sem antes ficar ciente do que era pra fazer?
A conclusão de Libet de que percepção consciente de uma decisão seja simplesmente uma reflexão tardia e passageira não pode ser confirmada. Isso já foi tema de um tópico aqui:

https://clubeceticismo.com.br/viewtopic ... ibet#p7884
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